Santa Sé
aos jovens agricultores: vocês têm a inteligência para acabar com a fome no
mundo - Dom Chica Arellano, observador permanente da Santa Sé junto à
FAO, IFAD e PAM falou no final da conferência organizada pelo Vaticano sobre a
contribuição dos jovens para a segurança alimentar do planeta. Devem ser
protegidos, acompanhados e encorajados e podem contribuir para reduzir a
pobreza - Michele Raviart – Vatican News
Para uma transformação sustentável dos sistemas alimentares e
para que os alimentos sejam seguros e nutricionalmente adequados para todos, é
de primordial importância promover o envolvimento dos jovens, que, para a Santa
Sé, "desempenham um papel fundamental, que devem ser antes de tudo
protegidos, acompanhados e encorajados". São declarações de Dom Fernando
Chica Arellano, observador permanente da Santa Sé para a FAO, IFAD e PAM, na
conclusão da conferência "Jovens e agricultura: olhando para o futuro com
esperança". Experiências de todo o
mundo O evento, realizado na sede da FAO em Roma, nesta terça-feira (28/06) foi
promovido pelo Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, a
Comissão do Vaticano Covid-19, pelo movimento Economia de Francisco e pelo
Fórum de Roma das ONGs de inspiração católica - assim como pela Representação
Permanente da Santa Sé junto às agências da ONU ligadas com a sustentabilidade
alimentar e com o objetivo de destacar as iniciativas empreendidas por grupos
de jovens em todo o mundo: do Brasil à Irlanda, Burkina Faso, Quênia, Uganda e
Zâmbia "para garantir alimentos saudáveis para todos e promover um futuro
próspero e pacífico no qual ninguém seja deixado para trás". Protegido do
pessimismo Os jovens, reiterou Dom Arellano, devem ser "cuidados",
porque sua criatividade e ideais devem ser protegidos antes de tudo "desta
onda de pessimismo e alarmismo gerada pelas numerosas e persistentes crises que
estamos vivenciando". Como o Papa Francisco nos lembrou com frequência, as
crises podem, de fato, ser "uma oportunidade importante para crescer"
e sair melhor delas. O importante é reconhecer e buscar a verdade. Os jovens
devem ser educados para isso, "a fim de contribuir para a construção de um
mundo mais justo e mais humano". Acompanhar e encorajar os jovens a
participar Assim como o agricultor sabe bem "que é preciso paciência e
espera na colheita, pois após a semeadura, o grão deve descansar e ser colocado
nas melhores condições para crescer e germinar, até abrir suas flores e
produzir seus frutos na estação apropriada", do mesmo modo é necessário
"acompanhar os jovens", para que eles possam desencadear seu
potencial em tempo hábil, garantindo-lhes uma formação e ensinando-lhes um
ofício, "para garantir um futuro digno para eles, suas famílias e a
sociedade como um todo". É por isso que eles também devem ser
"encorajados" a participar, já no presente, de formas de cidadania
ativa. Não cortar as asas do futuro De fato, os jovens "têm a inteligência
necessária para nos ajudar a extinguir a fome de nosso planeta" e por esta
razão, explica Dom Arellano, devemos nos colocar a questão ética do que estamos
fazendo ativamente para promover a inclusão dos jovens na agricultura e na
sociedade. Os "jovens", de fato, "são amigos do realismo, da
concretude, não da retórica ou de promessas que são formuladas aparentemente
belas e fascinantes, mas que depois encontram resistência obstruindo sua realização"
e "não podemos desapontar as novas gerações". Eles não são pessoas
que esperam na expectativa de um futuro distante e "ao invés de serem
pacientes, devem ser sujeitos de uma ação que contribui ativamente para reduzir
a pobreza, no sentido mais amplo da palavra". Qualquer reserva neste
aspecto, conclui, seria como "cortar as asas do futuro" e
"dificultar a continuação natural das relações humanas".
Oração: Deus, nosso Pai, vós concedestes ao bispo Santo Irineu firmar a
verdadeira doutrina e a paz da Igreja; pela intercessão de vosso servo, renovai
em nós a fé e a caridade, para que nos apliquemos constantemente em alimentar a
união e a concórdia. Por Cristo Nosso Senhor. Amém!
Evangelho (Mt 8,23-27)
Então Jesus entrou no barco,
e seus discípulos o seguiram. Nisso, veio uma grande tempestade sobre o mar, a
ponto de o barco ser coberto pelas ondas. Jesus, porém, dormia. Eles foram
acordá-lo. «Senhor», diziam, «salva-nos, estamos perecendo! » «Por que tanto
medo, homens de pouca fé? », respondeu ele. Então, levantando-se, repreendeu os
ventos e o mar, e fez-se uma grande calmaria. As pessoas ficaram admiradas e
diziam: «Que homem é este, que até os ventos e o mar lhe obedecem? ».
«Então, levantando-se, repreendeu os ventos e o mar, e fez-se uma grande calmaria» - Fray Lluc TORCAL Monje del Monastério de Sta. Mª de Poblet(Santa Maria de Poblet, Tarragona, Espanha)
Hoje, terça-feira XIII do tempo comum, a liturgia
oferece-nos um dos fragmentos mais impressionantes da vida publica do Senhor. A
cena apresenta uma grande vivacidade, contrastando radicalmente a atitude dos
discípulos com a de Jesus. Podemos imaginar-nos a agitação que reinou na barca
quando «veio uma grande tempestade sobre o mar, a ponto de o barco ser coberto
pelas ondas» (Mt 8,24), mas a agitação não foi suficiente para acordar Jesus
que dormia. Tiveram que ser os discípulos quem, no seu desespero, acordaram
Jesus!: «Senhor, salva-nos, estamos perecendo!» (Mt 8,25).
O Evangelista serve-se de todo este dramatismo para nos revelar o autêntico ser
de Jesus. A tempestade não tinha perdido a sua fúria e os discípulos
continuavam cheios de agitação quando o Senhor, simples e tranquilamente,
«levantando-se, repreendeu os ventos e o mar, e fez-se uma grande calmaria» (Mt
8,26). Da Palavra repreendedora de Jesus seguiu-se a calma, a calma que não
estava apenas destinada a realizar-se nas aguas agitadas do céu e do mar: a
Palavra de Jesus dirigia-se sobre tudo a acalmar os corações temerosos dos seus
discípulos. «Por que tanto medo, homens de pouca fé?» (Mt 8,26).
Os discípulos passaram da perturbação e do medo à admiração própria daquele que
acaba de assistir a alguma coisa impensável até então. A surpresa, a admiração,
a maravilha de uma mudança drástica na situação em que viviam despertou neles
uma pergunta central: «Que homem é este, que até os ventos e o mar lhe
obedecem?» (Mt 8,27). Quem é aquele que pode acalmar as tempestades do céu e da
terra e, ao mesmo tempo, as dos corações dos homens? Apenas «quem dormindo como
homem numa barca, pode dar ordens aos ventos e ao mar, como Deus» (Nicetas de
Remesiana).
Quando pensamos que a terra se afunda, não esqueçamos que o nosso Salvador é o
próprio Deus feito homem, o qual se nos dá pela fé.
Pensamentos para o Evangelho de hoje: «Levou
aos seus discípulos consigo no barco, para ensinar-lhes estas duas coisas: não
se amedrontar com os perigos,
nem se envanecer com honras» (São João Crisóstomo) «Jesus não quer que sejamos
pessoas passivas; Ele quer que sejamos instrumentos ativos, responsáveis, mas
ao mesmo tempo cheios de esperança. Esta é a chave para enfrentar as
tempestades da vida» (Bento XVI) «A confiança filial é posta à prova quando
temos a sensação de nem sempre ser atendidos.
O Evangelho convida-nos a interrogarmo-nos sobre a conformidade da nossa oração
com o desejo do Espírito» (Catecismo da Igreja Católica, nº 2.756)
Santo do Dia: Santo Irineu de Lyon :
Padre da Igreja, grego de nascimento, filho de pais cristãos, nasceu na ilha de Esmirna no ano 130. Foi discípulo de Policarpo, que tinha sido discípulo de João Evangelista, o que torna muito importante os seus testemunhos doutrinais. Muito culto e letrado em várias línguas, Irineu foi ordenado por Policarpo, que o enviou para a França, onde havia uma grande população de fiéis cristãos procedentes do Oriente. Ocupou-se da evangelização e combateu principalmente a heresia dos gnósticos, além das outras que proliferavam nesses primeiros tempos. Obteve êxito na questão da comemoração da festa da Páscoa, unindo a Igreja do Ocidente e do Oriente numa mesma data de comemoração da ressurreição. A sua obra escrita mais importante foi o tratado "Contra as Heresias", não só pelo lado teológico, onde expôs já pronta a teoria sobre a autoridade doutrinal da Igreja, mas ainda do lado histórico, pois documentou e nos apresentou um quadro vivo das batalhas e lutas de sua época. Uma perseguição decretada pelo imperador Marco Aurélio atingiu a cidade de Lyon, ocasionando o grande massacre dos cristãos, todos mortos pelo testemunho da fé. Irineu morreu como mártir, no dia 28 de junho de 202. (Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR)
Reflexão: Santo Irineu,
cujo nome significa "paz", lutou para a preservação da paz e da
unidade da Igreja. Era um homem equilibrado e cheio de ponderação. Foi o
primeiro a procurar fazer uma síntese do pensamento cristão, cuja influência se
faz notar até nossos dias. Sobre o conhecimento de Deus, ele dizia: "A
ciência infla, mas a caridade edifica. Com efeito, não há orgulho maior do que
se julgar melhor e mais perfeito que o próprio criador, modelador, doador do
hálito de vida e do próprio ser. É que alguém não saiba absolutamente nada,
sequer um motivo, do porque foram criadas as coisas, e acreditar em Deus, e
perseverar no seu amor, do que encher-se de orgulho por motivo desta pretensa
ciência e afastar-se deste amor que vivifica o homem”.
TJL
– A12.COM – EVANGELI.NET – VATICANNEWS.VA
Nenhum comentário:
Postar um comentário