domingo, 1 de março de 2020

BOM DIA EVANGELHO - . Março. 2020


Bodia evangelho


Dia 2 de Março - Segunda-feira

I SEMANA DA QUARESMA (Roxo - Ofício do Dia)

Pe. Ignacio-María Doñoro com um dos meninos do Lar Nazaré. Crédito: Hogarnazaret.es
Lima, 29 Fev. 20 / 07:00 am (ACI).- Pe. Ignacio-María Doñoro é um capelão militar espanhol que, desde 2002, luta contra várias formas de violação dos direitos dos menores, especialmente na América Latina; atualmente, trabalha na selva peruana, mas uma de suas primeiras experiências foi em El Salvador, onde enfrentou o tráfico de órgãos.
Pe. Doñoro, estando em El Salvador como comissário de um projeto de ajuda humanitária, soube que pais haviam concordado em vender seu filho, que tinha meio corpo paralisado, aos traficantes de órgãos.
“Quando soube disso, decidi me passar por um traficante de órgãos, descobrir quanto os pais cobrariam e pagar mais. A surpresa foi que tinham oferecido a esses pais a quantia de 25 dólares em troca da vida de Manuel... Cheguei ao local onde o menino estava, paguei 26 dólares aos pais – um dólar a mais do que outros lhe ofereceram – e sai correndo com Manuel. Levei-o a uma clínica, onde o médico me disse que essa doença não era tão importante, que era um problema comum lá e que em uma semana a criança seria curada”, explicou à ACI Prensa – agência em espanhol do Grupo ACI.
Vendido por seus pais por 25 dólares
Quando o levou ao médico para que fizesse um reconhecimento, Manuel não acreditou que havia sido salvo "por mais que eu insistisse que era um sacerdote e lhe repetia muitas vezes que ia dar a minha vida por ele”. Pe. Doñoro disse que não repetia esta frase “para que ele me escutasse, mas para eu perceber que tinha o dever moral de dar minha vida por essa criança, porque nele estava Jesus”.
“Ele olhou para mim de uma maneira que transpassava tudo, com um olhar tão profundo, tão cheio de amor e de gratidão, que percebi que não se tratava da vida de Manuel, mas do próprio Jesus que, aterrorizado, havia aceitado que lhe matassem para ser esquartejado”, recorda. Foi então que Pe. Ignacio María entendeu que “por trás de Manuel havia muitos outros 'manuéis', muitas outras crianças a quem, provavelmente devido a situações desesperadoras, suas próprias famílias as venderam para o tráfico de órgãos. Porque, se os traficantes foram lá por causa de uma criança, logicamente devia haver mais...”.
Esse foi o começo do Hogar de Nazaret (Lar de Nazaré, em português).
“De acordo com o que era então Bispo de Puerto Maldonado (Peru), Dom Francisco González, vimos que uma casa poderia ser criada lá, a aproximadamente cem quilômetros da mineradora ilegal, onde havia uma situação de tráfico de seres humanos. Pouco a pouco, a casa ficou cheia de crianças”, explicou.
Embora tenham passado por muitas dificuldades econômicas, Pe. Doñoro conseguiu construir o Lar de Nazaré em Puerto Maldonado, localizado na selva peruana.
Início no Peru
Apenas três meses depois de começar no Peru, Pe. Doñoro recebeu Tareq, um menino de apenas cinco anos que havia sido abusado. Embora os serviços sociais dissessem que ele só viria por um dia, porque o levariam a um hospital psiquiátrico, ficou por vários meses.
“Eu o acompanhava todos os dias ao jardim de infância onde o havia matriculado. Um dia tive a ideia de ir andando e dançando e ele gostou tanto que desde então ele me obrigava a fazer a mesma coisa todos os dias. Vitaminas, remédios para vermes e muito carinho mudaram sua aparência física; o amor e o carinho que ele recebia no Lar o mudaram por dentro”, assegurou Pe. Doñoro.
Quando os serviços sociais voltaram, não podiam acreditar que a criança que viam era a mesma que tinham pensado em levar a um hospital psiquiátrico. “Estava irreconhecível. Parecia um menino normal. O médico que o trouxe e o psicólogo do tribunal choraram ao ver a mudança ocorrida nele. Eles perguntaram se ele queria ficar ou ir com eles para uma casa mais legal e ele respondeu: E quem vai me levar para o jardim de infância cantando? Eu tenho que cuidar do Padre Ignacio, porque essas crianças são muito travessas...”.
Quando o psicólogo perguntou a Pe. Doñoro o que havia feito para que Tareq estivesse assim tão bem, ele respondeu que “não havia feito nada, apenas amá-lo”.
Tareq permaneceu um ano no Lar de Nazaré, até que o juiz concedeu a custódia provisória a uma tia sua.
No entanto, nem tudo foi tão simples, Pe. Doñoro sofreu vários ataques com os quais chegou a pensar que perderia a vida.
Atacado em várias ocasiões
“Uma noite, apareceram três homens armados que me deram uma surra tão grande que pensaram que eu estava morto. Isso foi o que salvou a minha vida. Depois, tentaram me atacar mais três vezes. Isso causou em mim uma alegria imensa, ainda que possa parecer um pouco chocante. Se estavam tão irritados a ponto de enviar um grupo armado, era porque eu tinha tirado muitas crianças das garras da morte e havia irritado muito os traficantes de pessoas, mas era impossível continuar em Puerto Maldonado e tive que ir embora de lá para tentar continuar com o projeto em outro lugar”, explicou.
Por isso, falou com o Bispo de Moyobamba, Dom Rafael Escudero López-Brea, que aceitou que o trabalho do Lar de Nazaré fosse realizado na Prelazia de Moyobamba, também na selva, “e aí comecei do zero, com grande entusiasmo e aprendendo também como Deus queria que sua casa funcionasse, o Lar de Nazaré”.
Na região de San Martín, onde está localizada a Prelazia de Moyobamba, não há tráfico de seres humanos, mas há uma pobreza material extrema.
Atualmente, o Lar de Nazaré é composto por cinco casas: duas para crianças e adolescentes, onde também há uma escola de futebol; e duas outras casas, uma para meninas e outra para adolescentes.
Além de um “Lar dos nascituros”, onde moram meninas grávidas com dificuldades para ter seus bebês e cuidar deles sozinhas.
Mais informações sobre como ajudar o Lar de Nazaré AQUI.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
Oração: Deus, nosso Pai, em vosso Filho Jesus nos revelastes vossa face cheia de misericórdia, de ternura e de amor. Nós vos agradecemos e vos louvamos por nos ter dado Jesus como nosso irmão, Deus-conosco para sempre. Exultamos de alegria, porque as vossas promessas se cumpriram; já experimentamos aqui as alegrias do vosso Reino de justiça e de paz. Por isso, repetimos as palavras do Apóstolo: “Vede que prova de amor nos deu o Pai: que sejamos chamados filhos de Deus. E nós o somos”. Santa Inês, que se consagrou inteiramente a vós e ao serviço dos necessitados, interceda para que a fraternidade se estabeleça na terra. Por Cristo nosso Senhor. Amém!
Mateus 25,31-46
Salve Cristo, luz da vida, companheiro na partilha!
Eis o tempo de conversão; eis o dia da salvação (2Cor 6,2).
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 25 31"Quando o Filho do Homem voltar na sua glória e todos os anjos com ele, sentar-se-á no seu trono glorioso.
32Todas as nações se reunirão diante dele e ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos.
33Colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda.
34Então o Rei dirá aos que estão à direita: 'Vinde, benditos de meu Pai, tomai posse do Reino que vos está preparado desde a criação do mundo,
35porque tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era peregrino e me acolhestes;
36nu e me vestistes; enfermo e me visitastes; estava na prisão e viestes a mim'.
37Perguntar-lhe-ão os justos: 'Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, com sede e te demos de beber?
38Quando foi que te vimos peregrino e te acolhemos, nu e te vestimos?
39Quando foi que te vimos enfermo ou na prisão e te fomos visitar?'
40Responderá o Rei: 'Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes'.
41Voltar-se-á em seguida para os da sua esquerda e lhes dirá: 'Retirai-vos de mim, malditos! Ide para o fogo eterno destinado ao demônio e aos seus anjos.
42Porque tive fome e não me destes de comer; tive sede e não me destes de beber;
43era peregrino e não me acolhestes; nu e não me vestistes; enfermo e na prisão e não me visitastes'.
44Também estes lhe perguntarão: 'Senhor, quando foi que te vimos com fome, com sede, peregrino, nu, enfermo, ou na prisão e não te socorremos?'
45E ele responderá: 'Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que deixastes de fazer isso a um destes pequeninos, foi a mim que o deixastes de fazer.'
46E estes irão para o castigo eterno, e os justos, para a vida eterna".
Palavra da Salvação.
Comentário do Evangelho
O ENCONTRO QUE SALVA
A descrição evangélica do juízo final é desconcertante. Jesus revolucionou os esquemas humanos ao colocar, como critério de salvação, o reconhecê-lo na pessoa daqueles cuja existência era totalmente vulnerável. A salvação, por conseguinte, não dependeria de experiências místicas elevadas, nem de títulos honoríficos ou funções de destaque na Igreja ou na sociedade e, muito menos, da nobreza de origem. Pelo contrário, a ela se chegaria por um caminho aparentemente simples: o encontro solidário com o irmão sofredor, no qual se reconhece a presença de Jesus.
A salvação, na perspectiva cristã, tem pressupostos claros. Tudo começa com a saída de si mesmo e do próprio comodismo, para se deixar interpelar pelo outro. Esta se dá no confronto com o sofrimento alheio. O sentir-se motivado a ir ao encontro do outro e a fazer um gesto concreto, que supere a ameaça à vida humana, é fruto da ação da graça salvífica de Deus no coração humano. Não-salvífico seria ficar chocado diante da situação e comovido até as lágrimas, ou então, ficar à procura de quem é o responsável pela situação, sem fazer um gesto concreto em defesa da vida e da dignidade ameaçadas. Importa, apenas, o gesto de partilhar, acolher e solidarizar-se. Dele é que decorre a salvação. Este é o caminho que se apresenta a cada cristão, para quem a salvação é um desafio.
Santo do Dia
Santa Inês da Boêmia
Santa Inês da Boêmia nasceu em 1208. Pertencia a família real. Otocaro I, seu pai, era rei da Boêmia. Foi educada por monges. Recusou-se a casar com Frederico II, imperador da Alemanha.
Foi uma mulher ativa e preocupada com os problemas de seu tempo. Dedicou-se de corpo e alma ao serviço dos pobres, fundando para eles um hospital. Estabeleceu ali a pobreza absoluta, renunciando as rendas e vivendo de esmolas e doações. Incentivou e apoiou os Franciscanos e as Clarissas e para eles fundou dois mosteiros.
Santa Clara, a quem devotava grande amizade, escreveu-lhe numerosas cartas e chamava-a de "metade de minha alma".
Numa das cartas, Santa Clara dizia à Santa Inês:
“Eu me alegro de verdade, e ninguém vai poder roubar-me esta alegria, porque já alcancei o que desejava abaixo do céu: vejo que você, sustentada por maravilhosa sabedoria da própria boca de Deus, já superou astúcias do esperto inimigo: o orgulho que perde a natureza humana e a vaidade que torna estultos os corações dos homens. Vejo que são a humildade, a força da fé e os braços da pobreza que a levaram a abraçar o tesouro incomparável escondido no campo do mundo e dos corações humanos, com o qual compra-se aquele por quem tudo foi feito do nada. Eu a considero, num bom uso das palavras do Apóstolo, auxiliar do próprio Deus, sustentáculo dos membros vacilantes de seu corpo inefável”.
Santa Inês ingressou, mais tarde, no convento das Clarissas, por ela própria fundado, onde foi nomeada abadessa. Morreu no dia 2 de março de 1282 em Praga.(Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR)
Reflexão: O exemplo de mulheres como Santa Inês, nos inspira a buscar também a nossa vocação à santidade. Simplicidade, dedicação e confiança em Deus eram marcas registradas da vida desta grande mulher. Fica-nos hoje o desejo de encontrar em Cristo o primeiro e maior inspirador de nossos gestos de caridade para com o próximo. Inspirados pela vida de Santa Inês, sejamos também nós missionários e missionárias do Evangelho da Vida.
TJL@- ACIDIGITAL.COM – A12.COM – DOMTOTAL.COM

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