Audiência geral na Praça de São Pedro / Vatican Media. Vaticano, 25 nov. 21 / 04:40 pm (ACI).- “As novas mudanças trazidas pela revolução digital e os incríveis desenvolvimentos nas ciências nos obrigam a repensar o que é ser humano", com base na Escritura, na tradição clássica e na sabedoria de culturas não-europeias, disse o papa Francisco em mensagem de vídeo enviada ao Pontifício Conselho para a Cultura na terça-feira, 23 de novembro. "Hoje, está em curso uma revolução, sim, uma revolução, que toca os nós essenciais da existência humana e requer um esforço criativo de pensamento e ação. Ambos. Há uma mudança estrutural na forma como entendemos geração, nascimento e morte", disse o papa. "A especificidade do ser humano em toda a criação, nossa singularidade em relação aos outros animais e até mesmo nossa relação com as máquinas estão sendo questionadas". O Papa Francisco destacou o que ele chamou de "fluidez da visão cultural contemporânea": "É a era da liquidez". Segundo ele, essa fluidez é uma diferença marcante em relação à época do Concílio Vaticano II, quando um humanismo secular, imanentista e materialista pelo menos compartilhava uma base comum com o humanismo cristão "sobre algumas questões radicais relacionadas à natureza humana". "No entanto, a constituição conciliar Gaudium et Spes ainda é relevante a este respeito. Ela nos lembra, de fato, que a Igreja ainda tem muito a dar ao mundo, e nos obriga a reconhecer e avaliar, com confiança e coragem, as conquistas intelectuais, espirituais e materiais que surgiram desde então em vários campos do conhecimento humano", comentou o papa. A mensagem do papa se deu por causa da assembleia plenária do Pontifício Conselho para a Cultura, realizada esta semana com o tema "Repensando a Antropologia - Rumo a um Novo Humanismo". O Conselho faz suas assembleias a cada dois ou três anos para refletir sobre as principais questões e realidades culturais nas sociedades contemporâneas. Em sua mensagem de vídeo, o papa disse que as questões sobre a identidade humana estão sendo colocadas de maneira decisiva no século XXI. "O que significa hoje ser homem ou mulher como pessoas complementares chamadas a se relacionar uns com os outros? O que significam as palavras 'paternidade' e 'maternidade'", perguntou ele. "E novamente, qual é a condição específica do ser humano, o que nos torna únicos e irrepetíveis em comparação com as máquinas e até mesmo com outras espécies animais? Qual é a nossa vocação transcendente? De onde vem nosso chamado para construir relações sociais com os outros"? O papa Francisco destacou que a Bíblia oferece "as coordenadas essenciais para delinear uma antropologia da pessoa humana em relação a Deus, na complexidade das relações entre homens e mulheres, e no nexo com o tempo e o espaço em que vivemos". "O humanismo bíblico, em diálogo fecundo com os valores do pensamento grego clássico e latino, deu origem a uma visão elevada da pessoa humana, nossa origem e destino final, nosso modo de viver nesta terra", disse ele. O papa acrescentou que, enquanto esta fusão de sabedoria antiga e bíblica permanece "um paradigma fértil", uma nova síntese criativa também é necessária com "a tradição humanista contemporânea e a de outras culturas". "Estou pensando, por exemplo, na visão holística das culturas asiáticas, em uma busca de harmonia interior e harmonia com a criação. Ou a solidariedade das culturas africanas, para superar o individualismo excessivo típico da cultura ocidental. A antropologia dos povos latino-americanos também é importante, com seu animado senso de família e celebração; e também as culturas dos povos indígenas de todo o planeta", disse Francisco. "Nessas diferentes culturas, existem formas de humanismo que, integradas ao humanismo europeu herdado da civilização greco-romana e transformado pela visão cristã, são hoje o melhor meio de abordar as inquietantes questões sobre o futuro da humanidade". São João Paulo II fundou o Pontifício Conselho de Cultura em 1982 para fomentar o diálogo entre a Igreja e as culturas contemporâneas. Em 1993, ele combinou o Conselho com o Pontifício Conselho para o Diálogo com os Não-Crentes. Hoje, este órgão se dedica a criar um espaço de diálogo católico com as ciências, humanidades, economia, cultura digital e inteligência artificial, esportes, patrimônio cultural, artes e música. "Agora mais do que nunca o mundo precisa redescobrir o significado e o valor do ser humano em relação aos desafios que enfrentamos", disse o papa Francisco.
Oração: Ó Deus todo-poderoso e cheio de bondade, que
fizestes de São Leonardo notável mensageiro do mistério da cruz, concedei, por
sua intercessão, que, reconhecendo na terra as riquezas da cruz de Cristo,
mereçamos alcançar nos céus os frutos da redenção. Por nosso Senhor Jesus
Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Evangelho
(Lc 21,29-33):
E Jesus contou-lhes uma
parábola: «Olhai a figueira e todas as árvores. Quando começam a brotar, basta
olhá-las para saber que o verão está perto. Vós, do mesmo modo, quando virdes
acontecer essas coisas, ficai sabendo que o Reino de Deus está perto. Em
verdade vos digo: esta geração não passará antes que tudo aconteça. O céu e a
terra passarão, mas as minhas palavras não passarão».
«Quando virdes acontecer essas coisas, ficai sabendo que o Reino de Deus está perto» -Diácono D. Evaldo PINA FILHO(Brasilia, Brasil)
Hoje nós somos convidados por
Jesus a ver os sinais que se descortinam no nosso tempo e época e a reconhecer
nestes sinais a aproximação do Reino de Deus. O convite é para que repousemos o
nosso olhar na figueira e nas outras árvores— «Olhai a figueira e todas as
árvores» (Lc 21,29)— e para que fixemos nossa atenção naquilo que percebemos
estar acontecendo nelas: «basta olhá-las para saber que o verão está perto» (Lc
21,30). As figueiras começavam a brotar. Os botões começavam a surgir. Não era
apenas a expectativa das flores ou dos frutos viriam a surgir, mas sobretudo o
prenúncio do verão, em que todas as árvores “começam a brotar”.
Segundo o Papa Bento XVI, «a Palavra de Deus impele-nos a mudar o nosso conceito
de realismo». Efetivamente, «realista é quem conhece o fundamento de tudo no
Verbo de Deus». Essa Palavra viva que nos indica o verão como sinal de
proximidade e de exuberância da luminosidade é a própria Luz: «quando virdes
acontecer essas coisas, ficai sabendo que o Reino de Deus está perto» (Lc
21,31). Neste sentido, «a Palavra já não é apenas audível, não possui apenas
uma voz, agora a Palavra tem um rosto (...) que podemos ver: Jesus de Nazaré”
(Bento XVI).
A comunicação de Jesus com o Pai foi perfeita; e tudo o que Ele recebeu do Pai,
Ele deu-nos a nós, comunicando-se da mesma forma perfeita conosco. Assim, a
proximidade do Reino de Deus, que expressa a livre iniciativa de Deus que vem
ao nosso encontro, deve mover-nos a reconhecer a proximidade do Reino, para que
também nós nos comuniquemos de forma perfeita com o Pai por meio da Palavra do
Senhor – Verbum Domini -, reconhecendo os sinais do Reino de Deus que está
perto como realização das promessas do Pai em Cristo Jesus.
Santo do Dia: São Leonardo de Porto Maurício
Paulo nasceu no ano 1676, em Porto Maurício, na Itália. Filho de um capitão da marinha, o menino ficou órfão muito pequeno. Foi então levado a Roma para concluir os estudos no Colégio Romano. Depois, foi para o Retiro de São Boaventura, onde entrou para a Ordem Franciscana e vestiu o hábito, tomando o nome de Frei Leonardo. Passou grande parte da vida em Florença. Era um empolgante pregador, destacando-se, sobretudo, na explicação da Paixão de Cristo. Santo Afonso de Ligório, seu contemporâneo, dizia que ele era o maior missionário daquele século. Também é considerado o salvador do Coliseu, ao promover pela primeira vez a liturgia da Via-Sacra naquele local, que definiu como santificado pelo martírio dos cristãos. Este gesto evitou a total ruína daquele monumento. A celebração da Via-Sacra em seu interior se tornou tradição e a histórica construção passou a ser preservada. A tradição permanece, pois até hoje o próprio pontífice, toda Sexta-feira da Paixão, faz a Via-Sacra no Coliseu, em Roma. Morreu em 1751, no seu querido Retiro de São Boaventura, em Roma.(Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, C.Ss.R.)
Reflexão: São Leonardo de Porto Maurício era devotíssimo do
Sagrado Coração de Jesus, na forma da adoração ao Jesus Eucarístico e devoto da
Virgem Maria, que lhe salvou a vida num tempo de incurável doença. Toda sua
vida, penitências e orações convergiam para redimir as pessoas, pela força
pregação e vivência do Evangelho.
TJL-ACIDIGITAL.COM-A1.COM-EVANGELI.NET
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