terça-feira, 10 de setembro de 2024

BOM DIA EVANGELHO-11.10.024

 

BOM DIA EVANGELHO

11 DE SETEMBRO DE 2024 - Quarta-feira da 23ª semana do Tempo Comum

Oração: Ó Senhor, Todo-Poderoso, infinitamente bom, e infinitamente justo: concedei-nos pela intercessão e exemplo de São João Gabriel Perboyre a graça de não nos sobrecarregarmos com as cadeias do pecado, da apostasia, de não trairmos Cristo e os irmãos, mas protegei os Vossos filhos, livrando-os dos males da alma e do mundo, sustentando-nos nas boas obras e na coragem de rezar e agir pelo Vosso Reino. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém.

Evangelho (Lc 6,20-26):

 Naquele tempo, Jesus levantou o olhar para os seus discípulos e disse-lhes: «Felizes vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus! Felizes vós que agora passais fome, porque sereis saciados! Felizes vós que agora estais chorando, porque haveis de rir! Felizes sereis quando os homens vos odiarem, expulsarem, insultarem e amaldiçoarem o vosso nome por causa do Filho do Homem. Alegrai-vos, nesse dia, e exultai, porque será grande a vossa recompensa no céu, pois era assim que os seus antepassados tratavam os profetas.
»Mas, ai de vós, ricos, porque já tendes vossa consolação! Ai de vós que agora estais fartos, porque passareis fome! Ai de vós que agora estais rindo, porque ficareis de luto e chorareis! Ai de vós quando todos falarem bem de vós, pois era assim que seus antepassados tratavam os falsos profetas».

«Felizes vós, os pobres (...). Ai de vós, ricos!» - Rev. D. Joaquim MESEGUER García(Rubí, Barcelona, Espanha)

Hoje, Jesus mostra-nos onde está a verdadeira felicidade. Na versão de São Lucas, as bem-aventuranças são acompanhadas de dolorosas imprecações por aqueles que não aceitam a mensagem de salvação, fechando-se numa vida auto-suficiente e egoísta. Com as bem-aventuranças e as imprecações, Jesus faz uma aplicação da doutrina dos dois caminhos: o caminho da vida e o caminho da morte. Não há uma terceira possibilidade, neutra: quem não segue o caminho da vida encaminha-se para a morte; quem não segue a luz, vive nas trevas.
«Felizes vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus» (Lc 6,20). Esta bem-aventurança é a base de todas as outras, pois quem é pobre será capaz de receber o Reino de Deus como um dom. Quem é pobre sabe de que coisas deve ter fome e sede: não de bens materiais, mas da Palavra de Deus; não de poder, mas de justiça e de amor. Quem é pobre sabe chorar perante o sofrimento do mundo. Quem é pobre sabe que Deus é toda a sua riqueza e que, por isso, sofrerá incompreensões e perseguições.
«Mas, ai de vós, ricos, porque já tendes vossa consolação» (Lc 6,24). Esta imprecação é também o fundamento de todas as que se seguem, pois quem é rico e auto-suficiente, quem não sabe pôr as suas riquezas ao serviço dos outros, encerra-se no seu egoísmo e constrói a sua própria desgraça. Que Deus nos livre do afã de riquezas, de correr atrás das promessas do mundo e de pôr o nosso coração nos bens materiais; que Deus não permita que fiquemos satisfeitos com os louvores e adulações humanas, já que isso significaria ter posto o coração na glória do mundo e não na de Jesus Cristo. Será de grande proveito lembrar o que diz São Basilio: «Quem ama o próximo como a si mesmo não acumula coisas desnecessárias que possam ser indispensáveis para os outros».

São João Gabriel Perboyre

João Gabriel Perboyre nasceu no ano de 1802, em Mongesty, diocese de Cahors, França, de uma numerosa família de agricultores profundamente cristã. Primeiro dos oito filhos do casal, foi educado para seguir a profissão do pai. Porém, desde cedo demonstrava vocação religiosa, e na adolescência, juntamente a dois dos seus irmãos, ingressou no seminário da Congregação de São Vicente de Paulo (lazaristas). Três de suas irmãs também se fizeram religiosas, e um seu tio já era sacerdote. 

Foi ordenado padre em 1826, ficando alguns anos em Paris, onde foi professor e diretor de seminários vicentinos. Mas aspirava ser missionário na China, numa casa vicentina; neste país, por esta época havia sido martirizado um outro padre.

Em 1832 um dos seus irmãos, também sacerdote, foi enviado ao povo sino, mas faleceu durante a viagem marítima. João pediu para ser seu substituto, seguindo em 1835 primeiro para Macau (possessão portuguesa até 1999). Ali aprendeu os costumes e o idioma chinês, bem como a apresentar-se como um nativo, pois a entrada de estrangeiros era proibida. Seguiu então para as regiões de Ho-Nan, e depois Hou-Pé. Encontrou um quadro de muitas apostasias, pois a perseguição aos católicos era grande e vários fraquejavam. Mas consolou-os e os incentivou à Fé, e realizou batismos, evangelizando em diversas aldeias.

Antes da celebração de uma Missa dominical em 1839, soldados chineses o quiseram prender, mas ele fugiu e se escondeu num bambuzal. Um rapaz recém-batizado o traiu, indicando o lugar aos perseguidores, que o capturaram. Foi imediatamente espancado. Durante este procedimento, era pressionado a revelar onde estavam outros padres; depois, foi levado a “julgamento”. Na prisão, ficou um ano sendo cruelmente torturado, em três cadeias diferentes. Sofreu mais de 20 interrogatórios, sob deboches, pancadas e torturas, com a intenção de que revelasse a localização de outros sacerdotes que deveriam ser mortos. Numa dessas ocasiões, foi-lhe oferecida a liberdade, se pisasse num crucifixo: recusando veementemente, foi punido com 110 chicotadas. Os tormentos incluíram sobrecarregá-lo com correntes, esmagar seus pés num torno, açoitá-lo com bambus, chicoteamento até a desfiguração, obrigá-lo a beber sangue de cachorro, insultar seu pudor. João Gabriel apenas dizia, “melhor morrer do que pecar.”

Foi por fim condenado à morte. Em 11 de setembro de 1839, amarrado a uma cruz em forma de “X”, foi espancado, escarrado, e teve os cabelos arrancados; enquanto o estrangulavam, ainda lhe davam pontapés na barriga. São João Gabriel Perboyre foi o primeiro missionário da China canonizado pela Igreja.(Colaboração: José Duarte de Barros Filho)
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