Significado da Quarta-feira de Cinzas
A Quarta-feira
de Cinzas representa o primeiro dia da Quaresma no
calendário gregoriano, podendo também ser designada por Dia
das Cinzas e é uma data celebrada por alguns elementos da
comunidade cristã.
A data é um símbolo do dever
da conversão e da mudança de vida, para recordar a passageira fragilidade da
vida humana, sujeita à morte. Coincide com o dia seguinte à terça-feira de
Carnaval e é o primeiro dos 40 dias (Quaresma) entre essa terça-feira e a
sexta-feira (Santa) anterior ao domingo de Páscoa.
A origem deste nome é
puramente religiosa. Neste dia, é celebrada a tradicional missa das cinzas. As
cinzas utilizadas neste ritual provêm da queima dos ramos abençoados no Domingo
de Ramos do ano anterior. A estas cinzas mistura-se água benta. De acordo com a
tradição, o celebrante desta cerimônia utiliza essas cinzas úmidas para
sinalizar uma cruz na fronte de cada fiel, proferindo a frase “Lembra-te que és
pó e que ao pó voltarás” ou a frase “Convertei-vos e crede no Evangelho”.
Na Quarta-feira de Cinzas (e
na Sexta-feira Santa) a Igreja Católica aconselha os fiéis a fazerem jejum e a
não comerem carne. Esta tradição já existe há muitos anos e tem como propósito
fazer com que os fiéis tomem parte do sacrifício de Jesus. Assim como Jesus se
sacrificou na cruz, aquele que crê também pode fazer um sacrifício, abstendo-se
de uma coisa que gosta, neste caso, a carne.
Descubra mais sobre o
significado da Páscoa
cristã e da Quaresma.
Evangelho (Mt 6,1-6.16-18)
«Guardai-vos
de fazer a vossa esmola diante dos homens, para serdes vistos por eles; aliás,
não tereis galardão junto de vosso Pai, que está nos céus. Quando, pois, deres
esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas
sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo
que já receberam o seu galardão. Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua
mão esquerda o que faz a tua direita; Para que a tua esmola seja dada em
secreto; e teu Pai, que vê em secreto, ele mesmo te recompensará publicamente.
»E, quando orares, não sejas como os hipócritas; pois se comprazem em orar em
pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em
verdade vos digo que já receberam o seu galardão.
Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu
Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará
publicamente. E, quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os
hipócritas; porque desfiguram os seus rostos, para que aos homens pareça que
jejuam. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. Tu, porém, quando
jejuares, unge a tua cabeça, e lava o teu rosto, Para não pareceres aos homens
que jejuas, mas a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto,
te recompensará publicamente».
«Guardai-vos de fazer a vossa esmola diante dos homens, para serdes vistos por eles» - Pbro. D. Luis A. GALA Rodríguez(Campeche, México)
Hoje
começamos o nosso recorrido à Páscoa, e o Evangelho nos lembra os deveres
fundamentais do cristão, não só como preparação a um tempo litúrgico, mas em
preparação à Páscoa Eterna: «Cuidado! não pratiqueis vossa justiça na frente
dos outros, só para serdes notados. De outra forma, não recebereis recompensa
do vosso Pai que está nos céus» (Mt 6,1). A justiça da que Jesus nos fala
consiste em viver conforme aos princípios evangélicos, sem esquecer que «Eu vos
digo: Se vossa justiça não for maior que a dos escribas e dos fariseus, não
entrareis no Reino dos Céus» (Mt 5,20).
A justiça nos leva ao amor, manifestado na esmola e em obras de misericórdia:
«Tu, porém, quando deres esmola, não saiba tua mão esquerda o que faz a
direita» (Mt 6,3). Não é que se devam ocultar as obras boas, mas que não se
deve pensar em elogio humano ao fazê-lo, sem desejar nenhum outro bem superior
e celestial. Em outras palavras, devo dar esmola de tal modo que nem eu tenha a
sensação de estar fazendo uma boa ação, que merece uma recompensa por parte de
Deus e elogio por parte dos homens.
Bento XVI insistia em que socorrer aos necessitados é um dever de justiça,
mesmo antes que um ato de caridade: «A caridade supera a justiça (…), mas nunca
existe sem a justiça, que induz a dar ao outro o que é "dele", o que
lhe pertence em razão de seu ser e do seu agir». Não devemos esquecer que não
somos proprietários absolutos dos bens que possuímos, e sim administradores.
Cristo nos ensinou que a autêntica caridade é aquela que não se limita a "dar"
esmola, e sim que o leva a "dar" a própria pessoa, a oferecer-se a
Deus como culto espiritual (cf. Rom 12,1) esse seria o verdadeiro gesto de
justiça e caridade cristã, «de modo que tua esmola fique escondida. E o teu
Pai, que vê no escondido, te dará a recompensa» (Mt 6,4).
Margarida nasceu em Alviano, Itália, ano de 1247. Aos oito anos ficou órfã de mãe, que lhe havia ensinado rudimentos da Fé, e a desorientação do pai e da madrasta na sua educação, com más influências, a levaram às tentações chamativas mas sem sentido do mundo. Aos 16 de idade, bela, atraente, jovial e expansiva, deixou a casa para juntar-se ilicitamente com um jovem. Assim viveu nove anos, quando seu companheiro, viajando a negócios, foi assaltado e morto. Seu corpo, ao ser finalmente encontrado, já estava em adiantado estado de decomposição. Diante da realidade da putrefação física, Margarida, abalada, passou a considerar a finitude e fugacidade da vida material, a insegurança e instabilidade dos amores e garantias terrenos, a futilidade e vazio das vaidades em que vivia. A semente de religiosidade cristã que a mãe plantara na sua primeira infância então desabrochou. Seguindo um impulso interior, foi para a cidade vizinha de Cortona, buscando o convento franciscano para confissão e orientação espiritual. Recebeu entre lágrimas o perdão dos pecados, e pediu para ser admitida, como penitente, na Ordem Terceira franciscana. Foi aceita, mas somente depois de dar provas de constância nestes bons propósitos: a Igreja procura ser prudente para não deixar que apenas fortes emoções sejam motivo para que se assumam responsabilidades, sem as verdadeiras condições de cumpri-las. Assim, aceitou viver três anos num regime de retiro e penitência. Só se alimentava de pão e água, disciplinava e mortificava o corpo diariamente, passava grande parte da noite em oração, dormia no chão e tinha por travesseiro uma pedra. Entrando para a Ordem Terceira, continuou levando uma vida de austeras penitências e constante oração. Aceitava com humildade e paciência os sofrimentos que Deus lhe permitia padecer, e a meditação da Paixão e Morte de Cristo nela despertou o desejo de penas cada vez maiores, com Ele e por Ele. Teve muitas tribulações interiores, vencidas pela orientação espirital do seu confessor, orações perseverantes e firme confiança na misericórdia divina. Sua vida espiritual foi se fortalecendo cada vez mais, a par com a sua purificação pelos sofrimentos e penitências. Faleceu em 1297, e seu corpo se conserva milagrosamente intacto.(Colaboração: José Duarte de Barros Filho)
Reflexão: Nem todos os que sofrem, na infância e juventude, com as más orientações que afastam de Deus têm a felicidade de uma conversão tão grande como a de Santa Margarida; mas todos os que, principalmente na infância, recebem as bases do amor a Deus podem, em qualquer fase da vida, desenvolvê-la… donde se evidencia a importância primordial na boa formação religiosa das crianças, e no perigo e monstruosidade de negligenciar a espiritualidade na educação. Sinal do quão foi agradável a Deus a vida de arrependimento de Santa Margarida é a incorruptibilidade do seu corpo. Ele está milagrosamente intacto: mas também no sentido de que, intactos do pecado, a alma e o corpo serão perfeitos no Céu; Margarida não sofreu a decomposição do corpo nem a putrefação da alma, por causa do seu zelo no arrependimento, nas penitências, nas orações e na confiança na misericórdia de Deus. Sempre podemos e devemos sinceramente nos arrepender dos pecados, pois somos imperfeitos, mas nunca deixará de nos acolher a misericórdia amorosa de Deus.
TJL –
A12.COM – EVANGELI.NET – VATICANNEWS.VA
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