Cardeal Braz de
Aviz fala com futuros formadores na Universidade Gregoriana
Dom João
compartilhou com os futuros formadores a sua opinião sobre as recentes reformas
promovidas pelo Papa Francisco na Cúria Romana. Para ele, elas são um forte
sinal na direção de uma mudança de mentalidade.
Padre
Adelson dos Santos, SJ
Em um encontro de duas horas, neste dia 29 de
março, o prefeito da Congregação (futuro Dicastério) dos Institutos de Vida
Consagrada, cardeal João Braz de Aviz, falou sobre vários temas importantes
para a formação com cerca de 60 alunos do Centro São Pedro Fabro da Pontifícia
Universidade Gregoriana, que se preparam para realizar a missão no campo da
formação em seminários diocesanos e casas de formação de diversas ordens e
congregações religiosas, espalhadas pelos cinco continentes.
Segundo o cardeal, “a formação – permanente (ou
contínua) e inicial – é o grande desafio do momento para a vida consagrada. Na
formação que recebemos e damos, arriscamos não só o futuro da vida consagrada,
mas também o presente, sem uma formação adequada e atenta ao momento presente
em que vivemos, uma vida consagrada com sentido torna-se impossível,
evangelicamente falando".
Para o cardeal Braz de Aviz, devemos entender o
caminho da formação como um caminho de identificação com Cristo, "um
caminho de progressiva assimilação dos sentimentos de Cristo para com o
Pai", e advertiu que é essencial que não haja dicotomia entre o que se
vive nas casas de formação e o estilo de vida encontrado nas comunidades
apostólicas dos já "formados". Sobre o papel do formador ou superior,
este deve ser visto como um serviço entre irmãos que caminham lado a lado, não
como um superior entre os "inferiores".
O cardeal Braz de Aviz também abordou a questão
do elevado número de abandonos da vocação à vida religiosa, destacando que os
três principais motivos que levam a esses abandonos são: 1. A crise existencial
da fé; 2. A pobreza da vida fraterna em comunidade e 3. Todo o mundo da
afetividade e da sexualidade.
Por fim, dom João compartilhou com os futuros
formadores a sua opinião sobre as recentes reformas promovidas pelo Papa
Francisco na Cúria Romana. Para ele, elas são um forte sinal na direção de uma
mudança de mentalidade, favorecendo um caminho de maior comunhão e sinodalidade
entre os membros da Cúria, a começar pelos cardeais, chamados a dar um verdadeiro
testemunho de fraternidade ao mundo e de proximidade com os outros, como
Francisco sempre faz.
Além dos alunos do Centro Favre, o encontro com
o cardeal Braz de Aviz contou com a presença do Reitor da PUG, padre Nuno
Gonçalves, do pró-diretor do Centro, padre Adelson Santos, e da irmã Veridiana
Kiss, membro do corpo docente.
Oração: Ó Deus, que marcastes pela vossa doutrina a
vida de São Isidoro de Sevilha, concedei-nos, por sua intercessão, que sejamos
fiéis à mesma doutrina, e a proclamemos em nossas ações. Por Nosso Senhor Jesus
Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Evangelho (Jo 8,12-20)
Jesus
falou ainda: «Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não caminha nas trevas, mas
terá a luz da vida». Os fariseus então disseram: «O teu testemunho não é
verdadeiro, porque dás testemunho de ti mesmo». Jesus respondeu: «Embora eu dê
testemunho de mim mesmo, o meu testemunho é verdadeiro, porque eu sei de onde
venho e para onde vou. Mas vós não sabeis de onde venho, nem para onde eu vou.
Vós julgais segundo a carne; eu não julgo ninguém, e se eu julgo, o meu
julgamento é verdadeiro, porque eu não estou só, mas o Pai que me enviou está
comigo. Na vossa Lei está escrito que o testemunho de duas pessoas é
verdadeiro. Ora, eu dou testemunho de mim mesmo, e também o Pai, que me enviou,
dá testemunho de mim».
Eles, então, perguntaram: «Onde está o teu Pai?» Jesus respondeu: «Vós não
conheceis nem a mim, nem a meu Pai. Se me conhecêsseis, conheceríeis também o
meu Pai». Ele falou essas coisas enquanto ensinava no templo, junto à sala do
tesouro. Ninguém o prendeu, porque sua hora ainda não tinha chegado.
«Eu sou a luz do mundo» - Rev. D. Jordi PASCUAL i Bancells(Salt, Girona, Espanha)
Hoje,
Jesus dá-nos a definição dele próprio, a qual enche de sentido a vida dos que,
apesar das nossas deficiências, o queremos seguir: «Eu sou a luz do mundo» (Jo
8,12). A pessoa de Jesus, os seus ensinamentos, os seus exemplos de vida, são a
luz que ilumina toda a nossa existência, tanto nas horas boas, como nas de
sofrimento ou contradição.
O que é que isto quer dizer? Que em qualquer circunstância em que nos
encontremos, seja por trabalho ou na relação com os outros, na nossa relação
perante Deus, frente às alegrias ou às tristezas… podemos pensar: —Que fez
Jesus numa circunstância semelhante?; podemos sempre procurar no Evangelho e
responder: —Isto mesmo é o que eu farei! Precisamente, João Paulo II incorporou
no Santo Rosário —o “compêndio do Evangelho”, como ele próprio nos recorda— os
mistérios da vida pública de Jesus, e denominou-os “mistérios da luz”. Assim,
diz-nos o Papa: «Ele é quem, declarado Filho predileto do Pai no Batismo do
Jordão, anuncia a chegada do Reino, dando testemunho dele com as suas obras e
proclamando as suas exigências».
Jesus é luz; quem o segue «não caminha nas trevas, mas terá a luz da vida» (Jo
8,12). Como discípulos seus, o Senhor convida-nos também a sermos luz para o
mundo; a levar a luz da esperança no meio das violências, desconfianças e medos
dos nossos irmãos; a levar a luz da fé no meio da obscuridade, das dúvidas e
interrogações; a levar a luz do nosso amor no meio de tanta mentira, rancor e
perturbação como vemos à nossa roda.
O Papa indica como pano de fundo de todos os mistérios de luz, as palavras de
Maria nas bodas de Cana: «Fazei tudo o que Ele vos disser» (Jo 2,5): este é o
caminho para que Jesus seja luz do mundo e para que nós iluminemos com essa
mesma luz.
Pensamentos para o Evangelho de hoje: «Quando
tu, Senhor Jesus, me diriges à luz recibo ao Padre, sou coerdeiro contigo.
Tendo dissipado as trevas que nos enrolam como uma nuvem, contemplemos ao Deus
verdadeiro e proclamemos: “Bendita seja a luz verdadeira”» (São Clemente de
Alexandria) «Para todos aqueles que ao princípio escutaram a Jesus, da mesma
forma para nós, o símbolo da luz evoca o desejo de verdade e a sede de chegar à
plenitude do conhecimento que estão impressos no mais íntimo de cada ser
humano» (São João Paulo II) «Em Jesus Cristo, a verdade de Deus manifestou-se
na sua totalidade. Cheio de graça e de verdade (Jo 1,14), Ele é a “luz do
mundo” (Jo 8,12), Ele é a verdade. Quem nele crê não fica nas trevas. O
discípulo de Jesus “permanece na sua palavra” para conhecer “a verdade que
liberta” (cf. Jo 8,31-32) e que santifica (...)» (Catecismo da Igreja Católica,
n° 2466)
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