BOM DIA EVANGELHO
28 DE MARÇO DE 2022 - Segunda-feira
da 4ª semana da Quaresma
Uma Quaresma pela
Paz (IV) - “Não ofendam mais a Deus"
Na quarta reflexão
da Quaresma, Pe. Rafhael Silva Maciel afirma: "A chamada do Papa Francisco
para que nos unamos a ele no Ato da Consagração da Rússia e da Ucrânia ao
Imaculado Coração de Maria acontecerá dentro de uma Celebração Penitencial, com
confissões individuais. Esse dado deveria nos chamar a atenção: a verdadeira
devoção à Nossa Senhora leva os fiéis ao Sacramento da Reconciliação" Vatican
News No Evangelho do 3º
Domingo da Quaresma (Lc 13,1-9), por duas vezes lemos a mesma advertência da
parte de Jesus: “Mas se vós não vos converterdes, ireis morrer todos do
mesmo modo” (Lc 13,3.5). Sem muito esforço, lembramos que essa mesma
mensagem nos foi transmitida bem no início da Quaresma, na Quarta de
Cinzas: “Convertei-vos e crede no Evangelho” (Mc 1,15).
Sabemos que a Quaresma é esse tempo especial que a graça de Deus nos concede
todos os anos, através da Igreja, para que possamos dar passos ainda mais
firmes em nosso caminho de conversão. Mas, não é só preciso saber, devemos
tomar uma decisão! A oração inicial da
Missa do 3º Domingo da Quaresma, nos recordava os remédios eficazes para que
possamos fazer nosso itinerário de conversão: “Ó Deus, fonte de toda
misericórdia e de toda bondade, vós nos indicastes o jejum, a esmola e
a oração como remédio contra o pecado. Acolhei esta confissão da nossa
fraqueza para que, humilhados pela consciência de nossas faltas, sejamos
confortados pela vossa misericórdia.” (MR, III Dom. Quaresma). Eis a sabedoria
pedagógica da Igreja, que está sempre a nos recordar os meios eficazes para
nossa conversão, para nossa “mudança de mentalidade”. Somos chamados pelo
próprio Senhor a mudar nossa mentalidade mesquinha e egoísta, utilizando-nos do
jejum para quebrar nosso orgulho e nossa luxúria; a esmola para quebrar nosso
egoísmo e avareza; a oração para quebrar nossa prepotência e sede de poder. Exatamente na
estrada de “uma Quaresma pela Paz”, com grande alegria e esperança recebemos o
convite do Santo Padre Francisco, para nos unirmos a ele no Ato de
Consagração da Rússia e da Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria, no
próximo dia 25 de março. Assim, se faz mais uma vez eco ao apelo da sempre
Virgem Maria, em suas aparições na Cova da Iria, em Fátima, Portugal. As
aparições de Fátima, sem dúvida, estão muito conectadas com o mistério da
Revelação Divina, em Nosso Senhor Jesus Cristo. Se a Igreja nos apresenta na
sua liturgia quaresmal um apelo constante à conversão, os pedidos de Nossa
Senhora em Fátima não fazem outra coisa a não ser corroborar o chamado à
mudança de mentalidade que Jesus Cristo veio nos fazer. Rezem
o terço, façam penitência! Era
isso que Nossa Senhora pedia aos pastorzinhos, no dia 13 de julho de
1917: “continuem a rezar o terço todos os dias, em honra de Nossa
Senhora do Rosário, para obter a paz do mundo e o fim da guerra, porque só Ela
lhes poderá valer”. Primeiro pilar da conversão: a Oração. Mais
especificamente, a sempre Virgem Maria pede a oração pelo fim da guerra.
Ousaria dizer, que a guerra, para além daquela promovida pela violência das
armas, como estamos assistindo, também pode se esconder nas guerras
“fratricidas” entre aqueles que promovem a discórdia com fofocas, com falsas
notícias, com ideologias horrendas que atingem os fundamentos da família e da
religião, que promovem o aborto, a eutanásia, enfim. Naquela mesma visão
que os pequenos pastores tiveram em 13 de julho de 1917, a Venerável serva de
Deus, Ir. Lúcia, narra que viram “o Anjo apontando com a mão direita
para a terra, com voz forte
disse: Penitência, Penitência, Penitência”. Eis os
dois outros pilares da conversão: a esmola e o jejum. Em uma sociedade em
que o prazer a todo custo, o poder e o dinheiro parecem falar mais alto, a
mensagem evangélica das aparições de Fátima chama os fiéis à mortificação e ao
sacrifício; em meio às ideologias político-econômicas do consumismo, às
ideologias de gênero e do relativismo permissivo, a Mensagem de Fátima é tão
atual quanto foi em 1917. A chamada do Papa
Francisco para que nos unamos a ele no Ato da Consagração da Rússia e da
Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria acontecerá dentro de uma
Celebração Penitencial, com confissões individuais.
Esse dado deveria nos chamar a atenção: a verdadeira devoção à
Nossa Senhora leva os fiéis ao Sacramento da Reconciliação, nos
leva diante do tribunal da misericórdia e nos interpela a mudarmos nossa
mentalidade, tantas vezes afetada pelas insídias de Satanás. Ao nos
aproximarmos do confessionário pedimos o perdão a Jesus, que “não
é fruto dos nossos esforços, mas uma dádiva, um dom do Espírito Santo, que nos
enche da água da misericórdia e de graça que brota incessantemente do Coração
aberto de Cristo Crucificado e Ressuscitado” (Francisco, Audiência
19.02.2014). Aproveitemos, então, esses dias para fazermos uma boa
confissão e, mais uma vez, oferecer nossas penitências pelo fim da guerra, por
intercessão do Imaculado Coração de Maria. - Roma, 23 de março
de 2022 - Pe. Rafhael Silva Maciel(Missionário da Misericórdia)
Oração: Senhor nosso Deus, que Santa Gisela, vossa fiel esposa, desperte em
nosso coração a chama da caridade que ela transmitiu a suas irmãs. Olhe por
nós, para que diante das perdas de quem amamos possamos obter a graça da
fortaleza. Diante da solidão, possamos ter quem nos socorra e nos conduza por
caminhos retos, e que nossas Igrejas tenham sempre o esplendor espiritual. Por
Cristo nosso Senhor. Amém!
Evangelho
segundo São João 4,43-54.
Naquele tempo, Jesus saiu da Samaria e foi para a
Galileia.
Ele próprio tinha declarado que um profeta nunca era apreciado na sua terra.
Ao chegar à Galileia, foi recebido pelos galileus, porque tinham visto quanto
Ele fizera em Jerusalém, por ocasião da festa, a que também eles tinham
assistido.
Jesus voltou novamente a Caná da Galileia, onde convertera a água em vinho.
Havia em Cafarnaum um funcionário real cujo filho se encontrava doente.
Quando ouviu dizer que Jesus viera da Judeia para a Galileia, foi ter com Ele e
pediu-Lhe que descesse a curar o seu filho, que estava a morrer.
Jesus disse-lhe: «Se não virdes sinais e prodígios, não acreditareis».
O funcionário insistiu: «Senhor, desce, antes que meu filho morra».
Jesus respondeu-lhe: «Vai, que o teu filho vive». O homem acreditou nas
palavras que Jesus lhe tinha dito e pôs-se a caminho.
Já ele descia, quando os servos vieram ao seu encontro e lhe disseram que o
filho vivia.
Perguntou-lhes então a que horas tinha melhorado. Eles responderam-lhe: «Foi
ontem à uma da tarde que a febre o deixou».
Então o pai verificou que àquela hora Jesus lhe tinha dito: «O teu filho vive».
E acreditou, ele e todos os de sua casa.
Foi este o segundo milagre que Jesus realizou, ao voltar da Judeia para a
Galileia.(Tradução litúrgica da Bíblia)
Balduíno de Ford (?-c. 1190) abade cisterciense,
depois bispo - Homília 6, sobre Heb 4, 12 - «O homem acreditou nas palavras que Jesus lhe tinha
dito»
«A palavra de Deus é viva e eficaz, e mais afiada
que uma espada de dois gumes» (Heb 4,12). Com estas palavras, o apóstolo mostra
aos que procuram Cristo – Palavra, Força e Sabedoria de Deus – toda a força e
toda a sabedoria que há na Palavra de Deus. No princípio, a Palavra estava
junto do Pai, era eterna com Ele (cf Jo 1,1). Foi revelada a seu tempo aos
apóstolos, anunciada por eles, e recebida humildemente na fé pelo povo crente.
Há, por conseguinte, uma Palavra no Pai, uma Palavra na boca dos apóstolos, e
uma Palavra no coração dos crentes. A Palavra que está na boca dos apóstolos é
a expressão da Palavra que está no Pai; é também expressão da Palavra que está
no coração do homem. Quando se compreende a Palavra, ou quando se crê nela, ou
quando se a ama, a Palavra que está no coração do homem converte-se em
inteligência da Palavra, ou em fé na Palavra, ou em amor à Palavra. Quando
estas três se reúnem num só coração, no mesmo instante, compreende-se, crê-se e
ama-se a Cristo, Palavra de Deus, Palavra do Pai [...]. Cristo habita nessa
pessoa pela fé e, por admirável condescendência, desce do coração do Pai ao
coração do homem [...]. A Palavra de Deus [...] é viva: o Pai deu-lhe ter vida
em si própria, como Ele tem a vida em Si mesmo (cf Jo 5,26). É por isso que ela
não é apenas viva, mas é Vida, como está escrito: «Eu sou o Caminho, a Verdade
e a Vida» (Jo 14,6). E, dado que é Vida, é viva para ser vivificante, porque
«assim como o Pai ressuscita os mortos e os faz viver, também o Filho faz viver
aqueles que quer» (Jo 5,21).
Santo do Dia: Santa Gisela
Santa Gisela nasceu em 985. Filha do duque bávaro, Henrique, e de Gisela de
Barganha. Em 996 os emissários da Hungria vieram a sua casa, para a alegria de
seus pais, pedir sua mão em casamento. Gisela que tinha se consagrado a Deus no
íntimo de seu coração não teve como mudar esta situação e assim mudou-se para a
corte principesca húngara, casando-se com o rei Estevão.
Porém,
sua meta continuava a ser a de levar todo o povo para Cristo. Gisela foi
coroada e ungida como primeira rainha cristã dos húngaros e com ela, seu marido
Estevão que se converteu ao cristianismo por sua influência.
Gisela
ajudou na construção e nos reparos de igrejas, construiu a Catedral de Vezprim
para a qual doou ricos feudos. Mandou vir escultores da Grécia para embelezarem
as Igrejas. Porém passou por grandes sacrifícios. Perdeu a primeira filha e
logo depois, o filho. Outras duas filhas se casaram e jamais as reviu por
partirem para terras muito distantes. Seu filho Américo, que deveria sucedê-la
ao trono real, também faleceu. Mais tarde ele foi canonizado pela sua
santidade.
Em 15
de agosto de 1038, festa da Assunção de Nossa Senhora, dia em que se consagrara
anos atrás, seu esposo faleceu, e também foi canonizado. Após tantas mortes
passou a receber tratamentos hostis do povo pagão húngaro. Confiscaram seus
bens, proibiram-na de se corresponder com parentes de países estrangeiros,
prenderam-na e a maltrataram. Depois de vários anos de prisão, foi libertada
por Henrique III, em 1042. Voltou a Baviera e se fez beneditina no Mosteiro de
Niederburg, o qual Henrique II elevara à categoria de abadia.
Prudente
e sábia foi eleita abadessa, governando a abadia até 7 de maio de 1065. Foi
enterrada na capela de Parz. Logo após sua morte vinham romeiros de todos os
recantos do mundo rezar junto ao seu túmulo.(Colaboração: Padre Evaldo César de
Souza, CSsR)
Reflexão: A vida de santa Gisela foi
cercada de sofrimentos e desapegos, mas em nenhum momento Gisela revoltou-se ou
esqueceu-se de confiar em Deus. Em todos os desencontros da vida, Gisela soube
conservar no seu coração a consagração que fizera desde a infância. Peçamos
hoje, pela intercessão de Santa Gisela, que tenhamos firmeza de caráter e
confiança absoluta no nome de Deus.
TJL- A12.COM – EVANGELHOQUOTIDIANO.ORG. – VATICANNEWS.VA