Oração:
Senhor Deus, que nos libertais da escravidão do
pecado, concedei-nos pela intercessão de São Pedro Claver a cura da paralisia
espiritual, com ao menos um pouco da sua ardente caridade em livremente
obedecermos primeiro a Vós e assim ao cuidado dos irmãos, e com o auxílio e
compromisso da Eucaristia e do Rosário diário, podermos servir como devemos já
nesta Terra e mais ainda do Céu. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora.
Amém.
Evangelho (Lc 6,6-11):
Num
outro sábado, Jesus entrou na sinagoga e começou a ensinar. Lá estava um homem
que tinha a mão direita seca. Os escribas e os fariseus observavam Jesus, para
ver se ele faria uma cura no dia de sábado, a fim de terem motivo para
acusá-lo. Ele, porém, conhecendo-lhes os pensamentos, disse ao homem da mão
seca: Levanta-te e fica aqui no meio!. Ele se levantou e ficou de pé. Jesus
disse-lhes: Eu vos pergunto: em dia de sábado, o que é permitido, fazer o bem
ou fazer o mal? Salvar uma vida ou deixar morrer?. Passando o olhar sobre todos
eles, Jesus disse ao homem: Estende a mão!. O homem assim o fez e a mão ficou
curada. Eles se encheram de raiva e começaram a discutir entre si sobre o que
fariam contra Jesus.
«Levanta-te e fica aqui no meio (...). Estende a mão» - P. Julio César RAMOS González SDB(Mendoza, Argentina)
Hoje Jesus
nos dá exemplo de liberdade. Falamos muitíssimo dela nos nossos dias. Mas a
diferença do que hoje se apregoa e até se vive como liberdade,a de Jesus, é uma
liberdade totalmente associada e aderida à ação do Pai. Ele mesmo dirá: Vos
garanto que o Filho do homem não pode fazer nada por si só e sim somente o que
vê o Pai fazer; o que faz o Pai, faz o Filho (Jo 5,19). E o Pai só obra, só age
por amor.
O amor não se impõe, mas faz agir, mobiliza devolvendo com amplidão a vida.
Aquele mandato de Jesus: Levanta-te e fica aqui no meio (Lc 6,8); tem a força
recriadoura daquele que ama, e pela palavra age. Mas ainda, o outro: Estende
tua mão,(Lc 6,10), que termina conseguindo o milagre, restabelece
definitivamente a força e a vida daquele que estava débil e morto. Salvar é
arrancar da morte e, é a mesma palavra que se traduz por sanar. Jesus curando,
salva o que havia de morto nesse pobre homem doente, e isso é um claro signo do
amor de Deus Pai para com suas criaturas. Assim, na nova criação onde o Filho
não faz outra coisa mais do que vê fazer ao Pai, a nova lei que imperará será a
do amor que se põe em obra e, não a de um descanso que inativa, inclusive, para
fazer o bem ao irmão necessitado.
Então, liberdade e amor conjugados é a chave para hoje. Liberdade e amor
conjugados à maneira de Jesus. Aquilo de: ama e faz o que queiras, de Santo
Agostinho tem hoje vigência plena, para aprender a configurar-se totalmente com
Cristo Salvador.
Pedro Claver gente do campo, o jovem espanhol manifestou desde cedo sua vocação religiosa. Tornou-se jesuíta, logo viajando para uma missão em Cartagena, atual país da Colômbia. Começou então o apostolado que iria marcar sua vida: o trabalho como os negros que vinham escravizados da África. Apesar das dificuldades da língua, a linguagem do amor e da caridade falava ao coração dos escravos e aproximava-os de Pedro Claver. O missionário além de lhes dar alimento, vinho e tabaco, oferecia palavras de fé para aquecer seus corações e lhes dar esperança. Por esse motivo os escravos negros o veneravam e respeitavam como um justo e bondoso pai. Em sua missão, lutava ao lado dos negros e sofria com eles. O que podia fazer por eles era mitigar seus sofrimentos e oferecer-lhes a salvação eterna. Com essa proposta, Pedro Claver batizou cerca de quatrocentos mil negros durante os quarenta anos de missão apostólica. Durante a peste não abandonou os escravos, mas acabou contaminado. Depois de quatro anos de sofrimento, Pedro Claver morreu aos setenta e três anos de idade, em 08 de setembro de 1654, no dia na festa da Natividade da Virgem Maria. Colaboração. (José Duarte de Barros Filho)
Reflexão: Novamente constatamos, com São
Pedro Claver, que a devoção à Sagrada Eucaristia e à Nossa Senhora são um
denominador comum aos grandes santos de Deus. É só destas fontes que a alma
recebe a condição de caridade superior que lhe permite ser “escravo dos escravos”,
ou, como é próprio dos Papas, “servo dos servos de Deus”, no seguimento
autêntico do ensinamento maior do Cristo: “Compreendeis o que vos fiz? Vós me
chamais de Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque realmente Eu o sou. Se Eu, o
Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos
outros. Eu vos dei o exemplo, para que vós também façais como eu fiz. Eu vos
afirmo e esta é a verdade: não é o servidor maior do que o seu mestre, nem o
enviado maior do que aquele que o envia” (Jo 13,13-16). É preciso termos sede
de almas para Cristo, conquistando para Ele muitos outros filhos, irmãos nossos
que se salvem, particularmente os mais necessitados – não apenas ou
principalmente os pobres materiais, mas sobretudo os que, independentemente da
situação financeira e social, vivem no pecado, longe de Deus, correndo objetivo
risco de condenação infinita; como o Cristo, Deus mesmo, nos serviu nas nossas
misérias, igualmente nos devemos fazer escravos dos irmãos, começando pela
oração e santificação pessoal, de modo a bem servir às almas, por amor ao Pai.
São Pedro Claver não obteve a melhoria de vida social dos escravos, mas os
libertou do paganismo e do pecado, e muitos deles, segundo os relatos
históricos, consideravam-se mais felizes depois da conversão, mesmo como
cativos na América, do que como idólatras na sua terra natal. Talvez não
vivamos sequer os 70 anos que São Pedro Claver atingiu; aproveitemos o tempo
para rezar e trabalhar na caridade para com o próximo, inciando pelos mais
próximos, família, o Clero, os fiéis, sem esquecer dos mais precisados
espiritualmente, como os dirigentes das nações e outras autoridades,
enormemente responsáveis pelas decisões que afetam espiritual e materialmente
todas as pessoas. Faz parte deste carinho e caridade o zelo pelas coisas de
Deus, como a Liturgia, à qual São Pedro Claver dedicava tanto cuidado, na
preparação e no tempo íntimo com Jesus, depois da Comunhão. Não podemos
reclamar se, não tendo estas atenções para com Jesus, que dizemos amar, viermos
a sofrer sem grandes méritos, ao contrário deste santo que tanto padeceu no
assemelhar-se a Cristo – não é o servidor maior do que o seu mestre – e que
ainda assim era ciente de que “Mais merecem minhas culpas”; por isso, por esse
amor, é que mereceu falecer na Natividade… estava preso, pelas contas do
Rosário, às mãos de Maria, que o levou para o Céu.
TJL – A12.COM – EVANGELI.NET – ACIDIGITAL.COM
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