terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

BOM DIA EVANGELHO - 1. MARÇO . 023

 

BOM DIA EVANGELHO


01 DE MARÇO DE 2023 - Quarta-feira da 1ª semana da Quaresma

Bento XVI se despede dos fiéis em Castel Gandolfo, em 28 de fevereiro de 2013. Foto: Vatican Media

REDAÇÃO CENTRAL, 28 Fev. 23 / 05:00 am (ACI).- Depois de anunciar a sua decisão de renunciar ao ministério em 11 de fevereiro, 2013, o papa Bento XVI fez a sua renúncia no dia 28 de fevereiro do mesmo ano e se transladou do Palácio Pontifício do Vaticano a Castel Gandolfo. Em 28 de fevereiro de 2013, às 17h07 (hora local), Bento XVI deixou o Vaticano e seguiu de helicóptero até Castel Gandolfo. Na varanda da casa de verão dos pontífices, ele, que havia sido papa durante oito anos, se dirigiu aos peregrinos reunidos na praça para lhes dizer: "Eu sou simplesmente um peregrino que iniciou a última etapa da sua peregrinação nesta terra". Logo depois de ser transladado a Castel Gandolfo, foram fechadas as portas do local, começou a Sede Vacante.

Oração: Considerai, ó Deus, com bondade o fervor do vosso povo. E, enquanto mortificamos o corpo, sejamos espiritualmente fortalecidos pelos frutos das boas obras. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Evangelho (Lc 11,29-32): 

E, ajuntando-se a multidão, começou a dizer: «Maligna é esta geração; ela pede um sinal; e não lhe será dado outro sinal, senão o sinal do profeta Jonas; Porquanto, assim como Jonas foi sinal para os ninivitas, assim o Filho do homem o será também para esta geração. A rainha do sul se levantará no juízo com os homens desta geração, e os condenará; pois até dos confins da terra veio ouvir a sabedoria de Salomão; e eis aqui está quem é maior do que Salomão. Os homens de Nínive se levantarão no juízo com esta geração, e a condenarão; pois se converteram com a pregação de Jonas; e eis aqui está quem é maior do que Jonas».

«Assim como Jonas foi sinal para os ninivitas, assim o Filho do homem o será também para esta geração» - Fr. Roger J. LANDRY(Hyannis, Massachusetts, Estados Unidos)

Hoje, Jesus nos diz que o sinal que dará à “geração malvada”, de fato, assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim também será o Filho do Homem para esta geração (cf. Lc 11,30). Da mesma maneira que Jonas deixou que o lançasse pela margem para acalmar a tempestade que ameaçava com afundá-los — e, assim, salvar a vida da tripulação—, do mesmo modo que Jesus permitiu que o lançassem pela margem para acalmar as tempestades do pecado que põem em perigo nossas vidas. E, de igual forma que Jonas passou três dias no ventre da baleia antes que esta o vomitara são e salvo a terra, assim Jesus passaria três dias no seio da terra antes de abandonar a tumba (cf. Mt 12,40).
O sinal que Jesus dará aos “malvados” de cada geração é sua morte e ressurreição. Sua morte, aceita livremente, é o sinal do incrível amor de Deus por nós: Jesus deu sua vida para salvar a nossa. E sua ressurreição de entre os mortos é o sinal de seu divino poder. Trata-se do sinal mais poderoso e comovedor jamais dado.
Mas, Jesus é também a sinal de Jonas em outro sentido. Jonas foi um ícone e um meio de conversação. Quando em sua prédicas «Jonas entrou na cidade e começou a percorrê-la, caminhando um dia inteiro. Ele dizia: «Dentro de quarenta dias, Nínive será destruída!» (Jon 3,4) adverte aos ninivitas pagãos, estes se convertem, pois todos eles — desde o rei até as crianças e animais— se cobrem com serapilheira e cinzas. No dia do julgamento, os homens da cidade de Nínive ficarão de pé contra esta geração. Porque eles fizeram penitência quando ouviram Jonas pregar. E aqui está quem é maior do que Jonas.” (cf. Lc 11,32) predicando a conversão a todos nós: Ele o próprio Jesus. Portanto, nossa conversão deveria ser igualmente exaustiva.
«Pois Jonas era um servente», escreve São João Crisóstomo na pessoa de Jesus Cristo, «mas eu sou o Mestre; e ele foi jogado pela baleia, mas eu ressuscitei dos mortos; e ele proclamava a destruição, mas vim a predicar a Boas Novas e o Reino».
Na semana passada, na quarta-feira de Cinza, nos cobrimos com cinza, e cada um escutou as palavras da primeira homilia de Jesus cristo, «O tempo já se cumpriu, e o Reino de Deus está próximo. Convertam-se e acreditem na Boa Notícia» (cf. Mc 1,15). A pergunta que devemos fazer-nos é: — Respondido já com uma profunda conversão como a dos ninivitas e abraçado aquele Evangelho?

Santo Albino, bispo

 Nasceu em 469, em Vannes, França, de uma família nobre bretã. Foi monge aos 20 anos em Timcillac, mais tarde chamada Saint Aubin em sua honra. Indicado Abade em 504, foi Bispo de Angers em 529.  O costume naquele tempo permitia o casamento consanguíneo, (irmãos, primos em primeiro grau, tios, sobrinhas, etc), mas Albino considerava-o como incesto e lutou contra ele, fazendo vários inimigos em muitas famílias poderosas que praticavam o casamento consanguíneo. Convocou o Concilio de Orleans em 538, o qual condenou esta prática e várias outras ofensas morais. A tradição conta que, quando visitou Etheria, uma mulher que estava presa pelo Rei Childebert por dívidas ao Estado, a mulher se atirou aos pés de Albino e implorou ajuda. Um guarda fez um movimento para bater nela, mas Albino apenas soprou e ele caiu morto. Etheria foi logo solta. De outra vez, passou pela torre da prisão de Angers e ouviu gritos e gemidos de prisioneiros que eram maltratados. Ele pediu ao magistrado local para que fossem soltos, mas o magistrado recusou. Albino retornou à torre e orou em frente dela e algumas horas depois um deslocamento de terra deitou abaixo a torre e os prisioneiros escaparam, seguindo Albino até à igreja de São Mauricio, onde mudaram a sua vida e se tornaram cristãos modelos. Certa vez, um homem com sérios problemas renais (talvez a famosa e dolorosa pedra nos rins) e gemendo de dor, aproximou-se de Abino, prostrou-se a seus pés e implorou a sua ajuda. Abino curou-o apenas com sua benção e oração. Talvez devido a isto, ele seja considerado o protector dos aflitos com problemas renais. Faleceu no dia 1 de Março de 549 e o seu túmulo logo se converteu em local de peregrinação e vários milagres foram creditados sua intercessão.

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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

BOM DIA EVANGELHO - 28. FEV. 023

 

BOM DIA EVANGELHO


28 DE FEVEREIRO DE 2023 - Terça-feira da 1ª semana da Quaresma

Oração: Querido Deus, mais uma vez celebramos a vida de um mártir. Ajudai-nos a seguir o exemplo da vida de São Serapião e buscar em primeiro lugar a Verdade, que vem do seu Filho Jesus. Que nossa vida seja testemunha do amor e que vivamos a vocação de ser sal da terra e luz do mundo. Por Cristo nosso Senhor. Amém!

Evangelho (Mt 6,7-15)

: «E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que por muito falarem serão ouvidos. Não vos assemelheis, pois, a eles; porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lho pedirdes.
»Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu; O pão nosso de cada dia nos dá hoje; E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores; E não nos induzas à tentação; mas livra-nos do mal; porque teu é o reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém. Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós; Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas».

«E, orando, não useis de vãs repetições, porque vosso Pai sabe o que vos é necessário» - Rev. D. Joaquim FAINÉ i Miralpech(Tarragona, Espanha)

Hoje, Jesus –que é o Filho de Deus- me ensina a me comportar como um filho de Deus. O primeiro ponto é a confiança quando falo com Ele. Mas o Senhor adverte: «Quando orardes, não useis de muitas palavras, como fazem os pagãos. Eles pensam que serão ouvidos por força das muitas palavras» (Mt 6,7). Porque os filhos, quando falam com os pais, não usam raciocínios complicados, nem muitas palavras, mas com simplicidade pedem tudo aquilo que precisam. Sempre tenho a confiança de ser ouvido porque Deus –que é Pai- me ama e escuta. De fato, orar não é informar a Deus, mas pedir-lhe tudo o que preciso, já que «vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lho pedirdes» (Mt 6,8). Não seria um bom cristão se não oro, como não pode ser bom filho quem não fala habitualmente com seus pais.
 Pai Nosso é a oração que Jesus mesmo nos ensinou, e é um resumo da vida cristã. Cada vez que rezo ao Pai, nosso, deixo-me levar de sua mão e lhe peço aquilo que preciso cada dia para ser melhor filho de Deus. Preciso, não somente o pão material, mas —sobretudo— o Pão do Céu. «Peçamos que nunca nos falte o Pão da Eucaristia» Também aprender a perdoar e a ser perdoados: «Para poder receber o perdão que Deus nos oferece, dirijamo-nos ao Pai que nos ama», dizem as formulas introdutórias ao Pai Nosso da Missa.
Durante a Quaresma, a Igreja me pede para aprofundar na oração. «A oração é conversar com Deus, é o bem maior, porque constitui (...) uma união como Ele» (São João Crisóstomo). Senhor, preciso aprender a rezar e obter conseqüências concretas na minha vida. Sobretudo, para viver a virtude da caridade: a oração me da força para viver cada dia melhor. Por isso, peço diariamente que me ajude a desculpar tanto as pequenas chatices dos outros, como perdoar as palavras e atitudes ofensivas e, sobretudo, a não ter rancores, e assim poder dizer-lhe sinceramente que perdôo de todo coração a quem me tem ofendido. Conseguirei, porque em todo momento me ajudará a Mãe de Deus.

 São Serapião, bispo

Serapião foi um grande monge e bispo de Thmuis, no Egito. Temos poucas informações sobre ele, mas sabemos que estudou na escola catequética de Alexandria. Aí conheceu Santo Antão, de quem se fez discípulo e de quem herdou uma túnica de pelos. São Serapião também foi grande amigo de Atanásio e lutou contra o arianismo. Quando recebeu a indicação para tornar-se bispo, São Serapião mostrou-se um pouco triste em ter que abandonar a vida monástica. Para ele a vida de perfeição cristã era a vida do mongeO santo que hoje comemoramos escreveu muitos livros e cartas pastorais. Quando Atanásio foi preso, Serapião foi até o imperador Constâncio II interceder pelo amigo, mas o grupo dos defensores da heresia ariana conseguiram derrubar Serapião e martirizá-lo em 370 no Egito. historiador Eusébio de Cesareia registra seu martírio, com as seguintes palavras: "Preso Serapião em sua casa, foram-lhe infligidas cruéis torturas. Desfizeram-lhe todas as juntas dos membros e o precipitaram do andar de cima da casa, de cabeça para baixo". Crucificaram-no numa cruz de santo André e, depois torturaram e decapitaram-no.(Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, C.Ss.R.)


Reflexão: O mártir é a testemunha mais genuína da verdade da existência. Ele sabe que, no seu encontro com Jesus Cristo, alcançou a verdade a respeito da sua vida, e nada nem ninguém poderá jamais arrancar-lhe esta certeza. Nem o sofrimento, nem a morte violenta poderão fazê-lo retroceder da adesão à verdade que descobriu no encontro com Cristo.

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sábado, 25 de fevereiro de 2023

BOM DIA EVANGELHO - 27. FEVEREIRO. 023

 

BOM DIA EVANGELHO

27 DE FEVEREIRO DE 2023 - Segunda-feira da 1ª semana da Quaresma

Protestos nas ruas da Nicarágua em 2018 / Shutterstock

WASHINGTON DC, 23 Fev. 23 / 03:28 pm (ACI).- O presidente da Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos (USCCB), dom Timothy P. Broglio, elogiou a esperança e a caridade do povo de Deus em meio a "hora escura" que a Igreja da Nicarágua está passando com a perseguição do governo de Daniel Ortega. “Nesta hora escura, a esperança corajosa, a caridade e a solidariedade testemunham a vitalidade duradoura da fé do povo da Nicarágua e dos católicos de todo o mundo que apoiam os fiéis nicaraguenses”, disse o arcebispo em um comunicado divulgado na terça-feira (21). O presidente da USCCB disse estar "orgulhoso e agradecido que a comunidade católica nos EUA" tenha ajudado os nicaraguenses exilados pelo regime de Ortega.

Oração: Senhor Deus, perfeito e imutável, concedei-nos por intercessão de São Leandro a coragem e estabilidade na Fé, para lutar contra as heresias do nosso tempo, isto é, todas as ideias mundanizantes na área religiosa, cultural, ideológica, política, econômica, morrendo para o pecado e os respeitos humanos, incluindo, se for o caso, os familiares, para sermos fiéis ao nosso Credo e imitarmos Jesus na Sua humanidade, e assim Dele recebermos também a comunhão com a Divindade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.

 Evangelho (Mt 25,31-46):

 «Quando o Filho do Homem vier em sua glória, acompanhado de todos os anjos, ele se assentará em seu trono glorioso. Todas as nações da terra serão reunidas diante dele, e ele separará uns dos outros, assim como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. E colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos, à sua esquerda. Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: ‘Vinde, benditos de meu Pai! Recebei em herança o Reino que meu Pai vos preparou desde a criação do mundo! Pois eu estava com fome, e me destes de comer; estava com sede, e me destes de beber; eu era forasteiro, e me recebestes em casa; estava nu e me vestistes; doente, e cuidastes de mim; na prisão, e fostes visitar-me’. Então os justos lhe perguntarão: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Com sede, e te demos de beber? Quando foi que te vimos como forasteiro, e te recebemos em casa, sem roupa, e te vestimos? Quando foi que te vimos doente ou preso, e fomos te visitar?’. Então o Rei lhes responderá: ‘Em verdade, vos digo: todas as vezes que fizestes isso a um destes mais pequenos, que são meus irmãos, foi a mim que o fizestes!’.
»Depois, o Rei dirá aos que estiverem à sua esquerda: ‘Afastai-vos de mim, malditos! Ide para o fogo eterno, preparado para o diabo e para os seus anjos. Pois eu estava com fome, e não me destes de comer; com sede, e não me destes de beber; eu era forasteiro, e não me recebestes em casa; nu, e não me vestistes; doente e na prisão, e não fostes visitar-me. E estes responderão: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome ou com sede, forasteiro ou nu, doente ou preso, e não te servimos?’ Então, o Rei lhes responderá: ‘Em verdade, vos digo, todas as vezes que não fizestes isso a um desses mais pequenos, foi a mim que o deixastes de fazer!’ E estes irão para o castigo eterno, enquanto os justos irão para a vida eterna».

«Todas as vezes que não fizestes isso a um desses mais pequenos, foi a mim que o deixastes de fazer!»

Rev. D. Joaquim MONRÓS i Guitart(Tarragona, Espanha)

Hoje é-nos recordado o juízo final, «quando o Filho do Homem vier em sua glória, acompanhado de todos os anjos» (Mt 25.31), e é-nos sublinhado que dar de comer, beber, vestir… resultam obras de amor para um cristão, quando ao fazê-las se sabe ver nelas o próprio Cristo.
Diz São João da Cruz: «À tarde te examinarão no amor. Aprende a amar a Deus como Deus quer ser amado e deixa a tua própria condição». Não fazer uma coisa que tem que ser feita, em serviço dos outros filhos de Deus e nossos irmãos, supõe deixar Cristo sem estes detalhes de amor devido: pecados de omissão.
O Concilio Vaticano II, e a Gaudium et spes, ao explicar as exigências da caridade cristã, que dá sentido à chamada assistência social, diz: «Sobretudo em nossos dias, urge a obrigação de nos tornarmos o próximo de todo e qualquer homem, e de o servir efetivamente quando vem ao nosso encontro, quer seja o ancião, abandonado de todos, ou o operário estrangeiro injustamente desprezado, ou o exilado, ou o filho duma união ilegítima que sofre injustamente por causa dum pecado que não cometeu, ou o indigente que interpela a nossa consciência, recordando a palavra do Senhor: «todas as vezes que o fizestes a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes» (Mt 25,40)»
Recordemos que Cristo vive nos cristãos… e diz-nos: «Eu estou convosco todos os dias até ao fim do mundo» (Mt 28,20).
O IV Concilio de Latrão define o juízo final como verdade de fé: «Jesus Cristo há-de vir no fim do mundo, para julgar os vivos e os mortos, e para dar a cada um segundo as suas obras, tanto aos condenados como aos eleitos (…) para receber segundo as suas obras, boas ou más: aqueles com o diabo castigo eterno, e estes com Cristo glória eterna».
Peçamos a Maria que nos ajude nas ações de serviço a seu Filho nos irmãos.

São Leandro

Leandro, irmão dos santos Fulgêncio e Isidoro, bispos, e Florentina, abadessa, nasceu em Cartagena, Espanha, por volta de 520. A sua família, distinta na posição social e na espiritualidade, o formou no Catolicismo, e jovem fez-se monge no primeiro mosteiro beneditino da Espanha. Nos séculos V e VI o país, por 170 anos, foi dominado pelo arianismo. Esta heresia, que não reconhecia a divindade de Cristo, veio com os bárbaros que venceram o Império Romano do Ocidente, e que não eram mais pagãos, pois um bispo ariano chamado Ulfilas havia pregado este erro entre várias tribos germânicas, incluindo os visigodos que chegaram à Espanha (e outros povos fizeram o mesmo nos diversos países europeus, de modo que o arianismo afetou toda a Europa, e também o Oriente). Em Sevilha reinava o rei ariano Leovigildo, que se opôs ao apostolado de Leandro, feito bispo provavelmente em 579. Leandro havia criado uma escola na qual se ensinavam as artes conhecidas daquele tempo, mas também a catequese, e entre os alunos estavam Hermenegildo e Recaredo, filhos do rei. Muitos pagãos e arianos, incluindo Hermenegildo, se converteram ao Catolicismo; por isso o rei, em 584, iniciou uma guerra civil contra este seu filho mais velho e natural sucessor, acabando por condená-lo à morte. Hermenegildo não renegou a fé e tornou-se mártir. São Leandro foi forçado ao exílio pela perseguição do rei, indo a Constantinopla pedir auxílio ao imperador; lá ficou amigo do futuro Papa São Gregório Magno. Ali escreveu livros contra o arianismo, defendendo a ortodoxia católica. O desterro terminou em 586. Voltando à Sevilha, continuou no seu zelo missionário, e afinal o rei, arrependido, e reconhecendo que é necessária a coerência entre a Fé e a vida prática, antes de morrer pediu ao santo a educação católica dos filhos. O seu filho Recaredo, convertido e novo rei, atraiu muitos súditos para a Igreja, e aconselhado por Leandro convocou o Concílio III de Toledo; este e o Concílio de Sevilha, também com a influência de Leandro, finalmente levaram a Espanha visigótica a abjurar do arianismo, em todas as suas formas (pois foram várias as sutilezas que esta heresia assumiu). Outras muitas atividades de São Leandro foram a regra monástica que escreveu para a irmã, o impulso para a fundação de mosteiros, o estabelecimento de paróquias, junto com uma vida de oração, penitência e jejum. Acrescentou o Credo Niceno-Constantinopolitano à Liturgia espanhola, onde fica clara a negação ao arianismo, na afirmação da verdadeira divindade e humanidade de Cristo. Já idoso, Leandro sofreu muitas enfermidades, principalmente a gota. Faleceu por volta do ano 600 aos 80 anos, sucedido no bispado pelo irmão Santo Isidoro. Ficou conhecido como o “Apóstolo dos Godos”.(Colaboração: José Duarte de Barros Filho)

Reflexão: O nome Leandro significa “força do Leão”, e, de acordo com isto, este santo batalhou com a força do Leão da tribo de Judá, isto é, o Cristo. Isto implica em dizer que ele em tudo se empenhou pela causa da Igreja, porém consciente de que é necessário para isto a ajuda sobrenatural de Deus, conseguida pela mediação de Maria – nenhum ser humano consegue sucesso apostólico apenas com seus próprios esforços. E o apostolado, tanto a nível pessoal quanto social, é indispensável para que se possa viver com menos erros e mais paz, uma condição essencial para que Cristo reine na Terra, a partir dos corações. O primeiro campo de apostolado é o próprio coração: a partir desta conversão, pode-se ter verdadeiramente a conversão das comunidades. Uma situação prática disto é justamente o legado de São Leandro, pois quando Recaredo, por ele convertido, assumiu o trono, auxiliou na obra do santo bispo, com proveito para toda a nação espanhola, um admirável exemplo de colaboração entre a Igreja e o Estado. Para estas condições devemos igualmente trabalhar também nós, os católicos de hoje, de modo que, levando uma coerente vida de Fé no dia-a-dia, emprego, família, lazer, dificuldades e sucessos, contribuamos para a santidade das nossas almas e consequentemente da sociedade.TJL – A12.COM – EVANGELI.NET – VATICANNEWS.VA

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

BOM DIA EVANGELHO - 24. FEVEREIRO . 023

 

BOM DIA EVANGELHO

24 DE FEVEREIRO DE 2023 - Sexta-feira depois de Cinza

O que é a Quarta-Feira de Cinzas?
As origens da Quaresma são de 325 d.C., quando era mais comumente usada como uma fase de preparação para batismos. A duração do feriado é uma homenagem aos 40 dias de jejum de Jesus Cristo enquanto ele viajava pelo deserto, depois de ser batizado e antes de começar seu ministério. Este período é considerado pelos cristãos como o teste de Deus para a espiritualidade de Jesus e sua capacidade de resistir à tentação.
Hoje, os cristãos usam o feriado tanto para arrepender-se quanto para refletir. A cruz de cinzas que marca a testa de alguns cristãos é destinada a representar a mortalidade e a penitência por seus pecados. É aplicada por um padre durante uma missa matinal, muitas vezes acompanhada de uma pequena bênção: "Lembre-se de que você é pó e ao pó você voltará". Muitos optam por manter a cruz durante todo o dia. A cinza em si é feita de folhas de palmeira queimadas utilizadas durante os cultos de Domingo de Ramos do ano anterior, data que comemora a chegada de Jesus a Jerusalém uma semana antes de ele ser crucificado e ressuscitado. Acredita-se que os residentes o receberam acenando com frondes de palmeiras. 

 Oração: Senhor, Justo e Bom, concedei-nos pela intercessão de São Sérgio jamais resistirmos aos Vossos chamados no interior dos nossos corações, para que cortando radicalmente, como que por uma espada, o pecado das nossas vidas, não fiquemos presos aos templos do mundanismo, e sejamos por Vós agarrados para o Céu. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.

Evangelho (Mt 9,14-15):

Então, chegaram ao pé dele os discípulos de João, dizendo: Por que jejuamos nós e os fariseus muitas vezes, e os teus discípulos não jejuam? E disse-lhes Jesus: «Podem porventura andar tristes os filhos das bodas, enquanto o esposo está com eles? Dias, porém, virão, em que lhes será tirado o esposo, e então jejuarão».

«Dias, porém, virão, em que lhes será tirado o esposo, e então jejuarão» - Rev. D. Xavier PAGÉS i Castañer(Barcelona, Espanha)

Hoje, primeira sexta-feira da Quaresma, tendo feito jejum e a abstinência da quarta-feira de Cinza, procuramos oferecer o jejum e o Santo Rosário pela paz, que é tão urgente no nosso mundo. Nós estamos dispostos a ter cuidado com este exercício quaresmal que a Igreja, Mãe e Mestra, nos pede que observemos e, ao recordar o que o mesmo Senhor disse: «Vocês acham que os convidados de um casamento podem estar de luto, enquanto o noivo está com eles? Mas chegarão dias em que o noivo será tirado do meio deles. Aí então eles vão jejuar» (Mt 9,15). Temos o desejo de vivê-lo não só como o cumprimento de um critério ao que estamos obrigados, e —sobretudo— procurando chegar a encontrar o espírito que nos conduz a viver esta prática quaresmal e que nos ajudará em nosso progresso espiritual.
Em busca deste sentido profundo, podemos perguntar: qual é o verdadeiro jejum? Já o profeta Isaías, na primeira leitura de hoje, comenta qual é o jejum que Deus aprecia: «Comparte com o faminto teu pão, e aos pobres e peregrinos convida-os a tua casa; quando vires ao desnudo, cobre-lo; não fujas deles, que são teus irmãos. Então tua luz sairá como a manhã, e tua saúde mais rápido nascerá, e tua justiça irá à frente de tua cara, e te acompanhará o Senhor» (Is 58,7-8). Deus gosta e espera de nós tudo aquilo que nos leva ao amor autêntico com nossos irmãos.
Cada ano, o Santo Padre João Paulo II nos escrevia uma mensagem de Quaresma. Em uma dessas mensagens, sob o lema «Faz mais feliz dar que receber» (Hch 20,35), suas palavras nos ajudaram a descobrir esta mesma dimensão caritativa do jejum, que nos dispõe —desde o profundo do nosso coração— a prepararmos para a Páscoa com um esforço para identificarmos, cada vez mais, com o amor de Cristo que o levou até a dar a vida na Cruz. Definitivamente, «o que todo cristão deve fazer em qualquer tempo, agora deve fazê-lo com mais atenção e com mais devoção» (São Leão Magno, Papa).
Pensamentos para o Evangelho de hoje: «Três são as molas que fazem a fé manter-se firme: a oração, o jejum e a misericórdia. Quem possui só um destes três, não possui nenhum» (São Pedro Crisólogo) «As Sagradas Escrituras e toda a tradição cristã ensinam que o jejum é uma grande ajuda para evitar o pecado e tudo o que induze a ele. O verdadeiro jejum, repete o divino Mestre, consiste mais bem e cumprir com a vontade do Pai celestial» (Bento XVI) «Como já acontecia com os profetas, o apelo de Jesus à conversão e à penitência não visa primariamente as obras exteriores “o saco e a cinza”, os jejuns e as mortificações, mas a conversão do coração, a penitência interior: Sem ela, as obras de penitência são estéreis e enganadoras(…)» (Catecismo de la Igreja Católica, nº 1.430)

São Sérgio 

Este Sérgio, um dos vários santos com o mesmo nome, foi monge e mártir no século IV, e tinha por profissão o trabalho de magistrado antes de se consagrar somente a Deus, num eremitério. Na cidade de Cesaréia da Capadócia (hoje Turquia), o governador Saprício executava as ordens de perseguição à Igreja do cruel imperador Dioclesiano, em 304. Ordenou então que todos os cristãos da cidade fossem levados para diante do templo pagão, onde seriam prestadas as homenagens anuais a Júpiter; se não comparecessem e fossem denunciados, seriam presos e condenados à morte. Poucos conseguiram fugir, a maioria foi ao local indicado. Não houve lembrança de Sérgio, por viver afastado, mas um chamado interior o convidava a ir à cidade. Ali chegando, encontrou um sacerdote pagão invocando as divindades tutelares de Cesaréia diante do templo. Sérgio compreendeu que havia sido chamado por Deus para dar testemunho da Verdade, e diante do povo denunciou a mentira, condenando a crença em falsos deuses, a inutilidade dos sacrifícios a eles direcionados, e a falsidade dos sacerdotes pagãos, passando a anunciar a Boa Novo do Evangelho. A sua presença fez com que os fogos preparados para os sacrifícios se apagassem; os pagãos atribuíram imediatamente a causa do fenômeno aos cristãos, que com suas recusas haviam irritado ainda mais os “deuses”. Sérgio foi então agarrado pelos soldados e ali mesmo decapitado.  # Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão: São Sérgio buscou a verdadeira Justiça, tanto na vida leiga quanto na religiosa, e por isso, na oração e intimidade com Deus, soube apagar os fogos das tentações mundanas que, a ele como a nós, pedem o sacrifício do nosso amor a Deus e o das nossas almas, para que queimem no inferno. Não adianta servirmos aos deuses deste mundo, o egoísmo, o orgulho, a vaidade, a ganância, tendo um brilho fugaz como o dos fogos de artifício, que logo se apaga para sempre, na escuridão infinita onde não estará Deus. Na comunhão pessoal com Deus, o anúncio da Boa Nova é um dever de alegria, que possibilita aos irmãos a firmeza e/ou a conversão à Fé: não há nada melhor que possamos dar ao próximo, se o amamos por amor a Deus.

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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

BOM DIA EVANGELHO - 23. FEVEREIRO. 023

 

BOM DIA EVANGELHO


23 DE FEVEREIRO DE 2023 -  Quinta-feira depois de Cinza

Oração: Senhor Deus da Verdade, que não pode nunca enganar, por intercessão de Vosso servo São Policarpo concedei-nos a firmeza da Fé que recebemos legitimante dos Apóstolos pela Igreja, iluminada infalivelmente pelo Espírito Santo, para caminharmos espontaneamente ao chamado do Fogo do Vosso amor – e, na certeza do que cremos, praticarmos corajosamente a caridade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.

Evangelho (Lc 9,22-25)

 Dizendo:«É necessário que o Filho do homem padeça muitas coisas, e seja rejeitado dos anciãos e dos escribas, e seja morto, e ressuscite ao terceiro dia. E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me. Porque, qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas qualquer que, por amor de mim, perder a sua vida, a salvará. Porque, que aproveita ao homem granjear o mundo todo, perdendo-se ou prejudicando-se a si mesmo?».

«Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me» - Fray Josep Mª MASSANA i Mola OFM(Barcelona, Espanha)

Hoje é a primeira quinta-feira da Quaresma. Ainda temos fresca as cinzas que a Igreja nos punha ontem sobre a testa, e que nos introduzia neste tempo santo, que é uma trajetória de quarenta dias. Jesus, no Evangelho, nos ensina duas rotas: o Via Crucis que Ele deve recorrer, e nosso caminho em seu seguimento.
Sua senda é o Caminho da Cruz e da morte, mas também o de sua glorificação: «E acrescentou: «O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos chefes dos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto, e ressuscitar no terceiro dia» (Lc 9,22). Nossa senda, não é essencialmente diferente da de Jesus, e nos assinala qual é a maneira de seguí-lo: «Depois Jesus disse a todos: «Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome cada dia a sua cruz, e me siga» (Lc 9,23).
Abraçado a sua Cruz, Jesus seguia a Vontade do Pai; nós, carregando a nossa sobre os ombros, o acompanhamos em sua Via Crucis.
O caminho de Jesus se resume em três palavras: sofrimento, morte, ressurreição. Nosso Sendero também é constituído por três aspectos (duas atitudes e a essência da vocação cristã): negarmos a nós mesmos, tomar cada dia a cruz e acompanhar a Jesus.
Se alguém não se nega a si mesmo e não toma a cruz, quer afirmar-se e ser o mesmo, quer «salvar sua vida», como diz Jesus. Mas, querendo salvá-la, a perderá. Em compensação, quem não se esforça por evitar o sofrimento e a cruz, por causa de Jesus, salvará sua vida. É o paradoxo do seguimento de Jesus: «De fato, que adianta um homem ganhar o mundo inteiro, se perde e destrói a si mesmo?» (Lc 9,25).
Esta palavra do Senhor, que encerra o Evangelho de hoje, agitou o coração de Santo Inácio e provocou sua conversão: «Que aconteceria se eu fizesse o que fez São Francisco e isso que fez Santo Domingo?». Tomara que nesta Quaresma a mesma palavra nos ajude também a converter-nos!

São Policarpo

Policarpo nasceu em 69, em local não indicado, de pais cristãos. Santo Ireneu, seu discípulo do século II, escreveu sobre ele, esclarecendo que Policarpo conviveu diretamente com alguns dos Doze Apóstolos, especialmente São João: “Poderia reproduzir o que nos contava do seu trato com São João Apóstolo e os demais que tinham visto o Senhor e como repetia suas mesmas palavras…”.  Doze, Policarpo, junto a São Clemente Romano, Santo Inácio de Antioquia e São Pápias são chamados de “Padres Apostólicos”, e foram o elo entre a Igreja primitiva e a Igreja do mundo greco-romano, na passagem do primeiro para o segundo século. Imensa importância têm estes Padres, pois na sua época havia inúmeras interpretações sobre o que Jesus havia feito e dito; assim puderam esclarecer e autenticar com autoridade a verdadeira mensagem dos Apóstolos. São Policarpo foi sagrado bispo de Esmirna pelo próprio São João Evangelista. Por suas muitas qualidades era estimado e respeitado em todo o Oriente. Em 107 Policarpo acolhe em Esmirna Santo Inácio de Antioquia, de passagem e sob escolta, indo a Roma para ser julgado. Escreveu muitas cartas, mas somente uma, endereçada aos Filipenses em 110, foi preservada. Nela exalta a fé em Jesus Cristo, a qual precisa ser confirmada no trabalho árduo, diário e no dia a dia dos cristãos, incutindo em cada um a lembrança de suas obrigações particulares. Ela também cita trechos da Carta de São Paulo aos Filipenses e os Santos Evangelhos, além de repetir as muitas e preciosas informações que ele próprio recebera diretamente dos Apóstolos, especialmente de São João Evangelista. São Policarpo parece ter sido um dos que compilaram, editaram e publicaram o Novo Testamento. Por volta do final de 154, Policarpo vai a Roma como representante dos cristãos da Ásia Menor, para tratar com o Papa Aniceto sobre diversas questões, mas principalmente sobre a data da Páscoa, que nas Igrejas Orientais era celebrada no dia 14 do mês judaico de Nisan, enquanto que, na capital do Império, no domingo seguinte. Não se chega a um acordo, mas eles celebraram juntos a Eucaristia, mostrando que uma mera questão disciplinar não devia desunir a Igreja. Marcião, numa carta que os fiéis de Esmirna enviaram para a cidade de Filomélio na Frígia (atual Turquia) em 23 de fevereiro de 156, e conhecida como Martyrium Polycarpi, descreve o martírio de São Policarpo em 155. É considerada como uma dos mais antigos relatos genuínos de martírios cristãos, e um dos poucos relatos sobreviventes compostos na época das perseguições. Também é a primeira obra que define como mártir aquele que morre pela Fé. Policarpo, já com 86 anos, diante da perseguição do Imperador Antonino Pio, havia se ocultado, mas foi delatado e preso. Diante do pró-cônsul que o instigava a renegar a Fé, resistiu e foi condenado à fogueira. Subiu espontaneamente os degraus que a ela levavam, mas o fogo não lhe fez mal algum, sendo então morto à espada. Ele é o padroeiro dos que sofrem queimaduras. - Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão: São Policarpo de fato vivenciou o significado do seu próprio nome (poli = muitos; carpo = fruto – muitos frutos), pois, permanecendo unido à Videira, que é Cristo, através da ortodoxia da Doutrina recebida diretamente pela Tradição dos Apóstolos, por suas obras, testemunhos e martírio muito enriqueceu a Igreja. Os nossos nomes pessoais também estão inscritos no Coração do Pai com o de Cristo, o único Nome pelo Qual podemos ser salvos (Jesus = Deus salva, Cristo = ungido; é Aquele que Deus ungiu para nos salvar, cf. Catecismo da Igreja Católica nos 430-440). Se permanecermos fiéis ao que ensina o Espírito Santo na Igreja, a qual Ele mantém na Verdade como prometido em Pentecostes (cf. Jo 16,13-14; CIC nos76-83 e 767), daremos os mesmos frutos. É preciso crer de fato no Evangelho, para podermos vivê-lo, dar a vida por Ele. Isto significa normalmente o pequeno martírio diário de cumprir com amor e zelo nossas obrigações normais, na paciência com os irmãos, no arrependimento sincero dos nossos pecados, no serviço aos necessitados de corpo e espírito.

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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

BOM DIA EVANGELHO, 22 DE FEVEREIRO DE 2023

 

BOM DIA EVANGELHO


22 DE FEVEREIRO DE 2023 - Quarta-feira de Cinzas

Significado da Quarta-feira de Cinzas

 A Quarta-feira de Cinzas representa o primeiro dia da Quaresma no calendário gregoriano, podendo também ser designada por Dia das Cinzas e é uma data celebrada por alguns elementos da comunidade cristã.

A data é um símbolo do dever da conversão e da mudança de vida, para recordar a passageira fragilidade da vida humana, sujeita à morte. Coincide com o dia seguinte à terça-feira de Carnaval e é o primeiro dos 40 dias (Quaresma) entre essa terça-feira e a sexta-feira (Santa) anterior ao domingo de Páscoa.

A origem deste nome é puramente religiosa. Neste dia, é celebrada a tradicional missa das cinzas. As cinzas utilizadas neste ritual provêm da queima dos ramos abençoados no Domingo de Ramos do ano anterior. A estas cinzas mistura-se água benta. De acordo com a tradição, o celebrante desta cerimônia utiliza essas cinzas úmidas para sinalizar uma cruz na fronte de cada fiel, proferindo a frase “Lembra-te que és pó e que ao pó voltarás” ou a frase “Convertei-vos e crede no Evangelho”.

Na Quarta-feira de Cinzas (e na Sexta-feira Santa) a Igreja Católica aconselha os fiéis a fazerem jejum e a não comerem carne. Esta tradição já existe há muitos anos e tem como propósito fazer com que os fiéis tomem parte do sacrifício de Jesus. Assim como Jesus se sacrificou na cruz, aquele que crê também pode fazer um sacrifício, abstendo-se de uma coisa que gosta, neste caso, a carne.

Descubra mais sobre o significado da Páscoa cristã e da Quaresma.

 Oração: Pai de amor, cuja bondade quer sempre nos perdoar, dai-nos a graça da sincera e perseverante conversão ao longo de toda a vida, por intercessão de Santa Margarida de Cortona, para que o pranto pelos nossos pecados na Terra sejam transformados na alegria infinita do Céu. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.

Evangelho (Mt 6,1-6.16-18)

 «Guardai-vos de fazer a vossa esmola diante dos homens, para serdes vistos por eles; aliás, não tereis galardão junto de vosso Pai, que está nos céus. Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita; Para que a tua esmola seja dada em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, ele mesmo te recompensará publicamente.
»E, quando orares, não sejas como os hipócritas; pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.
Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente. E, quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque desfiguram os seus rostos, para que aos homens pareça que jejuam. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. Tu, porém, quando jejuares, unge a tua cabeça, e lava o teu rosto, Para não pareceres aos homens que jejuas, mas a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente».

«Guardai-vos de fazer a vossa esmola diante dos homens, para serdes vistos por eles» - Pbro. D. Luis A. GALA Rodríguez(Campeche, México)

Hoje começamos o nosso recorrido à Páscoa, e o Evangelho nos lembra os deveres fundamentais do cristão, não só como preparação a um tempo litúrgico, mas em preparação à Páscoa Eterna: «Cuidado! não pratiqueis vossa justiça na frente dos outros, só para serdes notados. De outra forma, não recebereis recompensa do vosso Pai que está nos céus» (Mt 6,1). A justiça da que Jesus nos fala consiste em viver conforme aos princípios evangélicos, sem esquecer que «Eu vos digo: Se vossa justiça não for maior que a dos escribas e dos fariseus, não entrareis no Reino dos Céus» (Mt 5,20).
A justiça nos leva ao amor, manifestado na esmola e em obras de misericórdia: «Tu, porém, quando deres esmola, não saiba tua mão esquerda o que faz a direita» (Mt 6,3). Não é que se devam ocultar as obras boas, mas que não se deve pensar em elogio humano ao fazê-lo, sem desejar nenhum outro bem superior e celestial. Em outras palavras, devo dar esmola de tal modo que nem eu tenha a sensação de estar fazendo uma boa ação, que merece uma recompensa por parte de Deus e elogio por parte dos homens.
Bento XVI insistia em que socorrer aos necessitados é um dever de justiça, mesmo antes que um ato de caridade: «A caridade supera a justiça (…), mas nunca existe sem a justiça, que induz a dar ao outro o que é "dele", o que lhe pertence em razão de seu ser e do seu agir». Não devemos esquecer que não somos proprietários absolutos dos bens que possuímos, e sim administradores. Cristo nos ensinou que a autêntica caridade é aquela que não se limita a "dar" esmola, e sim que o leva a "dar" a própria pessoa, a oferecer-se a Deus como culto espiritual (cf. Rom 12,1) esse seria o verdadeiro gesto de justiça e caridade cristã, «de modo que tua esmola fique escondida. E o teu Pai, que vê no escondido, te dará a recompensa» (Mt 6,4).

Santa Margarida de Cortona

Margarida nasceu em Alviano, Itália, ano de 1247. Aos oito anos ficou órfã de mãe, que lhe havia ensinado rudimentos da Fé, e a desorientação do pai e da madrasta na sua educação, com más influências, a levaram às tentações chamativas mas sem sentido do mundo. Aos 16 de idade, bela, atraente, jovial e expansiva, deixou a casa para juntar-se ilicitamente com um jovem. Assim viveu nove anos, quando seu companheiro, viajando a negócios, foi assaltado e morto. Seu corpo, ao ser finalmente encontrado, já estava em adiantado estado de decomposição. Diante da realidade da putrefação física, Margarida, abalada, passou a considerar a finitude e fugacidade da vida material, a insegurança e instabilidade dos amores e garantias terrenos, a futilidade e vazio das vaidades em que vivia. A semente de religiosidade cristã que a mãe plantara na sua primeira infância então desabrochou. Seguindo um impulso interior, foi para a cidade vizinha de Cortona, buscando o convento franciscano para confissão e orientação espiritual. Recebeu entre lágrimas o perdão dos pecados, e pediu para ser admitida, como penitente, na Ordem Terceira franciscana. Foi aceita, mas somente depois de dar provas de constância nestes bons propósitos: a Igreja procura ser prudente para não deixar que apenas fortes emoções sejam motivo para que se assumam responsabilidades, sem as verdadeiras condições de cumpri-las. Assim, aceitou viver três anos num regime de retiro e penitência. Só se alimentava de pão e água, disciplinava e mortificava o corpo diariamente, passava grande parte da noite em oração, dormia no chão e tinha por travesseiro uma pedra. Entrando para a Ordem Terceira, continuou levando uma vida de austeras penitências e constante oração. Aceitava com humildade e paciência os sofrimentos que Deus lhe permitia padecer, e a meditação da Paixão e Morte de Cristo nela despertou o desejo de penas cada vez maiores, com Ele e por Ele. Teve muitas tribulações interiores, vencidas pela orientação espirital do seu confessor, orações perseverantes e firme confiança na misericórdia divina. Sua vida espiritual foi se fortalecendo cada vez mais, a par com a sua purificação pelos sofrimentos e penitências. Faleceu em 1297, e seu corpo se conserva milagrosamente intacto.(Colaboração: José Duarte de Barros Filho)

Reflexão: Nem todos os que sofrem, na infância e juventude, com as más orientações que afastam de Deus têm a felicidade de uma conversão tão grande como a de Santa Margarida; mas todos os que, principalmente na infância, recebem as bases do amor a Deus podem, em qualquer fase da vida, desenvolvê-la… donde se evidencia a importância primordial na boa formação religiosa das crianças, e no perigo e monstruosidade de negligenciar a espiritualidade na educação. Sinal do quão foi agradável a Deus a vida de arrependimento de Santa Margarida é a incorruptibilidade do seu corpo. Ele está milagrosamente intacto: mas também no sentido de que, intactos do pecado, a alma e o corpo serão perfeitos no Céu; Margarida não sofreu a decomposição do corpo nem a putrefação da alma, por causa do seu zelo no arrependimento, nas penitências, nas orações e na confiança na misericórdia de Deus. Sempre podemos e devemos sinceramente nos arrepender dos pecados, pois somos imperfeitos, mas nunca deixará de nos acolher a misericórdia amorosa de Deus.

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