segunda-feira, 22 de julho de 2024

BOM DIA EVANGELHO - 23. JULHO. 024

 

BOM DIA EVANGELHO

23 DE JULHO DE 2024 - S. Brígida, religiosa, co-padroeira da Europa

Oração: Senhor Deus, que nos proporcionais inúmeros e acessíveis caminhos para chegar a Vós, concedei-nos por intercessão de Santa Brígida a graça de obter de Vós um período de paz, da Vossa paz, para o mundo, fortalecendo o Papa para que esteja sempre em santidade, que é o seu lugar próprio, e que como ela combatamos com a oração e o exemplo para a moralização dos costumes no nosso tempo, de modo a que a última viagem desta nossa peregrinação terrena seja para Terra Santa celestial. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém.

Carta aos Gálatas 2,19-20.

Irmãos: Por meio da Lei, morri para a Lei, a fim de viver para Deus. Com Cristo estou crucificado.
Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim. Se ainda vivo dependente de uma natureza carnal, vivo animado pela fé no Filho de Deus, que me amou e Se entregou por mim.

Livro dos Salmos 34(33),2-11.

A toda a hora bendirei o Senhor,
o seu louvor estará sempre na minha boca.
A minha alma gloria-se no Senhor:
escutem e alegrem-se os humildes.

Enaltecei comigo o Senhor
e exaltemos juntos o seu nome.
Procurei o Senhor e Ele atendeu-me,
libertou-me de toda a ansiedade.

Voltai-vos para Ele e ficareis radiantes,
o vosso rosto não se cobrirá de vergonha.
Este pobre clamou e o Senhor o ouviu,
salvou-o de todas as angústias.

O anjo do Senhor protege os que O temem
e defende-os dos perigos.
Saboreai e vede como o Senhor é bom:
escutem e alegrem-se os humildes.

Temei o Senhor, vós, os seus fiéis,
porque nada falta aos que O temem.
Os poderosos empobrecem e passam fome,
aos que procuram o Senhor não faltará riqueza alguma.

Evangelho segundo São João 15,1-8.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Eu sou a verdadeira vide e meu Pai é o agricultor.
Ele corta todo o ramo que está em Mim e não dá fruto e limpa todo aquele que dá fruto, para que dê ainda mais fruto.
Vós já estais limpos, por causa da palavra que vos anunciei.
Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós, se não permanecerdes em Mim.
Eu sou a videira, vós sois os ramos. Se alguém permanece em Mim e Eu nele, esse dá muito fruto, porque sem Mim nada podeis fazer.
Se alguém não permanece em Mim, será lançado fora, como o ramo, e secará. Esses ramos, apanham-nos, lançam-nos ao fogo e eles ardem.
Se permanecerdes em Mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes e ser-vos-á concedido.
A glória de meu Pai é que deis muito fruto. Então vos tornareis meus discípulos».(
tradução litúrgica da Bíblia)

Santa Catarina de Sena (1347-1380) terceira dominicana, doutora da Igreja, copadroeira da Europa O dom do Verbo encarnado, cap. VII, n.º 23

Participais na substância da vinha!

[Santa Catarina ouviu Deus dizer-lhe:] «Eu sou a vide, meu Pai é o agricultor e vós sois os ramos» (cf Jo 15,1.5). Esta é a verdade: Eu sou o agricultor, porque tudo o que tem o ser veio e vem de Mim. O meu poder é inabarcável e, com esse poder e virtude, governo todo o Universo, de modo que nada é feito ou ordenado fora de Mim. Sim, Eu sou o agriculto; fui Eu que plantei a verdadeira vide do meu Filho único no solo da vossa humanidade, para que vós, os ramos, unidos a esta vide, possais dar fruto. Quem não produzir o fruto de obras boas e santas será cortado da vide e secará; porque, separado da cepa, perde a vida da graça e é lançado no fogo eterno, tal como o ramo que não dá fruto é cortado e lançado ao fogo, porque já não serve para mais nada. É o que acontece com estas pessoas: separadas da vide por sua vontade, se permanecerem em pecado mortal, a justiça divina não pode deixar de as lançar no fogo que arde eternamente. [...] Não assim os meus servos, e vós deveis fazer como eles, permanecendo unidos a esta vide e nela enxertados; então, produzireis frutos abundantes, porque participareis da seiva da vide. Permanecendo no meu Filho, o Verbo, permanecereis em Mim, porque Eu sou um com Ele e Ele comigo. Permanecendo nele, seguireis os seus ensinamentos; seguindo os seus ensinamentos, participareis da substância deste Verbo, isto é, participareis da minha Divindade eterna, unida à humanidade, e dela retirareis o amor divino em que a alma se embriaga. Foi por isso que vos disse que participareis da substância da vide.

Santa Brígida

Brígida nasceu no ano de 1303 em Finsta, Suécia, de pais muito nobres e piedosos, com parentesco na família real. Com 18 anos de idade, Brígida se casou com o nobre Ulf Gudmarsson, governador de um importante distrito do Reino e também um cristão fervoroso. Brígida e Ulf tiveram quatro filhos e quatro filhas, uma delas Santa Catarina da Suécia. O casal, especialmente Brígida, cuidava esmeradamente da educação moral, formal e religiosa dos filhos. Guiada por um erudito religioso, estudou a Bíblia, a ponto de ser apreciada por sua pedagogia, e por isso, a chamado do rei, Magnus, acompanhou sua jovem esposa Bianca de Namur (Bélgica), para que a formasse na cultura sueca. Junto com seu marido adotou a Regra das Terciárias Franciscanas e fundou um pequeno hospital. Quando um dos filhos morreu, fizeram uma peregrinação até o Santuário de Santiago de Compostela, na Espanha. Na volta, em 1341, Ulf adoeceu gravemente; recuperou-se, e logo depois foi viver num mosteiro, de acordo com o plano que fizeram de viver em continência. Ele faleceu em 1344. Viúva, Brígida despojou-se dos seus bens e se fez monja cisterciense em Alvastra. Ali começaram as revelações divinas, que a acompanharam durante o resto da sua vida. Essas foram ditadas por Brígida a seus secretários-confessores, que as traduziram do sueco para o italiano em uma edição de oito livros, intitulados Revelationes (Revelações), com um suplemento, Revelationes Extravagantes (Revelações Suplementares). Tais obras, de conteúdo e estilo muito variado, ainda hoje são consultadas por teólogos, historiadores e fiéis. “Não há dúvida que a Igreja, ao reconhecer a santidade de Brígida, mesmo sem se pronunciar sobre cada uma das revelações, acolheu a autenticidade do conjunto da sua experiência interior” – São João Paulo II. Mas o ponto central da sua experiência de Fé foram a Paixão de Cristo e a Virgem Maria. Testemunhas disso foram o “Rosário Brigidino” e as orações, ligadas às graças particulares prometidas por Jesus a ela, para quem os praticasse. Em 1349, Brígida deixou para sempre a Suécia e foi em peregrinação a Roma acompanhada pela filha Catarina. Queria participar do Jubileu de 1350, mas principalmente conseguir do Papa a aprovação da Regra de uma Ordem Religiosa que chegou a fundar, a Ordem do Santo Salvador, composta por monges e monjas sob a autoridade da abadessa e da regra de vida de Santo Agostinho (na Idade Média, existiam fundações monásticas com um ramo masculino e um ramo feminino, mas com a prática da mesma regra monástica, que previa a direção da abadessa). Decidiu estabelecer-se na Cidade Eterna, em uma casa na Praça Farnese, que ainda hoje é sede da Cúria Geral das Brigidinas. Nesta residência, recebeu a maior parte das suas revelações, mas também em diferentes igrejas de Roma. Ela, que era nobre, vivia na pobreza, a ponto de pedir esmolas nas portas das igrejas. Apoiada por Catarina, Brígida dedicou-se a uma vida de caridade, intenso apostolado e oração pela moralização dos costumes resultante da degradação generalizada da cidade. Neste período, por divisões dentro da Igreja, os Papas moravam em Avignon, na França, e Brígida dirigiu-se severamente a eles, a fim de que voltassem à sé romana de Pedro; em 1367, o Papa Urbano V chegou a voltar, porém só por breve tempo. Finalmente Gregório XI estabeleceu-se, definitivamente, em Roma, mas alguns anos depois da morte de Brígida. Outra linha de ação de Brígida era a paz na Europa, intercedendo para que terminasse a Guerra dos Cem Anos entre a França e a Inglaterra. De Roma, peregrinou a diversos santuários italianos, em particular Assis, pois tinha grande devoção a São Francisco. Em 1371 foi à Terra Santa, seu maior desejo, já com quase 70 anos, em companhia de um grupo dos seus filhos espirituais. Santa Brígida faleceu em Roma, a 23 de julho de 1373. No ano seguinte, seus filhos Birger e Catarina a transladaram à Suécia, para o mosteiro de Vadstena, sede da Ordem religiosa por ela fundada e agora dirigida por Santa Catarina, e que teve uma notável expansão. Santa Brígida é a padroeira da Suécia, e copadroeira da Europa com São Bento, São Cirilo, São Metódio, Santa Catarina de Sena e Santa Teresa Benedita da Cruz. = Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR

Reflexão: Orientada pela Igreja e iniciando em família, Santa Brígida desenvolveu uma eficaz pedagogia de apostolado. Então foi evangelizar a corte. Assim sempre deveria ser, o santo ensinando ao rei, isto é, a Igreja ensinando os valores que os governos devem seguir, e levar a eles, se não a conhecem, a cultura pátria, da Pátria Celeste. Infelizmente, as similaridades da época conturbada em que viveu a santa com os nossos conturbados tempos, de crises secularistas e materialistas na Igreja e no mundo, também no mundo católico, não incluem este aspecto educacional, tão necessário, mas também não impossível. Santa Brígida é mais uma das almas canonizadas que tinham por especial devoção a Virgem Maria e a Paixão de Cristo, incluindo naturalmente a Eucaristia. Nunca será demais enfatizar este caminho de santificação para o povo de Deus, de maior excelência e eficácia que vários outros (obviamente não desprezíveis, pois Deus oferece muitos caminhos). Mas como só por Maria se chega a Cristo, e a Comunhão é o cerne da vida católica, é mais do que justifica e desejável que tenham destaque as devoções a elas, e como prova estão os muitos santos que as praticaram, além da recomendação explícita da Igreja. A pureza e a castidade são também marcas típicas da santidade, e por isso, ainda que legitimamente casados, Brígida e Ulf livremente escolheram a continência como amadurecimento da vida em comum. Grande lição para o atual mundo hedonista e erotizado, e sério alerta para os católicos nas suas decisões. Da mesma forma, do luxo legítimo para a pobreza, que chegou em casos à mendicância, foi livre a escolha de Brígida, como fruto de coerência no processo de elevação espiritual. Porém muito mais importante do que estas duas decisões, que dependem claramente de missão e vocação individual, foi a vivência da caridade, manifesta ao longo de toda a sua vida, em qualquer condição social e estado de vida. A caridade, esta sim é fundamental para se chegar à santidade, ao Céu. Brígida foi agraciada com revelações místicas, mas igualmente não depende disso a santidade. A oração e o apostolado, formas essenciais da caridade, são possíveis a qualquer católico.

TJL = A12.COM – EVANGELI.NET – EVANGELHOQUOTIDIANO.ORG

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