sábado, 27 de julho de 2024

BOM DIA EVANGELHO - 29. JULHO. -24

 

BOM DIA EVANGELHO

29 DE JULHO DE 2024 - 29 de julho, SS. Marta, Maria e Lázaro

Oração: Senhor, que nos fizestes à Vossa imagem e semelhança, assim desejando desde sempre que participemos do âmago da Vossa vida Trinitária, concedei-nos por intercessão de Santa Marta não descuidar das obras materiais, mas submetê-las à primazia das espirituais, alcançando assim tamanha intimidade com Jesus que nosso coração seja a casa onde Ele venha conviver e descansar, nos proporcionando o descanso e a vivência infinita com Ele. Pelo mesmo Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém.

Evangelho (Lc 10,38-42): 

Naquele tempo, Jesus entrou num povoado, e uma mulher, de nome Marta, o recebeu em sua casa. Ela tinha uma irmã, Maria, a qual se sentou aos pés do Senhor e escutava a sua palavra. Marta, porém, estava ocupada com os muitos afazeres da casa. Ela aproximou-se e disse: «Senhor, não te importas que minha irmã me deixe sozinha com todo o serviço? Manda pois que ela venha me ajudar!». O Senhor, porém, lhe respondeu: «Marta, Marta! Tu te preocupas e andas agitada com muitas coisas.No entanto, uma só é necessária. Maria escolheu a melhor parte e esta não lhe será tirada».

«Tu te preocupas e andas agitada com muitas coisas. No entanto, uma só é necessária» - Rev. D. Antoni CAROL i Hostench(Sant Cugat del Vallès, Barcelona, Espanha)

Hoje, também nós que estamos ocupados com muitas coisas devemos ouvir o que o Senhor nos recorda: «No entanto, uma só é necessária» (Lc 10,42): o amor, a santidade. Este é o objetivo, o horizonte que não podemos perder nunca de vista no meio de nossas ocupações cotidianas.
Porque ocupados estaremos sempre se obedecermos à indicação do Criador: «Sede fecundos e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a!» (Gn 1,28). A Terra! O mundo: é aqui o nosso lugar de encontro com o Senhor. «Eu não rogo que os tires do mundo, mas que os guardes do maligno» (Jo 17,15). Sim, o mundo é o altar para nós e para nossa entrega a Deus e aos outros.
Somos do mundo, mas não podemos ser mundanos. Muito pelo contrário, somos chamados a ser como a bela expressão de João Paulo II sacerdotes da criação, sacerdotes do nosso mundo, de um mundo que amamos apaixonadamente.
Eis aqui a questão: o mundo e a santidade, o trabalho diário e a única coisa necessária. Não são duas realidades opostas: temos que procurar a confluência de ambas. E essa confluência se produz em primeiro lugar e sobre tudo em nosso coração, que é onde se pode unir o céu e a terra. Porque no coração humano é onde pode nascer o diálogo entre o Criador e a criatura.
É necessário, portanto, a oração. «O nosso tempo é um tempo em constante movimento, que freqüentemente desemboca no ativismo, com o risco fácil de acabar fazendo por fazer. Temos que resistir a essa tentação, procurando ser antes de fazer. Recordamos a este respeito a reprovação de Jesus a Marta: «Tu te preocupas e andas agitada com muitas coisas. No entanto, uma só é necessária (Lc 10,41-42)» (João Paulo II).
Não há oposição entre o ser e o fazer, mas sim há uma ordem de prioridade, de precedência: «Maria escolheu a melhor parte e esta não lhe será tirada» (Lc 10,42).

Santa Marta

Marta era irmã de Maria e Lázaro, um amigo que Jesus iria ressuscitar, morando os três juntos em Betânia, a cerca de três quilômetros de Jerusalém. A família foi abençoada com uma proximidade preferencial do Senhor, que a procurava para convivência e descanso. Duas são as passagens que destacam a figura de Marta no Novo Testamento. Na primeira, ela recebe uma bondosa mas importante repreensão de Jesus, pois ao recebê-Lo em casa preocupou-se mais com as providências materiais relativas à Sua chegada do que com a atenção direta à Sua pessoa (Lc 10,38-42). Na segunda, relativa à doença, morte e ressurreição de Lázaro, ela demonstra a intimidade que sua amizade permitia com o Senhor, expondo-Lhe seu sofrimento, expectativa, confiança, mas sobretudo sua profissão de Fé na divindade de Cristo (Jo 11,1-44). Santa Marta é padroeira do lar, das donas de casa, dos anfitriões, hoteleiros, nutricionistas e cozinheiros.(Colaboração: José Duarte de Barros Filho)

Reflexão: Belíssima é a amizade de Jesus com Marta, Maria e Lázaro. A proximidade dos três com o Senhor nos daria mesmo uma “santa inveja”, não fosse a realidade de que, pela Eucaristia, temos com Ele essa mesma graça. Exatamente por isso devemos estar bem à vontade para expressarmos claramente a Ele os nossos sentimentos, as nossas dúvidas, as nossas fraquezas, e alegrias, e expectativas, sonhos, ideias… a oração verdadeira nada mais é do que este diálogo direto, em que ouvimos e somos ouvidos, com Aquele que nos procura, nos vem visitar justamente para esta conversa individual e exclusiva. A falta de confiança num melhor amigo é algo triste, grave e contraditório. Se Cristo mesmo nos procura para estarmos juntos em profunda união, é no mínimo uma grosseria com o nosso melhor Amigo ocultar ou dissimular Dele o que realmente somos, tentando nos esconder sob aparências artificiais. Em relação a Deus, além disso ser impossível, é uma fraqueza que facilmente se torna pecado. Santa Marta nos ensina que, se crermos e formos sinceros com Jesus, também presenciaremos a ressurreição, Dele, nossa e dos nossos irmãos... As atenções práticas e materiais de Marta para com Jesus eram certamente importantes e necessárias, e o Senhor não as condenou ou desprezou. Porém deixou claro que as coisas materiais, que passam, não podem ter prioridade sobre as espirituais, sobre o Espírito Santo, trazido Nele e por Ele. Há hierarquia de valores, é preciso amar a Deus sobre todas as coisas, como ensina o Primeiro Mandamento, e Jesus é Deus Encarnado. Primeiro Deus, depois, encarnado. Por isso a compreensão de que a vida contemplativa, representada por Maria, é mais importante do que a vida ativa, figura por Marta, como explicita o próprio Jesus: “Marta, Marta, andas muito inquieta e te preocupas com muitas coisas; no entanto, uma só coisa é necessária; Maria escolheu a boa parte, que lhe não será tirada” Lc 10,41-42). Ele a advertiu, com carinho mas em verdade, por que a amava. Também ama a nós.

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