Gruta de Sainte-Baume. Crédito: Disjuntor / CC BY-SA 3.0, via Wikimedia ommons).REDAÇÃO CENTRAL, 21 jul. 21 / 10:56 am (ACI).- Relatos medievais indicam que, após a ascensão de Cristo, muitos dos seus companheiros mais próximos fugiram da perseguição na Terra Santa e passaram o resto das suas vidas terrenas no sul da França. Entre eles, Santa Marta e São Lázaro de Betânia, São Maximino de Aix e Santa Maria Madalena, aclamada como a santa padroeira da região francesa da Provença. Segundo a tradição, Maria Madalena chegou de barco a uma cidade hoje chamada Saintes-Maries-de-la-Mer. Depois de evangelizar toda a região, especialmente a cidade de Marselha, ela morou em uma gruta no coração de uma montanha próxima, onde teria se dedicado à oração até o final de seus dias. Posteriormente, a gruta se transformaria no santuário de Sainte-Baume. Sua tumba considerada a “terceira cripta da cristandade”, depois do Santo Sepulcro de Jerusalém e da cripta de São Pedro na basílica do Vaticano, fica em Saint-Maximin, ao pé das montanhas de Sainte-Baume e há séculos está sob a custódia dos dominicanos.
Oração: Concedei-nos,
ó Deus, a sabedoria e o amor que inspirastes à vossa filha Santa Maria
Madalena, para que, seguindo seu exemplo de fidelidade, nos dediquemos ao vosso
serviço, e vos agrademos pela fé e pelas obras. Por Cristo nosso Senhor. Amém!
Evangelho
segundo São João 20,1-2.11-18.
No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi de
manhãzinha, ainda escuro, ao sepulcro e viu a pedra retirada do sepulcro.
Correu então e foi ter com Simão Pedro e com o discípulo predileto de Jesus e
disse-lhes: «Levaram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde O puseram».
E ficou a chorar junto do sepulcro. Enquanto chorava, debruçou-se para dentro
do sepulcro
e viu dois anjos vestidos de branco, sentados, um à cabeceira e outro aos pés,
onde estivera deitado o corpo de Jesus.
Os anjos perguntaram a Maria: «Mulher, porque choras?». Ela respondeu-lhes:
«Porque levaram o meu Senhor e não sei onde O puseram».
Dito isto, voltou-se para trás e viu Jesus de pé, sem saber que era Ele.
Disse-lhe Jesus: «Mulher, porque choras? A quem procuras?». Pensando que era o
jardineiro, ela respondeu-Lhe: «Senhor, se foste tu que O levaste, diz-me onde
O puseste, para eu O ir buscar».
Disse-lhe Jesus: «Maria!». Ela voltou-se e respondeu em hebraico: «Rabuni!»,
que quer dizer: «Mestre!».
Jesus disse-lhe: «Não Me detenhas, porque ainda não subi para o Pai.
Vai ter com os meus irmãos e diz-lhes que vou subir para o meu Pai e vosso Pai,
para o meu Deus e vosso Deus». Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: «Vi
o Senhor». E contou-lhes o que Ele lhe tinha dito.(Tradução litúrgica da Bíblia)
São Bernardo (1091-1153) monge cisterciense, doutor da Igreja Sermões sobre o Cântico dos Cânticos, n º 28, 9 «A quem procuras?»
Só o sentido da
audição pode alcançar a verdade, porque só ele ouve a palavra. […] «Não Me
detenhas, não Me toques», diz o Senhor, isto é, perde o hábito de confiar nos
teus sentidos enganosos, apoia-te nas minhas palavras, acostuma-te à fé. A fé
não se pode enganar; ela compreende as coisas invisíveis e não admite a
indigência dos sentidos. A fé ultrapassa os limites da razão humana, os usos da
natureza, os constrangimentos da experiência. Porque queres aprender com os
olhos o que eles não podem conhecer? Porque se esforça a tua mão por sondar o
que nunca atingirá? É tão pouco o que eles dão a conhecer de Mim! É à fé que
compete pronunciar-se a meu respeito sem diminuir a minha majestade; aprende a
acreditar com mais certeza e a seguir com mais confiança o que ela te diz. «Não
Me detenhas, não Me toques, porque ainda não subi para o Pai». Como se Ele
devesse ou pudesse deixar-Se tocar quando subir; sem dúvida que poderá ser
tocado, mas pelo coração e não pelas mãos, pelo desejo e não pelos olhos, pela
fé e não pelos sentidos. «Porque procuras tocar-Me [...]? Não te lembras,
quando Eu era mortal, de que os olhos dos meus discípulos não suportaram a
glória do meu corpo transfigurado, que ainda não morrera? Concedo-te o favor de
te mostrar, ainda uma vez, a minha condição de servo (cf Fil 2,7), mas
doravante a minha glória afasta-Me de ti. […] Suspende, pois, o juízo […],
reserva à fé o esclarecimento de tão grande mistério. […] Para seres digna de
Me tocar, tens de Me contemplar sentado à direita de meu Pai (cf Mc 16,19; Sl
109,1), já não na minha condição de abaixamento, mas no meu estado glorificado.
Trata-se do mesmo corpo, mas sob outro aspeto. Porque queres tocar-Me na minha
fealdade? Espera pelo momento em que poderás fazê-lo na minha beleza».
Santo do Dia:
Santa Maria Madalena
Embora fosse apenas uma pecadora famosa de sua
cidade, Maria Madalena teve uma participação importantíssima na missão de
Jesus. Ela foi perdoada publicamente e foi ainda a escolhida para ser a
primeira testemunha da Ressurreição.
Seu nome aparece onze vezes nos evangelhos,
apesar de não termos certeza de que se trata sempre da mesma pessoa, pois os
evangelhos falam de três Marias Madalena em situações diferentes.
Madalena ouvira falar de Jesus, pois a fama de
seus milagres corria entre o povo. Assim, no dia em que Jesus participava de um
banquete na casa de Simão, o fariseu, Maria Madalena resolveu fazer uma
confissão pública de arrependimento, porque o seu pecado era público, como diz
a Sagrada Escritura.
Em outra passagem, lemos que Jesus a perdoou
diante da multidão dos fariseus que queriam apedrejá-la. A partir desse dia,
tornou-se uma das mais fiéis seguidoras do Messias.
Ela estava ao lado de Maria na da crucificação
do Senhor e, na madrugada da Páscoa, era tanta a saudade que sentia de Jesus
que foi chorar à porta do sepulcro. De repente, ouviu a Voz chamar seu nome.
Assim, as profecias se cumpriram diante de seus olhos. Jesus tinha
ressuscitado!
Depois disto, segundo uma antiga tradição grega,
Maria Madalena teria ido viver em Éfeso, onde morreu. Nesta cidade tinham ido
morar também João, o discípulo amado, e Maria, Mãe de Jesus. A liturgia
bizantina a celebra como a "Apóstola dos Apóstolos". (Colaboração:
Padre Evaldo César de Souza, CSsR)
Reflexão: Maria
Madalena é amada de
Deus. Simboliza todo e qualquer ser humano que vive a eterna dualidade da vida:
amargura e graça divina. Alegria e amargura são os dias do ser humano sobre a
terra. Em Santa Maria Madalena encontramos a imagem de tantas mulheres que são
discriminadas e maltratadas pelos homens. Rezemos hoje para que nossa sociedade
deixe de lado a exploração feminina e busque a integração sadia entre homens e
mulheres.
Tjl- a12.com –
evngelhoquotidiano.org – acidigital.com
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