Parlamento Europeu em Estrasburgo. Foto: Alan Holdren / ACI Prensa VARSOVIA, 25 fev. 21 / 03:32 pm (ACI).- A Comissão das Conferências Episcopais da União Europeia (COMECE) criticou a resolução do Parlamento Europeu sobre a lei do aborto na Polônia. Em uma carta publicada em 25 de fevereiro, os bispos disseram que a resolução de 26 de novembro terá "um impacto muito negativo" na forma como os Estados membros veem a União Europeia (UE). O Parlamento Europeu, órgão legislativo da UE, aprovou tal resolução com 455 votos contra 145, depois que o tribunal superior da Polônia decidiu que uma lei de 1993 que permitia o aborto por anomalias fetais era inconstitucional. A resolução lamentou o que chamou de "proibição de fato do direito ao aborto na Polônia". Antes da sentença do Tribunal Constitucional de 22 de outubro, a lei polonesa permitia o aborto apenas em casos de estupro ou incesto, risco de vida da mãe ou anomalia fetal. Após a publicação da sentença, em 27 de janeiro, o aborto continuará sendo legal em casos de estupro ou incesto e quando colocar em risco a vida da mãe. Em outra carta datada de 22 de fevereiro, os bispos disseram que “do ponto de vista jurídico, queremos enfatizar que nem a legislação da União Europeia nem a Convenção Europeia dos Direitos Humanos preveem o direito ao aborto. Este assunto é deixado nas mãos dos sistemas jurídicos dos Estados membros”. A carta de 25 de fevereiro dirigida ao presidente do Parlamento Europeu, David Maria Sassoli, foi assinada pela Comissão das Conferências Episcopais da União Europeia (COMECE) e continua a crítica sobre a resolução expressa pelo presidente da Conferência Episcopal da Polônia, Dom Stanisław Gądecki. Em sua declaração, Dom Gądecki destacou que “não poderia haver nenhum compromisso sobre o direito à vida” porque “o direito à vida é um direito humano fundamental. Sempre prevalece sobre o direito de escolha, pois nenhuma pessoa pode autorizar a possibilidade de matar outra”. Por sua vez, os bispos da Europa destacaram o apoio da Igreja Católica às mulheres que enfrentam gravidezes difíceis, assim como a proteção da vida por nascer e assinalaram que a resolução minimizou "um princípio fundamental da União Europeia" conhecido como o “princípio de atribuição”, que limita a União Europeia a atuar dentro dos limites acordados pelos Estados-Membros. “Tal como a resolução do Parlamento corretamente ressalta, o respeito pelo Estado de direito é fundamental para o funcionamento da União. Dito isso, o estado de direito também exige respeito pelas competências dos Estados membros e pelas decisões que tomam no exercício de seus poderes exclusivos”, escreveram os bispos. Além disso, o Episcopado indicou que a resolução também parece questionar o direito à objeção de consciência e acrescentou que “isto é particularmente preocupante considerando que no setor da saúde os objetores de consciência estão em muitos casos sujeitos a discriminação. Em nossa opinião, tal estigmatização injusta não deve ser promovida”. “No que diz respeito ao direito à objecção de consciência, a Carta da União Europeia implica a necessidade de respeitar as tradições constitucionais nacionais e o desenvolvimento da legislação nacional sobre o tema”, acrescentaram. Nesse sentido, os bispos também expressaram sua preocupação de que o princípio da “não discriminação”, destacado na resolução, possa ser utilizado para “expandir ou confundir os limites” da autoridade da União Europeia sobre os Estados membros. Por último, na carta, o Episcopado aludiu aos recentes protestos massivos na Polônia após a decisão do Tribunal Constitucional, nos quais os manifestantes interromperam as Missas com cartazes pró-aborto, picharam propriedades da Igreja, destruíram estátuas de São João Paulo II e disseram slogans contra o clero. “Notamos com tristeza que o texto não expressa condenação ou solidariedade com relação aos ataques inaceitáveis a igrejas e locais de culto no contexto de protestos relacionados a esta lei na Polônia”, lamentaram. A carta foi assinada pelo presidente da COMECE, Cardeal Jean-Claude Hollerich, de Luxemburgo; o Bispo de Latina (Itália), Dom Mariano Crociata; o Bispo de Essen (Alemanha), Dom Franz Josef Overbeck; o Bispo de Down e Connor (Irlanda do Norte), Dom Noel Treanor; e o Bispo de Hradec Králové (República Tcheca), Dom Jan Vokal. A COMECE foi fundada em 1980 e é composta por bispos delegados das Conferências dos Bispos Católicos dos 27 Estados membros da União Europeia. Tem a sua sede em Bruxelas (Bélgica) e é responsável por supervisar e analisar o processo político da União Europeia em todas as áreas de interesse para a Igreja. Para isso, conta com o apoio de uma série de comissões e grupos de trabalho compostos por especialistas indicados pelas conferências episcopais e organizações católicas que atuam nos campos pertinentes. Publicada originalmente em CNA. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
Evangelho (Lc 6,36-38)
: Naquele tempo, Jesus
disse aos seus discípulos: «Sede misericordiosos como vosso Pai é
misericordioso. Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis
condenados; perdoai e sereis perdoados. Dai e vos será dado. Uma medida boa,
socada, sacudida e transbordante será colocada na dobra da vossa veste, pois a
medida que usardes para os outros, servirá também para vós».
«Dai e vos será dado»
+ Rev. D. Antoni ORIOL i Tataret(Vic,
Barcelona, Espanha)
Hoje, o Evangelho
segundo São Lucas proclama uma mensagem mais densa do que breve, e note-se que
é mesmo muito breve! Podemos reduzi-la a dois pontos: um enquadramento de
misericórdia e um conteúdo de justiça.
Em primeiro lugar, um enquadramento de misericórdia. Com efeito, a máxima de
Jesus sobressai como uma norma e resplandece como um ambiente. Norma absoluta:
se o nosso Pai do céu é misericordioso, nós, como filhos seus, também o devemos
ser. E como é misericordioso, o Pai! O versículo anterior afirma: «(...) e
sereis filhos do Altíssimo, porque Ele é bom até para os ingratos e os maus»
(Lc 6,35).
Em segundo lugar, um conteúdo de justiça. Efetivamente, encontramo-nos perante
uma espécie de “lei de talião”, nos antípodas (oposta) da que foi rejeitada por
Jesus («Olho por olho, dente por dente»). Aqui, em quatro momentos sucessivos,
o divino Mestre ensina-nos, primeiro, com duas negações; depois, com duas
afirmações. Negações: «Não julgueis e não sereis julgados»; «Não condeneis e
não sereis condenados». Afirmações: «Perdoai e sereis perdoados»; «Dai e vos
será dado».
Apliquemo-las fielmente à nossa vida de todos os dias, atendendo especialmente
à quarta máxima, como faz Jesus. Façamos um corajoso e lúcido exame de
consciência: se em matéria familiar, cultural, econômica e política o Senhor
julgasse e condenasse o nosso mundo como o mundo julga e condena, quem poderia
enfrentar esse tribunal? (Ao regressar a casa e ao ler os jornais ou escutar as
notícias, pensemos apenas no mundo da política). Se o Senhor nos perdoasse como
o fazem normalmente os homens, quantas pessoas e instituições alcançariam a
plena reconciliação?
Mas a quarta máxima merece uma reflexão particular já que, nela, a boa lei de
talião que estamos a considerar fica, de alguma forma, superada. Com efeito, se
dermos, nos darão na mesma proporção? Não! Se dermos, receberemos — notemo-lo
bem — «Uma medida boa, socada, sacudida e transbordante» (Lc 6,38). É pois à
luz desta bendita desproporção que somos exortados a dar previamente.
Perguntemo-nos: quando dou, dou bem, dou procurando o melhor, dou com
plenitude?
Temos oito santos com o nome de Albino. Hoje celebramos Albino, bispo de Angers. Santo Albino nasceu em quatrocentos e sessenta e nove, em Vannes, na Bretanha. Era filho de uma família de nobres. Tornou-se monge, sendo mais tarde escolhido para abade do mosteiro de Tintillant. Por trinta e cinco anos dirigiu a abadia. Para tornar-se monge teve que abandonar títulos e uma rica herança. Já era um sexagenário quando foi nomeado bispo de Angers, na França. Foi sagrado por Melânio, bispo de Rennes. Fez-se pai e irmão dos pobres, dos humildes, dos injustiçados. Trabalhou incansavelmente pela moralização dos costumes, opondo-se às ligações incestuosas dos ricos senhores que tomavam como esposas as próprias irmãs ou filhas. Para combater este costume, condenado pela Igreja, Santo Albino convocou dois concílios regionais. A piedade popular atribui-lhe fatos miraculosos, como o desmoronamento das portas da prisão, a libertação dos encarcerados e a morte de um soldado com um único sopro de sua boca. Foi, sem dúvida, um dos santos mais populares da Idade Média. Santo Albino faleceu no dia primeiro de março de quinhentos e cinquenta. Seis anos depois de sua morte já lhe foi construída uma igreja em Angers, e sua fama de santidade espalhou-se rapidamente.(Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR)
Reflexão: “Quem
quiser me seguir tome sua cruz e ponha-se no caminho atrás de mim”. O convite
de Jesus continua ressoando ainda hoje nos ouvidos mais atentos. Santo Albino
soube ouvir e acolher o chamado de Jesus e deixou todas as riquezas para servir
somente ao Reino de Deus. Cada um de nós também é convidado ao seguimento de
Jesus Cristo. Que Santo Albino auxilie-nos na difícil tarefa de tudo deixar por
amor ao Cristo.
TJL@- ACIDIGITAL.COM – A12.COM – EVANGELI.NET
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