Freira dá seu testemunho no Sudão do Sul / Elias Turk (ACI Prensa)
REDAÇÃO CENTRAL, 04 Fev. 23 / 08:50 am (ACI).-
No encontro que o papa Francisco teve hoje (4) com religiosos do Sudão do Sul,
um padre e uma freira compartilharam seu testemunho e contaram como a Igreja continua
de pé apesar dos assassinatos e da escassez, fruto da guerra civil que assola o
país.
Oração: Deus Pai de amor, concedei-nos pelas mãos de Santa Bakhita a verdadeira liberdade, natural e principalmente espiritual, para que como ela sejamos capazes de valorizar e agradecer o nosso Batismo, o conhecimento de Vós e da Vossa Vontade, o pertencer à Igreja, por tudo na nossa vida; e também como ela Vos chamar de “meu Patrão”, pois é só a escravidão a Vós que nos salva e liberta. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, em tudo obediente a Vós, e Nossa Senhora, ancilla Domini – escrava do Senhor. Amém.
Evangelho (Mc 7,14-23):
Chamando outra vez a multidão, dizia: «Escutai-me,
vós todos, e compreendei! Nada que, de fora, entra na pessoa pode torná-la
impura. O que sai da pessoa é que a torna impura».
Quando Jesus entrou em casa, longe da multidão, os discípulos lhe faziam
perguntas sobre essa parábola. Ele lhes disse: «Também vós não entendeis? Não
compreendeis que nada que de fora entra na pessoa a torna impura, porque não
entra em seu coração, mas em seu estômago, e vai para a fossa?». Assim, ele
declarava puro todo alimento. E acrescentou: «O que sai da pessoa é que a torna
impura. Pois é de dentro, do coração humano, que saem as más intenções:
imoralidade sexual, roubos, homicídios, adultérios, ambições desmedidas,
perversidades; fraude, devassidão, inveja, calúnia, orgulho e insensatez. Todas
essas coisas saem de dentro, e são elas que tornam alguém impuro».
«Nada que de fora entra na pessoa a torna impura» - Rev. D. Norbert ESTARRIOL i Seseras(Lleida, Espanha)
Hoje Jesus nos ensina que tudo o que Deus tem feito
é bom. Pode ser que, nossa intenção não reta seja a que contamine o que
fazemos. Por isso, Jesus Cristo diz: «o que vem de fora e entra numa pessoa,
não a torna impura; as coisas que saem de dentro da pessoa é que a tornam
impura» (Mc 7,15). A experiência da ofensa a Deus é uma realidade. E com
facilidade o cristão descobre essa marca profunda do mal e vê um mundo
escravizado pelo pecado. A missão que Jesus nos encarrega é limpar —com ajuda
de sua graça— todas as contaminações que as más intenções dos homens
introduziram neste este mundo.
O Senhor nos pede que toda nossa atividade humana esteja bem realizada: espera
que nela ponhamos intensidade, ordem, ciência, competência, preocupação de
perfeição, não buscando outro alvo e sim restaurar o plano criador de Deus, que
fez o melhor para o bom proveito do homem: «Pureza de intenção. —A terás, se,
sempre e em tudo, só buscais agradar a Deus» (São Josemaria).
Só nossa vontade pode estragar o plano divino e, é necessário vigiar para que
não seja assim. Muitas vezes se metem a vaidade, o amor próprio, os desânimos
por falta de fé, a impaciência por não conseguir os resultados esperados, etc.
Por isso, nos advertia São Gregório Magno: «Não nos seduza nenhuma prosperidade
aduladora, porque é um viajante teimoso aquele que para no caminho a contemplar
as paisagens a menos que ele se esqueça do ponto ao que se dirige».
É conveniente, portanto, estar atentos no oferecimento de obras, manterem a
presença de Deus e considerar freqüentemente a filiação divina, de maneira que
todo nosso dia —com oração e trabalho— tome sua força e comece no Senhor, e que
tudo o que começamos por Ele chegue a seu fim.
Podemos fazer grandes coisas se notamos que cada um de nossos atos humanos é
co-redentor quando está unido aos atos de Cristo.
Pensamentos para o Evangelho de hoje: «Não nos
deixemos seduzir por nenhuma prosperidade lisonjeira, porque é um viajante
teimoso quem pára no caminho para contemplar as paisagens agradáveis e se
esquece para onde vai» (São Gregório Magno)«É no coração humano que se
desenvolve o enredo mais íntimo e, em certo sentido, o mais essencial da
história» (São João Paulo II)«O coração é a morada onde estou, onde habito (...).
É a sede da verdade, onde escolhemos a vida ou a morte. É o lugar do encontro,
já que, à imagem de Deus, vivemos em relação [com Éle]: é o lugar da Aliança»
(Catecismo da Igreja Católica, nº 2.563)
Esta santa, cujo nome original africano é desconhecido, nasceu no Sudão, em 1869. Aos nove anos, foi raptada para ser vendida como escrava, e o trauma deste fato a fez esquecer seu nome e o dos seus pais. Os sequestradores, muçulmanos mercadores, a chamaram de Bakhita, que significa “afortunada”. oi vendida e comprada várias vezes nos mercados de El Obeid e Cartum, passando pelas humilhações e sofrimentos físicos e morais da escravidão; por exemplo, um general turco que a comprou marcou seu corpo com 114 cortes de faca, que foram cobertas com sal para permanecerem em evidência. Afinal, ainda menina, foi comprada em Cartum pelo Cônsul italiano Calixto Legnani. Ele e a sua família a trataram muito bem, com carinho e consideração. Dois anos depois, a revolução mahdista obriga o cônsul a voltar para a Itália; “Ousei pedir-lhe que me levasse à Itália com ele”, registrou Bakhita, e foi atendida. Nesta viagem a família é acompanhada pela de um seu amigo, Augusto Michieli, cuja esposa gosta de Bakhita, levando o cônsul a deixá-la com esta outra família. Desembarcam na Itália em 1884, e vão para Zeniago (Veneza) e, quando nasceu Alice, a filhinha do casal, Bakhita se tornou sua babá e amiga. Porém, em 1888, a compra e administração de um grande hotel em Suakin, no Mar Vermelho, obrigam o casal a se mudar para lá. Aconselhados pelo seu administrador, Iluminado Checchini, Alice e Bakhita foram confiadas, durante nove meses, às Irmãs Canossianas do Instituto dos Catecúmenos de Veneza. No convento, a seu pedido, Bakhita conhece aquele Deus que desde pequena ela “sentia no coração, sem saber quem Ele era”. Aprende o catecismo e é batizada, aos 21 anos, recebendo o nome de Giuseppina Margherita Fortunata; na mesma ocasião é crismada e recebe a Primeira Comunhão. Quando do retornou dos Michieli da África para buscar a filha e Bakhita, esta, com firme decisão e coragem fora do comum, manifestou a vontade de permanecer com as Irmãs Canossianas. J á então percebia que Deus a conduzira por misteriosos caminhos para um bem maior. Consagrou-se definitivamente em 1896 no Instituto de Santa Madalena de Canossa, em Schio. Por mais de 50 anos, até a morte, ali permaneceu, trabalhando como cozinheira, sacristã, bordadeira, responsável pelo guarda-roupa, e principalmente porteira, onde se destacou pelo carinho com que recebia as pessoas. Era estimada pela sua alegria, paz, generosidade, bondade, humildade e desejo de fazer conhecer a Cristo. As irmãs a chamavam de “irmã morena”, e as crianças de “irmã de chocolate” – não só pela cor, mas também pela doçura do seu trato. Em certa ocasião, deflagrada uma peste que a muitos matou, Bakhita preferiu ficar na cidade ao invés de sair, auxiliando no cuidado dos enfermos. Já idosa e doente, sofreu longa e dolorosamente, mas sem perder a doçura e o bom humor. Na agonia, reviveu os terríveis anos de sua escravidão, gravados no seu inconsciente, e vária vezes suplicava à enfermeira que a assistia: «Solta-me as correntes ... pesam muito!». Segundo seu próprio testemunho, foi a Virgem Maria Quem a libertou destes sofrimentos. Suas últimas palavras foram "Nossa Senhora!". Bakhita faleceu no dia 8 de fevereiro de 1947, de pneumonia, e muitos milagres passaram a ser registrados através da sua intercessão. Ela é padroeira dos escravos e dos sequestrados. O milagre reconhecido pelo Vaticano para a sua canonização foi a cura milagrosa de uma brasileira, Eva Tobias da Costa, da cidade de Santos-SP, que a ela recorrera.(Colaboração: José Duarte de Barros Filho)
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