"Já
não me assusta o barulho das bombas", diz sacerdote brasileiro em Kiev
Padre Lucas Perozzi Jorge não tem intenção
de abandonar a capital da Ucrânia, não obstante a Rússia tenha começado a
bombardear a cidade: “A decisão já foi tomada na primeira vez. Agora já não tem
volta. Eu poderia até escapar da guerra, mas a minha cruz (meu sofrimento
interior) me deixaria?"
Bianca
Fraccalvieri – Vatican News
“Tudo
em paz.” Esta pode ser uma resposta comum quando perguntamos a alguém como
está, mas soa surpreendente quando quem responde está em Kiev, capital da
Ucrânia.
Mas é
assim que o sacerdote brasileiro Lucas Perozzi Jorge responde às mensagens
diárias no Whatsapp. O Vatican News o contatou pela primeira vez na
Quarta-feira de Cinzas e passadas duas semanas, ele continua lá:
“Parece
que tudo o que esta acontecendo é a norma. Como se eu tivesse acostumado a tudo
o que está acontecendo. Já não me assusta o barulho de bombas etc... Mas ainda
há uma forte expectativa: do que vai acontecer? O que continua sustentando é sempre
a mesma convicção da Vida Eterna. Saber que sempre existe uma saída, e que
quando parece que já está tudo acabado, o Pai aparece consolando e salvando,
tirando da situação de desespero e de sofrimento.”
Padre
Lucas não tem intenção de abandonar a capital, não obstante a Rússia tenha
começado a bombardear a cidade:
“A
decisão já foi tomada na primeira vez. Agora já não tem volta. Eu poderia até
escapar da guerra, mas a minha cruz (meu sofrimento interior) me deixaria? O
sofrimento iria comigo. Por isso, prefiro este sofrimento e estar
experimentando a graça de Deus, do que estar exteriormente tranquilo e
sozinho.”
O
sacerdote pertence ao caminho neocatecumenal e é vigário da Igreja da Dormição
da Santíssima Virgem Maria. Das 35 pessoas acolhidas inicialmente, duas
famílias conseguiram deixar a cidade. Atualmente, cerca de 30, entre membros da
comunidade e paroquianos, estão vivendo dentro da Igreja, numa parte segura que
fica no subsolo. Ainda há água, comida, eletricidade e calefação. Para reverter
esta situação, Padre Lucas não tem dúvidas:
“Com
certeza quando os corações duros forem amolecidos. Ou seja, quando nos
convertermos de todo o coração ao Pai que é Amor para cada um de nós.”
Oração: Deus todo-poderoso, que destes aos mártires Santos João de Brébeuf e companheiros a graça de sofrer pelo Cristo, ajudai também a nossa fraqueza, para que possamos viver firmes em nossa fé, como eles não hesitaram em morrer por vosso amor. Por Cristo nosso Senhor. Amém!
Evangelho (Mt 20,17-28):
Subindo
para Jerusalém, Jesus chamou os doze discípulos de lado e, pelo caminho,
disse-lhes: «Eis que estamos subindo para Jerusalém, e o Filho do Homem será
entregue aos sumos sacerdotes e aos escribas. Eles o condenarão à morte e o
entregarão aos pagãos para zombarem dele, açoitá-lo e crucificá-lo. Mas no
terceiro dia, ressuscitará».
A mãe dos filhos de Zebedeu, com seus filhos, aproximou-se de Jesus e
prostrou-se para lhe fazer um pedido. Ele perguntou: «Que queres» Ela
respondeu: «Manda que estes meus dois filhos se sentem, no teu Reino, um à tua
direita e outro à tua esquerda». Jesus disse: «Não sabeis o que estais pedindo.
Podeis beber o cálice que eu vou beber?» Eles responderam: «Podemos». «Sim»,
declarou Jesus, «do meu cálice bebereis, mas o sentar-se à minha direita e à
minha esquerda não depende de mim. É para aqueles a quem meu Pai o preparou».
Quando os outros dez ouviram isso, ficaram zangados com os dois irmãos. Jesus,
porém, chamou-os e disse: «Sabeis que os chefes das nações as dominam e os
grandes fazem sentir seu poder. Entre vós não deverá ser assim. Quem quiser ser
o maior entre vós seja aquele que vos serve, e quem quiser ser o primeiro entre
vós, seja vosso escravo. Pois o Filho do Homem não veio para ser servido, mas
para servir e dar a vida em resgate por muitos».
«Quem quiser ser o
maior entre vós seja aquele que vos serve»
Rev. D. Francesc JORDANA i Soler(Mirasol, Barcelona, Espanha)
Hoje, a Igreja — inspirada
pelo Espírito Santo— nos propõe neste tempo de Quaresma um texto onde Jesus
sugere aos seus discípulos —e, portanto, também a nós— uma mudança de
mentalidade. Jesus hoje inverte as visões humanas e terrenas de seus discípulos
e lhes abre um novo horizonte de compreensão sobre qual deve ser o estilo de
vida de seus seguidores.
Nossas inclinações naturais nos movem ao desejo de dominar as coisas e as
pessoas, mandar e dar ordens, que seja feito o que nós gostamos, que as pessoas
nos reconheçam um status, uma posição. Pois bem, o caminho que Jesus nos propõe
é o oposto: «Entre vós não deverá ser assim. Quem quiser ser o maior entre vós
seja aquele que vos serve, e quem quiser ser o primeiro entre vós, seja vosso
escravo» (Mt 20,26-27). “Servidor”, “escravo”: não podemos ficar no enunciado
das palavras! As escutamos centena de vezes, e devemos ser capazes de entrar em
contacto com a realidade, saber o que significa, e confrontar tal realidade com
nossas atitudes e comportamentos.
O Concilio Vaticano II afirma que «o homem adquire sua plenitude através do
serviço e a entrega aos demais». Neste caso, nos parece que damos a vida,
quando realmente a estamos encontrando. O homem que não vive para servir não
serve para viver. E nesta atitude, nosso modelo é o próprio Cristo — o homem
plenamente homem— pois «Pois o Filho do Homem não veio para ser servido, mas
para servir e dar a vida em resgate por muitos» (Mt 20,28).
Ser servidor, ser escravo, tal e como Jesus nos pede é impossível para nós.
Está fora do alcance de nossa pobre vontade: devemos implorar; esperar e
desejar intensamente que nos concedam esses dons. A Quaresma e suas práticas
quaresmais —jejum, esmola e oração— nos lembram que para receber esses dons nós
devemos dispor adequadamente.
Pensamentos para o Evangelho de hoje: «Oh
exuberante amor para com os homens! Cristo foi quem recebeu os cravos nas Suas
imaculadas mãos e pés, sofrendo grandes dores, e a mim, sem sequer experimentar
nenhuma dessas dores ou angustia, deu-se-me a salvação pela comunhão das Suas
dores» (São Cirilo de Jerusalém) «Ao que arrisca o Senhor não o defrauda»
(Francisco) «Jesus aceitou a profissão de fé de Pedro, que O reconhecia como o
Messias, anunciando a paixão próxima do Filho do Homem. Revelou o conteúdo
autêntico da sua realeza messiânica, ao mesmo tempo na identidade transcendente
do Filho do Homem «que desceu do céu» (Jo 3, 13) e na sua missão redentora como
Servo sofredor: «O Filho do Homem [...] não veio para ser servido, veio para
servir e dar a vida como resgate pela multidão» (Mt 20, 28). Foi por isso que o
verdadeiro sentido da sua realeza só se manifestou do cimo da Cruz» (Catecismo
da Igreja Católica, nº 440)
Santo do Dia: São João de Brébeuf e Companheiros
São João de Brébeuf nasceu em 1593, na
França. Entrou para a Companhia de Jesus, tornando-se Jesuíta no dia em que
completava 29 anos. Em 1625, junto com um grupo de missionários, partiu para o
Canadá, com a missão era evangelizar os índios algonquinos.
A região dos grandes lagos, nos confins
entre os Estados Unidos e o Canadá, era habitada no século XVII por tribos,
peles vermelhas, que não conheciam a mensagem do Evangelho. Nossos irmãos
enfrentaram as dificuldades próprias da adaptação nas terras diferentes,
climas, línguas e principalmente tribos indígenas guerreiras, que faziam da
missão um perigo, mas assim mesmo, os santos missionários preferiram arriscar a
vida por Jesus.
João Brebéuf era admirado e respeitado
pelos indígenas. Batizou cerca de sete mil índios. Vivia em extrema pobreza,
dividindo comida e casa com os índios. Apesar disso, dava testemunho de
alegria, de esperança e de paciência cristã, a ponto de os índios dizerem a seu
respeito: "Jesus voltou"! Aprenderam rapidamente a língua indígena a
ponto de escrever para eles uma gramática e livros de catequese.
No dia 16 de março de 1649, uma tribo
adversária, os iroqueses, invadiu a missão. João foi amarrado num pau e
tremendamente torturado, tendo inclusive suas unhas arrancadas. Impressionados
com a coragem do missionário, os índios arrancaram-lhe o coração a fim de
comê-lo e herdar sua força.
Com João de Brébeuf foram martirizados seus
sete companheiros: Isac Jogues, Antonio Daniel, Carlos Garnier, Gabriel
Lalemant, João de la Lande, Natal Chabanel e Renato Goupil.(Colaboração: Padre
Evaldo César de Souza, CSsR)
Reflexão: São João Brebéuf e seus companheiros podiam ter tido uma vida
sem doenças ou atrocidades, mas preferiram doar-se por inteiro à causa da
evangelização. Deixaram as comodidades de suas casas e enfrentaram terras
desconhecidas, em nome da evangelização. Poderíamos até questionar os métodos
missionários destes homens, mas sem dúvida a fé que os moveu é inquestionável.
Sejamos também nós missionários da verdade e da justiça e coloquemos Jesus
Cristo em primeiro lugar na nossa vida.
TJL – EVANGELI.NET – A12.COM – VATICANNEWS.VA
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