Krajewski: Na Ucrânia
encontrei muito sofrimento e muita fé
O enviado do Papa Francisco à
Ucrânia, cardeal Konrad Krajewski, se prepara a voltar ao Vaticano depois de
uma semana em missão na Polônia e na Ucrânia, para encontrar os refugiados e
levar mantimentos. "Devo dizer que, além do sofrimento, há grande esperança
e amor." Benedetta Capelli – Vatican News - O sol deve nascer novamente na
Ucrânia. Estes são os votos do Cardeal Konrad Krajewski, esmoleiro papal,
entrevistado por telefone enquanto se preparava para deixar a Ucrânia de carro.
Ele fala de uma missão no signo do Evangelho, de uma viagem feita de partilha e
esperança, apesar do soar das sirenes de alarme ou dos rostos provados de
tantas mulheres que fogem com crianças nos braços. Eminência, o senhor está prestes a
concluir sua viagem. Que avaliação pode fazer desta missão? Fui à Ucrânia para apoiar nossos
irmãos, para levar a bênção do Santo Padre, para estar perto deles, para rezar
com eles. Nós nos encontramos com líderes de várias religiões, estivemos
juntos... E depois [fui à Ucrânia] também para agradecer às pessoas de boa
vontade que oferecem suas casas aos refugiados, aos muitos voluntários na
Ucrânia e também aos muitos doadores, porque, realmente, grandes caminhões vão
continuamente para Kiev com ajuda e param mais ou menos a cem quilômetros de
distância. Foi uma viagem de fé, uma viagem do Evangelho, uma viagem de uma
missão totalmente religiosa. O senhor disse também que era uma
viagem de proximidade concreta; lembramos que o Papa fez uma contribuição para
os caminhões que levavam ajuda a Kiev... Sim, houve muitas contribuições, onde
quer que fôssemos havia pessoas que até mesmo de uma forma pequena ajudavam. É
claro que a viagem foi um apoio muito concreto, mas acima de tudo foi
importante estar com eles, com o povo. Conosco vieram também prefeitos e
governadores da região, apesar do som das sirenes avisando para nos abrigarmos.
Rezamos, falamos sobre o futuro próximo. Há uma grande esperança no futuro, mas
as armas devem ser detidas e o sol deve finalmente nascer também sobre a
Ucrânia. Existe uma imagem particular que o
tocou nesta viagem, uma pessoa, um encontro? As imagens ... São sempre as
mulheres; ainda hoje vi muitas mulheres com crianças indo em direção à
fronteira. Vê-se que as pessoas estão muito cansadas, as pessoas estão muito
cansadas de tantos dias de viagem. Mas, por outro lado, vê-se a incrível
acolhida e a ajuda. Portanto, devo dizer que, além do sofrimento, há grande
esperança e amor. Há uma palavra que caracterizou esta
viagem? O senhor falou das "armas da fé"; disse várias vezes que é
necessário silenciar as verdadeiras armas para deixar ressoar as da paz, as da
oração, as da unidade. Este foi um pouco o espírito? Certamente! Trouxe muitos terços, que
pude dar também aos soldados, ao povo que deixava o país, indo em direção à
fronteira com a Polônia. Nós também rezamos muito. Em todos os lugares nos
colocamos em oração. Então eu sempre via lágrimas quando se dizia: "Aqui
estão, estes terços são do Santo Padre, que é solidário e reza por vocês". Qual será a primeira coisa que o
senhor dirá ao Papa Francisco? Eu ainda não sei. Devo dizer que cada
dia foi muito diferente. Hoje acordamos com sirenes nos avisando para fugirmos
imediatamente. Assim, por um lado, talvez prevaleça a alegria desses encontros;
por outro, a tristeza das pessoas que vivem em constante medo. Estou deixando
este país com um grande enriquecimento pessoal, porque encontrei pessoas de
grande fé, pertencentes a todas as confissões. Isto também é uma esperança; uma
esperança de unidade.
Oração: Bom Deus do Céu,
escolhestes São Clemente como missionário do Reino de Deus e através do serviço
aos pobres e abandonados ele consagrou sua vida a Jesus Cristo. Concedei-nos a
perseverança necessária para o trabalho de evangelização e dai-nos um coração
caridoso, para que imitemos em nosso cotidiano as ações de São Clemente. Por
Cristo nosso Senhor. Amém!
Evangelho segundo São Mateus 23,1-12.
Naquele tempo, Jesus falou à multidão e aos
discípulos, dizendo:
«Na cadeira de Moisés sentaram-se os escribas e os fariseus.
Fazei e observai tudo quanto vos disserem, mas não imiteis as suas obras,
porque eles dizem e não fazem.
Atam fardos pesados e põem-nos aos ombros dos homens, mas eles nem com o dedo
os querem mover.
Tudo o que fazem é para serem vistos pelos homens: alargam os filactérios e
ampliam as borlas;
gostam do primeiro lugar nos banquetes e dos primeiros assentos nas sinagogas,
das saudações nas praças públicas e que os tratem por mestres. Vós, porém, não
vos deixeis tratar por mestres,
porque um só é o vosso Mestre e vós sois todos irmãos.
Na Terra, não chameis a ninguém vosso pai, porque um só é o vosso pai, o Pai
celeste.
Nem vos deixeis tratar por doutores, porque um só é o vosso doutor, o Messias.
Aquele que for o maior entre vós, será o vosso servo.
Quem se exalta, será humilhado e quem se humilha, será exaltado».(Tradução
litúrgica da Bíblia)
São
João Cassiano (c. 360-435) fundador
de mosteiro em Marselha(«Sobre a ciência espiritual»)
«Prontos
para ouvir e lentos para falar »(Tg 1, 19)
Sede
em tudo «prontos para ouvir e lentos para falar »(Tg 1, 19), não aconteça que
se vos aplique a observação de Salomão: «Viste um homem precipitado no falar?
Há mais a esperar dum insensato do que dele» (Sab 29,20). Não tenhais a
pretensão de ensinar a outra pessoa seja o que for que vós não tenhais primeiro
praticado. É essa a ordem que Nosso Senhor nos ensina a seguir com o seu
exemplo: «Começou a fazer e a ensinar» (At 1,1). Tendo cautela, se vos
precipitardes a ensinar sem terdes praticado, não aconteça que sejais contados
no número daqueles sobre quem o Senhor declara aos seus discípulos no
evangelho: «Atam fardos pesados e insuportáveis e colocam-nos aos ombros dos
outros, mas eles não põem nem um dedo para os deslocar» (Mt 23,4); e «se alguém
violar um destes preceitos mais pequenos, e ensinar assim aos homens, será o
menor no Reino do Céu» (Mt 5,19) - quanto mais aquele que ousar ensinar
preceitos numerosos e mais graves, que ele próprio não respeita! Esse não será o
menor no Reino do Céu, mas conquistará o primeiro lugar no suplício da geena.
Guardai-vos de dar lições aos outros como fazem alguns, que têm capacidade de
discorrer e uma palavra fácil que parece correr da fonte; e, porque sabem
dissertar com elegância e abundância sobre qualquer assunto, passam por
possuidores da ciência espiritual aos olhos daqueles que não aprenderam a
discernir a verdadeira natureza dessa ciência. Ora, uma coisa é ter alguma
facilidade de palavra e brilho no discurso, outra coisa é penetrar até ao
coração e à medula nas palavras celestiais, contemplando com um olhar puríssimo
do coração os mistérios profundos e ocultos. Isto é coisa que nem a ciência
humana nem a cultura do século conseguirão alcançar, mas apenas a pureza da
alma, pela iluminação do Espírito Santo.
Santo do Dia: São Clemente Maria Hofbauer
Ele
nasceu em Tasswitz aos 26 de dezembro de 1751. Foi o último dos doze filhos de
Paulo Hofbauer e de Maria Steer. Foi batizado com o nome de João. O pai era um
açougueiro. A família era muito pobre e o pequeno João frequentou muito pouco a
escola nos anos juvenis. Com a morte do pai empregou-se como servente no
mosteiro dos premonstratenses de Burra, onde desempenhou o ofício de padeiro.
Durante
algum tempo viveu como eremita. Foi quando mudou o nome para Clemente. De volta
para Viena, e graças à generosidade de três senhoras piedosas e ricas, pode
estudar na universidade. Em 1784 viajou novamente para Roma junto com um
estudante e amigo Tadeu. Os dois peregrinos foram parar entre os redentoristas,
recentemente estabelecidos em São Julião, no Monte Esquilino, onde eles foram
recebidos como candidatos.
Depois
de um noviciado breve, fizeram a profissão no dia 19 de março de 1785 e, dez
dias depois, em 29 de março de 1785, foram ordenados padres em Alatri. Junto
com o Padre Tadeu, voltou à Viena onde quis estabelecer a Congregação.
Mas
isto não era possível devido às leis josefinistas. Foram então para Varsóvia
onde se encarregou da igreja alemã de São Beno. Começou uma intensa atividade
pastoral, e lá atraiu numerosos candidatos desejosos de se unirem a ele. A
igreja de São Beno tornou-se sede de uma missão contínua com um programa diário
de pregações, instruções, confissões e devoções. Fundou, também, um orfanato
para os meninos e meninas. Esta atividade ele a continuou até os 1808, quando
Napoleão Bonaparte fechou a igreja e dispersou a comunidade.
Clemente
se estabeleceu novamente em Viena e lá permaneceu até sua morte. Como capelão
do convento e da igreja das Ursulinas, teve uma influência extraordinária na
cidade inteira. Aconselhou e encorajou alguns líderes do novo movimento
romântico e outros que trabalhavam para a renovação católica nos países de
idioma alemão.
Foi-lhe
conferido o título e a responsabilidade de Vigário Geral da congregação
redentorista fora da Itália, principalmente para o sul da Alemanha e Suíça. São
Clemente foi a base da renovação da vida redentorista na Europa do Norte.
São
Clemente morreu em Viena, no dia 15 de março de 1820. Quando o Papa Pio VII
teve notícia da morte e disse: "A religião perdeu na Áustria a seu apoio
principal." É chamado patrono de Viena e venerado como o principal
propagador da Congregação Redentorista.(Colaboração: Padre Evaldo César de
Souza, CSsR)
Reflexão: A vida de São Clemente
foi intensamente missionária. Dedicou seus dias ao trabalho apostólico entre os
mais abandonados e, apesar dos fracassos sucessivos, nunca desanimou do serviço
ao Cristo. Foi um dos maiores missionários redentoristas e graças a ele, a
Congregação do Santíssimo Redentor pôde espalhar-se por todo o mundo. Hoje
queremos pedir a Deus que abençoe todos os missionários redentoristas, para que
sejam instrumentos de Deus na tarefa da evangelização.
TJL – A12.COM – EVANGELHOQUOTIDIANO.ORG
– VATICANNEWS.VA
Nenhum comentário:
Postar um comentário