Bom dia Evangelho
Quinta-feira, 8 de abril de 2010
Oitava da Páscoa, 1ª Semana do Saltério (Livro II), cor litúrgica Branca
Antífona: Senhor, todos louvaram, unânimes, a vossa mão vitoriosa, pois a vossa sabedoria abriu os lábios dos mudos e tornou eloquente a língua das crianças, aleluia! (Sb 10, 20-21)
Oração: Ó Deus, que reunistes povos tão diversos no louvor do vosso nome, concedei aos que renasceram nas águas do batismo ter no coração a mesma fé e na vida a mesma caridade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo
Salmo: 8, 2a e 5.6-7.8-9 (R/.2ab)Ó Senhor, nosso Deus, como é grande vosso nome por todo o universo!
Ó Senhor, nosso Deus, como é grande vosso nome por todo o universo! Perguntamos: "Senhor, que é o homem, para dele assim vos lembrardes e o tratardes com tanto carinho?"
Pouco abaixo de Deus o fizestes, coroando-o de glória e esplendor; vós lhe destes poder sobre tudo, vossas obras aos pés lhe pusestes.
As ovelhas, os bois, os rebanhos, todo o gado e as feras da mata; passarinhos e peixes dos mares, todo ser que se move nas águas.
Evangelho: Lucas (Lc 24, 35-48) O encontro do Cristo ressuscitado com seus discípulos
Naquele tempo, 35os discípulos contaram o que tinha acontecido no caminho, e como tinham reconhecido Jesus ao partir o pão. 36Ainda estavam falando, quando o próprio Jesus apareceu no meio deles e lhes disse: "A paz esteja convosco!" 37Eles ficaram assustados e cheios de medo, pensando que estavam vendo um fantasma. 38Mas Jesus disse: "Por que estais preocupados e por que tendes dúvidas no coração? 39Vede minhas mãos e meus pés: sou eu mesmo! Tocai em mim e vede! Um fantasma não tem carne, nem ossos, como estais vendo que eu tenho". 40E dizendo isso, Jesus mostrou-lhes as mãos e os pés. 41Mas eles ainda não podiam acreditar, porque estavam muito alegres e surpresos. Então Jesus disse: "Tendes aqui alguma coisa para comer?" 42Deram-lhe um pedaço de peixe assado. 43EIe o tomou e comeu diante deles.
44Depois disse-lhes: "São estas as coisas que vos falei quando ainda estava convosco: era preciso que se cumprisse tudo o que está escrito sobre mim na lei de Moisés, nos profetas e nos salmos". 45Então Jesus abriu a inteligência dos discípulos para entenderem as escrituras, 46e lhes disse: "Assim está escrito: O Cristo sofrerá e ressuscitará dos mortos ao terceiro dia 47e no seu nome, serão anunciados a conversão e o perdão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém. 48Vós sereis testemunhas de tudo isso”. Palavra da Salvação!
Leituras paralelas: Mt 28, 16-20; Mc 16, 14-18; Jo 20, 19-23
Comentário o Evangelho
Sou eu mesmo!
As primeiras comunidades cristãs tiveram dificuldade em ver, no Ressuscitado, o Jesus que havia sido crucificado. A tentação era a de não identificá-los e de tomá-los como duas pessoas distintas. O Evangelho explicita esta identificação aplicando ao Ressuscitado gestos típicos da antiga convivência de Jesus com os discípulos. O Mestre come peixe assado e mel, diante deles. Entretanto, a prova melhor da identidade do Ressuscitado era oferecida pelas Escrituras. Lidas com atenção, ajudavam a comunidade cristã a compreender que o Cristo devia sofrer, mas também haveria de ressuscitar, por desígnio de Deus. Os discípulos teriam a missão de ser anunciadores deste gesto amoroso do Pai para com Jesus, penhor de salvação para toda a humanidade.
A comunidade cristã compreendeu que, se o Ressuscitado não fosse o mesmo Jesus que fora crucificado, a salvação de Deus não a teria atingido. Os pecados da humanidade só foram redimidos porque Jesus foi capaz de vencê-los com sua morte de cruz. No entanto, se a última palavra na vida de Jesus tivesse sido a morte, com seu sabor de derrota, não tinha de se gloriar, pois em nada teria sido diferente dos demais seres humanos.
Quando a comunidade entendeu o verdadeiro sentido do "Sou Eu!" pronunciado pelo Ressuscitado, tornou-se capaz de fazer a conexão entre o passado e o presente e proclamar a fé no Jesus vivo e atuante no meio dela, incentivando-a a superar o medo e a proclamar as maravilhas operadas por Deus em seu Filho Jesus. [O EVANGELHO NOSSO DE CADA DIA, Ano B, ©Paulinas, 1996]
A igreja celebra hoje
Santos: Dionísio de Coritno (bispo), Perpétuo (bispo), Válter de Pontoise (abade), Clemente de Ósimo (beato), Juliano de S. Agostinho (beato franciscano, confessor da 1ª ordem), Júlia Billiart (virgem e beata), Edésio, Máxima.
Santa Julia Billiart e São Gastão
Santa Júlia Billiart: Santa Júlia, fundadora das Irmãs de Notre Dame e fundadora de escolas para crianças pobres fez sua missão na Bélgica, a qual passou a ter um inesperada repercussão. Por essa razão, mesmo paralítica aos 22 anos, viu-se obrigada a fugir em uma carroça e a esconder-se sob palhas para não ser morta pelos seus perseguidores. Apesar de injustamente perseguida, apenas comentava com grande admiração sobre a bondade de Deus. Partiu para a eternidade em 1816.
São Gastão: De família nobre, ainda jovem foi para Lorena na finalidade de levar uma vida virtuosa e retirada. O bispo de Toul sagrou-o sacerdote, alegando que o clero se encontrava muito escasso de sacerdotes. O bispo, certamente por inspiração divina ordenou-o sacerdote sem que ele tivesse noção do cristianismo! Desejando conhecer ao menos as noções básicas pediu um catequista indicada pelo bispo de Toul, que o instruísse no caminho para Reims. Para confirmar sua missão sacerdotal, Deus permitiu que restituísse a vista de um cego que encontrara pelo caminho, o que sabendo o rei sobre tal episódio se converteu. Em Reims são Gastão foi batizado. Entregou-se a instrução dos fiéis e assistência aos pobres e em pouco tempo foi consagrado bispo de Arras e ocupou tal cargo durante quarenta anos. Apesar da conversão do rei Clovis o qual passara a lhe ser grande amigo, acontecia ainda muitas festas pagãs, principalmente quando a coroa foi passada para o Clotário. Certa vez convidaram são Gastão para uma dessas festas, propositadamente: para observar possivelmente sua indignação. Aceitando o convite, dirigiu-se à sala onde copos cheios de cerveja se encontravam sobre a mesa preparada. Antes de assentar-se, abençoou e ao sinal da Cruz todos os copos se espatifaram, derramando toda a cerveja sobre a mesa. Perceberam então o quanto eram condenados em seus desregramentos. Porém quantos continuavam no estado de embrutecimento e miséria espiritual obstante esses santos que levavam a sã doutrina em meio a milagres. Numa noite de fevereiro, muito fria, uma nuvem espessa e luminosa foi vista sobre sua residência, ou seja, o chamado palácio episcopal. Tratava-se justamente do momento da partida de são Gastão. Aos que se encontravam á sua volta e ao clero, recomendou as virtudes teologais, ou seja, fé, a esperança e, sobretudo a caridade e depois adormeceu em paz no Senhor, a 6 de fevereiro de 540.
Cristo experimentou a hospitalidade humana: em casa de Simão Pedro (Lc 4,38), em Caná (Jo 2,2), em casa de Zaqueu (Lc 19,1-10), em casa de Lázaro, Marta e Maria (Jo 12,2-3; Mt 21,17), em casa de Simão (Mt 26,6-7), em casa dos discípulos de Emaús (Lc 24,29-30). Foi também rejeitado pelo seu povo (Jo 1,11), pelos habitantes de Belém (Lc 2,7), pelos seus conterrâneos (Lc 4,16-29; Mt 13,57s) e pelos samaritanos (Lc 9,53-56).
Para sua reflexão:
Cristo se manifesta corporalmente. Apresenta a saudação tradicional, invocando a paz; são de fato as mãos do fazedor de milagres, os pés do pregador itinerante, carne e ossos de sua comum humanidade. No seu discurso na casa de Cornélio, Pedro vai contar com Jesus pareceu e “nós comemos e bebemos com ele”. Liga os fatos com o anúncio da Escritura. Moisés, os profetas e os salmos, segundo o plano de Deus: “tinha de cumprir-se”. A paixão e a ressurreição desembocam na pregação apostólica, universal, a partir de Jerusalém.
Crer em Deus não é pensar em Deus, mas sentir Deus. (Blaise Pascal)
TJL/
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