Bom dia
evangelho
31 de agosto de 2021-Terça-feira da 22ª semana do
Tempo Comum
São Jerônimo de Estridão, Santo Agostinho, São Gregório Magno, Santo
Ambrósio de Milão / Crédito: Michael Pacher: Altarpiece of the Church Fathers -
Domínio público REDAÇÃO CENTRAL, 28 ago. 21 / 07:00 am (ACI).- Os Padres da Igreja são santos dos
primeiros séculos que, com seus escritos doutrinários, configuraram a Igreja
Católica como a conhecemos hoje. Alguns dos principais Padres da Igreja Grega
são Santo Atanásio de Alexandria, São Basílio Magno, São Gregório Nazianzeno e
São João Crisóstomo; enquanto os quatro Padres mais importantes da Igreja
latina são Santo Agostinho de Hipona, São Gregório Magno, Santo Ambrósio de
Milão e São Jerônimo de Estridão. A seguir, alguns dados importantes sobre
eles. 1. Eram em sua maioria pastores, não acadêmicos Os Padres viviam
suas vidas cristãs em resposta à fé única, santa, católica e apostólica que
experimentavam na Igreja e na cultura de seu tempo. Seus escritos não provinham
de um catedrático titular, mas buscavam servir ao povo de Deus. 2. Santo
Tomás de Aquino os citou centenas de vezes Santo Tomás de Aquino, o Doutor
Angélico, não é apenas um teólogo e filósofo, mas um brilhante comentarista da
Bíblia e da Tradição. Para escrever a Suma Teológica, citou textos de Santo
Agostinho 3.156 vezes. Citou São Gregório Magno 761 vezes, São Dionísio 607
vezes, São Jerônimo 377 vezes, São Damasceno 367 vezes, São João Crisóstomo 309
vezes, entre outras citações aos Padres da Igreja. 3. Amavam a Igreja Exemplo
disso é uma das passagens do corpus patrístico "sobre a unidade da
Igreja", escrito por São Cipriano de Cartago em De Ecclesiae
Catholicae Unitate: "Ninguém pode ter a Deus por Pai, se não tem a
Igreja como Mãe". 4. Ensinavam sobre a natureza do homem São
Cipriano descreve a cultura pecaminosa na qual vivia antes de sua conversão e
seu batismo:
“Eu ainda estava deitado na escuridão e na noite sombria, vacilando de um lado
para o outro, sacudido sobre a espuma desta idade jactanciosa, e incerta de
meus passos errantes, sem saber nada da minha vida real, e distante
da verdade e da luz... mas depois disso, com a ajuda da água do novo
nascimento, a mancha dos anos anteriores foi lavada, e uma luz do alto, serena
e pura, tinha sido infundida no meu coração reconciliado...”. Da mesma forma o
faz Santo Agostinho de Hipona em seu livro "Confissões", ensinando a
matar o homem velho cheio de pecado e abraçar o novo homem em Cristo. 5.
Buscavam a amizade com Deus e com os demais Os Padres da Igreja buscavam
imitar a vida de Cristo, que completamente homem e completamente Deus, foi
capaz de fazer grandes amizades. Assim,
São Gregório Nazianzeno revela sobre seu querido amigo São Basílio: “Homens
diferentes têm nomes diferentes, que devem a seus pais ou a si mesmos, isto é,
às suas próprias buscas e realizações. Mas nossa grande busca, o grande nome
que queríamos, era ser cristãos, sermos chamados cristãos”. 6. Eram
corajosos e podiam dar a vida pelo Evangelho Um exemplo é a vida de São
Cipriano de Cartago, o primeiro bispo que na África atingiu a coroa do
martírio. Durante as grandes perseguições dos cristãos sob o imperador Décio,
escreveu cartas pastorais no exílio instruindo o povo de Deus em Cartago. Sob o
imperador Valeriano, Cipriano foi condenado à morte e martirizado em 258 dC. Ao
receber sua sentença, disse: "Deo gratias!" (Graças a Deus!). São
Máximo o Confessor foi outro corajoso Padre da Igreja que lutou contra o
monotelismo, uma heresia que admitia em Cristo duas naturezas, a humana e a
divina, e uma única vontade. O imperador Constante II mandou cortar a língua e
a mão direita do santo para impedir seu ensinamento ortodoxo. 7. Defendiam a
sã doutrina No século IV, Santo Atanásio teve que enfrentar Ário, um
sacerdote de Alexandria que difundiu a doutrina errada de que Cristo não era o
verdadeiro Deus. Seu desejo incansável por uma doutrina clara conduziu o
Concílio de Niceia à elaboração do Credo Niceno. Hoje, o Credo, como símbolo da
fé, é usado de maneira simples e direta pelos cristãos de todo o mundo para
professar a fé da Igreja Católica. 8. Amavam profundamente a Virgem Maria Os Padres
da igreja amam a Mãe de Deus. Havia um herege chamado Nestório que ensinava que
Maria era apenas Christokos (portadora de Cristo) e não
a Theotokos (portadora de Deus). Em outras palavras, Nossa
Senhora não era a Mãe de Deus, já que só deu à luz à natureza humana de Jesus.
São Cirilo de Alexandria lutou incansavelmente contra esse tremendo erro
teológico. Em uma carta que corrige Nestório, Cirilo escreve: “Por nossa causa
e para a nossa salvação, assumiu sua natureza humana na unidade de sua Pessoa e
nasceu de uma mulher; por isso se diz que nasceu segundo a carne” (Cirilo de
Alexandria, Carta II a Nestório). 9. Interpretaram a Bíblia com clareza Os
Padres ensinaram como interpretar a Sagrada Escritura. A maior parte da
literatura que temos dos Padres Apostólicos e Pós-Apostólicos são suas
homilias, que oferecem algumas das melhores exegeses bíblicas imagináveis. Um
exemplo disso são os Tratados de Santo Agostinho sobre o Evangelho de João. Para
a compreensão da Bíblia, devem ser utilizados os sentidos literais, alegóricos,
morais e analógicos (como assinala o Catecismo da Igreja Católica
no numeral 118) e, por isso, os Padres da Igreja estão entre os melhores
exegetas da história. Publicado originalmente em National Catholic
Register.
Oração: Ó Pai, pela vossa misericórdia, São Raimundo Nonato
anunciou as insondáveis riquezas de Cristo. Concedei-nos, por sua intercessão,
crescer no vosso conhecimento e viver na vossa presença segundo o Evangelho,
frutificando em boas obras. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na
unidade do Espírito Santo. Amém.
Evangelho (Lc 4,31-37)
Naquele tempo, Jesus desceu
para Cafarnaum, cidade da Galiléia, e lá os ensinava, aos sábados. Eles ficavam
maravilhados com os seus ensinamentos, pois sua palavra tinha autoridade. Na
sinagoga estava um homem que tinha um espírito impuro, e ele gritou em alta
voz: «Que queres de nós, Jesus de Nazaré? Vieste para nos destruir? Eu sei quem
tu és: o Santo de Deus!». Jesus o repreendeu: «Cala-te, sai dele!». O demônio
então lançou o homem no chão e saiu dele, sem lhe fazer mal algum. Todos
ficaram espantados e comentavam: «Que palavra é essa? Ele dá ordens aos
espíritos impuros, com autoridade e poder, e eles saem». E sua fama se
espalhava por todos os lugares da redondeza.
«Eles
ficavam maravilhados com os seus ensinamentos, pois sua palavra tinha
autoridade»- Rev.
D. Joan BLADÉ i Piñol(Barcelona, Espanha)
Hoje vemos como a atividade de
ensinar foi, para Jesus, a missão central de sua vida pública. Porém a pregação
de Jesus era muito diferente da dos outros mestres e isso fazia com que as
pessoas se espantassem e se admirassem. Certamente, ainda que o Senhor não
tivesse estudado (cf. Jo 7,15), desconcertava a todos com sua doutrina, porque
«falava com autoridade» (Lc 4,32). Seu estilo possuía a autoridade de quem se
sabia o “Santo de Deus”.
Precisamente aquela autoridade no seu falar era o que dava força a sua
linguagem. Utilizava imagens vivas e concretas, sem silogismos nem definições;
palavras e imagens que extraía da própria natureza quando não das Sagradas
Escrituras. Não há dúvida de que Jesus era um bom observador, homem próximo das
situações humanas: ao mesmo tempo em que o vemos ensinando, também o
contemplamos perto das pessoas fazendo-lhes o bem (curando as doenças e
expulsando demônios, etc.). Lia no livro da vida diária as experiências que
depois lhe serviriam para ensinar. Ainda que fosse um material tão simples e
“rudimentar”, a palavra do Senhor era sempre profunda, inquietante,
radicalmente nova, definitiva.
O mais admirável da fala de Jesus Cristo, era esse saber harmonizar a
autoridade divina com a mais incrível simplicidade humana. Autoridade e
simplicidade eram possíveis em Jesus graças ao conhecimento que possuía do Pai
e de sua relação de amorosa obediência a Ele (cf. Mt 11,25-27). Esta relação
com o Pai é o que explica a harmonia única entre a grandeza e a humildade. A
autoridade de seu falar não se ajustava aos parâmetros humanos; não havia
disputa, nem interesses pessoais ou desejo de sobressair. Era uma autoridade
que se manifestava tanto na sublimidade da palavra ou da ação como na humildade
e simplicidade. Não houve nos seus lábios nem alabança pessoal, nem soberba nem
gritos. Mansidão, doçura, compreensão, paz, serenidade, misericórdia, verdade,
luz, justiça... Foi o aroma que rodeava a autoridade de seus ensinos.
Santo do Dia: São Raimundo Nonato
Raimundo nasceu na Espanha, em 1200. Seus pais eram
nobres, porém não tinham grandes fortunas. O seu nascimento aconteceu de modo
trágico, sua mãe morreu durante os trabalhos de parto, antes de dar-lhe à luz.
Por isto Raimundo recebeu o nome de Nonato, que significa não-nascido de mãe
viva. Dotado de grande inteligência, fez com certa tranqüilidade seus estudos
primários. O pai, percebendo os dotes religiosos do filho, e com receio de que
seu filho optasse pela vida da igreja, mandou-o administrar uma pequena fazenda
de propriedade da família. Porém as coisas aconteceram exatamente ao contrário.
Raimundo, no silêncio e solidão que vivia, fortificou ainda mais sua vontade de
dedicar-se unicamente à Ordem de Nossa Senhora das Mercês. Apesar da
dificuldade conseguiu o consentimento do pai e finalmente em 1224 ingressou na
Ordem, recebendo o hábito das mãos do próprio fundador. Ordenou-se sacerdote e
seus dotes de missionário vieram à tona. Foi mandado em missão na Argélia,
norte da África, para resgatar cristãos que viviam em regime de escravidão.
Levava o conforto e a palavra de Deus aos que sofriam mais que ele e já estavam
prestes a renunciar à fé em Jesus.
Sua ação missionária causou a revolta das lideranças muçulmanas e Raimundo foi
preso e torturado. Durante oito meses teve sua boca presa com um cadeado, para
que não pudesse pregar o Evangelho. Raimundo sofreu durante oito longos meses
essa tortura, mas finalmente foi libertado com a saúde totalmente abalada. De
volta a pátria foi nomeado cardeal, mas não exerceu este cargo, pois morreu
acometido por uma forte febre em 31 de agosto de 1240, quando ele tinha apenas
quarenta anos de idade.(Colaboração:
Padre Evaldo César de Souza, CSsR)
Reflexão: São Raimundo Nonato, devido à condição difícil do
seu nascimento é venerado como padroeiro das parturientes, das parteiras e dos
obstetras. Sua presença missionária entre aqueles que não conheciam o Cristo
nos inspira a levar o Evangelho nos dias de hoje para todas as pessoas que
vivem afastadas de deus.
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