Dom Murilo Krieger e Cardeal Sérgio da Rocha /
Fotos: CNBB
Vaticano, 11 Mar. 20 / 09:04 am (ACI).- O Papa Francisco
aceitou nesta quarta-feira, 11 de março, a renúncia de Dom Murilo Sebastião
Ramos Krieger como Arcebispo de São Salvador da Bahia e Primaz do Brasil e
nomeou para substitui-lo o Cardeal Sérgio da Rocha, até então Arcebispo de
Brasília.
Dom Murilo Krieger
foi o 27º Arcebispo de Salvador, tendo assumido o cargo em 2011. Após completar
75 anos em outubro de 2018, apresentou seu pedido de renúncia ao Santo Padre,
conforme estabelecido pelo Código de Direito Canônico.
Dentre as diversas
atividades desenvolvidas ao longo de seu ministério episcopal, serviu como
vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
(CNBB) de 2005 a 2018. Além disso, o agora Bispo emérito de Salvador coordenou
o processo de canonização de Santa Dulce dos Pobres, a qual se tornou santa em
16 de outubro de 2019.
Já o novo Arcebispo
de Salvador, Cardeal Sérgio da Rocha, nasceu em Dobrada (SP), em 21 de outubro
de 1959. Estudou Filosofia no Seminário Diocesano de São Carlos e Teologia no
Instituto de Teologia da Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Também
possui licenciatura em Teologia Moral pela Faculdade de Teologia Nossa Senhora da
Assunção, em São Paulo, e Doutorado na mesma disciplina na Academia Alfonsiana
de Roma.
Foi ordenado
sacerdote em 14 de dezembro de 1984, sendo incardinado na Diocese de São
Carlos, onde serviu como pároco em Água Vermelha, vigário paroquial da Catedral
e de Nossa Senhora de Fátima, em São Carlos; reitor da Capela São Judas Tadeu
em São Carlos; responsável diocesano pela juventude; responsável diocesano pelo
Serviço Vocacional; coordenador diocesano de Pastoral.
Desempenhou também
as funções de diretor espiritual da Casa de Teologia em Campinas; reitor do
Seminário Maior de Filosofia; reitor do Seminário Maior de Teologia; professor
de filosofia no Seminário Diocesano; membro da equipe de formação para o
Diaconato Permanente; membro do Conselho Presbiteral e do Colégio de
Consultores; professor de Teologia Moral na Pontifícia Universidade Católica de
Campinas.
Foi eleito Bispo
auxiliar de Fortaleza (CE) em 13 de junho de 2001, tendo recebido a ordenação
episcopal em 11 de agosto do mesmo ano. Em seguida, foi nomeado Bispo coadjutor
de Teresina (PI), em 31 de janeiro de 2007, e se tornou Arcebispo em 3 de
setembro de 2008. Em 15 de junho de 2011, foi transferido como Arcebispo
metropolitano de Brasília.
Dom Sérgio da Rocha
também foi presidente do Departamento de Vocações e Ministérios do Conselho
Episcopal da América Latina (CELAM). Na CNBB, foi secretário e responsável pela
Juventude e pelas Vocações do Regional Nordeste 1; presidente do Regional
Nordeste 4; membro da Comissão Episcopal para a Doutrina da Fé, da Comissão
Episcopal para a superação da miséria e da fome, da Comissão Episcopal para os
Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada e do
Conselho Permanente. De 2015 a 2019, foi presidente da conferência do
episcopado brasileiro.
Foi criado Cardeal
pelo Papa Francisco no consistório de 19 de novembro de 2016. É membro da
Congregação para o Clero, do Conselho Ordinário da Secretaria Geral do Sínodo
dos Bispos e da Pontifícia Comissão para a América Latina.
Ao divulgar a
notícia da nomeação de Cardeal Sérgio da Rocha como novo Arcebispo de São
Salvador da Bahia, Dom Murilo Krieger publicou uma nota na qual expressa seus
votos de que “o Senhor Bom Jesus do Bonfim, que com seus braços abertos acolhe
todos os que sobem a Colina Sagrada, acolha este irmão que vem para a Bahia”.
“Nossa Senhora da
Conceição da Praia, Padroeira deste Estado, interceda por este seu filho! E
Santa Dulce dos Pobres seja para o Cardeal Dom Sérgio um exemplo de como ‘amar
e servir’”, completou.
Por sua vez, o
Cardeal Sérgio da Rocha enviou uma mensagem à Arquidiocese de Salvador, na qual
ressaltou três palavras que expressam seus sentimentos: “agradecer, amar e
servir”.
O Purpurado
agradeceu a Deus, que o confia “a nova missão”, ao Papa Francisco, pela
nomeação, a Dom Murilo, “pelo seu fraterno apoio e por sua generosa dedicação”,
e “a todos os irmãos e irmãs que têm se dedicado ao serviço da Arquidiocese de
São Salvador da Bahia, pelo grande amor à Igreja”.
Além disso,
declarou que desde a nomeação, voltou “o olhar e o coração para Salvador como
minha nova família”. “Com amor de pai, irmão e amigo, assumo esta nova missão
com esperança e alegria”, disse.
Por fim, assinalou
que “quem ama a Igreja, participa de suas alegrias e dores e coloca-se ao seu
serviço com generosidade” e, colocando-se como “servidor do Povo de Deus”,
afirmou esperar “servir sempre, de coração, a Igreja de Salvador, valorizando o
caminho que tem sido percorrido e apoiando as iniciativas pastorais em
andamento”.
Oração: Deus de bondade, auxiliai-nos na
busca da verdade e dai-nos, a exemplo de São Gregório de Nissa, a sabedoria e o
esforço em conhecer vossos mistérios. Que nossa fé seja esclarecida e iluminada
pela luz do Espírito Santo. Por Cristo nosso Senhor. Amém!
Evangelho (Lc 16,19-31)
Havia um homem
rico, que se vestia com roupas finas e elegantes e dava festas esplêndidas
todos os dias. Um pobre, chamado Lázaro, cheio de feridas, ficava sentado no
chão junto à porta do rico. Queria matar a fome com as sobras que caíam da mesa
do rico, mas, em vez disso, os cães vinham lamber suas feridas.
»Quando o pobre morreu, os anjos o levaram para junto de Abraão. Morreu também o rico e foi enterrado. Na região dos mortos, no meio dos tormentos, o rico levantou os olhos e viu de longe Abraão, com Lázaro ao seu lado. Então gritou: ‘Pai Abraão, tem compaixão de mim! Manda Lázaro molhar a ponta do dedo para me refrescar a língua, porque sofro muito nestas chamas’. Mas Abraão respondeu: ‘Filho, lembra-te de que durante a vida recebeste teus bens e Lázaro, por sua vez, seus males. Agora, porém, ele encontra aqui consolo e tu és atormentado. Além disso, há um grande abismo entre nós: por mais que alguém desejasse, não poderia passar daqui para junto de vós, e nem os daí poderiam atravessar até nós’.
»O rico insistiu: ‘Pai, eu te suplico, manda então Lázaro à casa de meu pai, porque eu tenho cinco irmãos. Que ele os avise, para que não venham também eles para este lugar de tormento’. Mas Abraão respondeu: ‘Eles têm Moisés e os Profetas! Que os escutem! ’ O rico insistiu: ‘Não, Pai Abraão. Mas se alguém dentre os mortos for até eles, certamente vão se converter’. Abraão, porém, lhe disse: ‘Se não escutam a Moisés, nem aos Profetas, mesmo se alguém ressuscitar dos mortos, não acreditarão’». Palavra de vida eterna.
»Quando o pobre morreu, os anjos o levaram para junto de Abraão. Morreu também o rico e foi enterrado. Na região dos mortos, no meio dos tormentos, o rico levantou os olhos e viu de longe Abraão, com Lázaro ao seu lado. Então gritou: ‘Pai Abraão, tem compaixão de mim! Manda Lázaro molhar a ponta do dedo para me refrescar a língua, porque sofro muito nestas chamas’. Mas Abraão respondeu: ‘Filho, lembra-te de que durante a vida recebeste teus bens e Lázaro, por sua vez, seus males. Agora, porém, ele encontra aqui consolo e tu és atormentado. Além disso, há um grande abismo entre nós: por mais que alguém desejasse, não poderia passar daqui para junto de vós, e nem os daí poderiam atravessar até nós’.
»O rico insistiu: ‘Pai, eu te suplico, manda então Lázaro à casa de meu pai, porque eu tenho cinco irmãos. Que ele os avise, para que não venham também eles para este lugar de tormento’. Mas Abraão respondeu: ‘Eles têm Moisés e os Profetas! Que os escutem! ’ O rico insistiu: ‘Não, Pai Abraão. Mas se alguém dentre os mortos for até eles, certamente vão se converter’. Abraão, porém, lhe disse: ‘Se não escutam a Moisés, nem aos Profetas, mesmo se alguém ressuscitar dos mortos, não acreditarão’». Palavra de vida eterna.
«Se não escutam a Moisés,
nem aos Profetas, mesmo se alguém ressuscitar dos mortos, não acreditarão»
Rev. D. Xavier SOBREVÍA i Vidal(Castelldefels, Espanha)
Hoje, o Evangelho é uma parábola
que nos descobre as realidades do homem depois da sua morte. Jesus fala-nos do
prêmio ou do castigo que obteremos de acordo com o nosso comportamento.
O contraste entre o rico e o pobre é muito forte. O luxo e a indiferença do rico; a situação patética de Lázaro, com os cães a lamber-lhe as feridas (cf. Lc 16,19-21). Tudo isso tem um grande realismo e permite que entremos na cena.
Podemos pensar: onde estaria eu se fosse um dos protagonistas desta parábola? A nossa sociedade recorda-nos, constantemente, como devemos viver bem, com conforto e bem-estar contentes e sem preocupações. Viver para nós próprios, sem nos preocupamos com os outros, ou preocupando-nos apenas o necessário para que a nossa consciência fique tranquila, mas não com um sentido de justiça, amor ou solidariedade.
Hoje se apresenta a necessidade de ouvir a Deus nesta vida, de nos convertermos nela e de aproveitarmos o tempo que Ele nos concede. Deus pede contas. Nesta vida jogamos a vida.
Jesus deixa clara a existência do inferno e descreve algumas das suas características: a pena que sofrem os sentidos —«Manda Lázaro molhar a ponta do dedo para me refrescar a língua, porque sofro muito nestas chamas» (Lc 16,24)— e a sua eternidade —«há um grande abismo entre nós» (Lc 16,26).
São Gregório Magno diz-nos que «se dizem todas estas coisas para que ninguém possa desculpar-se por causa da sua ignorância». Há que despojar-se do homem velho e ser livre para poder amar o próximo. É necessário responder ao sofrimento dos pobres, dos doentes ou dos abandonados. Seria bom que recordássemos esta parábola com frequência para que nos tornemos mais responsáveis pela nossa vida. A todos chegará o momento da morte. E temos que estar sempre preparados, porque um dia seremos julgados.
O contraste entre o rico e o pobre é muito forte. O luxo e a indiferença do rico; a situação patética de Lázaro, com os cães a lamber-lhe as feridas (cf. Lc 16,19-21). Tudo isso tem um grande realismo e permite que entremos na cena.
Podemos pensar: onde estaria eu se fosse um dos protagonistas desta parábola? A nossa sociedade recorda-nos, constantemente, como devemos viver bem, com conforto e bem-estar contentes e sem preocupações. Viver para nós próprios, sem nos preocupamos com os outros, ou preocupando-nos apenas o necessário para que a nossa consciência fique tranquila, mas não com um sentido de justiça, amor ou solidariedade.
Hoje se apresenta a necessidade de ouvir a Deus nesta vida, de nos convertermos nela e de aproveitarmos o tempo que Ele nos concede. Deus pede contas. Nesta vida jogamos a vida.
Jesus deixa clara a existência do inferno e descreve algumas das suas características: a pena que sofrem os sentidos —«Manda Lázaro molhar a ponta do dedo para me refrescar a língua, porque sofro muito nestas chamas» (Lc 16,24)— e a sua eternidade —«há um grande abismo entre nós» (Lc 16,26).
São Gregório Magno diz-nos que «se dizem todas estas coisas para que ninguém possa desculpar-se por causa da sua ignorância». Há que despojar-se do homem velho e ser livre para poder amar o próximo. É necessário responder ao sofrimento dos pobres, dos doentes ou dos abandonados. Seria bom que recordássemos esta parábola com frequência para que nos tornemos mais responsáveis pela nossa vida. A todos chegará o momento da morte. E temos que estar sempre preparados, porque um dia seremos julgados.
Santo do Dia
São Gregório de Nissa
O nome de Gregório de Nissa aparece
sempre associado ao de seu irmão Basílio e ao de outro Gregório, o de Nazianzo,
os três são conhecidos como Padres Capadócios.
Gregório de Nissa pertencia a uma
família tradicionalmente cristã, o pai era um retórico estimado e a mãe era uma
mulher de muita fé e piedade. O avô de Gregório teve a honra de sofrer o
martírio e sua irmã mais velha, Macrina, foi mais tarde canonizada.
A família de Gregório de Nissa buscou
zelar pela formação de seus filhos, tanto que enviou o seu primogênito, São
Basílio Magno, para estudar em Constantinopla e Atenas, berços culturais da
época.
Com o retorno de Basílio, este
recebeu a missão de formar seu irmão mais novo nas artes da cultura clássica.
Gregório não foi apenas um bom discípulo; chegou a ultrapassar o seu irmão,
apesar de nunca ter tido a oportunidade de estudar em um dos grandes centros
culturais do período em que viveu.
Gregório de Nissa queria dedicar-se
ao magistério, mas no ano 372, o imperador Valente decidiu enfraquecer o poder
eclesiástico da região através da divisão da Capadócia em duas partes.
Percebendo de imediato o ardil do imperador, Basílio, que nessa época já era
bispo de Cesaréia e exercia grande influência em toda a região, decidiu agir
rápido e nomeou novos bispos para a nova Capadócia, e entre eles estava
Gregório; era a providência de Deus alterando os rumos da vida de nosso santo.
Mesmo contrariado em seus planos,
Gregório assumiu com todo amor a missão que Deus lhe confiou. O povo de Nissa,
cidade da região central da Capadócia, reconhecia nele o bom pastor à imagem de
Jesus Cristo. Entretanto alguns hereges tramavam contra sua vida, e em 376
conseguiram que ele fosse expulso e exilado de Nissa através de falsas
acusações de inexatidão na contabilidade de sua diocese.
Depois de dois anos, com a morte do
imperador Valente, Gregório retornou a Nissa, onde foi recebido triunfalmente
pelo povo.
Ficou conhecido em sua época por sua
fé inabalável, uma profunda cultura teológica e vastíssima ciência, e isso
capacitava-o primorosamente para empreender, mesmo após a morte do irmão, uma
verdadeira cruzada contra os hereges, especialmente os arianos. Como bispo
soube encontrar uma linguagem simples e direta para apresentar ao seu rebanho
ensinamentos concretos, ao mesmo tempo que escrevia com profundidade teológica
poucas vezes vista.
São Gregório de Nissa participou de
inúmeros sínodos e concílios, entre os quais merece destaque o Concílio de
Constantinopla em 381. Foi dele o discurso de abertura, e os demais bispos
entusiasmaram-se com suas palavras cheias de vigor, temor a Deus e amor à
Igreja de Cristo. Em 394 assistiu pela última vez a um sínodo, pois pouco tempo
depois veio a falecer.(Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR)
Reflexão
São
Gregório de Nissa abraçou com todas as forças a vontade de Deus e soube vivê-la
de modo exemplar, num tempo em que ser cristão era ter de enfrentar não só
imensos desafios, mas, até mesmo, a própria morte, se necessário. Destacou-se
não só pela prática heróica das virtudes e pelo santo exemplo de vida, mas
também porque recebeu de Deus uma missão toda particular e de extrema
importância para as gerações cristãs futuras: a missão de meditar, rezar e
escrever acerca dos mistérios salvíficos, para a edificação de toda a Igreja de
ontem e de hoje. Pensemos hoje nos homens e mulheres que se dedicam ao estudo
da teologia e peçamos a Deus que lhes cumule com muita sabedoria.
tjl@- acidigital.com – a12.com
–evangeli.net –domtotal.com
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