Argélia.
Itinerário através dos primeiros séculos dos cristãos
A diocese de Constantina e Hipona na
Argélia, organizou um itinerário em etapas para redescobrir a riqueza e a
atualidade dos eventos e das figuras que marcaram a história dos primeiros
séculos de vida das comunidades cristãs na Argélia e em outros países do
Magrebe .
"Quem não sabe de onde vem não pode saber para onde vai”. Com esta máxima, a diocese argelina de Constantina e Hipona partiu para um "itinerário em etapas" dividido em quatro partes, duas das quais já estão em andamento e as outras previstas para os próximos meses, para redescobrir a riqueza e a atualidade dos eventos e das figuras que marcaram a história dos primeiros séculos de vida das comunidades cristãs na Argélia e em outros países do Magrebe.. Viajar através de sete séculos
O
itinerário seguido pela comunidade católica da região, com o envolvimento do
bispo Nicolas Lhernould no papel de "guia" dos participantes,
permite-lhes viajar através de sete séculos de história para descobrir santos,
Padres da Igreja, textos antigos, enquanto visitam também os sítios
arqueológicos que foram testemunhas daquelas aventuras edificantes da fé. Todas
as informações relativas ao percurso histórico, religioso e cultural estão
disponíveis no site da diocese, graças ao trabalho da Ir. Rosalie Sanon, das
Irmãs da Anunciação de Bobo Dioulasso, responsável por todas as atualizações em
um breve relatório capaz de expressar de maneira simples e eficaz o espírito da
iniciativa, mas também o agradecimento cheio de admiração compartilhado pelos
participantes diante da descoberta dos tesouros preservados pela memória das
antigas cristandades norte-africanas.
Natureza da experiência cristã: Uma viagem que é, portanto, uma oportunidade preciosa para redescobrir eventos e situações - como as controvérsias contra o Arianismo e a heresia donatista - que contribuíram para definir a doutrina da Igreja e a própria natureza da experiência cristã, continuando a representar um ponto de referência paradigmático para cada época no que diz respeito ao entrelaçamento das dinâmicas pelas quais o Evangelho é anunciado e é comunicado, de pessoa a pessoa, a fé em Cristo. Tudo isso, como mencionado anteriormente, com a contribuição do Bispo de Constantina que, na primeira parte do "tour", levou os peregrinos em uma viagem por eventos históricos ligados, por exemplo, aos reinos da Numídia e do Império Romano, às paixões dos primeiros mártires e às controvérsias sui lapsi, o povo batizado que, após ter negado a fé em tempos de perseguição, arrependeu-se e pediu para ser readmitido na comunidade, mas foi recebido com a recusa "rigorosa" dos Donatistas. Uma viagem através do tempo que trará à superfície e mergulhará os participantes na riqueza das culturas e povos que deixaram suas marcas nestas terras: bérberes, numidianos, romanos, vândalos, bizantinos, enquanto relembra as vicissitudes de figuras relacionadas: a do soberano Massinissa, o primeiro rei da Numídia unificada, aos santos mártires Tiago e Mariano, até Cipriano, Optato de Milevo e Santo Agostinho de Hipona. . “As excursões aos sítios arqueológicos das colônias romanas de Tiddis e Timgad", lê-se no relatório da Irmã Rosalie publicado no site da diocese, "foram coordenadas pelo Padre Michel Guillaud, enquanto que as excursões a Djemila, onde ficava a colônia romana de Cuicul, e a Sétif, que foi a capital de Mauretania Sitifense sob o Imperador Diocleciano, foram enriquecidos pelas palestras do bispo Lhernould". O bispo aprofundou sobre a oração dos primeiros cristãos, a celebração dos sacramentos nos primeiros séculos e a transmissão da fé no contexto político e cultural do Império Romano. Nas várias etapas da viagem, os nomes dos pais de Santo Agostinho, Patricius Aurelius e Mônica, do bispo de Ruspe, São Fulgêncio e outras grandes testemunhas do Oriente dos primeiros séculos cristãos, como Justino e Inácio de Antioquia também foram evocados. Nomes que se referem a uma experiência de fé vivida às vezes na adversidade, no meio de diferentes culturas e povos. Uma aventura marcada pela riqueza de ritos, palavras e símbolos que podem alimentar a oração daqueles que têm o dom de compartilhar a mesma experiência hoje. O programa das próximas excursões também é muito rico: seguindo os passos de Santo Agostinho, os participantes da iniciativa visitarão Souk-Ahras, o antigo Tagaste, onde ele nasceu, Madaura, Hipona e Guelma, o antigo Calama, antes de chegar à província de Tebessa, recordada pelo martírio do santo romano Maximiliano.
Evangelho (Jo 5,31-47)
«Se eu dou testemunho
de mim mesmo, o meu testemunho não é verdadeiro. Um outro é quem dá testemunho
de mim, e eu sei que o testemunho que ele dá de mim é verdadeiro. Vós mandastes
perguntar a João, e ele deu testemunho da verdade. Ora, eu não recebo
testemunho da parte de um ser humano, mas digo isso para a vossa salvação. João
era a lâmpada que iluminava com sua chama ardente, e vós gostastes, por um
tempo, de alegrar-vos com a sua luz. Mas eu tenho um testemunho maior que o de
João: as obras que o Pai me concedeu realizar. As obras que eu faço dão
testemunho de mim, pois mostram que o Pai me enviou. Sim, o Pai que me enviou
dá testemunho a meu favor. Mas vós nunca ouvistes a sua voz, nem vistes a sua
face, e não tendes a sua palavra morando em vós, pois não acreditais naquele
que ele enviou.
»Examinais as Escrituras, pensando ter nelas a vida eterna, e são elas que dão
testemunho de mim. Vós, porém, não quereis vir a mim para terdes a vida! Eu não
recebo glória que venha dos homens. Pelo contrário, eu vos conheço: não tendes
em vós o amor de Deus.
»Eu vim em nome do meu Pai, e vós não me recebeis. Mas, se um outro viesse em
seu próprio nome, a esse receberíeis. Como podereis acreditar, vós que recebeis
glória uns dos outros e não buscais a glória que vem do Deus único? Não penseis
que eu vos acusarei diante do Pai. Há alguém que vos acusa: Moisés, no qual
colocais a vossa esperança. Se acreditásseis em Moisés, também acreditaríeis em
mim, pois foi a meu respeito que ele escreveu. Mas, se não acreditais nos seus
escritos, como podereis crer nas minhas palavras?».
«Se eu dou testemunho de mim mesmo, o meu testemunho não é verdadeiro» - Rev. D. Miquel MASATS i Roca(Girona, Espanha)
Hoje, o Evangelho ensina-nos como Jesus enfrenta a
seguinte objeção: segundo a lei em Dt 19,15, para que um testemunho tivesse
valor, era necessário que fosse corroborado por duas ou três testemunhas. Jesus
alega a seu favor o testemunho de São João Batista, o testemunho do Pai —que se
manifesta nos milagres operados por Ele— e, finalmente, o testemunho das
Escrituras.
Jesus Cristo repreende os que O escutam, denunciando três impedimentos ao Seu
reconhecimento como o Messias Filho de Deus: a falta de amor a Deus; a ausência
de reta intenção —buscam só a gloria humana— e a interpretação interesseira das
Escrituras.
O Santo Padre João Paulo II escreveu-nos: «À contemplação do rosto de Cristo,
só se pode chegar escutando no Espírito a voz do Pai, ninguém conhece o Filho,
senão o Pai, e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o
quiser revelar. (cf. Mt 11,27). Assim, portanto, é necessária a revelação do
Altíssimo. Mas, para acolhê-la, é indispensável colocar-se em atitude de
escuta».
Portanto há que ter em conta que, para confessar Jesus Cristo como verdadeiro
Filho de Deus, não bastam as provas externas que nos sejam propostas; é muito
importante a retidão da vontade, ou seja, as boas disposições.
Neste tempo de Quaresma, intensificando as obras de penitência que facilitam a
renovação interior, melhoremos as nossas disposições para contemplar o
verdadeiro rosto de Cristo. Por isso, São Josemaria diz-nos: «Esse Cristo, que
tu vês, não é Jesus. —Será, contudo, a triste imagem que os teus olhos turvos
podem formar...—Purifica-te. Torna claro o teu olhar, com a humildade e com a
penitência. Então... não te faltarão as luzes limpas do Amor. E terás uma visão
perfeita. A tua imagem será então, realmente, a Sua: Ele!»
Pensamentos para o Evangelho de hoje:
«Não se trata de conhecer alguma coisa
sobre Deus, mas de ter a Deus na nossa alma» (São Gregório de Nisa) «Deixai que
brilhe a vossa luz na nossa sociedade, na politica, no mundo da economia, no
mundo da cultura e da investigação. Mesmo que seja uma pequena luzinha no meio
de tantos fogos artificiais, recebe a força e o esplendor da grande Estrela da
Manhã, Cristo ressuscitado» (Benedito XVI) «Os sinais realizados por Jesus
testemunham que o Pai O enviou. Convidam a crer n'Ele (...). Assim, os milagres
fortificam a fé n'Aquele que faz as obras do seu Pai (...). Mas também podem
ser «ocasião de queda» (Mt 11,6). Eles não pretendem satisfazer a curiosidade
nem desejos mágicos. Apesar de os seus milagres serem tão evidentes, Jesus é
rejeitado por alguns; chega mesmo a ser acusado de agir pelo poder dos
demónios» (Catecismo da Igreja Católica, nº 548)
Santo do Dia: Santa Balbina
Apesar de poucas certezas sobre a vida de Santa Balbina, seu nome é venerado em
uma antiquíssima igreja na via Ápia, nas proximidades de Roma. Também temos um
cemitério que leva seu nome, supostamente o local onde Balbina foi enterrada.
É
venerada como mártir, mas destaca-se sua consagração a Deus pela virgindade e
sua perseverança de servir a Cristo.
Diz a
história que Balbina, filha do militar Quirino, foi curada milagrosamente pelo
papa e mártir são Adriano, que estava na prisão. Este fato levou a família de
Balbina à conversão e todos foram batizados. Balbina, por sua vez, ofereceu a
Deus virgindade perpétua. Seu pai, Quirino, também recebeu a coroa do martírio.
Sua
vida era muito representada no teatro medieval, o que causa certa confusão
histórica, uma vez que a arte mistura muito realidade e ficção. Mas é pelo
teatro que ficamos sabendo do martírio de Balbina e de sua consagração. Dizem
as histórias sobre santa Balbina, que muitos jovens quiseram desposá-la, mas sua
firmeza de caráter a manteve fiel ao seu voto de castidade.
Balbina
sofreu o martírio sob o imperador Adriano II. Viveu santamente e recebeu a
glória de ter o nome marcado na história da igreja.(Colaboração: Padre Evaldo
César de Souza, CSsR)
Reflexão: A
vida cristã é marcada pelo compromisso com a pregação do Reino de Deus. Jesus
nos convidou a falar do Reino, mas também exigiu que testemunhássemos, através
de obras concretas, nossa fé neste Reino vindouro. A vida de santa Balbina
entrou para a história porque ela soube conjugar fé e obras, chegando ao
extremo gesto de confiança em Cristo pelo testemunho do martírio. Sua
consagração a Deus foi plena e vivida em total liberdade. Muitas vezes somos
inconstantes em assumir nossa vocação, desconfiando do amor de Deus e de que
Ele nos concede as forças necessárias para bem viver. Que tal confiar mais na
providência de Deus?
TJL-
EVANGELI.NET- A12.COM – VATICANNEWS.VA
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