Imagem
original de Nossa Senhora de Guadalupe em seu santuário na Cidade do México.
Foto: David Ramos / ACI Prensa
Cidade do México, 12 dez. 20 / 07:00 am (ACI).- Pe. Eduardo Chávez,
diretor do Instituto Superior de Estudos de Guadalupe (ISEG) e postulador da
causa de canonização de São Juan Diego, disse que “Santa Maria de Guadalupe é a
mulher do Apocalipse”, assim como “modelo de evangelização perfeitamente
inculturado". Em diálogo com ACI Prensa
– agência em espanhol do Grupo ACI –, Pe. Chávez, um dos principais
especialistas em Nossa Senhora de Guadalupe, assinalou que, “se prestarmos
atenção e refletirmos no que diz a Sagrada Escritura, a imagem da Virgem de
Guadalupe é Apocalipse 12,1-2: um grande sinal no céu, uma mulher revestida do
sol, a lua debaixo dos seus pés e, coroada de doze estrelas, está a ponto de
dar à luz. Está grávida”.
O sacerdote mexicano indicou que “o que o Apocalipse diz é exatamente o que é a
iconografia de Santa Maria de Guadalupe. Recordem que ela é o modelo de
evangelização perfeitamente inculturado, como disse o Papa João Paulo II, e
assim como fala com sua própria voz através de São Juan Diego, também fala
através da imagem e é entendida perfeitamente pelos indígenas, porque tem essas
sementes do verbo de sua cultura”. “Ao mesmo tempo, é entendida pelos
europeus. Por isso ela tem esta figura, como descreve o Apocalipse 12,
perfeitamente conhecida pelos europeus”. “E, se lermos ainda mais adiante,
Apocalipse 21, perceberemos que tem esta profundidade de ser Ela a Mãe da Igreja, como diz o Papa
Francisco. Ela é a nova Jerusalém que vem vestida de noiva, como diz o
Apocalipse 21”, acrescentou. Em seguida, Pe. Chávez assinalou que “neste templo
que ela efetivamente constrói é onde podemos chegar com nossos sofrimentos, com
nossas dores, com nossas doenças, para que ela nos cure, nos incentive, nos
encha de seu amor. Assim como faz com São Juan Diego, faz isso com cada um de
nós: não tenha medo, acaso não estou eu aqui que tenho a honra, a alegria de
ser tua mãe?”. “Ela, uma mulher grávida, daquele que é o verdadeiríssimo Deus
por quem se vive. Por isso, é esta imagem da Imaculada Conceição que toma sua
figura de Apocalipse 12”, disse. “Não a inventaram, nem colocaram por aqui e
por lá alguns sinais europeus. Pelo contrário, ela é quem pega tudo isso
levando à plenitude”, destacou. A Virgem de Guadalupe apareceu ao indígena São
Juan Diego entre 9 e 12 de dezembro de 1531 e lhe pediu que intercedesse diante
do primeiro Bispo do México, o franciscano Frei Juan de Zumárraga, para
construir um templo aos pés da colina de Tepeyac.
Como prova da
veracidade da aparição, a Virgem Maria pediu ao
indígena que levasse as flores de uma roseira aparecida milagrosamente no árido
Tepeyac. Quando São Juan Diego apresentou as flores ao Bispo, sua tilma, o pano
no qual as levava, ficou marcado com a imagem de Nossa Senhora de uadalupe.A
imagem da Virgem, cheia de simbologia que podia ser lida pelos indígenas
mexicanos, promoveu a evangelização do México, facilitando milhões de
conversões nos anos seguintes. O diretor do ISEG explicou que a imagem de Nossa
Senhora de Guadalupe possui sinais claramente entendidos pelos indígenas, como
“este manto, por exemplo, azul esverdeado, que significa o azul do céu e o
verde da vida, e que somente os imperadores podiam usá-lo. Ao ver esse manto
nela, os indígenas entenderam que ela é imperatriz”. “Ao vê-la nesta lua negra,
em eclipse, ela está esmagando o eclipse, o que para os indígenas significa a
mesma coisa que a serpente para os europeus, o diabo. Mas é o eclipse, porque
para os indígenas a serpente é algo bom, não é ruim”. Pe. Chávez destacou que,
“para os indígenas, preto significa morte e o eclipse é o mais terrível, pois a
lua está devorando o sol. Eles são filhos do sol”. "Assim, lá está, no
meio da lua, pisando na lua, está no umbigo da lua, que é uma coisa boa, porque
é o umbigo da lua, o que significa México, é o lar de Deus onipotente",
acrescentou. No entanto, destacou, “o centro de sua imagem não é ela, ela é o
sinal, uma Virgem Mãe. Jesus Cristo é o centro de sua imagem, mas também o
centro de sua mensagem: quero, com tanto desejo, diz a Virgem de Guadalupe, uma
casinha sagrada, para exaltá-lo, para manifestá-lo, para oferecer-lhe meu
amor-pessoa, Ele que é meu olhar misericordioso, Ele que é meu auxílio, Ele que
é minha salvação”. “E também, o centro dessa casinha sagrada que ela tanto
deseja que ao mesmo tempo significa templo, igreja, santuário, civilização do
amor de Deus e ao dizer casinha sagrada obviamente também está dizendo
família”, disse. “Por isso, é a mulher do Apocalipse, é como a custódia onde
está no centro Jesus Cristo Nosso Senhor. Ela também é Mãe da Igreja, ela
também é Mulher Eucarística”, finalizou.
Oração: Senhor, Nosso Deus,
que inspirastes a São João da Cruz extraordinário amor à Cruz e perfeita
abnegação de si mesmo, concedei que, imitando o seu exemplo, cheguemos à
contemplação eterna da vossa glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Evangelho (Mt 21,23-27):
Enquanto ensinava, os sumos sacerdotes e os
anciãos do povo aproximaram-se dele, perguntando: «Com que autoridade fazes
essas coisas? Quem te deu essa autoridade?». Jesus respondeu-lhes: «Eu também
vou fazer-vos uma só pergunta. Se me responderdes, também eu vos direi com que
autoridade faço isso. De onde era o batismo de João, do céu ou dos homens?».
Eles ponderavam entre si:«Se respondermos: Do céu, ele nos dirá: Por que não
acreditastes nele? Se respondermos: Dos homens, ficamos com medo do povo, pois
todos têm João em conta de profeta». Então responderam-lhe: «Não sabemos». Ao
que ele retrucou: «Pois eu também não vos digo com que autoridade faço essas
coisas».
«Com que autoridade
fazes essas coisas? Quem te deu essa autoridade?»
Rev.
D. Melcior QUEROL i Solà(Ribes de Freser, Girona, Espanha)
Hoje, o Evangelho nos convida a contemplar dois
aspectos da personalidade de Jesus: astúcia e autoridade. Olhemos primeiro a
astúcia: Ele conhece profundamente o coração do homem, conhece o interior de
cada pessoa que chega perto dele. E, quando os sumos sacerdotes e os notáveis
do povo se dirigem a Ele para perguntar-lhe, com malícia: «Com que autoridade
fazes essas coisas?» (Mt 21,23), Jesus, que conhece a falsidade deles, lhes
responde com outra pergunta: «De onde era o batismo de João, do céu ou dos homens?»
(Mt 21,25). Eles não sabiam o que responder, pois se respondiam que era do céu,
estariam se contradizendo eles mesmos por não terem acreditado e, se respondiam
que era dos homens, estariam em contra do povo, que o via como profeta. Estão
num beco sem saída. Astutamente, Jesus com uma simples pergunta há denunciado
sua hipocrisia; lhes deu a verdade. E a verdade sempre incomoda, faz
estremecer.
Também nós estamos chamados a ter a astúcia de Jesus, para fazer estremecer a
mentira. Tantas vezes os filhos das trevas usam de toda a astúcia para
conseguir mais dinheiro, mais poder e mais prestígio; enquanto que os filhos da
luz parecem que temos a astúcia e a imaginação um pouco adormecidas. Do mesmo
modo que um homem do mundo utiliza a imaginação ao serviço de seus interesses,
os cristãos devemos usar nossos talentos ao serviço de Deus e do Evangelho. Por
exemplo; quando nos encontramos ante uma pessoa que fala mal da Igreja (coisa
que acontece com frequência), com que astúcia sabemos responder a uma critica
negativa? Ou em um ambiente de trabalho, com um colega que vive só para si
mesmo e não enxerga mais ninguém, com que astúcia saberemos devolver bem por
mal? Se o amamos, como Jesus, nossa presença lhe será muito “incômoda”.
Jesus exercia sua autoridade graças ao profundo conhecimento que tinha das
pessoas e das situações. Também nós estamos chamados a ter essa autoridade. É
um dom que nos vem do alto. Quanto mais pratiquemos colocar as coisas no seus
lugares —as pequenas coisas de cada dia— melhor saberemos orientar às pessoas e
as situações, graças às inspirações do Espírito Santo.
Santo do Dia: São João da Cruz
João
nasceu na Espanha em 1542. Ainda na infância, ficou órfão de pai. Sua mãe
mudou-se então para Medina, onde João trabalhava num hospital de dia e estudava
gramática a noite.
Ainda jovem sentiu-se atraído pela vida religiosa e tornou-se carmelita, indo
estudar em Salamanca. Mesmo dedicando-se totalmente aos estudos, encontrava
tempo para visitar doentes em hospitais ou em suas casas, prestando serviço
como enfermeiro.
Ordenou-se sacerdote aos vinte e cinco anos. Foi então que a futura Santa
Tereza de Ávila cruzou seu caminho. Com autorização para promover, na Espanha,
a fundação de conventos reformados, ela atraiu João da Cruz para esse trabalho.
Com isso ele passou a trabalhar na reforma do Carmelo, recuperando os
princípios e a disciplina.
Os escritos sobre sua vida dão conta de que abraçou a cruz dos sofrimentos e
contrariedades. Conta-se que ele pedia insistentemente três coisas a Deus.
Primeiro, dar-lhe forças para trabalhar e sofrer muito. Segundo, não deixá-lo
sair desse mundo como superior de uma Ordem ou comunidade. Terceiro, e mais
surpreendente, que o deixasse morrer desprezado e humilhado pelos homens.
Faleceu após uma penosa doença, em 14 de dezembro de 1591, com apenas quarenta
e nove anos de idade, na Espanha.(Colaboração: Padre Evaldo César de Souza,
CSsR)
Reflexão:
A doutrina de João da Cruz é plenamente fiel à
antiga tradição: o objetivo do homem na terra é alcançar "Perfeição da
Caridade e elevar-se à dignidade de filho de Deus pelo amor"; a
contemplação não é um fim em si mesma, mas deve conduzir ao amor e à união com
Deus pelo amor.
TJL@
- ACIDIGITAL.COM – 12.com – evangeli.net
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