Oração: São José de Anchieta que deixaste
vossa pátria, família, amigos, para servir a Deus sobre todas as coisas, vós
que sofreste a solidão e as dificuldades de um Brasil recém descoberto, e
cercastes os índios de cuidados espirituais, peço-vos exatamente por todos os
índios, para que se sintam amados e protegidos, continuando assim vossa santa
missão no mundo. Amém!
Evangelho segundo São Mateus 5,20-26.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Se
a vossa justiça não superar a dos escribas e fariseus, não entrareis no reino
dos Céus.
Ouvistes que foi dito aos antigos: "Não matarás; quem matar será submetido
a julgamento".
Eu, porém, digo-vos: todo aquele que se irar contra o seu irmão será submetido
a julgamento. Quem chamar imbecil a seu irmão será submetido ao Sinédrio, e
quem lhe chamar louco será submetido à geena de fogo.
Portanto, se fores apresentar a tua oferta ao altar e ali te recordares que o
teu irmão tem alguma coisa contra ti,
deixa lá a tua oferta diante do altar, vai primeiro reconciliar-te com o teu
irmão e vem depois apresentar a tua oferta.
Reconcilia-te com o teu adversário enquanto vais com ele a caminho, não seja
caso que te entregue ao juiz, o juiz ao guarda, e sejas metido na prisão.
Em verdade te digo: não sairás de lá enquanto não pagares o último centavo».(Tradução
litúrgica da Bíblia)
São João Crisóstomo (c. 345-407) - presbítero de Antioquia, bispo de Constantinopla, doutor da Igreja - Homilias sobre a 1ª Carta aos Coríntios, n.º 24
«Vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão e vem
depois apresentar a tua oferta»
«Uma vez que há um só pão, nós, embora sendo
muitos, formamos um só corpo, porque todos participamos do mesmo pão» (1Cor
10,17). O que é este pão? É o corpo de Cristo. E em que se tornam aqueles que o
recebem? No corpo de Cristo. Não são muitos corpos, mas um só. Quantos grãos de
trigo entram na composição do pão! Mas quem vê esses grãos? Eles estão no pão
que formam, mas nada os distingue uns dos outros, de tão unidos. Assim estamos
nós unidos uns aos outros e com Cristo. Já não somos muitos corpos, alimentados
por diversos alimentos, mas formamos um só corpo, alimentado pelo mesmo pão. É
por isso que Paulo afirma que todos participamos do mesmo pão. Se participamos
todos do mesmo pão, se estamos unidos nele a ponto de nos tornarmos um só
corpo, por que motivo não estamos unidos pela mesmo amor, estreitamente ligados
pela mesma caridade? Relendo a história dos nossos antepassados na fé,
encontramos este quadro: «A multidão dos que abraçavam a fé tinham um só
coração e uma só alma» (Ac 4,32). Infelizmente, hoje não é assim. Nos nossos
dias, a Igreja oferece o espetáculo contrário: conflitos dolorosos, divisões
encarniçadas entre irmãos. [...] Estando nós longe dele, Cristo não hesitou em
nos unir a Ele; e agora não nos dignamos imitá-lo, unindo-nos de todo o coração
aos nossos irmãos. [...] Os nossos corpos, formados do pó da terra (cf Gn 2,7),
tinham perdido a vida por causa do pecado, estando sujeitos à escravatura da
morte; e o Filho de Deus juntou-lhes o fermento da sua carne, Ele que estava
livre de todo o pecado, em plenitude de vida, e deu o seu corpo em alimento a
todos os homens, para que, renovados pelo sacramento do altar, todos tenham
parte na sua vida imortal e bem-aventurada.
Santo do Dia:
São José de Anchieta
José de Anchieta nasceu no arquipélago das ilhas Canárias no dia 19 de março de
1534. Ainda adolescente, Anchieta foi enviado à Universidade de Coimbra, em
Portugal. Aos 17 anos fez votos como religioso e entrou para a Companhia de
Jesus.
Aos 18 anos,
decide-se pela missão evangelizadora do Novo Mundo e inscreve-se para
participar de uma missão no Brasil no ano seguinte. Em Salvador, Anchieta tem
sua primeira tarefa: ajudar na organização do Colégio de Jesus. Nesse mesmo
ano, Anchieta visita pela primeira vez a aldeia de Reritiba, lugar onde vai
encontrar no futuro seu repouso eterno.
Anchieta
segue para o litoral paulista. Ao tomar contato com a injustiça sofrida pelos
nativos, Anchieta se posiciona firmemente a favor dos humilhados e ofendidos
indígenas. Em 25 de janeiro de 1554, junto com Manuel de Nóbrega, Anchieta
funda outra escola jesuíta, o Colégio Piratininga, núcleo do que mais tarde
veio a ser cidade de São Paulo.
Em 1556,
Anchieta recebe sua ordenação sacerdotal em Salvador, Bahia. Logo depois ele
passa um período de tempo em Reritiba, entre os índios puris e tupiniquins. Foi
autor da primeira gramática na língua tupi. Em 15 de agosto de 1579 a imagem de
Nossa Senhora da Assunção, trazida de Portugal é entronizada no Santuário de
Reritiba.
No dia 9 de
julho de 1597, o velho sacerdote morre vítima de um acidente fatal, ao tentar
descer a escada da cela para socorrer um índio doente. O frágil e desengonçado
adolescente da Espanha tinha se tomado um gigante em terras brasileiras. Era
chamado de 'paizinho' pelos indígenas; agora é chamado de "Apóstolo do
Brasil". Foi beatificado por João Paulo II em 1980 e canonizado pelo Papa
Francisco em 3 de abril de 2014.(Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR)
Reflexão: A valorização das culturas locais, o
respeito pelas tradições indígenas e seu esforço para entendê-las, a luta
contra as injustiças cometidas pelos colonizadores e o amor ao projeto de Jesus
foram as balizas da vida do beato Padre José de Anchieta. Peçamos hoje as
bênçãos do “Apóstolo do Brasil” para todos os projetos de evangelização do
nosso país.
TJL- A12.COM –
EVANGELHOQUOTIDIANO.ORG – VATICANNEWS.VA
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