quarta-feira, 31 de julho de 2024

BOM DIA EVANGELHO - 01 DE AGOSTO DE 2024

 

BOM DIA EVANGELHO

01 DE AGOSTO DE 2024 - Quinta-feira da 17ª semana do Tempo Comum

SANTA CEIA : Lucas 22:19-20. “E, tomando o pão, e havendo dado graças, partiu-o, e deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo, que por vós é dado; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente, tomou o cálice, depois da ceia, dizendo: Este cálice é o Novo Testamento no meu sangue, que é derramado por vós.”

ORAÇÃO

 Ó minha esperança, ó minha vida, ó minha fiel e Imaculada Virgem Maria, defendei-me, nutri-me, escutai-me, instruí-me, salvai-me. Assim seja. Santa Afonso Maria de Ligório, rogai por nós. Amém.

Evangelho (Mt 13,47-53):

Naquele tempo, disse Jesus ao povo: «Reino dos Céus é ainda como uma rede lançada ao mar e que pegou peixes de todo tipo. Quando ficou cheia, os pescadores puxaram a rede para a praia, sentaram-se, recolheram os peixes bons em cestos e jogaram fora os que não prestavam. Assim acontecerá no fim do mundo: os anjos virão para separar os maus dos justos, e lançarão os maus na fornalha de fogo. Aí haverá choro e ranger de dentes. Entendestes tudo isso?» — «Sim», responderam eles. Então Ele acrescentou: «Assim, pois, todo escriba que se torna discípulo do Reino dos Céus é como um pai de família, que tira do seu tesouro coisas novas e velhas». Quando Jesus terminou de contar essas parábolas, partiu dali.

«Recolhem em cestos o que é bom e jogam fora o que não presta» - Rev. D. Ferran JARABO i Carbonell(Agullana, Girona, Espanha)

Hoje, o Evangelho constitui uma chamada vital à conversão. Jesus não nos poupa da dura realidade: «Os anjos virão para separar os maus dos justos, e lançarão os maus na fornalha de fogo» (Mt 13,49-50). E a advertência é clara! Não podemos fraquejar.
Agora devemos optar livremente: ou buscamos a Deus e ao bem com todas as nossas forças, ou colocamos nossa vidas à beira da morte. Ou estamos com Cristo ou estamos contra Ele. Converter-se significa, nesse caso, optar totalmente por fazer parte do grupo dos justos e levar uma vida digna de filhos. Porém, temos em nosso interior a experiência do pecado: sabemos o bem que deveríamos fazer, mas fazemos o mal; como podemos dar uma verdadeira unidade às nossas vidas? Sozinhos, não podemos fazer muito. Somente se nos colocamos nas mãos de Deus podemos fazer algum bem e pertencer ao grupo dos justos.
«Por não sabermos quando virá nosso Juiz, devemos viver cada dia como se não houvesse o dia seguinte» (São Jerônimo). Essa frase é um convite a viver com intensidade e responsabilidade nossa vida cristã. Não se trata de ter medo, mas sim de viver com esperança esse tempo de graça, louvor e glória.
Cristo nos ensina o caminho para nossa própria glorificação. Cristo é o caminho, portanto, nossa salvação, nossa felicidade e tudo o que possamos imaginar passa por Ele. E se tudo o temos em Cristo, não podemos deixar de amar a Igreja que nos o apresenta e é seu corpo místico. Contra as visões puramente humanas dessa realidade é necessário que recuperemos a visão divino-espiritual: nada melhor do que Cristo e o cumprimento de sua vontade!

Santo Afonso Maria de Ligório

bispo, Doutor da Igreja, +1787

Sto. Afonso Maria de Ligório, fundador da Congregação do Santíssimo Redentor, nasceu perto de Nápoles, Itália, em 1696, numa das mais antigas e nobres famílias da região. Formou-se em Direito Civil e Canónico aos 16 anos. Defendia tanto ricos como pobres com enorme dedicação, embora, como bom cristão e com uma profunda vida espiritual, desse preferência aos mais desfavorecidos. Exerceu advocacia durante 10 anos e tornou-se famoso por toda a Itália; mas, ao aperceber-se da corrupção moral existente na época, deixa tudo e segue a vida religiosa, renunciando à herança e aos títulos de nobreza a que tinha direito. Os pais acabaram por apoiá-lo na sua decisão e Afonso foi ordenado em 1726, com 30 anos. Nessa altura, adotou o nome de Maria por ter grande devoção a Nossa Senhora. Dedicou-se à evangelização, tendo como lema: «Deus enviou-me a evangelizar os pobres»; e ao conforto e orientação de quem o procurava no sacramento da reconciliação. Em 1732, fundou a Congregação do Santíssimo Redentor, também conhecida por Padres Redentoristas, destinada à pregação aos pobres das zonas mais desprotegidas, através de missões e retiros. Foi missionário no sul de Itália, pregando o Evangelho e a devoção a Maria, tendo convertido numerosas pessoas. Em 1762, o papa nomeou-o bispo da diocese de Santa Águeda dos Godos, onde esteve durante 13 anos. Por estar paralítico e quase cego devido à artrite degenerativa de que sofria, retirou-se para o seu convento. Nos 12 anos seguintes, que foram de grande sofrimento, completou a sua imensa e importante obra, composta por 120 livros e tratados, dos quais os mais célebres são: Teologia MoralGlórias de MariaVisitas ao SS. Sacramento e Tratado sobre a Oração. Como músico, que também era, compôs e escreveu muitos cânticos, entre eles «Tu scendi dalle stelle» (Tu desces das estrelas), que ainda hoje é cantado no Natal. Morreu aos 91 anos, no dia 1 de agosto de 1781, em Nocera dei Pagani, Salerno, Itália. Foi canonizado em 1839, declarado Doutor da Igreja em 1871 e em 1950 proclamado padroeiro dos confessores e dos teólogos de Teologia Moral. Foi-lhe concedido o título de Doutor Zelosíssimo.

Fontes:  https://paroquiadasaude.com.br/santo-afonso-maria-de-ligorio-fundador-da-congregacao-dos-redentoristas-rogai-por-nos/, visitado em 23 de novembro de 22.
https://www.cssr.news/spanish/2015/09/san-alfonso-de-liguori/, visitado em 23 de novembro de 22.

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terça-feira, 30 de julho de 2024

bom dia evangelho - 31 de julho de 2024

 

BOM DIA EVANGELHO

31. JULHO. 2024 - Quarta-feira da 17ª semana do Tempo Comum

O que a Bíblia diz sobre a Santa Ceia do Senhor

Enquanto comiam, Jesus tomou o pão, deu graças, partiu-o e o deu aos seus discípulos, dizendo: "Tomem e comam; isto é o meu corpo". Em seguida tomou o cálice, deu graças e o ofereceu aos discípulos, dizendo: "Bebam dele todos vocês. Isto é o meu sangue da aliança, que é derramado em favor de muitos, para perdão de pecados.
- Mateus 26:26-28

Oração: Ó Senhor, que desejais que nos exercitemos sempre mais no caminho da santidade, auxiliando-nos para isso com a companhia de Maria Vossa Mãe e nossa, concedei-nos por intercessão de Santo Inácio de Loyola a graça de largarmos aos pés do altar da Vossa Cruz a espada do pecado que Vos produz chagas, e receber cada vez mais profundamente na alma os projéteis de amor com que quereis nos alvejar, e alvejar, de modo que com esta santa troca tudo façamos para a Vossa maior glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém.

Evangelho (Mt 13,44-46)

Naquele tempo, Jesus disse às pessoas: «O Reino dos Céus é como um tesouro escondido num campo. Alguém o encontra, deixa-o lá bem escondido e, cheio de alegria, vai vender todos os seus bens e compra aquele campo.
»O Reino dos Céus é também como um negociante que procura pérolas preciosas. Ao encontrar uma de grande valor, ele vai, vende todos os bens e compra aquela pérola».

«Vai vender todos os seus bens e compra aquele campo» - Rev. D. Enric CASES i Martín(Barcelona, Espanha)

Hoje, Mateus põe à nossa consideração duas parábolas sobre o Reino dos Céus. O anúncio do Reino é essencial na prédica de Jesus e na esperança do povo eleito. Mas é notório que a natureza desse Reino não era entendida pela maioria. Não a entendia o sinédrio que o condenaram à morte, não a entendiam Pilatos, nem Herodes, também não a entenderam de início os próprios discípulos. Só se encontra uma compreensão como a que Jesus pede ao bom ladrão, cravado junto dele na Cruz, quando lhe diz: «Jesus, Lembra-te de mim quando estiveres no teu Reino» (Lc 23,42). Ambos tinham sido acusados como malfeitores e estavam quase a morrer; mas, por um motivo que desconhecemos, o bom ladrão reconhece Jesus como Rei de um Reino que virá depois daquela terrível morte. Só podia ser um Reino espiritual.
Jesus, na sua primeira prédica, fala do Reino como um tesouro escondido cuja descoberta causa alegria e estimula à compra do campo para poder gozar dele para sempre: «cheio de alegria, vai vender todos os seus bens e compra aquele campo» (Mt 13,44). Mas, ao mesmo tempo, alcançar o Reino requer procurá-lo com interesse e esforço, ao ponto de vender tudo o que se possui: «Ao encontrar uma de grande valor, ele vai vende todos os bens e compra aquela pérola» (Mt 13,46). «A propósito de que se diz buscai e quem busca. Encontra? Arrisco a ideia de que se trata das perolas e a pérola, pérola que adquire o que deu tudo e aceitou perder tudo» (Orígenes).
O Reino é de paz, amor justiça e liberdade. Alcançá-lo é, por um lado, dom de Deus e por outro lado, responsabilidade humana. Diante da grandeza do dom divino constatamos a imperfeição e instabilidade dos nossos esforços, que às vezes ficam destruídos pelo pecado, as guerras e a malicia que parecem insuperáveis. Não obstante, devemos ter confiança, pois o que parece impossível para o homem é possível para Deus.

Santo Inácio de Loyola

Iñigo Lopez de Loyola nasceu no Castelo de Loyola, cidade de Azpeitia, província basca de Guipuzcoa, Espanha, no ano de 1491. A família era rica, nobre e cristã, e ele foi o último de 13 filhos. Em 1506, sua família servia ao tesoureiro do reino de Castela, de quem Iñigo era parente. Santo Inácio de Loyola foi um santo católico espanhol e o fundador da Companhia de Jesus, também conhecida como a Ordem dos Jesuítas. Ele nasceu em 1491 em Loyola, Espanha. Inicialmente, levou uma vida militar e de cortesão, mas em 1521, durante uma batalha, foi ferido gravemente na perna. Durante sua convalescença, Inácio leu livros religiosos e começou a experimentar uma profunda conversão espiritual. Após essa experiência, embarcou em uma jornada de peregrinação a lugares santos em busca de uma vida mais dedicada a Deus. Em 1534, Inácio fundou a Companhia de Jesus com um grupo de seguidores, que se tornariam os primeiros membros jesuítas. A ordem foi oficialmente reconhecida pelo Papa Paulo III em 1540. Inácio desenvolveu as Regras da Companhia, enfatizando a obediência ao Papa, educação, serviço aos outros e missões no exterior. Os Jesuítas tornaram-se conhecidos por seu trabalho missionário, educação e influência intelectual em várias partes do mundo. Santo Inácio morreu em 31 de julho de 1556, sendo canonizado como santo pela Igreja Católica em 1622. Sua espiritualidade e visão educacional deixaram um legado duradouro, e a Companhia de Jesus continua sendo uma das ordens religiosas mais influentes na história da Igreja Católica.

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sábado, 27 de julho de 2024

BOM DIA EVANGELHO - 29. JULHO. -24

 

BOM DIA EVANGELHO

29 DE JULHO DE 2024 - 29 de julho, SS. Marta, Maria e Lázaro

Oração: Senhor, que nos fizestes à Vossa imagem e semelhança, assim desejando desde sempre que participemos do âmago da Vossa vida Trinitária, concedei-nos por intercessão de Santa Marta não descuidar das obras materiais, mas submetê-las à primazia das espirituais, alcançando assim tamanha intimidade com Jesus que nosso coração seja a casa onde Ele venha conviver e descansar, nos proporcionando o descanso e a vivência infinita com Ele. Pelo mesmo Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém.

Evangelho (Lc 10,38-42): 

Naquele tempo, Jesus entrou num povoado, e uma mulher, de nome Marta, o recebeu em sua casa. Ela tinha uma irmã, Maria, a qual se sentou aos pés do Senhor e escutava a sua palavra. Marta, porém, estava ocupada com os muitos afazeres da casa. Ela aproximou-se e disse: «Senhor, não te importas que minha irmã me deixe sozinha com todo o serviço? Manda pois que ela venha me ajudar!». O Senhor, porém, lhe respondeu: «Marta, Marta! Tu te preocupas e andas agitada com muitas coisas.No entanto, uma só é necessária. Maria escolheu a melhor parte e esta não lhe será tirada».

«Tu te preocupas e andas agitada com muitas coisas. No entanto, uma só é necessária» - Rev. D. Antoni CAROL i Hostench(Sant Cugat del Vallès, Barcelona, Espanha)

Hoje, também nós que estamos ocupados com muitas coisas devemos ouvir o que o Senhor nos recorda: «No entanto, uma só é necessária» (Lc 10,42): o amor, a santidade. Este é o objetivo, o horizonte que não podemos perder nunca de vista no meio de nossas ocupações cotidianas.
Porque ocupados estaremos sempre se obedecermos à indicação do Criador: «Sede fecundos e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a!» (Gn 1,28). A Terra! O mundo: é aqui o nosso lugar de encontro com o Senhor. «Eu não rogo que os tires do mundo, mas que os guardes do maligno» (Jo 17,15). Sim, o mundo é o altar para nós e para nossa entrega a Deus e aos outros.
Somos do mundo, mas não podemos ser mundanos. Muito pelo contrário, somos chamados a ser como a bela expressão de João Paulo II sacerdotes da criação, sacerdotes do nosso mundo, de um mundo que amamos apaixonadamente.
Eis aqui a questão: o mundo e a santidade, o trabalho diário e a única coisa necessária. Não são duas realidades opostas: temos que procurar a confluência de ambas. E essa confluência se produz em primeiro lugar e sobre tudo em nosso coração, que é onde se pode unir o céu e a terra. Porque no coração humano é onde pode nascer o diálogo entre o Criador e a criatura.
É necessário, portanto, a oração. «O nosso tempo é um tempo em constante movimento, que freqüentemente desemboca no ativismo, com o risco fácil de acabar fazendo por fazer. Temos que resistir a essa tentação, procurando ser antes de fazer. Recordamos a este respeito a reprovação de Jesus a Marta: «Tu te preocupas e andas agitada com muitas coisas. No entanto, uma só é necessária (Lc 10,41-42)» (João Paulo II).
Não há oposição entre o ser e o fazer, mas sim há uma ordem de prioridade, de precedência: «Maria escolheu a melhor parte e esta não lhe será tirada» (Lc 10,42).

Santa Marta

Marta era irmã de Maria e Lázaro, um amigo que Jesus iria ressuscitar, morando os três juntos em Betânia, a cerca de três quilômetros de Jerusalém. A família foi abençoada com uma proximidade preferencial do Senhor, que a procurava para convivência e descanso. Duas são as passagens que destacam a figura de Marta no Novo Testamento. Na primeira, ela recebe uma bondosa mas importante repreensão de Jesus, pois ao recebê-Lo em casa preocupou-se mais com as providências materiais relativas à Sua chegada do que com a atenção direta à Sua pessoa (Lc 10,38-42). Na segunda, relativa à doença, morte e ressurreição de Lázaro, ela demonstra a intimidade que sua amizade permitia com o Senhor, expondo-Lhe seu sofrimento, expectativa, confiança, mas sobretudo sua profissão de Fé na divindade de Cristo (Jo 11,1-44). Santa Marta é padroeira do lar, das donas de casa, dos anfitriões, hoteleiros, nutricionistas e cozinheiros.(Colaboração: José Duarte de Barros Filho)

Reflexão: Belíssima é a amizade de Jesus com Marta, Maria e Lázaro. A proximidade dos três com o Senhor nos daria mesmo uma “santa inveja”, não fosse a realidade de que, pela Eucaristia, temos com Ele essa mesma graça. Exatamente por isso devemos estar bem à vontade para expressarmos claramente a Ele os nossos sentimentos, as nossas dúvidas, as nossas fraquezas, e alegrias, e expectativas, sonhos, ideias… a oração verdadeira nada mais é do que este diálogo direto, em que ouvimos e somos ouvidos, com Aquele que nos procura, nos vem visitar justamente para esta conversa individual e exclusiva. A falta de confiança num melhor amigo é algo triste, grave e contraditório. Se Cristo mesmo nos procura para estarmos juntos em profunda união, é no mínimo uma grosseria com o nosso melhor Amigo ocultar ou dissimular Dele o que realmente somos, tentando nos esconder sob aparências artificiais. Em relação a Deus, além disso ser impossível, é uma fraqueza que facilmente se torna pecado. Santa Marta nos ensina que, se crermos e formos sinceros com Jesus, também presenciaremos a ressurreição, Dele, nossa e dos nossos irmãos... As atenções práticas e materiais de Marta para com Jesus eram certamente importantes e necessárias, e o Senhor não as condenou ou desprezou. Porém deixou claro que as coisas materiais, que passam, não podem ter prioridade sobre as espirituais, sobre o Espírito Santo, trazido Nele e por Ele. Há hierarquia de valores, é preciso amar a Deus sobre todas as coisas, como ensina o Primeiro Mandamento, e Jesus é Deus Encarnado. Primeiro Deus, depois, encarnado. Por isso a compreensão de que a vida contemplativa, representada por Maria, é mais importante do que a vida ativa, figura por Marta, como explicita o próprio Jesus: “Marta, Marta, andas muito inquieta e te preocupas com muitas coisas; no entanto, uma só coisa é necessária; Maria escolheu a boa parte, que lhe não será tirada” Lc 10,41-42). Ele a advertiu, com carinho mas em verdade, por que a amava. Também ama a nós.

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quinta-feira, 25 de julho de 2024

BOM DIA EVANGELHO - 26.7.024

 

BOM DIA EVANGELHO

26 DE JULHO DE 2024 - Sexta-feira da 16ª semana do Tempo Comum

Oração: Deus Pai, que criastes a vida, concedei-nos por intercessão de São Joaquim e Santa Ana a graça de sermos como eles tão familiares a Nossa Senhora que, ignorados em tudo o mais, baste esta referência em nossa vida, para sermos plenamente conhecidos no Céu. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém.

Livro de Jeremias 3,14-17.

Assim fala o Senhor: «Voltai para Mim, filhos rebeldes, porque Eu sou o vosso Senhor. Eu vos tomarei, um de uma cidade e dois de uma família, para vos conduzir a Sião.
Dar-vos-ei pastores segundo o meu coração, que vos apascentarão com inteligência e sabedoria.
Nesses dias», diz o Senhor, «quando crescerdes e vos multiplicardes na terra, não mais se falará da arca da aliança do Senhor. Não tornará a ser recordada, ninguém mais pensará nela; nunca se dará pela sua falta, nem será construída outra nova.
Nesse tempo, chamarão a Jerusalém "Trono do Senhor"; em Jerusalém se reunirão todos os povos em nome do Senhor e não seguirão mais a dureza do seu coração perverso».

Livro de Jeremias 31,10.11-12ab.13.

Escutai, ó povos, a palavra do Senhor
e anunciai-a às ilhas distantes:
Aquele que dispersou Israel vai reuni-lo
e guardá-lo como um pastor ao seu rebanho.

O Senhor resgatou Jacob
e libertou-o das mãos do seu dominador.
Regressarão com brados de alegria ao monte Sião,
acorrendo às bênçãos do Senhor.

A virgem dançará alegremente,
exultarão os jovens e os velhos.
Converterei o seu luto em alegria
e a sua dor será mudada em consolação e júbilo.

Evangelho segundo São Mateus 13,18-23.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Escutai o que significa a parábola do semeador:
Quando um homem ouve a palavra do Reino e não a compreende, vem o Maligno e arrebata o que foi semeado no seu coração. Este é o que recebeu a semente ao longo do caminho.
Aquele que recebeu a semente em sítios pedregosos é o que ouve a palavra e a acolhe de momento com alegria,
mas não tem raiz em si mesmo, porque é inconstante, e, ao chegar a tribulação ou a perseguição por causa da palavra, sucumbe logo.
Aquele que recebeu a semente entre espinhos é o que ouve a palavra, mas os cuidados deste mundo e a sedução da riqueza sufocam a palavra, que assim não dá fruto.
E aquele que recebeu a palavra em boa terra é o que ouve a palavra e a compreende. Esse dá fruto e produz ora cem, ora sessenta, ora trinta por um».(Tradução litúrgica da Bíblia)

Beato Guerric de Igny (c. 1080-1157) abade cisterciense - 2.º sermão para a Anunciação; SC 202

Maria, a terra boa que dá fruto

O Verbo, a Palavra de Deus, fez-Se carne e habitou entre nós (cf Jo 1,14). […] A Sabedoria de Deus (cf 1Cor 1,24) começou a construir para Si a morada (cf Prov 9,1) de um corpo como o nosso no seio da Virgem […]; sem cooperação de homem, tomou do corpo da Virgem a carne destinada à nossa redenção. E o Senhor dos exércitos está connosco (cf Sl 45,8) desde este dia, o Deus de Jacob é a nossa força, porque o Senhor tomou a nossa condição humana para que a glória habite na nossa terra (cf Sl 84,2). Sim, Senhor, Tu abençoaste a terra, a terra abençoada entre todas as mulheres (cf Lc 1,28). Tu difundiste a graça do Espírito Santo para que a nossa terra dê o fruto das suas entranhas (cf Sl 84,13) e para que, do orvalho descido dos céus sobre o seio virginal, germine o Salvador (cf Is 45,8). Esta terra tinha sido amaldiçoada por causa do Mentiroso (cf Jo 8,44) e, mesmo quando era trabalhada, dela nasciam espinhos e cardos para os herdeiros da maldição (cf Gn 3,17-18). Mas hoje a terra foi abençoada pela presença do Redentor, e produz para todos a remissão dos pecados e o fruto da vida, apagando nos filhos de Adão a marca da maldição original. Sim, ela é abençoada, esta terra absolutamente virgem que, sem ter sido tocada, nem cavada, nem semeada, fez germinar o Salvador apenas do orvalho do céu, e fornece aos homens o pão dos anjos, alimento de vida eterna. Esta terra não cultivada parecia estar descarnada, mas tinha oculta em si uma colheita abundante (cf Sl 77,25); parecia um deserto inabitado, mas era um paraíso de delícias. Sim, este lugar solitário era o jardim onde Deus encontrava toda a sua alegria.


Santa Ana
e São Joaquim (pais de Nossa Senhora)

As informações sobre os pais da Virgem Maria, São Joaquim e Santa Ana, incluindo seus nomes, não se encontram na Bíblia, mas vêm de referências de textos apócrifos, como o Protoevangelho de Tiago e o Evangelho do Pseudo-Mateus, além da Tradição. Tais fontes indicam que moravam em Jerusalém, eram judeus exemplares e piedosos, e assim esperavam a vinda do Messias. Ana era filha de Achar e irmã de Esmeria, a mãe de Isabel e avó de São João Batista. Joaquim era um homem piedoso e muito rico, da tribo de Davi. Depois de casados, não tiveram filhos, o que, para a mentalidade judaica, era sinal de falta da bênção de Deus e condição humilhante. Suplicaram então a Deus, com orações, lágrimas e jejuns, a graça de gerarem um filho, mesmo já tendo chegado à velhice. O pedido foi atendido, e à filha deram o nome de Mirian (Maria), que significa “a amada”, “a esperada”, “a desejada”. Até os três anos de vida, Maria morou com os pais numa casa próxima à piscina de Betesda (ou Betzaeda, Betezatá, Betsata, Betzada), onde Jesus anos depois curou milagrosamente um paralítico (Jo 5,1-9). Os Cruzados construíram no local, no século XII, uma igreja dedicada a Santa Ana, ainda existente. Foi então levada pelos pais ao Templo de Jerusalém, para ser consagrada a seu serviço, em sinal de gratidão. Só em 1969 a Igreja definiu um dia único para venerar o casal, 26 de julho. Anteriormente, apenas Santa Ana era festejada, e em datas diferentes no Ocidente e no Oriente. Ela é invocada como padroeira das mães (que pedem um parto feliz, filhos saudáveis e leite suficiente para amamentar) e das viúvas, nos partos difíceis e contra a esterilidade conjugal. Santana ou San’Ana é também nome de muitas localidades e adotado igualmente como sobrenome familiar.(Colaboração: José Duarte de Barros Filho)

Reflexão: Independentemente da exatidão dos dados históricos sobre os pais de Nossa Senhora, que contudo não são necessariamente falsos e condenáveis e podem ser aceitos com razoabilidade, o que unicamente importa é que foram especialmente abençoados por Deus. E seus nomes conhecidos, em Hebraico, exprimem coerentemente as suas pessoas: Ana é “graça”, e Joaquim “Javé prepara” ou “Javé fortalece”. Imensa é a graça, a fortaleza, e o preparo, necessários para alguém ser responsável por Nossa Senhora! E para nós, que A queremos levar no coração por toda a vida, não menores são a graça, o preparo e a fortaleza indispensáveis para viver responsavelmente qualquer devoção e consagração a Ela oferecidas. A vida espiritual não pode ser leviana. Deus nos pedirá contas do modo como tratamos a Sua Mãe. Mesmo para quem não Lhe é devoto, ao menos um santo respeito é exigido, mas sobretudo é o amor filial, íntegro, simples, verdadeiro, que basta na relação com a mais acolhedora das mães. Não gerar vida, diante de Deus, é sim algo humilhante, não em relação à do corpo, mas à da alma… Logo, como Joaquim e Ana roguemos incessantemente a Deus, entre lágrimas sinceras e jejum dos pecados, da indiferença e da acomodação, para sermos solo fecundo. Caso contrário, o tempo inevitavelmente passará, e a velhice de alma, que corresponde a uma paralisia no trato com Deus, nos tornará estéreis na caridade, as boas obras que são o sinal de vida eterna. Somente na intimidade fecunda com o Espírito Santo é que poderemos gerar esta vida. Mas toda vida que nasce precisa crescer, e por isso deve ser consagrada ao Senhor, para que, imersa na piscina de Suas bênçãos, se torne “Mirian”: a vida amada, a vida desejada, isto é, a vida infinita. A união da alma com Deus gera frutos de caridade, que crescem e se transformam na vida celeste que esperamos. É natural que contemos com esta sabedoria nas pessoas mais velhas (embora atualmente o hedonismo e o ateísmo corrompam mesmo muitos dos que mais deveriam estar atentos à inevitabilidade da morte), e sobretudo que a saibam transmitir às novas gerações. É um dos maiores bens que os idosos podem fazer, santificando-se e aos demais, pois a autoridade deste seu apostolado tem profunda repercussão na formação dos jovens e crianças. O seu exemplo de fidelidade aos verdadeiros valores, sob as mais diferentes circunstâncias, através de um longo período de tempo, é em si uma santificação. Por isso os mais idosos, no contexto bíblico, estão associados a referência de respeitosa veneração (cf. 2 Mc 6,23). São Joaquim e Santa Ana são portanto modelo na santidade vivida em idade avançada. A eles devemos rogar, pedindo pelo resgate da valorização dos mais velhos na sociedade atual, que senil e estéril de comunhão com Deus, induz crianças, jovens e adultos a menosprezarem e mesmo promoverem o “desfazer-se” dos anciãos, pelo crime da eutanásia.

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quarta-feira, 24 de julho de 2024

BOM DIA EVANGELHO - 25. JULHO. 024

 

BOM DIA EVANGELHO

25 DE JULHO DE 2024 - 25 de julho: São Tiago, Apóstolo

Oração: Deus Pai, que nos criastes para estarmos Convosco, concedei-nos por intercessão de São Tiago Maior a têmpera de ter verdadeira intimidade com Jesus, acompanhando-O exclusivamente, nos momentos de excelsa transfiguração e nos de pavorosa agonia, para que ao final desta peregrinação terrestre, tendo definitivamente decepado o apego ao corpo de pecado, possamos ser verdadeiramente chamados Filhos de Deus e não Filhos do Trovão. Pelo mesmo Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém.

Evangelho (Mt 20,20-28)

 A mãe dos filhos de Zebedeu, com seus filhos, aproximou-se de Jesus e prostrou-se para lhe fazer um pedido. Ele perguntou: «Que queres?». Ela respondeu: «Manda que estes meus dois filhos se sentem, no teu Reino, um à tua direita e outro à tua esquerda». Jesus disse: «Não sabeis o que estais pedindo. Podeis beber o cálice que eu vou beber?». Eles responderam: «Sim, podemos». Declarou Jesus: «Do meu cálice bebereis, mas o sentar-se à minha direita e à minha esquerda não depende de mim. É para aqueles a quem meu Pai o preparou».
Quando os outros dez ouviram isso, ficaram zangados com os dois irmãos. Jesus, porém, chamou-os e disse: «Sabeis que os chefes das nações as dominam e os grandes fazem sentir seu poder. Entre vós não deverá ser assim. Quem quiser ser o maior entre vós seja aquele que vos serve, e quem quiser ser o primeiro entre vós, seja vosso escravo. Pois o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate por muitos».

«Podes beber do cálice que eu vou beber?»

Mons. Octavio RUIZ Arenas Secretário do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização(Città del Vaticano, Vaticano)

Hoje, o episódio que nos narra este fragmento do Evangelho nos põe diante a uma situação que ocorre com muita frequência nas diferentes comunidades cristãs. João e Santiago foram muito generosos ao abandonar sua casa e suas redes para seguir Jesús. Escutaram que o Senhor anuncia um Reino e que oferece a vida eterna, mas não chegam a entender ainda a nova dimensão que apresenta o Senhor e, por isso, sua mãe pedir a algo bom, mas que estão nas simples aspirações humanas: «Manda que estes dois filhos meus que se sentem, um a tua direita e outro a tua esquerda, em teu Reino» (Mt 20,21).
Igualmente, nós escutamos e seguimos o Senhor, como fizeram os primeiros discípulos de Jesus, mas não sempre chegamos entender totalmente sua mensagem e nos deixamos levar por interesses pessoais ou ambições dentro da igreja. Esquecemos que ao aceitar ao Senhor, temos que entregarmos confiança e de maneira plena a Ele, que não podemos pensar em obter a gloria sem ter aceitado a cruz.
A resposta que lhes dá Jesus pões exatamente a entonação neste aspecto: para participar de seu Reino, o que importa é aceitar beber de seu próprio «cálice» (cf. Mt 20,22), ou seja, estar dispostos a entregar nossa vida por amor a Deus e dedicarmos ao serviço de nossos irmãos, com a mesma atitude de misericórdia que teve Jesus. O Papa Francisco, em sua primeira homilia, ressaltava que para seguir a Jesus devemos caminhar com a cruz, pois «quando caminhamos sem a cruz, quando confessamos um Cristo sem cruz, não somos discípulos do Senhor».

São Tiago Maior

As informações sobre São Tiago Maior vêm do Novo Testamento. Nasceu em Betsaida da Galileia, em Israel, por volta do ano 5 a.C.. Era filho de Zebedeu e Salomé e irmão mais velho de São João Evangelista, este o mais jovem dos Apóstolos. É sempre citado como um dos três primeiros dos 12 Apóstolos, com Pedro e André. É chamado de “maior” para não ser confundido com outro dos Apóstolos, também de nome Tiago porém mais novo, e por isso identificado como “menor”, filho de Alfeu e Maria de Cléofas e primo de Jesus. Zebedeu, Tiago e João eram sócios de Pedro e André no trabalho da pesca. No mesmo dia, Jesus chama Pedro e André, e logo depois Tiago e João, para segui-Lo como “pescadores de homens”, e todos imediatamente largam tudo, até mesmo o pai dos dois últimos, Zebedeu, para ir com o Senhor (Mt 4, 17-22). Tiago, Pedro e João foram particularmente íntimos de Jesus, pois só os três estavam presentes com Ele em certos momentos importantes, como a ressurreição da filha de Jairo (Lucas 8,51), a cura da sogra de Pedro (Mc 1,29), a Transfiguração no Monte Tabor (Mt 17,1) e a agonia no Horto das Oliveiras (Mt 26,37). O temperamento exaltado de Tiago e João lhes valeu de Jesus o apelido de boanerges, isto é, “filhos do trovão”, como se evidencia quando ambos perguntam ao Senhor se quer que “mandem”(!) descer fogo do céu para matar os samaritanos que não O acolheram bem (Lc 9,51-56). Um outro traço de que os irmãos eram exagerados (e ainda com mentalidade muito mundana) é o pedido que fazem à própria mãe de interceder a Jesus por eles, para reservar-lhes no Seu reino os principais lugares (Mt 20, 20-28). Conta a Tradição que depois de Pentecostes Tiago foi evangelizar a Espanha, voltando depois a Jerusalém, onde está registrada a sua morte por decapitação a mando do rei Herodes Agripa (At 12,2), nos inícios das perseguições à Igreja. Foi o primeiro mártir entre os Apóstolos. Seu corpo teria sido levado para a Espanha. Em 831, segundo a Tradição, o bispo de Iria, cidade espanhola (atualmente Iria Flávia), viu uma estrela iluminando particularmente um campo, e ali foi encontrado um sepulcro com a inscrição: “Aqui jaz Jacobus, filho de Zebedeu e de Salomé”. (Jacobus, ou Jacó, é traduzido por “Tiago”). O local foi batizado de Campus stellae (“campo da estrela”), nome que originou a cidade de Santiago de Compostela. Construiu-se lá uma catedral e basílica dedicada a ele, um santuário que é local de peregrinações desde a Idade Média, quando a Igreja concedia indulgência plenária a todos aqueles que fizessem peregrinação ao local com espírito de penitência, arrependimento e conversão. Este benefício espiritual atraiu cada vez mais fiéis ao longo do tempo, com aumento gradativo das rotas de peregrinação, atualmente com cerca de 800 quilômetros. Normalmente esta devoção é feita a pé, mas também de bicicleta ou outro veículo que exija esforço humano, e hoje há ampla organização e infraestrutura para acolher os peregrinos do mundo todo ao longo das várias vias de acesso. Na Espanha há três datas anuais comemorativas do santo: 23 de maio, quando da sua aparição na batalha de Clavijo em 844 (contra os muçulmanos invasores da Europa, montando um cavalo branco); 25 de julho, quando do seu martírio; e 30 de dezembro, quando da transladação dos seus restos mortais para a Galícia, região onde fica Compostela. Esta última referência indica que não apenas a Tradição é fonte da sua passagem pela Espanha. São Tiago Apóstolo, Santiago ou Santiago de Compostela deu nome a muitas cidades e é padroeiro da Espanha, Guatemala, Chile e Nicarágua, dos peregrinos e cavaleiros, bem como dos exércitos espanhol e português (em honra da sua coragem em dar testemunho do Cristo; por isso foi criada a famosa Ordem de Santiago, valorizando honra, lealdade, coragem e fé).(Colaboração: : José Duarte de Barros Filho)

Reflexão: São Tiago Maior tinha forte personalidade, como os outros Apóstolos, mas cada qual diferente. Por isso, aliás como também outros Apóstolos e outros santos, seguiu imediatamente a Jesus, quando foi por Ele chamado. Seguir a Jesus é sempre um desafio, e muitos o fazem gradativamente, aos poucos, até se aproximarem Dele o suficiente para poderem acompanhar os Seus passos, e assim será a longa fila que chega no Paraíso; mas Tiago foi um dos que não hesitou, trocando o pai terreno pelo Pai do Céu. Desenredar-se instantaneamente de toda uma vida para seguir uma Palavra ou é uma insensatez ou um ato heroico, mas a ação que exprimia o Verbo de Deus era identificável como sublime, embora misteriosa, e os santos são exatamente os heróis da Fé. Marcante é a especial proximidade, ou especial preferência, de Tiago com Jesus, para que tenha participado de situações mais exclusivas com o Mestre. Certamente, de alguma forma pessoal, isto era importante para a missão de vida que Jesus lhe destinou, mas não deve ser o único motivo. Particularmente a Transfiguração e a agonia de Jesus no Horto das Oliveiras são únicos e também singularmente intensos, em significado, profundidade espiritual e dramaticidade. Tiago foi o primeiro mártir entre os Apóstolos, o primeiro entre os escolhidos por Jesus para concretamente dar o exemplo de total adesão à Sua Cruz, a seguí-Lo de mais perto na essência da Obra da Salvação; talvez uma singularidade do plano de Deus para si que explique a sua seleta participação naquelas situações. Pois Pedro seria o primeiro Papa, a pedra sobre a qual Jesus construiu a Igreja, e João o evangelista que de modo mais profundo nos apresentou o Cristo, além de ter escrito o Apocalipse – portanto, ambos com outras missões também muito específicas e grandiosas. De certa forma um alento para nós, que participamos da mesma humanidade falha dos Apóstolos, os quais apesar disso alcançaram e nos dão exemplo de privilegiada santidade, é a pergunta quase cômica de Tiago e do irmão a Jesus, oferecendo-se para “mandar” descer um fogo punitivo do Céu. Certamente isto indica um grande amor a Cristo, uma indignação legítima e sentida ao vê-Lo desprezado, mas para além de uma ingenuidade descabida, mostra que ainda não haviam mesmo entendido a proposta de Jesus, e evidencia principalmente o lado da soberba humana, a sua pretensão de domínio. Por que pensaram ter poder para decidir sobre a vida e a morte de outros, e o motivo desta sentença? A quem eles iriam “mandar”? Aos anjos? A Deus Todo Poderoso – que ainda não haviam identificado com Jesus? Verdade é que, antes deste episódio, já haviam vivido a experiência de até expulsar demônios quando enviados em missão por Jesus (cf. Lc 10,17-20), e quiçá, como também nós, convenceram-se de que o faziam, ou qualquer boa obra, por si mesmos… Os boanerges igualmente somos nós, em muitas ocasiões de destempero, enquanto Cristo nos ensina a ser como Ele mansos e humildes de coração (cf. Mt 11,29). Mas certamente nos lábios de Jesus esta expressão não tem conotação de crítica agressiva, sim de admoestação carinhosa, simpática, e verdadeira e bem humorada. Que tenha esta mesma acepção no referente a nós... A ambição e desejo de poder neles aparece no não menos absurdo e quase cômico pedido que fazem à própria mãe, de interceder por eles ao Mestre uma garantia dos lugares mais destacados no Seu reino – que ainda também não haviam entendido ser o celeste – que devemos modificar radicalmente: não a intercessão da mãe humana para um pedido mundano, mas a intercessão da Mãe Celeste por um pedido de absoluta humildade, que é o maior poder junto ao Pai para que estejamos com Ele no Céu. Identifiquemo-nos com São Tiago Maior, transformando como ele nossas faltas e veleidades em santidade, ao seguir perseverantes a Jesus, com nossos erros e acertos. Pois se o fizermos até o fim, partilharemos literalmente da doação da vida por Cristo, e os Céus trovejarão de alegria quando da nossa entrada.

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