BOM DIA EVANGELHO
Via-Sacra
no Coliseu, famílias rezam pela paz na Rússia e Ucrânia
Histórias, alegrias e dificuldades de muitas famílias nas 14 estações do rito da Sexta-feira Santa com o Papa Francisco. No Ano da Família "Amoris Laetitia", as meditações contam partes de vida cotidiana, mas também a guerra no Leste Europeu e a dureza da vida dos imigrantes nos países de acolhimento. Tiziana Campisi – Vatican News Há famílias em seu cotidiano, as alegrias do amor compartilhado, os problemas do casal, as preocupações com os filhos, o sofrimento das doenças, a dor pela perda do cônjuge nas meditações da Via-Sacra. Há quem vive a guerra, como os povos ucraniano e russo há mais de um mês, protagonistas de um conflito que continua causando mortes atrozes, ou quem teve que enfrentar o distanciamento de seu país para buscar um futuro em outro lugar e sofre por ser chamado apenas de migrante. Histórias reais e concretas. A Paixão que será contada no Coliseu, na Sexta-feira Santa, é a de Cristo, mas encarnada na vida quotidiana de muitos lares. Vibram de vida os textos escritos por um casal de jovens esposos (I estação), por uma família em missão (II), por esposos idosos sem filhos (III), por uma família numerosa (IV), por uma família com um filho com deficiência (V), por uma família que administra uma casa-família (VI), por uma família com pai doente (VII), por um casal de avós (VIII), por uma família adotiva (IX), por uma viúva com filhos (X), por uma família com um filho consagrado (XI), por uma família que perdeu uma filha (XII), por uma família ucraniana e uma família russa (XIII) e por uma família migrante (XIV). As famílias protagonistas no Ano da Família 'Amoris Laetitia' O Papa Francisco quis que as famílias fossem protagonistas das 14 estações no ano dedicado à família, com o qual a Igreja celebra os cinco anos da exortação apostólica Amoris Laetitia; um ano que terminará com o décimo Encontro Mundial das Famílias, que se realizará em Roma, de 22 a 26 de junho. Os testemunhos, colocados ao lado do percurso de Jesus rumo ao Calvário, que descrevem momentos de vida em que se encontram muitas famílias, foram recolhidos por Gigi De Palo, presidente nacional do Fórum das Associações Familiares e da Fundação para a Natalidade, e por sua esposa Anna Chiara Gambini, autores de uma meditação. Serão as mesmas famílias que contarão suas histórias nas meditações que também carregarão a Cruz no Anfiteatro Flávio, onde a cristandade se reunirá na noite do silêncio, em memória da crucificação e morte de Jesus que pareceu extinguir nos discípulos a esperança acendida pela Boa Nova.
Oração: Deus eterno e todo-poderoso, quiseste que
São Júlio I governasse todo o vosso povo, servindo-o pela palavra e pelo
exemplo. Guardai, por suas preces, os pastores de vossa Igreja e as ovelhas a
eles confiadas, guiando-os no caminho da salvação. Por Nosso Senhor Jesus
Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Evangelho
segundo São João 13,21-33.36-38.
Naquele tempo,
estando Jesus à mesa com os discípulos, sentiu-Se intimamente perturbado e
declarou: «Em verdade, em verdade vos digo: Um de vós Me entregará».
Os discípulos olhavam uns para os outros, sem saberem de quem falava.
Um dos discípulos, o predileto de Jesus, estava à mesa, mesmo a seu lado.
Simão Pedro fez-lhe sinal e disse: «Pergunta-Lhe a quem Se refere».
Ele inclinou-Se sobre o peito de Jesus e perguntou-Lhe: «Quem é, Senhor?».
Jesus respondeu: «É aquele a quem vou dar este bocado de pão molhado». E,
molhando o pão, deu-o a Judas Iscariotes, filho de Simão.
Naquele momento, depois de engolir o pão, Satanás entrou nele. Disse-lhe Jesus:
«O que tens a fazer, fá-lo depressa».
Mas nenhum dos que estavam à mesa compreendeu porque lhe disse tal coisa.
Como Judas era quem tinha a bolsa comum, alguns pensavam que Jesus lhe tinha
dito: «Vai comprar o que precisamos para a festa»; ou então, que desse alguma
esmola aos pobres.
Judas recebeu o bocado de pão e saiu imediatamente. Era noite.
Depois de ele sair, Jesus disse: «Agora foi glorificado o Filho do homem e Deus
foi glorificado nele.
Se Deus foi glorificado nele, Deus também O glorificará em Si mesmo e glorificá-lo-á
sem demora.
Meus filhos, é por pouco tempo que ainda estou convosco. Haveis de procurar-Me
e, assim como disse aos judeus, também agora vos digo: não podeis ir para onde
Eu vou».
Perguntou-Lhe Simão Pedro: «Para onde vais, Senhor?». Jesus respondeu: «Para
onde Eu vou, não podes tu seguir-Me por agora; seguir-Me-ás depois».
Disse-Lhe Pedro: «Senhor, por que motivo não posso seguir-Te agora? Eu darei a
vida por Ti».
Disse-Lhe Jesus: «Darás a vida por Mim? Em verdade, em verdade, te digo: não
cantará o galo, sem que Me tenhas negado três vezes».(Tradução litúrgica da
Bíblia)
Santo
Agostinho (354-430) - bispo
de Hipona (norte de África), doutor da Igreja - Sermões sobre o Evangelho de São João, 62, 63
- «Molhando o pão, deu-o a Judas
Iscariotes»
Quando o Senhor, Pão da Vida (Jo 6,35), deu pão a
este homem morto e marcado, entregando o pão vivo a quem O traíra, disse-lhe:
«O que tens a fazer, fá-lo depressa». Não estava a ordenar-lhe que praticasse
um crime; estava revelar o mal que havia em Judas e a anunciar o nosso bem.
Pois o facto de Cristo ter sido entregue foi um mal para Judas e um bem para
nós. Por conseguinte, Judas prejudicou-se beneficiando-nos, sem o saber. «O que
tens a fazer, fá-lo depressa»: palavras de um homem que está pronto, mas não de
um homem irritado; palavras que não anunciam a punição de quem traiu, mas a
recompensa do Redentor, daquele que resgata. Ao dizer: «O que tens a fazer,
fá-lo depressa», Cristo, mais que condenar o crime de infidelidade, procura
apressar a salvação dos crentes: «foi entregue por causa das nossas faltas»
(Rom 4,25); «como Cristo amou a Igreja e Se entregou por ela» (Ef 5,25). É isso
que leva o apóstolo Paulo a dizer: «Amou-me e a Si mesmo Se entregou por mim»
(Gal 2,20). De facto, ninguém entregava Cristo se Ele mesmo não Se tivesse
entregado. [...] Quando Judas O trai, é Cristo que Se entrega; um negoceia a
sua venda, o Outro o nosso resgate. «O que tens a fazer, fá-lo depressa»: não
que tenhas poder para tal, mas porque é a vontade daquele que tudo pode. [...]
«Judas recebeu o bocado de pão e saiu imediatamente. Era noite», e aquele que
saía era a noite. Depois de a noite ter saído, Jesus disse: «Agora, foi glorificado
o Filho do homem». «Um dia passa ao outro esta mensagem» (Sl 18,3), ou seja,
Cristo confiou-Se aos seus discípulos para que O escutassem e O seguissem no
amor. [...] O mesmo acontecerá quando este mundo, vencido por Cristo, acabar.
Então, o joio deixará de se misturar com o trigo, «então, os justos
resplandecerão como o Sol, no Reino de seu Pai» (Mt 13,43).
Santo do Dia: São Júlio I
Na Igreja temos pelo menos nove santos com o nome de Júlio, mas hoje celebramos
Júlio Primeiro, Papa que dirigiu a Igreja desde 337 até 352.
Júlio
era de origem romana, filho de um certo cidadão chamado Rústico. Viveu no
período em que a Igreja respirava a liberdade religiosa concedida pelo
imperador Constantino. Esta liberdade oferecia ao cristianismo melhores
condições de vida e expansão da religião. Por outro lado surgiram as primeiras
heresias: donatismo, que pregava que somente santos podiam estar na igreja e o
arianismo, que negava a divindade de Cristo.
Com a morte de Constantino, o arianismo começou a crescer rapidamente. O Papa
Júlio I, indo contra os poderosos que defendiam esta heresia, tomou a defesa e
hospedou Atanásio, o grande doutor da Igreja, aquele que era contra os hereges
arianos, incentivando a fim desta heresia.
O Papa
Júlio I construiu várias igrejas em Roma: a dos Santos Apóstolos, a da
Santíssima Maria de Trastéveres, e mandou construir as igrejas de são Valentim,
de São Calixto e de São Félix. Cuidou da organização eclesiástica, e da
catequese dos adultos e velhos.
Ele morreu em 352, após quinze anos de pontificado. Foi sepultado no cemitério
de Calepódio, na via Aurélia, numa igreja que ele também havia mandado edificar
e sua veneração começou entre os fiéis a partir do século sétimo.(Colaboração:
Padre Evaldo César de Souza, CSsR)
Reflexão: Nossa
Igreja mantém sua unidade fundamental, mas aceita que haja um pluralidade de
movimentos e pensamentos. Entretanto, quando a fé é ameaçada, a Igreja é
prudente em alertar os fiéis dos erros. O Arianismo foi uma erva daninha na fé
da Igreja, pois pregava que Cristo não era divino. Contra este erro lutou Júlio
I, o santo que hoje celebramos. Será que não existem pessoas que tentam colocar
no nosso coração falsas idéias sobre Deus? Pense nisso e fique atento!
TJL-
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