Papa Francisco perante o Corpo Diplomático do Vaticano. Foto: Vatican Media Vaticano, 08 fev. 21 / 02:51 pm (ACI).- O Papa Francisco disse em 8 de fevereiro que, infelizmente, "um número crescente de legislações no mundo está a afastar-se do dever imprescindível de defender a vida humana em cada uma das suas fases". Foi o que disse o Pontífice no seu discurso ao Corpo Diplomático acreditado junto à Santa Sé, no qual refletiu sobre os efeitos da pandemia e reafirmou o valor da vida “desde a concepção no ventre materno até ao seu fim natural”. “A pandemia confrontou-nos fortemente com duas dimensões ineludíveis da existência humana: a doença e a morte. Por isso mesmo, recorda o valor da vida, de cada vida humana e da sua dignidade, em todos os momentos do seu itinerário terreno desde a conceção no ventre materno até ao seu fim natural”, advertiu. Nesta linha, o Santo Padre reconheceu que “infelizmente, é doloroso constatar que, a pretexto de garantir pretensos direitos subjetivos, um número crescente de legislações no mundo está a afastar-se do dever imprescindível de defender a vida humana em cada uma das suas fases”. Da mesma forma, o Papa também recordou “o direito ao cuidado, de que é destinatário todo o ser humano” e citou sua recente mensagem para o Dia Mundial da Paz 2021, na qual destacou que “toda a pessoa humana é fim em si mesma, e nunca um mero instrumento a ser avaliado apenas pela sua utilidade. Foi criada para viver em conjunto na família, na comunidade, na sociedade, onde todos os membros são iguais em dignidade”. Neste sentido, o Santo Padre acrescentou que "se se suprime o direito à vida dos mais frágeis, como se poderão garantir eficazmente todos os outros direitos?". “Nesta perspectiva, renovo o meu apelo para que sejam oferecidos a cada pessoa humana os cuidados e a assistência de que necessita”, exortou o Papa acrescentando que “é indispensável que todos os que têm responsabilidades políticas e de governo se esforcem por favorecer, antes de mais nada, o acesso universal aos cuidados básicos de saúde, incentivando também a criação de postos médicos locais e de estruturas sanitárias adequadas às reais necessidades da população, bem como a disponibilidade de terapias e medicamentos”. “Com efeito, não pode ser a lógica do lucro a guiar um campo tão delicado como o da assistência e tratamento sanitários”, advertiu o Papa. O Santo Padre fez este apelo aos embaixadores junto à Santa Sé, enquanto em vários países do mundo estão sendo debatidas e aprovadas leis contrárias à proteção da vida. Por exemplo, em 30 de dezembro, o Senado da Argentina aprovou o projeto de legalização do aborto promovido pelo Governo de Alberto Fernández. O projeto de lei que entrou no Congresso Nacional em 2 de dezembro, como promessa de campanha de Fernández, obteve 38 votos a favor, 29 contra e 1 abstenção. Quatro senadores não compareceram. O projeto aprovado permite o aborto até 14 semanas de gestação. O documento não estabelece nenhuma justificativa para solicitar esta prática. Após esse período, é possível solicitá-lo por estupro. Para ter acesso ao aborto, basta fazer o pedido e fazer com que as mulheres maiores de 16 anos assinem uma declaração juramentada. Para menores entre 13 e 16 anos, apenas um “consentimento informado” por escrito será exigido, enquanto para menores de 13 anos, “a declaração não será exigida”. Caso por alguma “restrição de capacidade” a menor não consiga dar o seu consentimento, deve dá-lo com a assistência do seu representante legal ou, na falta deste, de uma “pessoa chegada”. Após 14 semanas de gestação, o aborto pode ser realizado sob a causa de "perigo de vida ou saúde integral" da mãe. Além disso, no dia 17 de dezembro, o Congresso dos Deputados da Espanha aprovou a Proposta de Lei Orgânica para o Regulamento da Eutanásia, que ainda não entrou em vigor. Uma das principais críticas que se faz a essa lei é que oferece a eutanásia para pacientes em fase terminal antes dos cuidados paliativos. Desta forma, a Espanha está cada vez mais perto da lista de países onde a eutanásia é legal, como Bélgica, Holanda, Luxemburgo, Canadá, Colômbia, o estado de Oregon nos Estados Unidos e o estado de Victoria na Austrália. Uma das principais diferenças entre o caso espanhol e o dos outros três países europeus onde a eutanásia é legal, é que na Bélgica, assim como na Holanda e em Luxemburgo, existem benefícios de cuidados paliativos, enquanto na Espanha não existe uma lei que regulamente os cuidados paliativos e muitos pacientes não têm capacidade para ter acesso a eles. Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
Oração: Ó gloriosa Santa Apolônia, por aquela dor que padecestes, quando, por ordem do tirano, vos foram arrancados os dentes que tanto decoro ajuntava ao vosso angélico rosto, obtende do Senhor a graça de estarmos sempre livres de todo tipo de maldade. Amém!
Evangelho (Mc 7,1-13):
Os fariseus
e alguns escribas vindos de Jerusalém ajuntaram-se em torno de Jesus. Eles
perceberam que alguns dos seus discípulos comiam com as mãos impuras — isto é,
sem lavá-las. Ora, os fariseus e os judeus em geral, apegados à tradição dos
antigos, não comem sem terem lavado as mãos até o cotovelo. Bem assim, chegando
da praça, eles não comem nada sem a lavação ritual. E seguem ainda outros
costumes que receberam por tradição: a maneira certa de lavar copos, jarras,
vasilhas de metal, camas.
Os fariseus e os escribas perguntaram a Jesus: «Por que os teus discípulos não
seguem a tradição dos antigos, mas tomam a refeição com as mãos impuras?» Ele
disse: «O profeta Isaías bem profetizou a vosso respeito, hipócritas, como está
escrito: ‘Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de
mim. É inútil o culto que me prestam, as doutrinas que ensinam não passam de
preceitos humanos’. Vós abandonais o mandamento de Deus e vos apegais à tradição
humana». E dizia-lhes: «Sabeis muito bem como anular o mandamento de Deus
apegando-vos à vossa tradição. De fato, Moisés ordenou: ‘Honra teu pai e tua
mãe’. E ainda: ‘Quem insulta pai ou mãe, deve morrer’. Mas vós ensinais que
alguém pode dizer a seu pai e à sua mãe: ‘O sustento que poderíeis receber de
mim é destinado para oferenda’. E já não deixais tal pessoa ajudar seu pai ou
sua mãe. Assim anulais a palavra de Deus por causa da vossa tradição, que
passais uns para os outros. E fazeis ainda muitas outras coisas como essas!».
«Por que os teus discípulos não seguem a tradição dos antigos?» -Rev. D. Iñaki BALLBÉ i Turu(Terrassa, Barcelona, Espanha)
Hoje contemplamos
como algumas tradições tardias dos mestres da Lei haviam manipulado o sentido
puro do quarto mandamento da Lei de Deus. Aqueles escribas ensinavam que os
filhos que ofereciam dinheiro e bens para o Templo faziam o melhor. Segundo
este ensinamento, sucedia que os pais já não podiam pedir nem dispor destes
bens. Os filhos formados nesta consciência errônea achavam que tinham cumprido
assim o quarto mandamento, inclusive ter cumprido da melhor maneira. Mas, de
fato, se tratava de um engano.
E Jesus acrescentou: «Vocês são bastante espertos para deixar de lado o
mandamento de Deus a fim de guardar as tradições de vocês» (Mc 7,9): Jesus
Cristo é o intérprete autêntico da Lei; por isso explica o justo sentido do
quarto mandamento, desfazendo o lamentável erro do fanatismo judio.
«Com efeito, Moisés ordenou: ‘Honre seu pai e sua mãe’. E ainda: ‘Quem
amaldiçoa o pai ou a mãe, deve morrer’» (Mc 7,10): o quarto mandamento lembra
aos filhos as responsabilidades que têm com os pais. Tanto como possam, devem
prestar-lhes ajuda material e moral durante os anos da velhice e durante as
épocas de enfermidade, solidão ou angustia. Jesus lembra este dever de
gratidão.
O respeito aos pais (piedade filial) está feito da gratidão que lhes devemos
pelo dom da vida e pelos trabalhos que realizaram com esforço em seus filhos,
para que estes pudessem crescer em idade, sabedoria e graça. «Honre a seu pai
de todo coração, e não esqueça as dores de sua mãe. Lembre-se de que por eles o
geraram. O que você lhes dará em troca por tudo o que eles deram a você?» (Sir
7,27-28).
O Senhor quer que o pai seja honrado pelos filhos, e confirma a autoridade da
mãe sobre os filhos. Quem honra o próprio pai alcança o perdão dos pecados, e
quem respeita sua mãe é como quem ajunta um tesouro. Quem honra seu pai será
respeitado pelos seus próprios filhos, e quando rezar será atendido. Quem honra
o seu pai terá vida longa, e quem obedece ao Senhor dará alegria à sua mãe.(cf.
Sir 3,2-6). Todos estes e outros conselhos são uma luz clara para nossa vida em
relação aos nossos pais. Peçamos ao Senhor a graça para que não nos falte nunca
o verdadeiro amor que devemos aos pais e saibamos, com o exemplo, transmitir ao
próximo esta doce “obrigação”.
A história de Apolônia nos chegou pela narrativa de Dionísio, bispo de Alexandria, escrita em 249. Assim ele se expressa: "No dia 9 de fevereiro, um charlatão alexandrino provocou uma terrível revolta entre os pagãos. As casas dos cristãos foram invadidas e jóias e objetos preciosos foram roubados. Os cristãos, mesmo os velhos e as crianças, foram arrastados pelas ruas, espancados, escorraçados e, condenados a morte, caso não renegassem a fé em voz alta. Os pagãos prenderam também a bondosa virgem Apolônia, que tinha idade avançada. Foi espancada violentamente e teve os dentes arrancados. Além disso, foi arrastada até a grande fogueira, que ardia no centro da cidade, onde seria queimada viva se não repetisse, em voz alta, uma declaração pagã renunciando a fé em Cristo. Neste instante, ela pediu para ser solta por um momento, sendo atendida ela saltou rapidamente na fogueira, sendo consumida pelo fogo". O martírio da virgem Apolônia, que terminou aparentemente em suicídio, causou, exatamente por isto, um grande questionamento dentro da Igreja, que passou a avaliar se era correto e lícito, se entregar voluntariamente à morte para não renegar a fé. Contudo, o gesto da mártir Apolônia, a sua vida reclusa dedicada à caridade cristã, provocou grande emoção e devoção na província africana inteira, onde ela consumou o seu sacrifício. Passou a ser venerada, porque foi justamente o seu apostolado desenvolvido entre os pobres da comunidade que a colocou na mira do ódio e da perseguição dos pagãos.(Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR)
Reflexão: A vida de Apôlonia foi marcada pelo
amor aos mais pequenos, nos quais ela reconhecia a pessoa de Jesus. Martirizada
numa fogueira, depois de ter os dentes arrancados, Apolônia tornou-se a
protetora dos dentistas.
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