terça-feira, 3 de novembro de 2020

BOM DIA EVANGELHO - 4. NOVEMBRO . 2020

 

BOM DIA EVANGELHO


4 DE NOVEMBRO DE 2020
Quarta-feira da 31ª semana do Tempo Comum

Cidade do Vaticano. Crédito: Daniel Ibáñez / ACI Prensa - Captura do documentário Vaticano, 02 nov. 20 / 11:55 am (ACI).- A Secretaria de Estado do Vaticano remeteu um comunicado aos bispos de todo o mundo em relação às declarações do Papa Francisco sobre a convivência ou união civil de pessoas homossexuais, recentemente difundidas no documentário “Francesco”. Conforme confirmou ao grupo ACI o Núncio Apostólico no México, o Arcebispo Franco Coppola, trata-se de “elucidações que a Secretaria de Estado da Santa Sé enviou às Nunciaturas para que as difundissem entre os Bispos”. Em seguida, a íntegra do comunicado do Vaticano traduzido por ACI Digital: PARA ENTENDER ALGUMAS EXPRESSÕES DO PAPA NO DOCUMENTÁRIO “Francisco” Algumas afirmações, contidas no documentário “Francisco” do produtor Evgeny Afineevsky, suscitaram, em dias passados, diversas reações e interpretações. Oferecemos portanto alguns elementos úteis, com o desejo de favorecer uma adequada compreensão das palavras do Santo Padre. Há mais de um ano, durante uma entrevista, o Papa Francisco respondeu a duas perguntas diferentes e em dois momentos diferente, as quais foram editadas e publicadas no mencionado documentário como uma só resposta sem a devida contextualização, o qual gerou confusão. O Santo Padre tinha feito em primeiro lugar uma referência pastoral a respeito da necessidade de que, no seio da família, o filho ou a filha com orientação homossexual jamais sejam discriminados. A eles se referem a palavras: “as pessoas homossexuais têm direito a estar na família; são filhos de Deus, têm direito a uma família. Não se pode expulsar ninguém da família a ninguém nem tornar-lhe a vida impossível por isso”. O seguinte parágrafo da Exortação apostólica pós-sinodal sobre o amor na família Amoris Laetitia (2016) pode iluminar tais expressões: «Com os Padres sinodais, examinei a situação das famílias que vivem a experiência de ter no seu seio pessoas com tendência homossexual, experiência não fácil nem para os pais nem para os filhos. Por isso desejo, antes de mais nada, reafirmar que cada pessoa, independentemente da própria orientação sexual, deve ser respeitada na sua dignidade e acolhida com respeito, procurando evitar «qualquer sinal de discriminação injusta» e particularmente toda a forma de agressão e violência. Às famílias, por sua vez, deve-se assegurar um respeitoso acompanhamento, para que quantos manifestam a tendência homossexual possam dispor dos auxílios necessários para compreender e realizar plenamente a vontade de Deus na sua vida» (N. 250). Uma pergunta sucessiva da entrevista era à sua vez sobre uma lei local na Argentina, proposta há dez anos, sobre os “matrimônios igualitários de casais do mesmo sexo” e à oposição do então Arcebispo de Buenos Aires a respeito. A este propósito o Papa Francisco afirmou que “é uma incongruência falar de matrimônio homossexual”, acrescentando que, nesse mesmo contexto, tinha falado do direito destas pessoas a ter certa cobertura legal: “o que temos que fazer é uma lei de convivência civil; têm direito a estar talheres legalmente. Eu defendi isso”. Recordando que o Santo Padre se expressou da seguinte forma durante uma entrevista de 2014: “O matrimônio é entre um homem e uma mulher. Os Estados laicos querem justificar as uniões civis para regular diversas situações de convivência, movidos pela exigência de regular aspectos econômicos entre as pessoas, como por exemplo assegurar a assistência sanitária. Trata-se de pactos de convivência de diferente natureza, dos quais não saberia dar um elenco das distintas formas. É necessário ver os diversos casos e avaliá-los em sua variedade”. Portanto, é evidente que o Papa Francisco se referia a certas disposições dos estados e, de nenhuma maneira, à doutrina da Igreja, numerosas vezes reafirmada no curso dos anos.

 Oração: Deus, nosso Pai, a exemplo de São Carlos Borromeu, abramos a nossa mente e o nosso coração ao vosso Espírito de Amor. Deixemo-nos converter pela vossa Palavra libertadora. Experimentemos a vossa ternura e a vossa bondade, mediante uma vida dedicada aos irmãos e fundamentada no vosso Evangelho. Por Cristo nosso Senhor. Amém.

Evangelho (Lc 14,25-33)

Grandes multidões acompanhavam Jesus. Voltando-se, ele lhes disse: Se alguém vem a mim, mas não me prefere a seu pai e sua mãe, sua mulher e seus filhos, seus irmãos e suas irmãs, e até à sua própria vida, não pode ser meu discípulo. Quem não carrega sua cruz e não caminha após mim, não pode ser meu discípulo.
De fato, se algum de vós quer construir uma torre, não se senta primeiro para calcular os gastos, para ver se tem o suficiente para terminar? Caso contrário, ele vai pôr o alicerce e não será capaz de acabar. E todos os que virem isso começarão a zombar: Este homem começou a construir e não foi capaz de acabar! Ou ainda: um rei que sai à guerra contra um outro não se senta primeiro e examina bem se com dez mil homens poderá enfrentar o outro que marcha contra ele com vinte mil? Se ele vê que não pode, envia uma delegação, enquanto o outro ainda está longe, para negociar as condições de paz. Do mesmo modo, portanto, qualquer um de vós, se não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo!

«Quem não carrega sua cruz e não caminha após mim, não pode ser meu discípulo» -Rev. D. Joan GUITERAS i Vilanova(Barcelona, Espanha)

Hoje contemplamos Jesus no caminho até Jerusalém. Ai entregará a sua vida para a salvação do mundo. Grandes multidões acompanhavam Jesus (Lc 14,25): Os discípulos, ao andar com Jesus que os precede, devem aprender a ser homens novos. É esta a finalidade das instruções que o Senhor expõe e propõe aos que o seguem na sua ascensão à Cidade da paz.
Discípulo significa seguidor. Seguir as pisadas do Mestre, ser como Ele, pensar como Ele, viver como Ele... O discípulo convive com o Mestre e o acompanha. O Senhor ensina com atos e com palavras. Viram claramente a atitude de Cristo entre o Absoluto e o relativo. Ouviram muitas vezes da sua boca que Deus é o primeiro valor da existência. Admiraram a relação entre Jesus e o Pai celestial. Viram a dignidade e a confiança com que orava ao pai. Admiraram a sua pobreza radical.
Hoje o Senhor fala-nos com termos claros. O autêntico discípulo há de amar com todo o seu coração e toda a sua alma a nosso Senhor Jesus Cristo, por cima de todo o vínculo, inclusive do mais íntimo: Se alguém vem a mim, mas não me prefere... até à sua própria vida, não pode ser meu discípulo (Lc 14,26-17). Ele ocupa o primeiro lugar na vida do seguidor. Diz Santo Agostinho: Respondamos ao pai e à mãe: Eu vos amo em Cristo, não no lugar de Cristo.O seguimento precede inclusive ao amor pela própria vida. Seguir Jesus, ao fim e ao cabo, implica abraçar a cruz. Sem cruz não há discípulo.
O chamamento evangélico exorta à prudência, quer dizer, à virtude que dirige a atuação adequada. Quem quer construir uma torre deve calcular se a poderá terminar. O rei que tem que combater decide se vai à guerra ou pede a paz depois de considerar o número de soldados de que dispõe. Quem quer ser discípulo do Senhor tem que renunciar a todos os seus bens. A renúncia será a melhor aposta!

Santo do Dia: São Carlos Borromeu

Carlos nasceu no castelo da família, próximo de Milão, a 02 de outubro de 1538. O pai era o conde Gilberto Borromeu e a mãe era Margarida de Médicis, a mesma casa da nobreza de grande influência na sociedade e na Igreja. Carlos era o segundo filho do casal, e aos doze anos a família o entregou para servir à Deus, como era hábito na época.
Levou a sério os estudos diplomando-se em Direito Canônico, aos vinte e um anos de idade. Aos vinte e quatro anos já era sacerdote e Bispo de Milão. Usando sua formação jurídica, Carlos liderou uma reforma na organização administrativa da Igreja.
Conquistou a colaboração de instituições, das escolas, dos jesuítas, dos capuchinhos e de muitos outros. Foi um dos maiores fundadores que a Igreja possuiu. Criou seminários e vários institutos de utilidade pública para dar atendimento e abrigo aos pobres e doentes, o que lhe proporcionou o título de "pai dos pobres".
Chegou o ano 1576 e com ele a peste. Milão foi duramente assolada. Carlos Borromeu visitava os contaminados, levando-lhes o sacramento e consolo, num trabalho incansável que lhe consumiu as energias. Tanto esforço humano acabou consumindo sua saúde.
Morreu anos depois se dizendo feliz por ter seguido os ensinamentos de Cristo e poder se encontrar com ele de coração puro. Tinha apenas quarenta e seis anos de idade.(Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR)

Reflexão: A obra de Santo Borromeu, um dos santos mais importantes e mais queridos da Igreja, poderia ser resumida em duas palavras: dedicação e trabalho. Oriundo da nobreza, Carlos Borromeu utilizou a inteligência notável, a cultura e o acesso às altas elites de Roma para posicionar-se à frente, ao lado e até abaixo dos pobres, doentes e, principalmente, das crianças.

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