Reconstrução do rosto de São
Paulo / Imagem: Girleyne Costa
SÃO PAULO, 26 jan. 21 / 05:00 pm (ACI).- Um projeto desenvolvido em conjunto
entre o Departamento de Arqueologia Sacra da Academia Brasileira de Hagiologia
(ABRHAGI) e uma artista revelou qual seria o rosto do Apóstolo São Paulo.
A reconstrução artística foi apresentada na segunda-feira, 25 de
janeiro, festa da Conversão de São Paulo, e realizada em parceria entre o
especialista em relíquias da Arquidiocese de São Paulo, Fábio Tucci Farah, e a
artista Girleyne Costa.
De acordo com Farah, que também é um dos fundadores do
Departamento de Arqueologia Sacra da Academia Brasileira de
Hagiologia(ABRHAGI), um dos elementos que colaborou para a execução deste
projeto foi o ícone mais antigo do Apóstolo, encontrado há pouco mais de 10
anos nas catacumbas de Santa Tecla, em Roma.
“Em junho de 2009, o L’Osservatore Romano
divulgou uma descoberta extraordinária nas catacumbas de Santa Tecla: o ícone
mais antigo de São Paulo, datado entre o final do século quarto e início do
quinto. Abaixo de uma espessa camada removida por laser, especialistas da
Pontifícia Academia Romana de Arqueologia descobriram o afresco de um homem
calvo de rosto magro e comprido, barba escura, nariz avantajado”, citou o
especialista em declarações a Vatican News.
Segundo ele, “embora São Paulo possua uma vasta – e variada –
iconografia, o ícone descoberto nas catacumbas de Santa Tecla está em perfeita
harmonia com a única descrição disponível de sua aparência, encontrada nos Atos
de Paulo e Tecla, um texto apócrifo que remonta, possivelmente, ao século
segundo”.
Nesta descrição dos Atos de Paulo e Tecla, assinalou Farah, o
Apóstolo dos Gentios “aparece como um homem de pequena estatura, com as
sobrancelhas unidas, careca, de pernas arqueadas, olhos encovados e um grande
nariz aquilino”.
Com estas informações, Farah e Girleyne Costa puderam trabalhar
na reconstrução do rosto de São Paulo e, conforme indicou o especialista
brasileiro, “também levamos em consideração algumas características
étnico-raciais, o modo de vida de São Paulo e, claro, a
personalidade que salta de suas inúmeras epístolas”.
“Não queríamos simplesmente apresentar o retrato de um fariseu
de Tarso, que percorreu milhares de quilômetros como missionário, no século I.
Nosso objetivo era apresentar um homem com semblante de anjo que falasse às
pessoas do século XXI. Um missionário que, passados quase dois milênios, ainda
encanta a plateia”, ressaltou. Por sua vez, o Arcebispo de São Paulo, Cardeal
Odilo Pedro Scherer, ressaltou que “o apóstolo São Paulo é muito inspirador
para nossa Igreja”
e, portanto, “conhecer melhor a sua figura humana é um desejo natural, embora
ele tenha vivido em tempos ainda desprovidos dos recursos fotográficos, hoje
tão comuns e acessíveis a todos em nossos dias”.
Entretanto, sublinhou, “a pesquisa e os recursos da técnica
podem ajudar a proporcionar uma imagem aproximada daquele homem de rosto muito
marcante, olhar incisivo e presença envolvente”.
Este projeto que revelou o rosto de São Paulo segue a mesma
linha de trabalhos desenvolvidos para a reconstrução artística dos rostos de
Santa Joana D’Arc e São Tiago Zebedeu.
Segundo Fábio Farah, mais do que satisfazer a curiosidade das
pessoas, a reconstrução do rosto dos santos visa a “aproximar o fiel de sua
humanidade e, a partir dela, arrebatá-lo ao Reino Celeste”.
“A muitos devotos, a apresentação do rosto mais fidedigno é
acompanhada pelo fortalecimento da fé, pelo interesse renovado em imitar sua
vida e seus costumes. E o mais importante, ajuda a erguer os olhos em direção
Àquele ao qual todo joelho se dobra, ‘nos céus, sobre a terra e sob a terra’”,
declarou Farah à ACI Digital.
Além disso, segundo Farah revelou a Vatican News, esta
reconstrução facial do Apóstolo dos Gentios faz parte de um projeto em
desenvolvimento com o Museu de Arte Sacra de São Paulo chamado “A Verdadeira
Face dos Apóstolos de Cristo”, com a reconstrução facial de todos os apóstolos.
Oportunamente, indicou, o trabalho vai ganhar uma exposição.
Evangelho (Mc 4,21-25):
Jesus
dizia-lhes: «Será que a lâmpada vem para ficar debaixo de uma caixa ou debaixo
da cama? Pelo contrário, não é ela posta no candelabro? De fato, nada há de
escondido que não venha a ser descoberto; e nada acontece em segredo que não
venha a se tornar público. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!»
Jesus dizia-lhes: «Considerai
bem o que ouvis! A medida que usardes para os outros, servirá também para vós,
e vos será acrescentado ainda mais. A quem tem, será dado; e a quem não tem,
será tirado até o que tem».
«Será que a lâmpada vem para ficar debaixo de uma caixa ou debaixo da cama?» -Rev. D. Àngel CALDAS i Bosch(Salt, Girona, Espanha)
Hoje,
Jesus nos explica o segredo do Reino do Céu. Inclusive utiliza uma certa ironia
para mostrar-nos que a “energia” interna que tem a Palavra de Deus —a própria
Dele—, a força expansiva que se deve estender por todo o mundo, é como uma luz,
e que esta luz não pode ficar embaixo do alqueire «Dizia-lhes ainda: Traz-se
porventura a candeia para ser colocada debaixo do alqueire ou debaixo da cama?
Não é para ser posta no candeeiro?» (Mc 4,21).
Por acaso podemos imaginar a estupidez humana que seria colocar a vela acesa
embaixo da cama? Cristãos com a luz apagada ou com a luz acesa com a proibição
de iluminar! Isto sucede quando não pomos ao serviço da fé a plenitude de
nossos conhecimentos e de nosso amor. Quão antinatural resulta o egoísmo sobre
nós mesmos, reduzindo nossa vida ao limite de nossos interesses pessoais! Viver
sob a cama! Ridícula e tragicamente imóveis: “ausentes” do espírito.
O Evangelho —pelo contrário— é um santo arrebato de Amor apaixonado que quer
comunicar-se, que necessita “dizer”, que leva em si uma exigência de
crescimento pessoal, de maturidade interior, e de serviço aos outros. «Se
dizes: Basta! “Estás morto», diz Santo Agostinho. E São Josémaria: «Senhor: que
tenha peso e medida em tudo..., menos no Amor».
«‘Se alguém tem ouvidos para ouvir, que ouça.’ Lhes dizia também: ‘Ele
prosseguiu: Atendei ao que ouvis: com a medida com que medirdes, vos medirão a
vós, e ainda se vos acrescentará.’» (Mc 4,23-24). Mas, que queres dizer com
escutar?; Que devemos escutar? É a grande pergunta que devemos fazer. É o ato
de sinceridade para com Deus que nos exige saber realmente que queremos fazer.
E para saber o que devemos escutar: é necessário estar atento às insinuações de
Deus. Devemos nos introduzir no diálogo com Ele. E a conversa põe fim às “matemáticas
da medida”: «Ele prosseguiu: Atendei ao que ouvis: com a medida com que
medirdes, vos medirão a vós, e ainda se vos acrescentará. Pois, ao que tem, se
lhe dará; e ao que não tem, se lhe tirará até o que tem» (Mc 4,24-25). Os
interesses acumulados de Deus nosso Senhor são imprevisíveis e extraordinários.
Esta é uma maneira de excitar nossa generosidade.
Santo do Dia:São Tomás D'Aquino
Tomás nasceu em 1225, na Campânia, da família feudal italiana. Ingressou no mosteiro beneditino de Montecassino aos cinco anos de idade, dando início aos estudos que não pararia nunca mais. Ainda jovem, mesmo com a resistência da família, fez-se dominicano. Em Paris estudou com o grande Santo e doutor da Igreja, Alberto Magno. Depois se tornou conselheiro dos papas Urbano IV, Clemente IV e Gregório X, além do rei São Luiz da França. Também lecionou em grandes universidades de Paris, Roma, Bolonha e Nápoles e jamais se afastou da humildade de frei, da disciplina que cobrava tanto de si mesmo quanto dos outros e da caridade para com os pobres e doentes. Grande intelectual vivia imerso nos estudos, chegando às vezes a perder a noção do tempo e do lugar onde estava. Sua norma de vida era: "oferecer aos outros os frutos da contemplação". Sábios e políticos tentaram muitas vezes homenageá-lo com títulos, honras e dignidades, mas Tomás sempre recusou. Tomás D'Aquino morreu muito jovem, sem completar os quarenta e nove anos de idade, em 07 de março de 1274. É padroeiro das escolas públicas, dos estudantes e professores.(Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR)
Reflexão: Tomás de Aquino foi Doutor da Igreja, professor de
teologia, filosofia e outras ciências nas principais universidades do mundo em
seu tempo; frei caridoso, estudioso dos livros sagrados. Muito se falou, se
fala e se falará deste Santo, cuja obra perdura ao longo dos séculos.
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