Religiosas do Carmelo de Teresina (PI) / Foto: Facebook Carmelo de Teresina REDAÇÃO CENTRAL, 12 ago. 20 / 02:00 pm (ACI).- A Arquidiocese de Teresina (PI) informou na terça-feira que 15 das 17 religiosas do Carmelo de Santa Teresa de Jesus e São João da Cruz foram diagnosticadas com Covid-19. Segundo nota publicada pela Arquidiocese, três religiosas “foram hospitalizadas e duas já voltaram ao Carmelo”. Além disso, as outras duas carmelitas que não contraíram o coronavírus “estão cuidando das outras”. Uma equipe médica tem acompanhado “diariamente as irmãs com zelo e competência”. “Os amigos e benfeitores tem sido presença constante e rogamos a Deus que continuem. Pedimos orações de todos e rogamos que evitemos notícias sem fundamento ou alarmistas que só atrapalham o emocional das nossas amadas irmãs”, conclui o comunicado. Em declarações ao site ‘Cidadeverde.com’, a madre priora Maria Elisabete, uma das religiosas que testaram negativo, afirmou que estão enfrentando a situação com tranquilidade e “fé em Deus”. A madre ressaltou como o vírus se propagou rapidamente no Carmelo. “A primeira irmã começou a sentir dor nas pernas. O teste deu negativo e continuamos cuidando todo mundo junto. Aí foi rápido. Os sintomas estranhos tomaram conta das irmãs. Percebi que tinha algo estranho e recorri ao Padre Tony Batista [vigário geral da Arquidiocese de Teresina] e pedi teste para toda comunidade, que nos deu assistência muito rápida. O vírus agiu rápido, mas também tomamos providência rápido”, contou, ao acrescentar que “todas estão evoluindo bem”. “Veja como Deus é providente: deixou duas para cuidar das outras”, observou madre Maria Elisabete. A religiosa contou que não sabe como o vírus chegou ao Carmelo, uma vez que adotaram todos os protocolos de saúde e as carmelitas estavam isoladas desde o início da pandemia. Entretanto, recordou que vários casos de Covid-19 foram registrados na rua onde o Carmelo está localizado. ‘Cidadeverde.com’ ressalta que o bairro de Angelim, onde fica o Carmelo, é o terceiro com mais casos confirmados de Covid-19 em Teresina, segundo o Painel da Fundação Municipal de Saúde. “Fizemos de tudo que estava ao nosso alcance. Tudo que vinha de fora era lavado, higienizado, usamos luvas, máscaras. Acho que temos que aprender a conviver com esse problema. Temos que fazer nossa parte e não se apavorar. Deus está no comando. Ele é quem cuida”, concluiu Madre Maria Elisabete.
Evangelho
(Mt 18,21—19,1):
Naquele tempo,
Pedro dirigiu-se a Jesus perguntando: «Senhor, quantas vezes devo perdoar, se
meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?». Jesus respondeu: «Digo-te, não
até sete vezes, mas até setenta vezes sete vezes. O Reino dos Céus é, portanto,
como um rei que resolveu ajustar contas com seus servos. Quando começou o
ajuste, trouxeram-lhe um que lhe devia uma fortuna inimaginável. Como o servo
não tivesse com que pagar, o senhor mandou que fosse vendido como escravo,
junto com a mulher, os filhos e tudo o que possuía, para pagar a dívida. O
servo, porém, prostrou-se diante dele pedindo: ‘Tem paciência comigo, e eu te
pagarei tudo’. Diante disso, o senhor teve compaixão, soltou o servo e
perdoou-lhe a dívida.
»Ao sair dali, aquele servo encontrou um dos seus companheiros que lhe devia
uma quantia irrisória. Ele o agarrou e começou a sufocá-lo, dizendo: ‘Paga o
que me deves’. O companheiro, caindo aos pés dele, suplicava: ‘Tem paciência
comigo, e eu te pagarei’. Mas o servo não quis saber. Saiu e mandou jogá-lo na
prisão, até que pagasse o que estava devendo. Quando viram o que havia
acontecido, os outros servos ficaram muito sentidos, procuraram o senhor e lhe
contaram tudo. Então o senhor mandou chamar aquele servo e lhe disse: ‘Servo
malvado, eu te perdoei toda a tua dívida, porque me suplicaste. Não devias tu
também ter compaixão do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti? O senhor
se irritou e mandou entregar aquele servo aos carrascos, até que pagasse toda a
sua dívida. É assim que o meu Pai que está nos céus fará convosco, se cada um
não perdoar de coração ao seu irmão».
Quando terminou essas palavras, Jesus deixou a Galiléia e foi para a região da
Judéia, pelo outro lado do Jordão.
«Senhor, quantas vezes devo
perdoar, se meu irmão pecar contra mim?»
Rev. D. Joan BLADÉ i Piñol(Barcelona, Espanha)
Hoje, perguntar «quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra
mim?» (Mt 18,21), é também perguntar: Estes a quem tanto amo, os vejo com
tantas manias e caprichos que me chateiam, que me incomodam com frequência, não
falam comigo... E isto se repete este dia e no outro dia. Senhor, até quando
tenho que aguentar isso?
Jesus responde com a lição de paciência. Na realidade, os dois devedores
coincidem quando dizem: «Tem paciência comigo» (Mt 18,26.29). Mas, enquanto o
descontrole do malvado, que já ia sufocando o outro por pouca coisa, lhe
ocasionaria a ruína moral e econômica, a paciência do rei, não só salva o
devedor, sua família e os bens, como engrandece a personalidade do monarca e
gera confiança na corte. A reação do rei, nos lábios de Jesus, nos recorda o
livro dos Salmos: «Mas em ti se encontra o perdão, para seres venerado com
respeito» (Sal 130,4).
Está claro que precisamos nos opor à injustiça, e, se necessário, energicamente
(suportar o mal seria um indício de apatia ou covardia). Mas, a indignação é
saudável quando nela não há egoísmo, nem ira, nem sandice, senão o desejo reto
de defender a verdade. A autêntica paciência é a que nos leva a suportar
misericordiosamente a contradição, a debilidade, as doenças, as faltas de
oportunidade das pessoas, dos acontecimentos ou das coisas. Ser paciente
equivale a dominar-se a si mesmo. As pessoas susceptíveis ou violentas não
podem ser pacientes porque nem pensam nem são donos de si mesmos.
A paciência é uma virtude cristã porque faz parte da mensagem do Reino dos
Céus, e se forja na experiência de que todos nós temos defeitos. Se Paulo nos
exorta a nos suportarmos uns aos outros (cf. Col 3,12-13), Pedro nos recorda
que a paciência do Senhor nos dá a oportunidade de nos salvarmos (cf. 2 Pe
3,15).
Certamente, quantas vezes a paciência do bom Deus nos perdoou no
confessionário! Sete vezes? Setenta vezes sete? Quiçá mais!
Santo do Dia: São Ponciano e Santo Hipólito
O imperador Severo aceitou a diversidade religiosa no império. Entretanto, na própria Igreja surgiram divisões. Ponciano e Hipólito viveram em Roma no século III. Estes dois homens foram envolvidos por um cisma na Igreja. Ambos se consideravam papas. São Hipólito foi um dos escritores mais destacados da Igreja de Roma dos primeiros séculos. Presbítero da Igreja de Roma, entrou em conflito com o papa Calixto, dizendo que o novo papa não considerava a legislação sobre o casamento e a penitência e estava abandonando a tradição apostólica. Descontente com o comando da Igreja, proclamou-se papa ao lado de Ponciano, sucessor imediato de Calixto. Em 230, com a morte de Severo, sobe ao trono o imperador Maximino que retoma a perseguição religiosa. Imediatamente deportou os dois papas para minas de trabalhos forçados, na Sardenha. Lá eles morreram martirizados. Ponciano foi o primeiro Papa a ser deportado. Era um fato novo para a Igreja, que ele administrou com sabedoria e sagacidade e muita humildade. Para que seu rebanho não ficasse sem pastor, renunciou ao Trono de Pedro, tornando-se também o primeiro Papa da Igreja a usar este recurso extremo. Este gesto comoveu Hipólito, que percebeu o sincero zelo apostólico de Ponciano. Por isto, também renunciou o seu posto, interrompendo o prolongado cisma e se reconciliou com a Igreja de Roma, antes de morrer, em 235, no mesmo ano que Ponciano. Os corpos destes dois mártires foram trasladados para Roma, onde estão sepultados.(Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR)
Reflexão:
A
história dos santos de hoje mostra que mesmo as fragilidades humanas podem
resultar em santidade. Mesmo sendo adversários, Hipólito e Ponciano foram
agraciados com a conversão e tornaram-se santos da Igreja. Hipólito, mesmo na
sua radicalidade, reconheceu a eleição legítima do papa Ponciano, devido a
manifestação de profundo zelo pastoral daquele papa. Martirizados juntos,
proclamaram, em uníssono, o amor radical a Jesus Cristo.
tjl@ - acidigital.com – a12.com – evangeli.net
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