Padre Léo. Foto: Comunidade Bethânia /
Marcelo Câmara. Foto: Arquidiocese de Florianópolis
FLORIANÓPOLIS, 06 Mar. 20 / 10:17 am (ACI).- Serão
abertos oficialmente neste fim de semana os processos de beatificação de dois
brasileiros, Padre Léo Tarcísio Gonçalves e Marcelo Henrique Câmara; os
tribunais arquidiocesanos de ambos serão instalados na Arquidiocese de
Florianópolis (SC).
Este novo passo na
caminhada de Pe. Léo e Marcelo Câmara rumo aos altares se dará após a
Congregação para as Causas dos Santos, no Vaticano, ter concedido no ano
passado o nihil obstat (nada consta), o qual garante que não
há obstáculos por parte da Santa Sé para a abertura dessas causas.
O primeiro a ter
sua causa aberta oficialmente será Pe. Léo, em cerimônia que acontecerá no
sábado, 7 de março, na sede da Comunidade Bethânia, fundada pelo próprio sacerdote,
em São João Batista (SC). Já no caso de Marcelo Câmara, acontecerá no domingo,
8 de março, no Santuário Sagrado Coração de Jesus, em Florianópolis.
Com a abertura dos
processos de beatificação, Pe. Léo e Marcelo recebem o título de Servo de Deus
e os fiéis poderão prestar culto particular, com orações e pedidos de
intercessão.
Segundo a
Arquidiocese de Florianópolis, o Vigário Judicial do Tribunal Eclesiástico
Interdiocesano e de Apelação de Florianópolis, Pe. Tarcísio Pedro Vieira, será
o Delegado Arquidiocesano para essas duas causas.
Para o sacerdote, o
andamento dos processos cria um clima especial nesta Igreja particular, de
oração, vida fraterna,
caridade cristã, enfim, de santidade, de desejo do céu.
“Entre nós há
tantas pessoas que se destacam pela prática das virtudes e pelo amor a Jesus e
sua Igreja. Todos somos chamados à santidade. O processo canônico de instrução
de uma causa de beatificação e canonização é um meio especial para comprovar a
vivência heroica das virtudes, confirmar a fama de santidade, o seguimento
total de Jesus Cristo e a existência de sinais extraordinários, de graças e
milagres”, declarou ao site arquidiocesano.
Pe. Léo
Tarcísio Gonçalves
Pereira, que posteriormente ficou conhecido como Pe. Léo, nasceu em 9 de
outubro de 1961, em uma família humilde de Delfim Moreira (MG), no vilarejo de
Biguá, local que veio a ser muito citado pelo sacerdote em suas pregações.
Era o nono filho
Joaquim Mendes Pereira e Maria Nazaré Guimarães. Como ele mesmo contou, antes
de ingressar no seminário, trabalhou muito, tendo atuado como torneiro mecânico
e também em uma fábrica de armas.
Foi em 1982 que
ingressou no seminário da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus,
em Lavras (MG). Fez seu noviciado em Jaraguá do Sul (SC), cursou Filosofia em
Brusque (SC) e concluiu Teologia em Taubaté (SP).
Foi ordenado
sacerdote em 1990 e, em 1995, fundou a Comunidade Bethânia, que tem como
carisma o acolhimento de pessoas marginalizadas, dependentes químicos e vítimas
da prostituição.
Pe. Léo também
atuou nos meios de comunicação, tendo publicado 27 livros e conduzido programas
de televisão na Associação do Senhor Jesus e na Comunidade Canção Nova.
Em 4 de janeiro de
2007, aos 45 anos, partiu para a Casa do Pai, vítima de infecção generalizada
por causa de um câncer no sistema linfático.
Entretanto, mesmo
quando estava doente, não deixou de lado sua missão evangelizadora. Em 2006 fez
a sua última pregação no Hosana Brasil, da Comunidade Canção Nova, com o tema
“Buscai as coisas do alto”.
Na ocasião, disse:
“Quer ser feliz? Busque as coisas do Alto. Esta é a grande palavra que Deus
trouxe ao meu coração neste tempo. A doença me tirou tudo: não consigo mais
andar sozinho, não enxergo direito. Estou cego do olho direito e vejo apenas
cerca de 40% com o olho esquerdo. Mas veio ao meu coração: ‘Ai de mim se eu não
evangelizar’ (1 Coríntios 9,16b)”.
Marcelo Câmara
O jovem leigo
Marcelo Henrique Câmara nasceu em 26 de junho de 1979, em Florianópolis (SC).
Formou-se em Direito e foi promotor de Justiça no estado catarinense e membro
do Opus Dei. Faleceu aos 28 anos, 20 de março de 2008, devido a um câncer.
De acordo com a
Arquidiocese de Florianópolis, após intensa conversão em um retiro promovido
pelo Movimento de Emaús, Marcelo buscou se santificar na vida cotidiana,
ordinária, em meio às realidades temporais, celebrando as alegrias e carregando
as cruzes da sua existência, tornando-se um verdadeiro apóstolo da juventude,
sobretudo em meio aos grupos de jovens desse movimento.
Participava da vida
paroquial na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, no bairro dos Ingleses, onde
era catequista de adultos e ministro extraordinário da Sagrada Comunhão.
Dedicou-se ao
máximo aos estudos e pesquisas no curso de Direito e, depois, no ensino, como
professor titular no IES e professor substituto na Universidade Federal de
Santa Catarina.
Mesmo em meio à
doença, estudou com afinco para se tornar promotor de justiça, cargo que
exerceu por um ano com profissionalismo ético e dedicação evangélica.
Identificou-se com
o sofrimento redentor de Cristo no oferecimento da sua enfermidade (leucemia),
vivida com alegria e paz cristã, durante quatro anos, em consonância com os
ensinamentos de São Josemaria Escriva, fundador do Opus Dei.
Oração
Senhor nosso Deus, que destes Santa
Catarina de Bolonha como modelo e guia à numerosas virgens, concedei que
conservemos sempre bem vivo aquele espírito seráfico, que ela ensinou com
sabedoria e confirmou com magníficos exemplos de santidade. Por Cristo nosso
Senhor. Amém!
Lucas 6,36-38
Glória a
Cristo, palavra eterna do Pai, que é amor!
Senhor, tuas palavras são espírito, são vida; só tu tens palavras de vida eterna! (Jo 6,63.68)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos 6 36"Sede misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso.
37Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados;
38dai, e dar-se-vos-á. Colocar-vos-ão no regaço medida boa, cheia, recalcada e transbordante, porque, com a mesma medida com que medirdes, sereis medidos vós também".
Palavra da Salvação.
Senhor, tuas palavras são espírito, são vida; só tu tens palavras de vida eterna! (Jo 6,63.68)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos 6 36"Sede misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso.
37Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados;
38dai, e dar-se-vos-á. Colocar-vos-ão no regaço medida boa, cheia, recalcada e transbordante, porque, com a mesma medida com que medirdes, sereis medidos vós também".
Palavra da Salvação.
Comentário
do Evangelho
PERDOAR E SER PERDOADO
A reconciliação foi um tema fundamental do ministério de Jesus. Tudo quanto fazia visava restaurar os laços de amizade dos seres humanos entre si e com Deus. Ele foi, por excelência, um construtor de reconciliação. Portanto, um bem-aventurado!
No seu ensinamento, o Mestre mostrou a transcendência do perdão que rompe os limites do puro relacionamento humano para levar ao relacionamento das pessoas com Deus. No ato de perdoar, o discípulo do Reino decide seu destino eterno.
A ordem de Jesus – "Perdoai, e sereis perdoados!" – não expressa a reciprocidade do perdão no nível puramente humano, como se ele dissesse: na medida em quem vocês perdoarem o próximo, serão perdoados por ele. Pelo contrário, o perdão oferecido ao próximo tem, como contrapartida, o perdão recebido de Deus. Quem abre o coração e oferece o perdão a seu semelhante, restabelecendo o relacionamento fraterno encontrará no Pai um coração aberto para perdoá-lo e acolhê-lo.
Conclui-se da ordem de Jesus que, quem não perdoa, não receberá o perdão do Pai, pois a falta de comunhão com o semelhante é indício de ruptura com o Pai. Assim, o discípulo do Reino busca construir um relacionamento sólido com o Pai, por meio da comunhão com o seu semelhante. É ilusório querer trilhar um caminho diferente.
A reconciliação foi um tema fundamental do ministério de Jesus. Tudo quanto fazia visava restaurar os laços de amizade dos seres humanos entre si e com Deus. Ele foi, por excelência, um construtor de reconciliação. Portanto, um bem-aventurado!
No seu ensinamento, o Mestre mostrou a transcendência do perdão que rompe os limites do puro relacionamento humano para levar ao relacionamento das pessoas com Deus. No ato de perdoar, o discípulo do Reino decide seu destino eterno.
A ordem de Jesus – "Perdoai, e sereis perdoados!" – não expressa a reciprocidade do perdão no nível puramente humano, como se ele dissesse: na medida em quem vocês perdoarem o próximo, serão perdoados por ele. Pelo contrário, o perdão oferecido ao próximo tem, como contrapartida, o perdão recebido de Deus. Quem abre o coração e oferece o perdão a seu semelhante, restabelecendo o relacionamento fraterno encontrará no Pai um coração aberto para perdoá-lo e acolhê-lo.
Conclui-se da ordem de Jesus que, quem não perdoa, não receberá o perdão do Pai, pois a falta de comunhão com o semelhante é indício de ruptura com o Pai. Assim, o discípulo do Reino busca construir um relacionamento sólido com o Pai, por meio da comunhão com o seu semelhante. É ilusório querer trilhar um caminho diferente.
Santo do Dia
Santa Catarina de Bolonha
Santa Catarina de
Bolonha viveu no século XV. Nasceu em Ferrara em 1413, Itália. Filha de um
agente diplomático do Marquês de Ferrara, aos onze anos foi indicada como a
dama de honra da filha do Marquês. Com isso, compartilhou com ela o seu
treinamento e ensino. Quando a filha casou-se ela quis que Catarina continuasse
ao seu serviço, mas Catarina abandonou a corte para ser uma Franciscana. Tinha
apenas catorze anos.
Catarina estava
decidida a viver uma vida de perfeição e era admirada pelas companheiras. Ela
começou a ter visões de Cristo e escreveu as suas experiências. Através dos
esforços do Papa Nicolau V, o convento das Clarissas em Ferrara erigiu uma
clausura e Catarina foi indicada como Irmã Superiora. A reputação da Comunidade
pela sua santidade e austeridade era largamente difundida. Enfim, ela foi
indicada como Superiora em um novo convento em Bolonha.
A sua vida chegou
até nós envolta de fatos extraordinários. Assim, contam que no Natal de 1456
recebeu, das mãos de Nossa Senhora, o Menino Jesus. Sua maior preocupação era
cumprir a vontade de Deus e servir os irmãos, especialmente os mais
necessitados. É considerada uma das grandes místicas da Idade Média. Em 1463 Catarina
ficou muito doente e veio a falecer.
Seu corpo foi
exumado 18 dias mais tarde por causa de curas a ela atribuídas e ainda por
causa de um doce perfume exalado de seu túmulo. Seu corpo foi encontrado
incorrupto e até hoje permanece perfeito na Capela do convento das Clarissas
Pobres em Bolonha. Foi canonizada em 1712.(Colaboração: Padre Evaldo César
de Souza, CSsR)
Reflexão: Santa Catarina de Bolonha foi uma
mulher profundamente mística. Os fatos extraordinários que cercam sua vida são
simples reflexos de sua profunda união com Jesus Cristo. Em tudo, Catarina
colocava em primeiro lugar sua fé e sua dedicação aos mais abandonados. Hoje
estamos mergulhados num mundo cheio de agitação e barulho. Que tal reservar um
tempo da nossa vida para fazer um momento de silêncio e oração? Tenho certeza
que o nosso dia vai ficar muito mais cheio de alegria e tranquilidade.
TJL@
- ACIDIGITAL.COM – A12.COM – EVANGELI.NET- DOMTOTAL.COM
Nenhum comentário:
Postar um comentário