REDAÇÃO CENTRAL, 16 Fev. 23
/ 06:00 am (ACI).- Um amigo
fiel “não tem preço, e o seu valor é incalculável, é remédio que cura, e os que
temem ao Senhor o encontrarão”, diz a Bíblia no capítulo 6 do livro de
Eclesiástico.
Esses santos(São Francisco
de Assis e Santa Clara- São João Paulo II e Santa Teresa de Calcutá)
descobriram esse tesouro e testemunharam ao mundo que é possível ter uma
amizade bonita, fecunda e centrada no Senhor.
Oração: Senhor Deus, que sempre nos assistis em tudo o que nos pedes,
concedei-nos por intermédio de São Eleutério a sinceridade de conversão, para
que então vivendo em santidade possamos contribuir para a verdadeira paz na
alma, na família, no país e no mundo. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso
filho, e Nossa Senhora. Amém.
Evangelho (Mc 9,14-29):
Quando
voltaram para junto dos discípulos, encontraram-nos rodeados por uma grande
multidão, e os escribas discutiam com eles. Logo que a multidão viu Jesus,
ficou admirada e correu para saudá-lo. Jesus perguntou: «Que estais
discutindo?». Alguém da multidão respondeu-lhe: «Mestre, eu trouxe a ti o meu
filho que tem um espírito mudo. Cada vez que o espírito o agride, joga-o no
chão, e ele começa a espumar, range os dentes e fica completamente duro. Eu
pedi aos teus discípulos que o expulsassem, mas eles não conseguiram».
Jesus lhes respondeu: «Ó geração sem fé! Até quando vou ficar convosco? Até
quando vou suportar-vos? Trazei-me o menino!». Levaram-no. Quando o espírito
viu Jesus, sacudiu violentamente o menino, que caiu no chão e rolava espumando.
Jesus perguntou ao pai: «Desde quando lhe acontece isso? O pai respondeu:
«Desde criança. Muitas vezes, o espírito já o lançou no fogo e na água, para
matá-lo. Se podes fazer alguma coisa, tem compaixão e ajuda-nos». Jesus disse:
«Se podes…? Tudo é possível para quem crê». Imediatamente, o pai do menino
exclamou: «Eu creio! Ajuda-me na minha falta de fé».
Vendo Jesus que a multidão se ajuntava ao seu redor, repreendeu o espírito
impuro: «Espírito mudo e surdo, eu te ordeno: sai do menino e nunca mais entres
nele». O espírito saiu, gritando e sacudindo violentamente o menino. Este ficou
como morto, tanto que muitos diziam: «Morreu!». Mas Jesus o tomou pela mão e o
levantou; e ele ficou de pé. Depois que Jesus voltou para casa, os discípulos
lhe perguntaram, em particular: «Por que nós não conseguimos expulsá-lo?». Ele
respondeu: «Essa espécie só pode ser expulsa pela oração».
«Ajuda-me na minha falta de fé» - Rev. D. Antoni CAROL i Hostench(Sant Cugat del Vallès, Barcelona, Espanha)
Hoje
contemplamos — mais uma vez!— o Senhor solicitado pela gente («correu para
saudá-lo») e, por sua vez, Ele solícito da gente, sensível as suas
necessidades. Em primeiro lugar quando suspeita que alguma coisa está
acontecendo, se interessa pelo problema. Intervém um dos protagonistas, isto é,
o pai de um jovem que está possuído por um espírito maligno: «Mestre, eu trouxe
a ti o meu filho que tem um espírito mudo. Cada vez que o espírito o agride,
joga-o no chão, e ele começa a espumar, range os dentes e fica completamente
duro» (Mc 9,17-18).
É terrível o mal que o Diabo pode chegar a fazer! Uma criatura sem caridade. —
Senhor, temos que rezar!: «Libra-nos do mal» Não se entende, como hoje em dia,
pode haver vozes que dizem que o Diabo não existe, ou outros que lhe rendem
algum tipo de culto... É absurdo! Nós temos que tirar uma lição de tudo isto:
não se pode brincar com fogo!
«Eu pedi aos teus discípulos que o expulsassem, mas eles não conseguiram». (Mc
9,18). Quando Jesus ouve essas palavras, sente grande desgosto. Desgosta-se,
sobretudo, pela falta de fé... E lhes falta fé porque tem que rezar mais: «Essa
espécie só pode ser expulsa pela oração» (Mc 9,29).
A oração é um diálogo “íntimo” com Deus. João Paulo II tem afirmado que «a
oração supõe sempre uma espécie de encobrimento com Cristo em Deus. Só nesse
“encobrimento” atua o Espírito Santo» Em um ambiente íntimo de encobrimento se
pratica a assiduidade amistosa com Jesus, a partir da qual se gera o incremento
de confiança Nele, quer dizer, o aumento da fé.
Mas esta fé, que move montanhas e expulsa espíritos maliciosos («Tudo é
possível para quem crê») é, sobretudo, um dom de Deus. Nossa oração, em todo
caso, nos coloca em disposição para receber o dom. Mas a esse dom temos que
implorá-lo: «Eu creio! Ajuda-me na minha falta de fé» (Mc 9,24). A resposta de
Cristo não se fará “rogar”!.
Nascido por volta de 470, Eleutério viveu em Tournai, então norte da França e hoje Bélgica. Este foi um período difícil na região, com povos em conflito pela disputa de terras e apenas início da estruturação eclesiástica local. E, sem a ação da Igreja, a obediência popular era obtida normalmente por mera força militar, representa pelos reis e generais. Um dos primeiros registros da história eclesiástica na França foi de São Gregório de Tours, que menciona ter Eleutério, ainda menino, ouvido a predição de que seria bispo. De fato, seguiu ele a carreira eclesiástica e foi em tempo eleito o primeiro bispo de Tournai, dez anos antes da conversão de Clodoveu, rei dos francos, ao Catolicismo. Portanto coube a ele organizar, em meio às populações beligerantes e sem maiores auxílios civis e administrativos, o funcionamento inicial da diocese (hoje uma das maiores do mundo, com 550 paróquias). Além das dificuldades normais para estabelecer o clero, construir igrejas, formar núcleos de evangelização, havia o imenso esforço de pacificação dos habitantes. Além disso, um outro enorme problema era comum na época, as conversões “obrigatórias” das nações por causa da conversão dos reis. A ideia era a de que a unidade da nação deveria seguir a postura do rei, também na área religiosa. Na prática, significava muitas pseudo-conversões, puramente exteriores e com fins políticos, e não adesões sinceras à Fé. Eleutério muito trabalhou para que houvesse veracidade nestas atitudes, contando com a ajuda de poucos padres e monges. Cuidou com enorme zelo e perseverança para evitar a infiltração de heresias, agindo com bondade e energia. Em 532, não se sabe ao certo como, foi ele martirizado por hereges.( Colaboração: José Duarte de Barros Filho)
Reflexão: A lógica do Evangelho, a História, e a observação do senso comum testemunham que a ação da Igreja promove a pacificação e união das pessoas e dos povos. Como esta ação é obra do Espírito Santo, mesmo uns poucos homens podem com sucesso iniciar e desenvolver uma grande obra evangelizadora, e este é o caso de São Eleutério, a exemplo dos 12 Apóstolos com os quais se iniciou formalmente a atividade da Igreja, em Pentecostes. A condição é a abertura da alma ao chamado de Cristo, em obediência e verdadeiro amor a Deus e ao próximo. Não há ser humano que não possa servir ao Pai Celeste: os frutos sempre serão abundantes, a curto ou a longo prazo, em maior ou menor quantidade segundo as disposições divinas, mas inevitáveis quando nós, os ramos, estamos conectados à árvore da Vida: “Eu sou a videira, vós os ramos. Quem permanece em Mim, e Eu nele, produz muito fruto, porque, sem Mim, nada podeis fazer” (Jo 15,5). E o fruto da videira, a uva, produz o vinho, o qual, consagrado, é o Sangue de Cristo, que sacia a sede da alma. Assim, também, podemos ter participação, com Jesus, nas boas obras que levam ao Céu.
TJL – A12.COM – EVANGELI.NET – VATICANNEWS.VA
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