quarta-feira, 13 de abril de 2022

BOM DIA EVQANGELHO - 14. ABRIL. 2022

 

BOM DIA EVANGEHO


14 DE ABRIL DE 2022

Quinta-feira da Semana Santa (Missa vespertina da Ceia do Senhor)

Procissão do Fogaréu na cidade de Goiás

BRASILIA, 13 abr. 22 / 02:00 pm (ACI).- A procissão do fogaréu volta a acontecer e deve reunir cerca de 30 mil pessoas na madrugada da Quinta-Feira Santa na cidade de Goiás (GO). A tradição da procissão vem desde 1745 e marca as celebrações da Semana SantaNos dois últimos anos, a procissão não foi realizada devido às medidas impostas por temor da pandemia de covid-19. “Voltar a celebrar essa procissão depois de dois anos parados é algo que balança com seu emocional. Estamos sentindo isso com todo o povo”, conta Heber da Rocha Rezende Junior, diácono e integrante da Organização Vilaboense de Artes e Tradições - Ovat, que organiza o fogaréu. Na Idade Média, penitentes de grandes irmandades na Europa, principalmente na Espanha e Portugal, saíam nas madrugadas da Quinta-Feira Santa carregando tochas e se autoflagelando. Entravam pela porta da frente das Igrejas e saíam pelas portas à direita. Depois, essas irmandades passaram a usar roupas rústicas. Daí se originou o hábito do farricoco, com capuz e túnica, passando de uma procissão de penitentes à encenação da perseguição do Cristo. Hoje, as grandes irmandades de Toledo e Sevilla, cidades espanholas, têm os seus próprios farricocos. A procissão chegou ao Brasil no século XVI, em Pernambuco. De lá foi para a Bahia até chegar em Minas Gerais. A tradição na cidade de Goiás foi criada pelo padre espanhol João Perestelo de Vasconcelos Espíndola em 1745. Ele foi para o município como vigário e, a partir da tradição oral, criou a procissão para matar a saudade que tinha da Espanha. Padre João não criou somente a procissão do fogaréu, mas fez toda a estrutura básica da encenação da Semana Santa que se realiza até hoje na cidade. Foi ele também quem criou a Irmandade dos Passos no mesmo ano da encenação, responsável pelas cerimônias até hoje, ao lado da Ovat. “Aqui em Goiás nós celebramos a Semana Santa em três semanas. A primeira é a Semana dos Passos que é totalmente organizada pela Irmandade dos Passos juntamente com a Igreja. A segunda é a Semana das Dores em que são cantados os motetos dos passos e das dores. São motetos compostos em 1825 por Basílio Martins Braga Serra Dourada e o filho dele, cônego José Iria Braga Serra Dourada. São cantados até hoje em latim”, explica o diácono Heber. No Domingo de Ramos, começa efetivamente a Semana Santa e, na madrugada de quarta para quinta-feira, a cidade inteira acompanha a Procissão do Fogaréu.

Oração: Deus Pai de Bondade, perdoe-nos pela nossa fraqueza e desespero nos momentos da dor. Concedei-nos, pelas preces de santa Liduina, que soube manter a serenidade durante sua enfermidade, a paciência para enfrentar com coragem e paz as dores e as tristezas. Por Cristo Nosso Senhor. Amém!

Evangelho (Jo 13,1-15)

 Antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que tinha chegado a sua hora, hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim. Foi durante a ceia. O diabo já tinha seduzido Judas Iscariotes para entregar Jesus. Sabendo que o Pai tinha posto tudo em suas mãos e que de junto de Deus saíra e para Deus voltava, Jesus levantou-se da ceia, tirou o manto, pegou uma toalha e amarrou-a à cintura. Derramou água numa bacia, pôs-se a lavar os pés dos discípulos e enxugava-os com a toalha que trazia à cintura.
Chegou assim a Simão Pedro. Este disse: «Senhor, tu vais lavar-me os pés?». Jesus respondeu: «Agora não entendes o que estou fazendo; mais tarde compreenderás». Pedro disse: «Tu não me lavarás os pés nunca!». Mas Jesus respondeu: «Se eu não te lavar, não terás parte comigo». Simão Pedro disse: «Senhor, então lava-me não só os pés, mas também as mãos e a cabeça». Jesus respondeu: «Quem tomou banho não precisa lavar senão os pés, pois está inteiramente limpo. Vós também estais limpos, mas não todos». Ele já sabia quem o iria entregar. Por isso disse: «Não estais todos limpos».
Depois de lavar os pés dos discípulos, Jesus vestiu o manto e voltou ao seu lugar. Disse aos discípulos: «Entendeis o que eu vos fiz? Vós me chamais de Mestre e Senhor; e dizeis bem, porque sou. Se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros. Dei-vos o exemplo, para que façais assim como eu fiz para vós».

«Se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros»Mons. José Ángel SAIZ Meneses, Arcebispo de Sevilha(Sevilla, Espanha)

Hoje lembramos aquela primeira Quinta-feira Santa da história, na qual Jesus Cristo se reúne com os seus discípulos para celebrar a Páscoa. Então inaugurou a nova Páscoa da nova Aliança, na que se oferece em sacrifício pela salvação de todos.
Na Santa Ceia, ao mesmo tempo que a Eucaristia, Cristo institui o sacerdócio ministerial. Mediante este, poderá se perpetuar o sacramento da Eucaristia. O prefácio da Missa Crismal revela-nos o sentido: «Ele escolhe alguns para fazê-los participes de seu ministério santo; para que renovem o sacrifício da redenção, alimentem a teu povo com a tua Palavra e o reconfortem com os teus sacramentos».
E aquela mesma Quinta-feira, Jesus nos dá o mandamento do amor: «Amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei» (Jo 13,34). Antes, o amor fundamentava-se na recompensa esperada em troca, ou no cumprimento de uma norma imposta. Agora, o amor cristão fundamenta-se em Cristo. Ele nos ama até dar a vida: essa tem que ser a medida do amor do discípulo, e esse tem que ser o sinal, a característica do reconhecimento cristão.
Mas, o homem não tem a capacidade para amar assim. Não é simplesmente o fruto de um esforço, senão dom de Deus. Afortunadamente, Ele é amor e —ao mesmo tempo— fonte de amor que se nos dá no Pão Eucarístico.
Finalmente, hoje contemplamos o lavatório dos pés. Na atitude de servo, Jesus lava os pés dos Apóstolos, e lhes recomenda que o façam uns aos outros (cf. Jo 13,14).
Há algo mais que uma lição de humildade neste gesto do Mestre. É como uma antecipação, como um símbolo da Paixão, da humilhação total que sofrerá para salvar todos os homens.
O teólogo Romano Guardini diz que «a atitude do pequeno que se inclina ante o grande, ainda não é humildade. É, simplesmente, verdade. O grande que se humilha ante o pequeno, é o verdadeiro humilde». Por isto Jesus Cristo é autenticamente humilde. Ante este Cristo humilde, nossos moldes se quebram. Jesus Cristo inverte os valores humanos e convida-nos a seguí-lo para construir um mundo novo e diferente desde o serviço.
Pensamentos para o Evangelho de hoje: «A utilidade do rebaixamento humano é tão grande que até o recomendou com seu exemplo a sublimidade divina, porque o homem orgulhoso pereceria para sempre, se o humilde Deus não o tivesse encontrado» (Santo Agostinho) «Viver implica sujar os pés pelos caminhos poeirentos da vida, da história. Todos nós precisamos ser purificados, ser lavados» (Francisco) «Tendo amado os seus, o Senhor amou-os até ao fim. Sabendo que era chegada a hora de partir deste mundo para regressar ao Pai, no decorrer duma refeição, lavou-lhes os pés e deu-lhes o mandamento do amor. Para lhes deixar uma garantia deste amor, para jamais se afastar dos seus e para os tornar participantes da sua Páscoa, instituiu a Eucaristia como memorial da sua morte e da sua ressurreição, e ordenou aos seus Apóstolos que a celebrassem até ao seu regresso, constituindo-os, então, sacerdotes do Novo Testamento» (Catecismo da Igreja Católica, nº 1.337)

Santo do Dia: Santa Liduína (Lidvina)

Liduina nasceu na Holanda, em 1380, numa família humilde e caridosa. Ainda criança recolhia alimentos e roupas para os pobres e doentes abandonados.
Até aos quinze anos Liduina era uma menina como todas as demais. Porém, no inverno daquele ano, sua vida mudou completamente. Com um grupo de amigos foi patinar no gelo e em plena descida da montanha, um deles se chocou violentamente contra ela. Ficou quase morta, com muitas lesões graves. Apesar dos esforços, os médicos declararam que sua enfermidade não tinha cura e que o tratamento seria inútil, só empobrecendo ainda mais a família. Ela ficaria presa na cama!

Os anos se passavam e Liduina não melhorava, nem morria. Ficou a um passo do desespero total, quando chegou em seu socorro o padre João Pot. Com conversas serenas o sacerdote lhe recordou que Deus poda a árvore para que ela produza mais frutos. E pendurou na frente da sua cama um crucifixo. Pediu que olhasse para Ele e rezasse sempre.
Liduina entendeu que do seu leito podia colaborar com a Redenção, ofertando seu martírio para a salvação das pessoas. E disse ao padre que gostaria de receber um sinal que confirmasse ser este o seu caminho. Diz a história que neste momento, Liduina ficou iluminada por uma hóstia consagrada que apareceu em sua fronte.

Liduina nunca mais pediu que Deus lhe aliviasse os sofrimentos, mas que lhe desse amor para sofrer pela conversão dos pecadores. Do seu leito de enferma ela recebeu de Deus o dom da profecia e da cura pela oração aos enfermos. Após doze anos de enfermidade também começou a ter êxtases espirituais, recebendo mensagens de Deus e da Virgem Maria.

Liduina só se alimentava da Sagrada Eucaristia e das orações. Sua enfermidade a impossibilitava de comer e de beber, e nada podia explicar tal prodígio. Nos últimos sete meses de vida seu sofrimento foi terrível. No dia 14 de abril de 1433, após a Páscoa, Liduina morreu serena e em paz. Ao padre e ao médico que a assistiam pediu que fizessem de sua casa um hospital para os pobres com doenças incuráveis. E assim foi feito.
Os devotos a consideram padroeira dos doentes incuráveis. Também é padroeira dos patinadores.(Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR)

Reflexão: Sofrer é uma experiência humana que nos coloca no limite de nossas forças. O desespero diante da dor costuma ser atitude comum entre nós. Mas existem também aqueles que, diante do sofrimento, deixam-se banhar pelo mistério da vida e entregam suas dores nas mãos do Criador. Estes são os santos! Sabem que a vida é limitada e finita, mas nem por isso deixam de amá-la. E em tudo que fazem, colocam antes a pessoa de Jesus e a experiência da cruz. Assim foi santa Liduina, que presa a uma cama por 39 anos, soube fazer-se missionária pela oração e paciência. Peçamos a Deus que nos conceda serenidade na solidão, nas enfermidades e no sofrimento.

TJL- A12.COM – EVANGELI.NET- VATICANNEWS.VA

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