Oração: Sede para todos nós, ó Deus Altíssimo, exemplo de fidelidade e de
espírito resoluto para que possamos imitar a vida de Santa Cristina, que sofreu
e morreu professando a fé cristã. Dai-nos, por sua intercessão, a Graça que
ousamos pedir. Por Cristo nosso Senhor. Amém!
Evangelho (Mt 13,1-9):
Naquele dia, Jesus saiu de casa e sentou-se à
beira-mar. Uma grande multidão ajuntou-se em seu redor. Por isso, ele entrou
num barco e sentou-se ali, enquanto a multidão ficava de pé, na praia. Ele
falou-lhes muitas coisas em parábolas, dizendo: «O semeador saiu para semear.
Enquanto semeava, algumas sementes caíram à beira do caminho, e os pássaros
vieram e as comeram. Outras caíram em terreno cheio de pedras, onde não havia
muita terra. Logo brotaram, porque a terra não era profunda. Mas, quando o sol
saiu, ficaram queimadas e, como não tinham raiz, secaram. Outras caíram no meio
dos espinhos, que cresceram sufocando as sementes. Outras caíram em terra boa e
produziram frutos: umas cem, outra sessenta, outra trinta. Quem tem ouvidos,
ouça».
«O semeador saiu para semear» - P. Julio César RAMOS González SDB(Mendoza, Argentina)
Hoje, Jesus – pela mão de Mateus – introduz-nos nos
mistérios do Reino através desta forma tão característica de nos apresentar a
sua dinâmica, por meio de Parábolas.
A semente é a palavra proclamada, e o semeador é Ele mesmo. Ele não procura
semear no melhor dos terrenos para garantir a melhor das colheitas. Ele veio
para que todos «tenham vida, e a tenham em abundância» (Jo 10,10). Por isso, é
que não se poupa a espalhar mãos-cheias generosas de sementes, seja «à beira do
caminho (Mt 13,4), seja no «terreno cheio de pedras» (v. 5), ou «no meio dos
espinhos» (v. 7), e finalmente «em terra boa» (v.8).
Assim, as sementes espalhadas por mãos generosas produzem a percentagem de
rendimento que as possibilidades “toponímicas” lhes permitem. O Concílio
Vaticano II diz: «A palavra do Senhor é comparada à semente lançada ao campo:
os que a ouvem com fé e pertencem ao pequeno rebanho de Cristo, acolheram o
reino de Deus; e então a semente germina por virtude própria e cresce até ao
tempo da ceifa» (Lumen gentium, n. 5).
«Os que a ouvem com fé», diz-nos o Concílio. Estamos habituados a ouvi-la,
talvez a lê-la e talvez a meditá-la. Conforme a profundidade de escuta na fé,
assim será a possibilidade de produzir frutos. Embora estes venham, de certa
forma, garantidos pela potência vital da Palavra-semente, não é menor a
responsabilidade que nos cabe na escuta atenta dessa Palavra. Por isso, «Quem
tem ouvidos, ouça» (Mt 13,9).
Pede hoje ao Senhor o desejo do profeta: «Bastava descobrir as tuas palavras e
eu já as devorava, as tuas palavras para mim são prazer e alegria do coração,
pois a ti sou consagrado, Senhor, Deus dos exércitos» (Jr 15,16).
Santa Cristina
Santa Cristina nasceu em Tiro, Itália perto do lago de Bolsena, em 288 D.C., filha de um rico e poderoso magistrado, chamado Urbano. Ela é considerada protetora contra os males da depressão. Seu pai era pagão e perseguia os cristãos impondo-lhes os piores castigos e torturas, às vezes dentro de sua própria casa. Cristiana via tudo, e ficava abismada com a crueldade do pai e a serenidade e alegria com que os cristãos enfrentavam a perseguição. Através do testemunho dos cristãos, ela começou a conhecer Jesus e quis conhecer mais profundamente esta fé que tantos perseguiam. Uma escrava cristã ficou presa na casa de Cristina por um bom tempo. Ao vê-la, percebeu que a menina tinha interesse em conhecer mais sobre os cristãos e sentiu que o seu coração estava aberto e que queria conhecer Jesus, a escrava preparou-a para receber o batismo. Terminada sua preparação, ela foi batizada sem que o pai soubesse. Ela passou a defender os cristãos e a se interessar pela comunidade cristã local. Ao ver que o comportamento de Cristina havia mudado, Urbano começou a pressioná-la pedindo que preste culto aos ídolos romanos e ofereça sacrifícios a eles. A filha, porém, disse não. Pressionada pelo pai, ela respondeu: “Tolo é vosso medo, tola a vossa advertência; diante de um deus cego aos sofrimentos do povo, surdo ao clamor dos fracos, eu não peço favores e não acendo uma vela. Ao Deus vivo ao Senhor do céu e da terra que nos enviou seu Filho Jesus, a este, sim, apresento sacrifícios de verdade e amor”. O pai, inconformado, ameaçou Cristina, porém, ela respondia a isso participando da celebração da Eucaristia e de outras reuniões dos cristãos, visitando os encarcerados, dando esmola aos pobres. Sua coragem e caridade fizeram-na vender as imagens dos ídolos que tinha em seu quarto para adquirir bens em favor dos pobres. O pai ficou furioso. Por isso, Cristina foi chicoteada. Muitos de sua casa lhe pediram para que ela aceitasse a vontade do pai, mas ela respondia: “Deixar a vida não me custa; abandonar minha fé, isto nunca”. Seu pai, cada vez mais furioso e inconformado, continuou com as torturas, amarrando a filha e lançando-a ao fogo. A história conta que, nesse momento, um anjo protegeu-a e as chamas não lhe fizeram mal. Mais irado ainda, mandou prender a filha. Cristina permaneceu em oração, entregando seu coração e sua vida ao Senhor. Então, mandou amarrá-la a uma pedra de moinho e jogá-la no lago. Conta-se que, milagrosamente, a pedra boiou e Cristina não se afogou. A fúria do pai foi tão forte que seu coração não resistiu e ele morreu. Cristina foi acusada pela morte do pai e foi presa. Dio, o sucessor do seu pai, nada conseguiu e submeteu Cristina a terríveis torturas como jogá-la ao fogo. Porém, mais uma vez, o fogo não a queimou. Ordenou, então, que ela fosse jogada às víboras, mas nenhuma picou a menina. Mandou cortar sua língua, mas, mesmo assim, ela continuou cantando louvores ao Senhor. A essa altura, os cristãos se fortaleceram na fé e vários outros se converteram a Jesus vendo o testemunho inacreditável de uma menina de apenas doze anos. Então, Dio ordenou que ela fosse morta a flechadas. Ela faleceu no dia 24 de julho do ano 300.(Colaboração: José Duarte de Barros Filho)
Reflexão: Deus escolhe aquele que é pequeno, fraco, indefeso, para confundir os
fortes e poderosos. Através da fragilidade física desta menina, o Senhor
mostrou que a verdadeira força vem d’Ele. Que o Senhor nos dê a graça para
enfrentarmos todos os obstáculos desta vida, perseverando na fé e prontos para
testemunhar que pertencemos a Ele.
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