A coragem e o zelo apostólico da Igreja timorense
Irmã Rosa, pe. Sancho e o leigo Florentino. Três
testemunhas de uma história eclesial viva e apaixonada pelo Evangelho, que na
Catedral da Imaculada Conceição, em Díli, contaram ao Papa a sua experiência de
fé e de participação nos acontecimentos dramáticos e dolorosos de Timor-Leste
Oração: Deus nosso Pai, colocamos agora neste momento, sob a vossa proteção todo
o nosso agir e todo o nosso viver. Caminhemos hoje buscando a vossa face de
luz. Em tudo procuremos a simplicidade, a cordialidade, o bom senso, o bom
humor, a alegria cristã, pois lamúrias e tristeza para nada servem. Procuremos
mais ajudar que ser ajudados, mais servir que ser servidos, mais somar que
dividir mais ouvir que falar. Não faltemos com a cordialidade, o respeito, a
sinceridade, sobretudo para com os que vivem juntos a nós. Por Cristo nosso
Senhor. Amém!
Evangelho (Lc 6,27-38):
Naquele tempo, disse Jesus a
seus discípulos: «A vós, porém, que me escutais, eu digo: amai os vossos
inimigos e fazei o bem aos que vos odeiam. Falai bem dos que falam mal de vós e
orai por aqueles que vos caluniam. Se alguém te bater numa face, oferece também
a outra. E se alguém tomar o teu manto, deixa levar também a túnica. Dá a quem
te pedir e, se alguém tirar do que é teu, não peças de volta. Assim como
desejais que os outros vos tratem, tratai-os do mesmo modo. Se amais somente
aqueles que vos amam, que generosidade é essa? Até os pecadores amam aqueles
que os amam. E se fazeis o bem somente aos que vos fazem o bem, que
generosidade é essa? Os pecadores também agem assim. E se prestais ajuda
somente àqueles de quem esperais receber, que generosidade é essa? Até os
pecadores prestam ajuda aos pecadores, para receberem o equivalente. Amai os
vossos inimigos, fazei o bem e prestai ajuda sem esperar coisa alguma em troca.
Então, a vossa recompensa será grande. Sereis filhos do Altíssimo, porque ele é
bondoso também para com os ingratos e maus.
»Sede misericordiosos como vosso Pai é misericordioso. Não julgueis e não
sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis
perdoados. Dai e vos será dado. Uma medida boa, socada, sacudida e
transbordante será colocada na dobra da vossa veste, pois a medida que usardes
para os outros, servirá também para vós».
«Sede misericordiosos como vosso Pai é misericordioso» - Rev. D. Jaume AYMAR i Ragolta(Badalona, Barcelona, Espanha)
Hoje, no Evangelho, o Senhor
pede-nos duas vezes que amemos os nossos inimigos. E oferece, seguidamente,
três situações concretas e positivas deste mandamento: fazei o bem aos que vos
odeiam, benzei aos que vos maldizem e orai por aqueles que vos caluniam. É um
mandamento que parece difícil de cumprir: como podemos amar os que não nos
amam? Mais ainda, como podemos amar aqueles que temos a certeza de que nos
querem mal? Chegar a amar desta maneira é um dom de Deus, mas é preciso que
estejamos abertos a Ele. Bem pensado, amar os inimigos é humanamente falando, a
coisa mais sábia que podemos fazer: o inimigo amado sente-se desarmado; amá-lo
pode ser condição da possibilidade de deixar de ser inimigo. Jesus continua
nesta mesma linha, dizendo: «Se alguém te bater numa face, oferece também a
outra» (Lc, 6,29). Poderia parecer um excesso de mansidão. Mas, que fez Jesus
quando foi esbofeteado na sua Paixão? Certamente não contra-atacou, mas
respondeu com tal firmeza, cheia de caridade, que deve ter surpreendido aquele
servo irado: «Se falei mal, mostra em que falei mal; e se falei certo, por que
me bates?» (Jo 18,22-23).
Todas as religiões têm uma máxima de ouro: «Não faças aos outros o que não
queres que te façam a ti». Jesus é o único que a formula de modo positivo:
«Assim como desejais que os outros vos tratem, tratai-os do mesmo modo» (Lc
6,31). Esta regra de ouro constitui o fundamento de toda a moral. São João
Crisóstomo, comentando este versículo, ensina-nos: «Ainda há mais, porque Jesus
não disse somente: desejai todo o bem para os outros, mas fazei o bem aos
outros»; logo, a máxima de ouro proposta por Jesus não pode reduzir-se a um
mero desejo, mas tem que se traduzir em obras.
Guido nasceu em Bruxelas, Bélgica, em 950, numa família pobre que trabalhava no campo. Acostumado com a vida simples e humilde, cresceu com um amor muito grande pelas coisas de Deus, pela oração e pelo serviço. Ele é considerado protetor dos estábulos, em especial dos cavalos. Em busca de uma união maior com Deus, foi para a cidade de Laeken, perto de Bruxelas, onde serviu no Santuário de Nossa Senhora em todos os trabalhos que o sacerdote pedisse, limpando o chão, o teto, o altar sagrado, fazendo as tarefas de sacristão e cuidador da Igreja com muito zelo. Assim, além de se sentir útil ao próximo, ele tinha tempo para se dedicar à oração e às piedosas práticas de ascese (regulação moral do comportamento) cristã. Viveu dois séculos antes de São Francisco de Assis, e alertava sobre o perigo que o dinheiro traz às almas. Guido desde muito jovem soube que tinha vocação para a vida sacerdotal. Era muito desapegado e, ainda na juventude, doou aos pobres tudo o que tinha e ganhava. Em determinado momento de sua vida, não por desejo de lucro, mas para fazer um fundo a favor dos pobres, ele aceitou fazer um acordo com um mercador para um negócio cuja renda seria destinada totalmente aos pobres da cidade. Mas esse não era o caminho que o Senhor queria para ele: Guido percebeu isso quando o primeiro navio armado naufragou no porto fluvial de Bruxelas. Assim, deixou tudo, se vestiu com o hábito de peregrino e por sete anos percorreu as longas e inseguras estradas da Europa para visitar os maiores santuários da cristandade em penitência e oração. Durante suas viagens, dedicou-se à evangelização e a levar Jesus a todos os que encontrava, mas também dando pão aos famintos. Foi a Roma e depois prosseguiu para a Terra Santa. Ao voltar, passou por Roma, onde encontrou o decano de Anderlecht, que, em seu leito de morte, o encarregou de continuar a anunciar a Boa Nova. Guido voltou para Anderlecht, chegando lá cansado e doente. Pouco tempo depois, ele morreu, em 12 de setembro de 1012. No momento da morte, uma luz brilhou em volta do santo. Hoje, seus restos mortais descansam na igreja Colegiada da cidade. No decorrer dos séculos, a devoção a São Guido se difundiu. São Guido protege os estábulos, as escuderias e em particular os cavalos, que durante a festa anual de Anderlecht são abençoados ao término de uma procissão folclórica.
Reflexão: O estilo de vida de São Guido foi fundamentado no desapego aos bens materiais, ao amor ao próximo e a busca pela santidade. Seu propósito era pregar o amor de Deus sobre todas as coisas, amando o próximo e cuidando dos mais necessitados. Suas maiores virtudes eram a caridade e o silêncio. Num mundo marcado pela pobreza, violência e desigualdades, a vida de São Guido nos inspira a lutar pela construção de uma nova sociedade.
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