Papa: com Pedro e Paulo,
ser uma Igreja aberta a todos, livre e humilde:
A sinodalidade marcou a homilia do Papa
Francisco no dia em que a Igreja celebra os Apóstolos Pedro e Paulo. "O
Sínodo, que estamos a celebrar, chama-nos a ser uma Igreja que se ergue em pé,
não dobrada sobre si mesma, capaz de olhar mais além, de sair das suas prisões
para ir ao encontro do mundo."
Bianca
Fraccalvieri - Vatican News
Pedro, Paulo e a sinodalidade: assim foi a homilia pronunciada pelo Papa Francisco
neste 29 de junho, Solenidade dos Santos Apóstolos.
Oração: Concedei-nos, Ó Deus Onipotente, a graça de sermos sempre firmes na fé, e pela intercessão de S. Félix e de Santo Adauto, dai-nos, Senhor, a graça que vos pedimos. Por Cristo Nosso Senhor, amém.
Evangelho (Lc 4,31-37):
Naquele tempo, Jesus desceu para Cafarnaum,
cidade da Galiléia, e lá os ensinava, aos sábados. Eles ficavam maravilhados
com os seus ensinamentos, pois sua palavra tinha autoridade. Na sinagoga estava
um homem que tinha um espírito impuro, e ele gritou em alta voz: «Que queres de
nós, Jesus de Nazaré? Vieste para nos destruir? Eu sei quem tu és: o Santo de
Deus!». Jesus o repreendeu: «Cala-te, sai dele!». O demônio então lançou o
homem no chão e saiu dele, sem lhe fazer mal algum. Todos ficaram espantados e
comentavam: «Que palavra é essa? Ele dá ordens aos espíritos impuros, com
autoridade e poder, e eles saem». E sua fama se espalhava por todos os lugares
da redondeza.
«Eles ficavam maravilhados com os seus ensinamentos, pois sua palavra tinha autoridade» - Rev. D. Joan BLADÉ i Piñol(Barcelona, Espanha)
Hoje vemos como a atividade de ensinar foi, para
Jesus, a missão central de sua vida pública. Porém a pregação de Jesus era
muito diferente da dos outros mestres e isso fazia com que as pessoas se
espantassem e se admirassem. Certamente, ainda que o Senhor não tivesse
estudado (cf. Jo 7,15), desconcertava a todos com sua doutrina, porque «falava
com autoridade» (Lc 4,32). Seu estilo possuía a autoridade de quem se sabia o
“Santo de Deus”.
Precisamente aquela autoridade no seu falar era o que dava força a sua
linguagem. Utilizava imagens vivas e concretas, sem silogismos nem definições;
palavras e imagens que extraía da própria natureza quando não das Sagradas
Escrituras. Não há dúvida de que Jesus era um bom observador, homem próximo das
situações humanas: ao mesmo tempo em que o vemos ensinando, também o
contemplamos perto das pessoas fazendo-lhes o bem (curando as doenças e
expulsando demônios, etc.). Lia no livro da vida diária as experiências que
depois lhe serviriam para ensinar. Ainda que fosse um material tão simples e
“rudimentar”, a palavra do Senhor era sempre profunda, inquietante,
radicalmente nova, definitiva.
O mais admirável da fala de Jesus Cristo, era esse saber harmonizar a
autoridade divina com a mais incrível simplicidade humana. Autoridade e
simplicidade eram possíveis em Jesus graças ao conhecimento que possuía do Pai
e de sua relação de amorosa obediência a Ele (cf. Mt 11,25-27). Esta relação
com o Pai é o que explica a harmonia única entre a grandeza e a humildade. A
autoridade de seu falar não se ajustava aos parâmetros humanos; não havia
disputa, nem interesses pessoais ou desejo de sobressair. Era uma autoridade
que se manifestava tanto na sublimidade da palavra ou da ação como na humildade
e simplicidade. Não houve nos seus lábios nem alabança pessoal, nem soberba nem
gritos. Mansidão, doçura, compreensão, paz, serenidade, misericórdia, verdade,
luz, justiça... Foi o aroma que rodeava a autoridade de seus ensinos.
Pensamentos para o Evangelho de hoje:
«Tudo vem do amor, tudo está ordenado
para a salvação do homem, Deus não faz nada que não seja para este fim» (Santa
Catarina de Sena)«O Evangelho é a palavra da vida: não oprime as pessoas, pelo
contrário, liberta aqueles que são escravos de tantos espíritos malignos deste
mundo: tanto o espírito de vaidade, o apego ao dinheiro, o orgulho, a
sensualidade» (Francisco)«A permissão divina do mal físico e do mal moral é um
mistério, que Deus esclarece por seu Filho Jesus Cristo, morto e ressuscitado
para vencer o mal. A fé dá-nos a certeza de que Deus não permitiria o mal, se
do próprio mal não fizesse sair o bem, por caminhos que só na vida eterna
conheceremos plenamente» (Catecismo da Igreja Católica, nº 324)
Santo do Dia: Santos Félix e Adauto
Poucos são os registros encontrados sobre Félix e Adauto, que são celebrados
juntos, no dia de hoje. As tradições mais antigas dos primeiros tempos do
cristianismo nos narram que eles foram perseguidos, martirizados e mortos pelo
imperador Diocleciano, no ano 303.
A mais conhecida diz que, Felix era um padre e tinha sido condenado à morte por
aquele imperador. Mas quando caminhava para a execução, foi interpelado por um
desconhecido. Afrontando os soldados do exército imperial, o estranho se
declarou espontaneamente cristão e pediu para ser sacrificado junto com ele. Os
soldados não questionaram. Logo após decapitarem Felix, com a mesma espada
decapitaram o homem que tinha tido a ousadia de desafiar o decreto do imperador
Diocleciano.
Nenhum dos presentes sabia dizer a identidade daquele homem. Por isto, ele foi
chamado somente de Adauto, que significa "aquele que recebeu junto com
Félix a coroa do martírio". Ainda segundo estas narrativas eles foram
sepultados numa cripta do cemitério de Comodila, próxima da basílica de São
Paulo fora dos muros. O Papa Sirício transformou o lugar onde eles foram
enterrados numa basílica.
O cemitério de Comodila e o túmulo de Felix e Adauto foram reencontrados no ano
de 1720, mas vieram a ruir logo em seguida, sendo novamente esquecidos e suas
ruínas abandonadas. Só em 1903 a pequena basílica foi definitivamente
restaurada descobrindo-se um dos mais antigos afrescos cristãos, no qual
aparece São Pedro recebendo as chaves na presença dos Santos Paulo, Estevão,
Félix e Adauto.
Colaboração:
Padre Evaldo César de Souza, CSsR
Reflexão: A memória dos mártires cristãos continua a
alimentar a vida e a espiritualidade da Igreja. Honrar os gestos de entrega dos
homens e mulheres que deram sua vida em favor do Cristo nos faz verdadeiros
cristãos, conscientes de que a nossa história foi construída com o sangue de
muitas pessoas.
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