Beata Isabel Cristina Mrad Campos / Natalia Zimbrão (ACI Digital) Vaticano, 12 Dez. 22 / 08:50 am (ACI).- Após a oração do Ângelus ontem (11), o papa Francisco recordou a beatificação da brasileira Isabel Cristina Mrad Campos, martirizada em 1982, aos 20 anos, por defender a castidade. “Que seu exemplo heroico inspire especialmente os jovens a darem testemunho generoso de sua fé e de sua adesão ao Evangelho”, disse o papa. Isabel Cristina Mrad Campos nasceu em 29 de julho de 1962, em Barbacena (MG). Em 1982, mudou-se para Juiz de Fora (MG) para fazer um curso pré-vestibular, pois queria cursar Medicina para ajudar as crianças carentes. No dia 1º de setembro daquele ano, um homem que foi ao apartamento dela montar um guarda-roupa tentou violentá-la, mas Isabel resistiu. Diante da resistência dela, ele a matou com 15 facadas. Em outubro de 2020, o papa Francisco reconheceu o martírio de Isabel Cristina, morta por defender sua castidade. No sábado (11), ela foi beatificada em Barbacena, em missa celebrada pelo representante do papa, o arcebispo emérito de Aparecida (SP), cardeal Raymundo Damasceno Assis. “Ontem, em Barbacena, foi beatificada Isabel Cristina Mrad Campos. Esta jovem mulher foi morta em 1982 aos 20 anos de idade, em ódio à fé, por ter defendido sua dignidade como mulher e o valor da castidade”, disse o papa Francisco ao final do Ângelus. Após incentivar os jovens a seguir o exemplo da mártir da castidade, Francisco concluiu pedindo “um aplauso à nova beata”
Oração: Deus de amor e bondade, concedei-nos, por intercessão de Vossa
queridíssima filha Santa Luzia, a graça de nunca perder de vista os Vossos
ensinamentos, para que, levando uma vida conforme a luz da Vossa sabedoria e
vontade, cheguemos a Vos ver face a face no Paraíso que não tem fim. Por
intercessão da sempre Virgem Maria, Vossa Mãe, e do castíssimo São José, Seu
esposo. Amém.
Evangelho
(Mt 21,28-32):
Naquele
tempo, Jesus disse aos sacerdotes: «Que vos parece? Um homem tinha dois filhos.
Dirigindo-se ao primeiro, disse: ‘Filho, vai trabalhar hoje na vinha!’ O filho
respondeu: ‘Não quero’. Mas depois mudou de atitude e foi. O pai dirigiu-se ao
outro filho e disse a mesma coisa. Este respondeu: ‘Sim, senhor, eu vou’. Mas
não foi. Qual dos dois fez a vontade do pai?” Os sumos sacerdotes e os anciãos
responderam: “O primeiro.” Então Jesus lhes disse: “Em verdade vos digo que os
publicanos e as prostitutas vos precedem no Reino de Deus. Pois João veio até
vós, caminhando na justiça, e não acreditastes nele. Mas os publicanos e as
prostitutas creram nele. Vós, porém, mesmo vendo isso, não vos arrependestes,
para crer nele».
«‘Não quero’. Mas depois mudou de atitude e foi?» - Rev. D. Jordi POU i Sabater(Sant Jordi Desvalls, Girona, Espanha)
Hoje contemplamos
o pai que tem dois filhos e diz ao primeiro: «Filho, vai trabalhar hoje na
vinha» (Mt 21,28). O filho respondeu: «‘Não quero’. Mas depois mudou de atitude
e foi» (Mt 21,29). Ao segundo lhe disse o mesmo. Este respondeu: «Sim, senhor,
eu vou»; mas não foi... (cf. Mt 21,30). O importante não é dizer “sim”, mas
“fazer”. Há um dito que afirma «obras são amores e não boas razões».
Em outro momento, Jesus dará a doutrina que ensina esta parábola: «Nem todo
aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos Céus, mas sim aquele
que faz a vontade de meu Pai que está nos céus». (Mt 7,21). Como escreveu Santo
Agostinho, «Existem duas vontades: a tua vontade deve ser corrigida para se
identificar com a vontade de Deus; e não torcida a de Deus para se acomodar à
tua». Na língua catalã se diz que um menino “creu” (“crê”), quando ele obedece:
crê!, quer dizer, identificamos a obediência com a Fé, com a confiança naquilo
que nos dizem.
Obediência vem de “ob-audire”: escutar com grande atenção. Manifesta-se na
oração, em não nos fazer-nos de surdos à voz do Amor. «Os homens tendemos a nos
“defender”, a nos apegar ao nosso egoísmo. Deus exige que, ao obedecer,
ponhamos em exercício a Fé. As vezes o Senhor sugere seu querer em voz baixa,
lá no fundo da consciência: e é necessário estarmos atentos, para distinguir
essa voz e ser-lhe fiel» (São Josemaría Escrivá). Cumprir a vontade de Deus é
ser santo; obedecer não é ser uma simples marionete nas mãos dos outros, mas
interiorizar o que se deve cumprir: e, assim, fazê-lo porque “tenho vontade”.
Nossa Mãe a Virgem, mestra na “obediência da Fé”, nos ensinará a forma de
aprender a obedecer a vontade do Pai.
Pensamentos para o Evangelho de hoje: «Quando
o pecado está no homem, este já não pode contemplar a Deus. Mas podes sarar, se
quiseres. A fé e o temor de Deus devem ter a absoluta preferência do teu
coração» (São Teófilo de Antioquia) «Quando nós sejamos capazes de dizer ao
Senhor: — ‘Senhor, estes são os meus pecados, não os de este ou os de aquele...
¡são meus! Tomai os meus pecados’, então seremos esse belo povo que confia no
nome do Senhor» (Francisco) «Jesus escandalizou os fariseus por comer com os
publicanos e os pecadores (394) tão familiarmente como com eles (395). Contra
aqueles ‘que se consideravam justos e desprezavam os demais’ (Lc 18, 9) (396)
Jesus afirmou: ‘Eu não vim chamar os justos, vim chamar os pecadores, para que
se arrependam’ (Lc 5, 32). E foi mais longe, afirmando, diante dos fariseus,
que, sendo o pecado universal (397), cegam-se a si próprios (398) aqueles que
pretendem não precisar de salvação» (Catecismo da Igreja Católica, nº 588)
Os poucos dados históricos indicam que Luzia nasceu em
Siracusa, ilha da Sicília, Itália. Sua família, nobre e rica, a educou na
Fé, e cedo fez ela o voto de virgindade perpétua a Deus. Tendo ficado órfã de
pai, sua mãe desejou que se casasse com um jovem de distinta
família, mas pagão; Luzia pediu-lhe tempo para amadurecer sua
resolução de castidade.
Neste período, a mãe ficou doente, sem esperança
de recuperação, e Luzia propôs que peregrinassem à cidade de Catânia, ao túmulo de
Santa Águeda, já então famosa pelos milagres concedidos. Ali foi a
mãe curada, e depois disso Luzia se recusou definitivamente a casar. O noivo,
revoltado, a denunciou ao governador Pascácio, por não ter cumprido a palavra e por ser
cristã.
No julgamento a quiseram forçar a sacrificar aos
deuses, e a ameaçaram, entre outras coisas, de colocá-la num prostíbulo.
Como ela não cedesse, foi cruelmente torturada e por fim decapitada,
a 13 de dezembro de 303.
Santa Luzia é considerada protetora das doenças
dos olhos, o que parece ser devido ao fato de que a palavra Luzia, em
Latim, está associada à luz, que é percebida pelos olhos.(Colaboração: José Duarte de Barros Filho)
Reflexão: Chama a
atenção o fato de quatro virgens, Santas Inês, Cecília, Águeda e Luzia,
tivessem o privilégio de um ofício litúrgico próprio, e serem mencionadas, até
hoje, no cânon da santa Missa. Todas elas foram muito veneradas na antiguidade.
A pureza, de corpo e espírito, é de sumo agrado de Deus, e nos inícios do
Cristianismo, em meio ao mundo pagão que desprezava a virgindade, quis a
Trindade exaltar particularmente aqueles que se Lhe dedicaram de corpo e alma.
São um exemplo que sempre será atual, não por acaso também nestes nossos dias,
onde a sensualidade é exacerbada e leva tantos ao pecado. Não é possível querer
agradar a Deus e ao mundo: ou seguimos os Mandamentos de Deus, que de fato
levam à felicidade verdadeira, ou ficaremos corrompidos pelos prazeres
ilegítimos, que por fim só trazem infelicidades e, pior, podem efetivamente
levar as almas para o inferno.
Tjl – a12.com – evangeli.net – vaticannews.va
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