São João Paulo II durante a visita à Sinagoga de Roma em 1986. Foto: Vatican Media Vaticano, 18 ago. 20 / 01:59 pm (ACI).- O Pontificado de São João Paulo II marcou um novo episódio na normalização do diálogo entre o cristianismo e o judaísmo. Com efeito, como reconhece o embaixador israelense na Polônia, Alexander Ben Zvi, "João Paulo II foi um dos Papas mais importantes que trabalhou para promover o diálogo inter-religioso e romper os estereótipos". Em declarações ao portal polonês Polskifr, o embaixador israelense destacou que “a partir do momento em que disse que os judeus eram os irmãos mais velhos na fé, muitos preconceitos foram superados e iniciou-se um contato mútuo regular entre o judaísmo e o cristianismo”. “Podemos comparar este fato com a publicação da Declaração Nostra aetate, no Concílio Vaticano II, sobre as relações com as religiões não cristãs”. Além disso, assegurou que os cidadãos israelenses ainda se lembram da visita do Papa polonês a Israel, em março de 2000. Destacou a importância daquele evento e como os israelenses lhe deram grande seguimento. “Os discursos do Papa foram muito comentados e muito bem recebidos. A memória de João Paulo II é muito forte em Israel”. Por outro lado, na entrevista, o Embaixador Alexander Ben Zvi destacou o Parque Nacional da Memória, uma iniciativa em memória dos poloneses que salvaram a vida de muitos judeus durante a Segunda Guerra Mundial. Para o embaixador israelense na Polônia, é uma obrigação “homenagear aqueles que, arriscando a vida, salvaram outros. Foram heróis. É importante realizar pesquisas históricas que permitam encontrar essas pessoas. Também é importante que o Parque comemore o Holocausto”. “Frequentemente me perguntam por que estamos fazendo tanto para lembrar as pessoas do Holocausto. Em primeiro lugar, devemos homenagear as pessoas que perderam a vida e, em segundo lugar, lembrar o Holocausto nos permite lutar contra a intolerância e o antissemitismo para que isso nunca mais aconteça”, concluiu o embaixador. Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
Evangelho (Mt 20,1-16):
Naquele tempo,
disse Jesus a seus discípulos esta parábola: «Pois o Reino dos Céus é como o
proprietário que saiu de madrugada para contratar trabalhadores para a sua
vinha. Combinou com os trabalhadores a diária e os mandou para a vinha. Em
plena manhã, saiu de novo, viu outros que estavam na praça, desocupados, e lhes
disse: ‘Ide também vós para a minha vinha. Eu pagarei o que for justo’. E eles
foram. Ao meio-dia e em plena tarde, ele saiu novamente e fez a mesma coisa.
Saindo outra vez pelo fim da tarde, encontrou outros que estavam na praça e
lhes disse: ‘Por que estais aí o dia inteiro desocupados?’. Eles responderam:
‘Porque ninguém nos contratou’. E ele lhes disse: ‘Ide vós também para a minha
vinha’.
»Ao anoitecer, o dono da vinha disse ao administrador: ‘Chama os trabalhadores
e faze o pagamento, começando pelos últimos até os primeiros!’. Vieram os que
tinham sido contratados no final da tarde, cada qual recebendo a diária. Em
seguida vieram os que foram contratados primeiro, pensando que iam receber
mais. Porém, cada um deles também recebeu apenas a diária. Ao receberem o
pagamento, começaram a murmurar contra o proprietário: ‘Estes últimos
trabalharam uma hora só, e tu os igualaste a nós, que suportamos o peso do dia
e o calor ardente’. Então, ele respondeu a um deles: ‘Companheiro, não estou
sendo injusto contigo. Não combinamos a diária? Toma o que é teu e vai! Eu
quero dar a este último o mesmo que dei a ti. Acaso não tenho o direito de
fazer o que quero com aquilo que me pertence? Ou estás com inveja porque estou
sendo bom?’. Assim, os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os
últimos».
«Assim, os últimos serão os
primeiros, e os primeiros serão os últimos»
Rev. D. Antoni CAROL i Hostench
(Sant Cugat del Vallès, Barcelona, Espanha)
Hoje, a Palavra de Deus nos convida a perceber que a “lógica” divina vai
muito além da lógica meramente humana. Enquanto nós homens calculamos
(«Pensando que iam receber mais»: Mt 20,10), Deus —que é Pai entranhável—
simplesmente, ama («Ou estás com inveja porque estou sendo bom?» : Mt 20,15.) E
a medida do Amor é não ter medida: «Amo porque amo, amo para amar» (São
Bernardo).
Mas isso não torna a justiça inútil: «Eu pagarei o que for justo» (Mt 20,4).
Deus não é arbitrário e quer nos tratar como filhos inteligentes: por isso é
lógico que tenha “acordos” conosco. De fato, em outros momentos, os
ensinamentos de Jesus deixam claro que quem recebe mais também será mais
exigido (lembremos da parábola dos talentos). Enfim, Deus é justo, mas a
caridade não se desentende da justiça, mas sim, a supera. (cf. 1Cor 13,5).
Um ditado popular afirma que «a justiça por justiça é a pior das injustiças».
Felizmente para nós, a justiça de Deus —repitamos, transbordante de seu Amor—
supera nossos esquemas. Se unicamente se tratasse de estrita justiça, nós,
então, estaríamos pendentes de redenção. Além disso, não teríamos nenhuma
esperança de redenção. Em justiça estrita não mereceríamos nenhuma redenção:
simplesmente, ficaríamos despossuídos daquilo que se nos tinha dado no momento
da criação e que rejeitamos no momento do pecado original. Examinemo-nos,
portanto, como agimos nos julgamentos, comparações e cálculos quando tratamos
os demais.
Além disso, se falarmos de santidade, temos que partir da base de que tudo é
graça. A mostra mais clara é o caso de Dimas, o bom ladrão. Inclusive a
possibilidade de merecer diante de Deus, é também uma graça (algo que nos é
concedido gratuitamente). Deus é o amo, nosso «proprietário que saiu de
madrugada para contratar trabalhadores para a sua vinha» (Mt 20,1). A vinha
(quer dizer, a vida, o céu...) é dele; nós somos convidados, e não de qualquer
maneira: é uma honra poder trabalhar aí e, assim “ganhar” o céu.
João Eudes nasceu em 14 de novembro de 1601 na
pequena vila de Ri, no norte da França. Era o primogênito de Isaac e Marta, que
tiveram sete filhos. Cresceu num clima familiar profundamente religioso.
Estudou com os padres jesuítas, dedicando tempo diário para a oração na capela
do colégio.
Em 1623, com o consentimento dos pais foi para Paris, onde ingressou na
Congregação do Oratório. Dois anos depois, recebeu sua ordenação dedicando-se
integralmente à pregação entre o povo.
Quando em 1627 estourou a epidemia da peste, João percorreu as vilas mais
distantes e esquecidas. Como sensível pregador, levou a Palavra de Cristo,
dando assistência aos doentes e suas famílias.
Manteve-se inconformado com o contexto social que evoluía perigosamente, onde
as elites dos intelectuais valorizavam a razão e desprezavam a fé. João Eudes,
sabendo interpretar esses sinais dos tempos, fundou em 1643 a Congregação de
Jesus e Maria, cuja missão é a formação espiritual e doutrinal dos padres e
seminaristas e a pregação evangélica inserida às necessidades espirituais e
materiais do povo. Também fundou a congregação das irmãs do Bom Pastor.
Com os seus missionários, João dedicou-se à pregação de missões populares, num
ritmo de trabalho simplesmente espantoso. Coube a João Eudes a glória de ter
sido o precursor do culto da devoção dos Sagrados Corações de Jesus e de Maria.
Morreu no dia 19 de agosto de 1680. (Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR)
Reflexão: O santo de hoje,
são João Eudes, foi um grande missionário do século dezessete. Suas ações são
lembradas até os dias de hoje, sobretudo através das congregações que ele
fundou para cuidar dos mais abandonados. O carisma missionário de João Eudes
nos inspira a buscar com mais esforço o caminho do evangelho e a proclamar em alta
voz as maravilhas de Deus.
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