Bispos durante o Concílio Vaticano II na Basílica de São Pedro. Crédito: Dave582 (CC BY-SA 4.0) Vaticano, 29 out. 20 / 01:00 pm (ACI).- O Vaticano divulgou um comunicado no qual católicos e judeus celebram os 55 anos da declaração Nostra Aetate, sobre a relação da Igreja Católica com outras religiões. Em nota publicada nesta quarta-feira pela Sala de Imprensa da Santa Sé, o Cardeal Kurt Koch, presidente da Comissão Vaticana para as Relações Religiosas com os Judeus (CRRJ), afirmou que “sem dúvida 'Nostra Aetate' (numeral 4 ) lançou as bases para as relações entre católicos e judeus e pode, portanto, ser corretamente considerada como a 'Carta Magna' das relações entre judeus e católicos”. Por sua vez, o rabino Noam Marans, chefe da Comissão Judaica Internacional para as Consultas Inter-religiosas (IJCIC), enfatizou que Nostra Aetate “foi dramaticamente ampliada pelas visitas papais às sinagogas, aos locais horríveis, mas sagrados dos crimes do Holocausto e ao Estado de Israel depois que se estabeleceram as relações diplomáticas entre o Vaticano e Israel em 1993”. A IJCIC também elogiou a liderança do Papa Francisco na condenação do antissemitismo e expressou sua solidariedade com os cristãos que enfrentam perseguição. A CRRJ foi fundada em 1974. Desde então "estendeu seus ensinamentos e iniciativas e convoca junto com a IJCIC o Comitê Internacional Católico-Judaico a cada dois anos para discutir questões de interesse mútuo", indica o comunicado. No numeral 4 da declaração Nostra Aetate, o Concílio Vaticano II indica que “a Igreja de Cristo reconhece que os primórdios da sua fé e eleição já se encontram, segundo o mistério divino da salvação, nos patriarcas, em Moisés e nos profetas". “Professa que todos os cristãos, filhos de Abraão segundo a fé (6), estão incluídos na vocação deste patriarca e que a salvação da Igreja foi misticamente prefigurada no êxodo do povo escolhido da terra da escravidão. A Igreja não pode, por isso, esquecer que foi por meio desse povo, com o qual Deus se dignou, na sua inefável misericórdia, estabelecer a antiga Aliança, que ela recebeu a revelação do Antigo Testamento e se alimenta da raiz da oliveira mansa, na qual foram enxertados os ramos da oliveira brava, os gentios (7). Com efeito, a Igreja acredita que Cristo, nossa paz, reconciliou pela cruz os judeus e os gentios, de ambos fazendo um só, em Si mesmo”, continua. O número 4 também destaca que a Igreja “reprova quaisquer perseguições contra quaisquer homens, lembrada do seu comum patrimônio com os judeus, e levada não por razões políticas, mas pela religiosa caridade evangélica, deplora todos os ódios, perseguições e manifestações de antissemitismo, seja qual for o tempo em que isso sucedeu e seja quem for a pessoa que isso promoveu contra os judeus”.
Oração: Ó Senhor Deus, que exaltais os humildes
e em sua pequenez deixais brilhar Vossa grandeza e Vosso poder, fazei que, pela
intercessão de São Martinho, possam os enfermos e os moribundos alcançar a
saúde e o consolo, e que o testemunho de sua fé e de seu amor por Vós ilumine o
último dia de nossa vida. Amém.
Evangelho (Lc 14,15-24)
Tendo ouvido isso, um dos que
estavam junto à mesa disse a Jesus: Feliz quem come o pão no Reino de Deus! Ele
respondeu: Alguém deu um grande banquete e convidou muitas pessoas. Na hora do
banquete, mandou seu servo dizer aos convidados: Vinde! Tudo está pronto. Mas
todos, um a um, começaram a dar desculpas. O primeiro disse: Comprei um campo e
preciso ir vê-lo. Peço que me desculpes. Um outro explicou: Comprei cinco
juntas de bois e vou experimentá-las. Peço que me desculpes. Um terceiro
justificou: Acabo de me casar e, por isso, não posso ir.
O servo voltou e contou tudo a seu senhor. Então o dono da casa ficou irritado
e disse ao servo: Sai depressa pelas praças e ruas da cidade. Traze para cá os
pobres, os aleijados, os cegos e os coxos. E quando o servo comunicou: Senhor,
o que mandaste fazer foi feito, e ainda há lugar, o senhor ordenou ao servo:
Sai pelas estradas e pelos cercados, e obriga as pessoas a entrar, para que
minha casa fique cheia. Pois eu vos digo: nenhum daqueles que foram convidados
provará do meu banquete
«Sai pelas estradas e
pelos cercados, e obriga as pessoas a entrar, para que minha casa fique cheia»
Rev. D. Joan
COSTA i Bou(Barcelona, Espanha)
Hoje o Senhor oferece-nos uma
imagem da eternidade representada por um banquete. O banquete significa o lugar
onde a família e os amigos se encontram juntos, gozando da companhia, da
conversa e da amizade à volta da mesma mesa. Esta imagem fala-nos da intimidade
com Deus trindade e do gozo que encontraremos na estância do Céu. Tudo o fez
para nós, e chama-nos porque tudo está pronto (Lc 14,17). Nos quer com Ele;
quer a todos os homens e mulheres do mundo ao seu lado, a cada um de nós.
É necessário, no entanto, que queiramos ir. E apesar de sabermos que é onde
melhor se está, porque o céu é a nossa morada eterna, que excede todas as mais
nobres aspirações humanas - o que Deus preparou para os que o amam é algo que
os olhos jamais viram, nem os ouvidos ouviram, nem coração algum jamais
pressentiu (1Cor 2,9) e portanto, nada lhe é comparável-; no entanto somos
capazes de recusar o convite divino e perder eternamente a melhor oferta que
Deus nos podia fazer: participar da sua casa, da sua mesa, da sua intimidade
para sempre. Que grande responsabilidade!
Somos, decididamente, capazes de trocar a Deus por qualquer coisa. Uns, como
lemos no Evangelho de hoje, por um campo; outros por uns bois. E você e eu,
pelo que é que somos capazes de trocar aquele que é o nosso Deus e o seu
convite? Há quem por preguiça, por desleixo, por comodidade deixa de cumprir os
seus deveres de amor para com Deus. Deus vale tão pouco que o substituímos por
qualquer outra coisa? Que a nossa resposta ao oferecimento divino seja sempre
um sim, cheio de agradecimento e de admiração.
Santo do Dia: São Martinho de Lima (ou de Porres)
Martinho de Lima conviveu com a injustiça social
desde seu nascimento no dia 09 de dezembro de 1579. Filho de um cavaleiro
espanhol e de uma ex-escrava negra, o menino foi rejeitado pelo pai e pelos
parentes, por ser negro. Tanto que, na sua certidão de batismo constou
"pai ignorado".
Aos oito anos de idade, Martinho se tornou aprendiz de barbeiro-cirurgião, mas
a vocação religiosa lhe falou mais alto. Entretanto pelo fato de ser negro
demorou ser aceito no seminário. Só a muito custo conseguiu entrar como oblato
num convento dos dominicanos.
Encarregava-se dos mais humildes trabalhos do convento e era barbeiro e
enfermeiro dos seus irmãos de hábito. Conhecedor profundo de ervas e remédios,
devido à aprendizagem que tivera, socorria todos os doentes pobres da região,
principalmente os negros como ele. Segundo a tradição Martinho recebeu muitos
dons, como a dom da cura e o dom de estar em vários lugares ao mesmo tempo.
Morreu aos sessenta anos, no dia 03 de novembro de 1639, após contrair uma
grave febre. Porém, o padre negro dos milagres, como era chamado pelo povo
pobre, deixou sua marca e semente, além da vida inteira dedicada aos
desamparados. Com as esmolas recebidas fundou em Lima, um colégio só para o
ensino das crianças pobres, o primeiro do Novo Mundo.(Colaboração:
Padre Evaldo César de Souza, CSsR)
Reflexão: São Martinho, homem
cheio do Espírito Santo e de obras no Amor, conseguia servir a Cristo no
próximo. Mendigo por amor aos mendigos, São Martinho de Lima, destacou-se pela
humildade, piedade e caridade. Numa sociedade preconceituosa, Martinho manisfestou
a predileção de Deus pelos mais pobres e sofredores.
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