A Solenidade da Assunção da Bem-aventurada Virgem Maria
A Solenidade da Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria, em corpo e
alma ao Céu, é um sinal eloquente do que, não só a "alma", mas também
a "corporeidade" confirmam que "tudo era muito bom" (Gn
1,31), tanto que, como aconteceu com a Virgem Maria, também a "nossa
carne" será elevada ao céu.
Oração: Senhor, Pai de bondade, aprendemos
com Santa Beatriz a aceitar os desafios da vida e nunca abandonar o projeto de
Deus em favor da libertação da humanidade. Guia-nos pelos caminhos da sabedoria
e do discernimento e ajudai-nos a Vos encontrar nos mais pequeninos e
sofredores. Por Cristo nosso Senhor. Amém!
Evangelho (Mt 20,1-16):
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos
esta parábola: «Pois o Reino dos Céus é como o proprietário que saiu de
madrugada para contratar trabalhadores para a sua vinha. Combinou com os
trabalhadores a diária e os mandou para a vinha. Em plena manhã, saiu de novo,
viu outros que estavam na praça, desocupados, e lhes disse: ‘Ide também vós
para a minha vinha. Eu pagarei o que for justo’. E eles foram. Ao meio-dia e em
plena tarde, ele saiu novamente e fez a mesma coisa. Saindo outra vez pelo fim
da tarde, encontrou outros que estavam na praça e lhes disse: ‘Por que estais
aí o dia inteiro desocupados?’. Eles responderam: ‘Porque ninguém nos
contratou’. E ele lhes disse: ‘Ide vós também para a minha vinha’.
»Ao anoitecer, o dono da vinha disse ao administrador: ‘Chama os trabalhadores
e faze o pagamento, começando pelos últimos até os primeiros!’. Vieram os que
tinham sido contratados no final da tarde, cada qual recebendo a diária. Em
seguida vieram os que foram contratados primeiro, pensando que iam receber
mais. Porém, cada um deles também recebeu apenas a diária. Ao receberem o
pagamento, começaram a murmurar contra o proprietário: ‘Estes últimos
trabalharam uma hora só, e tu os igualaste a nós, que suportamos o peso do dia
e o calor ardente’. Então, ele respondeu a um deles: ‘Companheiro, não estou
sendo injusto contigo. Não combinamos a diária? Toma o que é teu e vai! Eu
quero dar a este último o mesmo que dei a ti. Acaso não tenho o direito de fazer
o que quero com aquilo que me pertence? Ou estás com inveja porque estou sendo
bom?’. Assim, os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos».
«Assim,
os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos»
Rev. D. Antoni
CAROL i Hostench(Sant Cugat del Vallès, Barcelona, Espanha)
Hoje, a Palavra de Deus nos convida a perceber que
a “lógica” divina vai muito além da lógica meramente humana. Enquanto nós
homens calculamos («Pensando que iam receber mais»: Mt 20,10), Deus —que é Pai
entranhável— simplesmente, ama («Ou estás com inveja porque estou sendo bom?» :
Mt 20,15.) E a medida do Amor é não ter medida: «Amo porque amo, amo para amar»
(São Bernardo).
Mas isso não torna a justiça inútil: «Eu pagarei o que for justo» (Mt 20,4).
Deus não é arbitrário e quer nos tratar como filhos inteligentes: por isso é
lógico que tenha “acordos” conosco. De fato, em outros momentos, os
ensinamentos de Jesus deixam claro que quem recebe mais também será mais
exigido (lembremos da parábola dos talentos). Enfim, Deus é justo, mas a
caridade não se desentende da justiça, mas sim, a supera. (cf. 1Cor 13,5).
Um ditado popular afirma que «a justiça por justiça é a pior das injustiças».
Felizmente para nós, a justiça de Deus —repitamos, transbordante de seu Amor—
supera nossos esquemas. Se unicamente se tratasse de estrita justiça, nós,
então, estaríamos pendentes de redenção. Além disso, não teríamos nenhuma
esperança de redenção. Em justiça estrita não mereceríamos nenhuma redenção:
simplesmente, ficaríamos despossuídos daquilo que se nos tinha dado no momento
da criação e que rejeitamos no momento do pecado original. Examinemo-nos,
portanto, como agimos nos julgamentos, comparações e cálculos quando tratamos
os demais.
Além disso, se falarmos de santidade, temos que partir da base de que tudo é
graça. A mostra mais clara é o caso de Dimas, o bom ladrão. Inclusive a
possibilidade de merecer diante de Deus, é também uma graça (algo que nos é
concedido gratuitamente). Deus é o amo, nosso «proprietário que saiu de
madrugada para contratar trabalhadores para a sua vinha» (Mt 20,1). A vinha
(quer dizer, a vida, o céu...) é dele; nós somos convidados, e não de qualquer
maneira: é uma honra poder trabalhar aí e, assim “ganhar” o céu.
Pensamentos para o Evangelho de
hoje: «O Senhor chamou a todos quando estavam
com disposição para obedecer, o mesmo fez com o ladrão bom, a quem o Senhor
chamou quando viu que obedeceria. O Salvador no excluiu ninguém» (São João
Crisóstomo)«A parábola não foi transmitida para os trabalhadores de outro
tempo, mas para nós, que achamos que o "desemprego espiritual” —uma vida
sem fé e sem oração— é mais agradável que o serviço espiritual» (Bento XVI) «O
homem é o autor; o centro e o fim de toda a vida económica e social. O ponto
decisivo da questão social é que os bens criados por Deus para todos, cheguem
de facto a todos, segundo a justiça e com a ajuda da caridade» (Catecismo da
Igreja Católica, nº 2.459)
Santo do Dia: Santa Beatriz da Silva Menezes
Beatriz nasceu no norte da África, numa colônia portuguesa. Ainda na infância, voltou com a família para Portugal. Ao completar vinte anos de idade, Beatriz foi para a corte da Espanha, pois sua tia Isabel, que se casara com o rei de Castela, convidou-a
para ser sua primeira dama de honra.
Beatriz era uma jovem muito
bela fisicamente, além de ser amável, culta, inteligente e educada nas
virtudes cristãs. Logo que chegou, despertou a
admiração de todos. Isto provocou o
ciúme e a inveja da rainha, que passou a maltratá-la. Beatriz tudo suportou sem falar nada para ninguém. No auge de
seus sofrimentos, Beatriz entrega-se a Nossa Senhora e recebe a incumbência de
fundar uma Ordem religiosa dedicada à Imaculada Conceição.
Imediatamente, deixou a corte e ingressou no
mosteiro, onde cobriu seu rosto com um véu branco por toda a vida. Somente em 1479, Beatriz conseguiu realizar
seu sonho e fundou uma nova congregação: a Ordem da Irmãs da Imaculada Conceição, conhecida como monjas concepcionistas.
Beatriz Menezes faleceu em
1490. Seu projeto de amor perpetuou e alcançou o mundo todo. Sua festa
litúrgica, de acordo com o Decreto
da Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos, com data de 22 de Fevereiro de 2012, foi
transferida do dia 1 de Setembro para o dia 17 de Agosto. Desse modo, a memória litúrgica de Santa Beatriz
da Silva passara a celebrar-se no
dia 17 de Agosto de cada ano, conforme
consta na Bula de Canonização da fundadora da Ordem da Imaculada
Conceição (Monjas Concepcionistas). - Colaboração: Padre Evaldo César de Souza,
C.Ss.R.
Reflexão: Santa Beatriz representa a força
feminina da comunidade cristã. Sua perseverança diante dos sofrimentos revela
sua fidelidade ao projeto de Cristo. Seu sonho de fazer os outros felizes
transbordou seu coração e a fez iniciar um novo projeto de evangelização,
fundando assim as irmãs concepcionistas. Que Deus nos inspire a lutar pelos
mais fracos a exemplo de santa Beatriz.
TJL –
EVANGELI.NET – A12.COM – EVANGELHOQUOTIDIANO.ORG- ACIDIGITAL.COM
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