Papa Francisco celebra missa. Foto: Captura do Youtube Vaticano, 02 fev. 21 / 04:25 pm (ACI).- O Papa Francisco alertou os consagrados contra a tristeza interior, “é como um verme que nos come por dentro. Fujam da tristeza interior”. Assim se referiu o Pontífice durante a Missa que presidiu na Basílica de São Pedro do Vaticano para a Festa da Apresentação do Senhor e o Dia Mundial da Vida Consagrada. Na homilia, o Papa centrou-se no episódio evangélico da apresentação de Jesus no Templo e, especificamente, na figura de Simeão que, como escreve São Lucas, “esperava a consolação de Israel”. O Papa lembrou que Simeão, ao se encontrar com a Sagrada Família e tomar Jesus nos braços, “reconhece a luz que veio para iluminar as nações; esta identificação é feita por um homem já idoso que esperou com paciência o cumprimento das promessas do Senhor". O Santo Padre nos convidou a meditar sobre a paciência de Simeão: “Durante toda a vida, esteve à espera exercitando a paciência do coração. Aprendera, na oração, que geralmente Deus não recorre a acontecimentos extraordinários, mas realiza a sua obra na aparente monotonia do dia a dia, no ritmo por vezes extenuante das atividades, nas pequenas coisas que realizamos com humilde tenacidade procurando cumprir a sua vontade". Para o Papa, “a paciência de Simeão é espelho da paciência de Deus”, e reforçou que a razão da esperança cristã é que “Deus espera por nós, sem nunca Se cansar”. “Da paciência de Deus e da de Simeão, aprendamos para a nossa vida consagrada. E perguntemo-nos: Que é a paciência? Não é simples tolerância das dificuldades nem suportação fatalista das adversidades. A paciência não é sinal de fraqueza: a fortaleza de ânimo torna-nos capazes de suportar a carga dos problemas pessoais e comunitários, leva-nos a acolher a diversidade do outro, faz-nos perseverar no bem mesmo quando tudo parece inútil, impele-nos a caminhar mesmo quando nos assaltam o tédio e a preguiça”, explicou o Pontífice. Nesse sentido, o Papa Francisco indicou três "lugares" "onde se concretiza a paciência". “O primeiro é a nossa vida pessoal. Um dia respondemos à chamada do Senhor, oferecendo-nos a Ele com entusiasmo e generosidade”. Ao longo deste caminho, “a par das consolações, tivemos também decepções e frustrações. Às vezes, o resultado esperado não corresponde ao entusiasmo do nosso trabalho; parece que a nossa sementeira não produz os frutos perspectivados, o fervor da oração diminui e deixamos de nos sentir imunes à aridez espiritual”. Como consequência, “pode acontecer, na nossa vida de consagrados, que a esperança esmoreça por causa das expectativas frustradas”. Diante desse desespero, o Papa destacou que “devemos ter paciência conosco e esperar, confiantes, os tempos e as modalidades de Deus: Ele é fiel às suas promessas. Lembrar-nos disto permite repensar os percursos e revigorar os nossos sonhos, sem ceder à tristeza interior e ao desânimo”. Neste contexto, advertiu que “a tristeza interior em nós consagrados é como um verme que nos come por dentro. Fujam da tristeza interior”. O segundo lugar “onde se concretiza a paciência: a vida comunitária. As relações humanas, especialmente quando se trata de partilhar um projeto de vida e uma atividade apostólica, nem sempre são pacíficas”. “Às vezes surgem conflitos e não se pode exigir uma solução imediata, nem se deve julgar precipitadamente a pessoa ou a situação: é preciso saber dar tempo ao tempo, procurar não perder a paz, esperar o momento melhor para uma clarificação na caridade e na verdade". O Pontífice reforçou que “nas nossas comunidades, requer-se esta paciência mútua: suportar, isto é, carregar aos próprios ombros a vida do irmão ou da irmã, incluindo as suas fraquezas e defeitos. Lembremo-nos disto: o Senhor não nos chama para ser solistas, há muitos na Igreja, nós sabemos. Não, não nos chama a ser solistas, mas para fazer parte dum coro, que às vezes desafina, mas sempre deve tentar cantar em conjunto”. Por fim, o terceiro lugar, “a paciência com o mundo. Simeão e Ana cultivam no coração a esperança anunciada pelos profetas, mesmo se tarda a realizar-se e cresce lentamente no meio das infidelidades e ruínas do mundo. Não entoam o lamento pelo que está errado, mas esperam com paciência a luz na obscuridade da história. Esperar a luz na escuridão da história”. “Precisamos desta paciência, para não acabarmos prisioneiros das lamentações: ‘o mundo já não nos escuta», «já não temos vocações», «vivemos tempos difíceis’... Às vezes acontece que, à paciência com que Deus trabalha o terreno da história e do nosso coração, opomos a impaciência de quem julga tudo imediatamente. Agora ou nunca. E assim perdemos a esperança: a esperança”. Afirmou que “a paciência nos ajuda a olhar com misericórdia para nós mesmos, as nossas comunidades e o mundo. Podemos interrogar-nos: Acolhemos nós a paciência do Espírito na nossa vida? Nas nossas comunidades, carregamo-nos mutuamente aos ombros e mostramos a alegria da vida fraterna?”. “E, com o mundo, realizamos o nosso serviço com paciência ou julgamos com severidade? São desafios para a nossa vida consagrada: não podemos ficar parados na nostalgia do passado, nem nos limitar a repetir sempre as mesmas coisas. Precisamos da paciência corajosa de caminhar, explorar novos caminhos, procurar aquilo que o Espírito Santo nos sugere”. Por fim, convidou-nos a contemplar “a paciência de Deus e imploremos a paciência confiante de Simeão, para que também os nossos olhos possam ver a luz da Salvação e levá-la a todo o mundo”. Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
Evangelho (Mc 6,1-6):
Saindo dali, Jesus foi
para sua própria terra. Seus discípulos o acompanhavam. No sábado, ele começou
a ensinar na sinagoga, e muitos dos que o ouviam se admiravam. «De onde lhe vem
isso?», diziam.«Que sabedoria é esta que lhe foi dada? E esses milagres
realizados por suas mãos? Não é ele o carpinteiro, o filho de Maria, irmão de
Tiago, Joset, Judas e Simão? E suas irmãs não estão aqui conosco?» E ele se
tornou para eles uma pedra de tropeço. Jesus, então, dizia-lhes: «Um profeta só
não é valorizado na sua própria terra, entre os parentes e na própria casa». E
não conseguia fazer ali nenhum milagre, a não ser impor as mãos a uns poucos
doentes. Ele se admirava da incredulidade deles. E percorria os povoados da
região, ensinando.
«De onde lhe vem isso? E que sabedoria é esta que lhe foi dada? E esses milagres realizados por suas mãos?» -Rev. D. Miquel MASATS i Roca(Girona, Espanha)
Hoje o Evangelho nos mostra
como Jesus via à sinagoga de Nazaré, o lugar onde ele tinha sido criado. O
sábado é o dia dedicado ao Senhor e os judeus se reúnem para escutar a Palavra
de Deus. Maravilhavam-se da sua doutrina, porque os ensinava como quem tem
autoridade e não como os escribas. (cf. Mc 1,22).
Deus nos fala também hoje mediante a Escritura. Na sinagoga se lêem as
Escrituras e, depois, um dos entendidos se ocupava de comentá-las, mostrando
seu sentido e a mensagem que Deus quer transmitir através delas. Atribui-se a
Santo Agostinho a seguinte reflexão: «Assim como em oração nós falamos com
Deus, na leitura é Deus quem nos fala».
O fato de que Jesus, Filho de Deus, seja conhecido entre seus concidadãos por
seu trabalho, nos oferece uma perspectiva insuspeitada para nossa vida
ordinária. O trabalho profissional de cada um de nós é meio de encontro com
Deus e, portanto, realidade santificável e santificadora. Com palavras de São
Josémaria Escrivá: «Vossa vocação humana é parte, e parte importante, de vossa
vocação divina. Esta é a razão pela qual devemos santificá-lo contribuindo ao
mesmo tempo, à santificação dos outros, de vossos semelhantes, santificando
vosso trabalho e vosso ambiente: essa profissão ou oficio que enche vossos
dias, que dá fisionomia peculiar a vossa personalidade humana, que é vossa
maneira de estar no mundo; esse lar, essa vossa família; e essa nação, em que
nascestes e a que amas».
Acaba a passagem do Evangelho dizendo que Jesus «Não pôde fazer ali milagre
algum. Curou apenas alguns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos. Admirava-se
ele da desconfiança deles. E ensinando, percorria as aldeias circunvizinhas»
(Mc 6,5-6). Também hoje o Senhor nos pede mais fé Nele para realizar coisas que
superam nossas possibilidades humanas. Os milagres manifestam o poder de Deus e
a necessidade que temos Dele na nossa vida de cada dia.
Brás nasceu na Armênia, era médico, sacerdote e muito benevolente com os pobres e cristãos perseguidos. Foi nomeado bispo de Sebaste no século III. Perseguido pelos romanos, Brás abandonou o bispado e se protegeu na caverna de uma montanha isolada e mesmo assim, depois de descoberto e capturado, morreu em testemunho de sua fé sob as ordens do imperador Licínio, em 316. São Brás foi um pastor muito querido pelos fiéis de sua grei. Durante o seu cativeiro, na escuridão do calabouço, obteve de presente de algum de seus amigos um par de velas, com as quais recebia luz e calor. Por isso, na representação iconográfica, o santo aparece portando duas velas. A tradição da "Bênção de São Brás", ou "Bênção das gargantas", que se faz cruzando duas velas sobre as gargantas, se atribui a um milagre que o santo fez em vida, quando curou uma criança que morria engasgada com um osso na garganta. ::Reze pelos males na garganta na novena de São Brás Muitas tradições envolvem seus prodígios, graças e seu martírio. O bispo Brás teria sido terrivelmente flagelado e torturado, sendo por fim pendurado em um andaime para morrer. Como isso não acontecia, primeiro lhe descarnaram os ossos com pentes de ferro. Depois tentaram afogá-lo duas vezes e, frustrados, o degolaram para ter certeza de sua morte. -Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR
Reflexão:
A
vida e os feitos de São Brás atingem aquele ápice de alguns poucos, que atraem
a profunda fé e a admiração popular. Ele é venerado no Oriente e Ocidente com a
mesma intensidade ao logo de séculos, e até hoje, mães aflitas recorrem à sua
intercessão quando um filho engasga ou apresenta problemas de garganta.
TJL@-
ACIDIGITAL.COM – A12.COM – EVANGELI.NET
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