Papa Francisco no Vaticano / Vatican Media Vaticano, 09 Dez. 22 / 03:50 pm (ACI).- “Ninguém deve se sentir excluído do trabalho”, disse o papa Francisco hoje (9) ao receber o Movimento Cristão de Trabalhadores por ocasião dos 50 anos de sua fundação. Ele também pediu que promovam o trabalho digno para mulheres e jovens. “Que não descumpram o seu compromisso de promover o trabalho das mulheres, de animar os jovens a ingressar no mundo do trabalho, com contratos dignos e não de ‘fome’, de salvaguardar o tempo e o descanso para a família, para o voluntariado e para cuidar das relações. Por favor, rejeitem todas as formas de exploração", pediu o papa. Referindo-se a uma passagem do Evangelho (Mt 20, 1-16), o papa disse que "em cada estação da história, como em cada hora do dia, é um momento propício para dar uma contribuição e tentar dar uma resposta".
Oração: Senhor
Deus de Bondade, que nos oferece sempre inúmeros e renovados caminhos de
aproximação a Vós, concedei-nos pela intercessão de São Hermógenes a graça da
Fé que acredita e adere sem reservas ao perceber a Verdade, mesmo diante das
perseguições, e a cura das nossas doenças de alma, pois só estas podem nos
aprisionar e torturar na morte infinita. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso
Filho, e Nossa Senhora. Amém.
Evangelho
(Mt 21,23-27):
Enquanto
ensinava, os sumos sacerdotes e os anciãos do povo aproximaram-se dele,
perguntando: «Com que autoridade fazes essas coisas? Quem te deu essa
autoridade?». Jesus respondeu-lhes: «Eu também vou fazer-vos uma só pergunta.
Se me responderdes, também eu vos direi com que autoridade faço isso. De onde
era o batismo de João, do céu ou dos homens?». Eles ponderavam entre si:«Se
respondermos: Do céu, ele nos dirá: Por que não acreditastes nele? Se
respondermos: Dos homens, ficamos com medo do povo, pois todos têm João em
conta de profeta». Então responderam-lhe: «Não sabemos». Ao que ele retrucou:
«Pois eu também não vos digo com que autoridade faço essas coisas».
«Com que autoridade fazes essas coisas? Quem te deu essa autoridade?» - Rev. D. Melcior QUEROL i Solà(Ribes de Freser, Girona, Espanha)
Hoje, o Evangelho
nos convida a contemplar dois aspectos da personalidade de Jesus: astúcia e
autoridade. Olhemos primeiro a astúcia: Ele conhece profundamente o coração do
homem, conhece o interior de cada pessoa que chega perto dele. E, quando os
sumos sacerdotes e os notáveis do povo se dirigem a Ele para perguntar-lhe, com
malícia: «Com que autoridade fazes essas coisas?» (Mt 21,23), Jesus, que
conhece a falsidade deles, lhes responde com outra pergunta: «De onde era o
batismo de João, do céu ou dos homens?» (Mt 21,25). Eles não sabiam o que
responder, pois se respondiam que era do céu, estariam se contradizendo eles
mesmos por não terem acreditado e, se respondiam que era dos homens, estariam
em contra do povo, que o via como profeta. Estão num beco sem saída.
Astutamente, Jesus com uma simples pergunta há denunciado sua hipocrisia; lhes
deu a verdade. E a verdade sempre incomoda, faz estremecer.
Também nós estamos chamados a ter a astúcia de Jesus, para fazer estremecer a
mentira. Tantas vezes os filhos das trevas usam de toda a astúcia para
conseguir mais dinheiro, mais poder e mais prestígio; enquanto que os filhos da
luz parecem que temos a astúcia e a imaginação um pouco adormecidas. Do mesmo
modo que um homem do mundo utiliza a imaginação ao serviço de seus interesses,
os cristãos devemos usar nossos talentos ao serviço de Deus e do Evangelho. Por
exemplo; quando nos encontramos ante uma pessoa que fala mal da Igreja (coisa
que acontece com frequência), com que astúcia sabemos responder a uma critica
negativa? Ou em um ambiente de trabalho, com um colega que vive só para si
mesmo e não enxerga mais ninguém, com que astúcia saberemos devolver bem por
mal? Se o amamos, como Jesus, nossa presença lhe será muito “incômoda”.
Jesus exercia sua autoridade graças ao profundo conhecimento que tinha das
pessoas e das situações. Também nós estamos chamados a ter essa autoridade. É
um dom que nos vem do alto. Quanto mais pratiquemos colocar as coisas no seus
lugares —as pequenas coisas de cada dia— melhor saberemos orientar às pessoas e
as situações, graças às inspirações do Espírito Santo.
As poucas informações que puderam ser recolhidas sobres este São Hermógenes – há mais quatro com este nome – estão diretamente relacionadas a dois outros santos, Menas e Eugrafos, sendo que para este último os dados são ainda mais escassos. O contexto da época era o da perseguição religiosa aos cristãos, sob a tetrarquia do império romano: inicialmente Dioclesiano, Maximiano, Galério e Constâncio Cloro, que impuseram vários éditos (anúncio de uma lei; decreto), revogando os direitos legais dos cristãos e exigindo que adotassem as práticas religiosas pagãs. Diocleciano e Maximiano resignaram em 305; Constâncio e Galério tornaram-se Augustos, e os dois novos imperadores, Valério Severo e Maximino Daia (este entre 305–313), tornaram-se Césares, isto é, todos assumiram títulos imperiais. Com a morte de Galério em 311, Daia dividiu o império do Oriente com Licínio, sucessor de Constâncio Cloro. O grau das perseguições divergiu segundo cada tetrarca na sua própria região administrativa, e Daia as retomou, tenaz e cruelmente, no Egito, Palestina e Ásia Menor, após o Édito de Tolerância de Galério em 311. São Menas era ateniense, convertido ao Cristianismo sem que Daia o soubesse, e por isso o nomeou governador em Alexandria. As ordens de perseguição que Menas recebeu do imperador obviamente não foram executadas, mas, ao contrário, o santo começou a dedicar-se à organização da Igreja local. Daia enviou então Hermógenes para Alexandria, como novo governador e encarregado das perseguições, as quais ele iniciou com a prisão de Menas. Este foi torturado com crueldade, e deixado para morrer por consequência dos ferimentos, graves. Porém, para grande surpresa do governador, depois de algum tempo Hermógenes soube da cura completa do prisioneiro, e foi interrogá-lo sobre como isto havia sido possível. “Quando me encontrava ferido e jogado ao chão, comecei a rezar, pois como diz o salmista: ‘ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque Tu estás comigo; a Tua vara e o Teu cajado me consolam’ [Sl 23,4]”, foi a resposta. Diante deste testemunho, Hermógenes convenceu-se da Verdade, e também ele se converteu. A notícia desta nova conversão levou Daia a ordenar a execução de ambos, por decapitação, no ano 313, em Alexandria; aparentemente, estava com estes dois ainda um terceiro mártir, São Eugrafos. Uma outra data citada para a festa destes santos é 10 de dezembro.
Reflexão: O
testemunho dos santos é sempre muito forte e convincente. São Menas, que havia
buscado na Filosofia o que lhe faltava na religiosidade pagã da própria
família, chegou por fim aos escritos cristãos, que lhe indicaram o caminho
certo na espiritualidade; São Hermógenes nos dá um exemplo talvez ainda mais
vivo, pois não parecia buscar até a sua conversão nada mais elevado que o
politeísmo romano oficial. Talvez que a crueldade do trato aos cristãos o
impressionasse, e o exemplo de são Menas fosse o ponto culminante de dúvidas
que sempre existirão nas almas, pois naturalmente aspiramos ao que é maior e
verdadeiro na existência. Já de São Eugrafos ficamos com o mistério de quais
caminhos uma alma pode percorrer para chegar ao Pai: mas a certeza de que O
podemos encontrar é já um passo na Fé, na confiança e na paz que almejamos.
Seja pelo estudo, pela vivência ou por algum meio misterioso, fundamental é a
honestidade da nossa busca, pois independentemente dos meios – e para cada
filho de Deus há um caminho específico – o que importa é chegarmos ao nosso
fim, natural e sobrenatural, da total Comunhão com Deus, iniciada nesta vida
pelo Batismo e pela Eucaristia e plenificada na participação da própria vida
Trinitária de Deus, no nosso Paraíso definitivo.
TJL-
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