quarta-feira, 31 de março de 2021

BOM DIA EVANGELHO - 01 DE ABRIL DE 2021

 

BOM DIA EVANGELHO


01 DE MARÇO DE 2021 - Quinta-feira Santa (Missa vespertina da Ceia do Senhor)

Oração: São Hugo de Grenoble, alcançai-me uma vida de contemplação, oração, escuta de Deus, trabalho e disciplina, a fim de que eu não desperdice meu tempo com coisas levianas e passageiras que comprometam minha salvação. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.

Evangelho (Jo 13,1-15):

 Antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que tinha chegado a sua hora, hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim. Foi durante a ceia. O diabo já tinha seduzido Judas Iscariotes para entregar Jesus. Sabendo que o Pai tinha posto tudo em suas mãos e que de junto de Deus saíra e para Deus voltava, Jesus levantou-se da ceia, tirou o manto, pegou uma toalha e amarrou-a à cintura. Derramou água numa bacia, pôs-se a lavar os pés dos discípulos e enxugava-os com a toalha que trazia à cintura.
Chegou assim a Simão Pedro. Este disse: «Senhor, tu vais lavar-me os pés?». Jesus respondeu: «Agora não entendes o que estou fazendo; mais tarde compreenderás». Pedro disse: «Tu não me lavarás os pés nunca!». Mas Jesus respondeu: «Se eu não te lavar, não terás parte comigo». Simão Pedro disse: «Senhor, então lava-me não só os pés, mas também as mãos e a cabeça». Jesus respondeu: «Quem tomou banho não precisa lavar senão os pés, pois está inteiramente limpo. Vós também estais limpos, mas não todos». Ele já sabia quem o iria entregar. Por isso disse: «Não estais todos limpos».
Depois de lavar os pés dos discípulos, Jesus vestiu o manto e voltou ao seu lugar. Disse aos discípulos: «Entendeis o que eu vos fiz? Vós me chamais de Mestre e Senhor; e dizeis bem, porque sou. Se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros. Dei-vos o exemplo, para que façais assim como eu fiz para vós».

«Se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros» -Mons. Josep Àngel SAIZ i Meneses Bispo de Terrassa.(Barcelona, Espanha)

Hoje lembramos aquela primeira Quinta-feira Santa da história, na qual Jesus Cristo se reúne com os seus discípulos para celebrar a Páscoa. Então inaugurou a nova Páscoa da nova Aliança, na que se oferece em sacrifício pela salvação de todos.
Na Santa Ceia, ao mesmo tempo que a Eucaristia, Cristo institui o sacerdócio ministerial. Mediante este, poderá se perpetuar o sacramento da Eucaristia. O prefácio da Missa Crismal revela-nos o sentido: «Ele escolhe alguns para fazê-los participes de seu ministério santo; para que renovem o sacrifício da redenção, alimentem a teu povo com a tua Palavra e o reconfortem com os teus sacramentos».
E aquela mesma Quinta-feira, Jesus nos dá o mandamento do amor: «Amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei» (Jo 13,34). Antes, o amor fundamentava-se na recompensa esperada em troca, ou no cumprimento de uma norma imposta. Agora, o amor cristão fundamenta-se em Cristo. Ele nos ama até dar a vida: essa tem que ser a medida do amor do discípulo, e esse tem que ser o sinal, a característica do reconhecimento cristão.
Mas, o homem não tem a capacidade para amar assim. Não é simplesmente o fruto de um esforço, senão dom de Deus. Afortunadamente, Ele é amor e —ao mesmo tempo— fonte de amor que se nos dá no Pão Eucarístico.
Finalmente, hoje contemplamos o lavatório dos pés. Na atitude de servo, Jesus lava os pés dos Apóstolos, e lhes recomenda que o façam uns aos outros (cf. Jo 13,14).
Há algo mais que uma lição de humildade neste gesto do Mestre. É como uma antecipação, como um símbolo da Paixão, da humilhação total que sofrerá para salvar todos os homens.
O teólogo Romano Guardini diz que «a atitude do pequeno que se inclina ante o grande, ainda não é humildade. É, simplesmente, verdade. O grande que se humilha ante o pequeno, é o verdadeiro humilde». Por isto Jesus Cristo é autenticamente humilde. Ante este Cristo humilde, nossos moldes se quebram. Jesus Cristo inverte os valores humanos e convida-nos a seguí-lo para construir um mundo novo e diferente desde o serviço.

Santo do Dia: São Hugo de Grenoble

Hugo nasceu numa família nobre em 1053 em Castelnovo, na França. Seu pai, Odilon de Castelnovo era um soldado da corte que depois de viúvo se casou de novo. Hugo era filho da segunda esposa. Sua mãe ocupou-se pessoalmente da educação dos filhos, conduzindo-os pelos caminhos da caridade, oração e penitência, conforme os preceitos cristãos.
Aos vinte e sete anos, Hugo foi ordenado padre e nomeado cônego. Na arquidiocese de Lião trabalhou como secretário do arcebispo. Nessa época recebeu a primeira de uma série de missões apostólicas que o conduziriam para a santidade. Foi designado, por seu superior, para trabalhar na delegação do Papa Gregório VII. Reconhecendo sua competência, inteligência, prudência e piedade, o Papa o nomeou para uma missão mais importante ainda: renovar a diocese de Grenoble.
Grenoble era uma diocese muito antiga, situada próxima aos Alpes, entre a Itália e a França, possuía uma vasta e importante biblioteca, rica em códigos e manuscritos antigos. A região era muito extensa e tinha um grande número de habitantes, mas suas qualidades terminavam aí. Há tempos a diocese estava vaga, a disciplina eclesiástica não mais existia e até os bens da Igreja estavam depredados.
Hugo foi nomeado bispo e começou o trabalho, mas eram tantas as resistências que renunciou ao cargo e retirou-se para um mosteiro. Mas, sua vida de monge durou apenas dois anos. O Papa insistiu porque estava convencido que ele era o mais capacitado para executar essa dura missão e fez com que o próprio Hugo percebesse isso também, reassumindo o cargo.
Cinco décadas depois de muito trabalho, árduo mas frutífero, a diocese estava renovada e inclusive abrigava o primeiro mosteiro da Ordem dos monges cartuchos. Foram cinqüenta e dois anos de um apostolado profundo que uniu o povo na fé em Cristo.
Hugo morreu com oitenta anos de idade, cercado pelos seus discípulos monges cartuchos que o veneravam pelo exemplo de santidade em vida.(Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR)

Reflexão: São Hugo foi grande propagador da vida monástica, pois acreditava que o silêncio, a disciplina, o falar apenas o necessário, a vida de oração, o estudo das sagradas Escrituras e o trabalho, eram os principais meios para se evitar a leviandade e alcançar a santidade. Peçamos a Deus que nos conceda ao menos um desses dons, sobretudo o dom da oração, que tudo alcança.

Relíquia Lignum Crucis (esquerda), Sudário de Oviedo e Santo Cálice (direita). Foto: Wikipédia (Domínio público). REDAÇÃO CENTRAL, 31 mar. 21 / 12:00 pm (ACI).- Embora o Santo Sudário de Turim (Itália) seja o objeto mais importante relacionado a Jesus que permanece até hoje, a Espanha também tem entre os seus tesouros três relíquias importantes de Cristo. Estas relíquias são o Santo Cálice ou Santo Graal que está guardado na Catedral de Valência (Espanha); o Sudário de Oviedo, pano que cobriu o rosto de Jesus; e o Lignum Crucis, um pedaço da cruz do Senhor. Estas relíquias foram estudadas em profundidade e permitem aproximar-se um pouco mais da Paixão de Cristo.

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terça-feira, 30 de março de 2021

BOM DIA EVANGELHO - 31. MARÇO. 2021

 

BOM DIA EVANGELHO


31 DE MARÇO DE 2021 - Quarta-feira Santa

-Imagem ilustrativa de Frei Fábio Melo Vasconcelos

Oração: Senhor Deus e Pai, vossa bondade supera todas nossas expectativas. Sua graça nos concede muito mais do que precisamos. Fica sempre conosco e dai-nos, pela intercessão de santa Balbina, a coragem de enfrentar todas as adversidades do dia-a-dia. Por Cristo nosso Senhor. Amém!

Evangelho (Mt 26,14-25):

 Um dos doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os sumos sacerdotes e disse: «Que me dareis se eu vos entregar Jesus?». Combinaram trinta moedas de prata. E daí em diante, ele procurava uma oportunidade para entregá-lo.
No primeiro dia dos Pães sem fermento, os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram: «Onde queres que façamos os preparativos para comeres a páscoa?». Jesus respondeu: «Ide à cidade, procurai certo homem e dizei-lhe: ‘O Mestre manda dizer: o meu tempo está próximo, vou celebrar a ceia pascal em tua casa, junto com meus discípulos’». Os discípulos fizeram como Jesus mandou e prepararam a ceia pascal.
Ao anoitecer, Jesus se pôs à mesa com os Doze. Enquanto comiam, ele disse: «Em verdade vos digo, um de vós me vai entregar». Eles ficaram muito tristes e, um por um, começaram a perguntar-lhe: «Acaso sou eu, Senhor?». Ele respondeu: «Aquele que se serviu comigo do prato é que vai me entregar. O Filho do Homem se vai, conforme está escrito a seu respeito. Ai, porém, daquele por quem o Filho do Homem é entregue! Melhor seria que tal homem nunca tivesse nascido!». Então Judas, o traidor, perguntou: «Mestre, serei eu?». Jesus lhe respondeu: «Tu o dizes».

«Em verdade vos digo, um de vós me vai entregar» - P. Raimondo M. SORGIA Mannai OP(San Domenico di Fiesole, Florencia, Italia)

Hoje, o Evangelho nos propõe —pelo menos— três considerações. A primeira é que, quando o amor ao Senhor se esfria, então a vontade cede a outros reclamos, onde a voluptuosidade parece oferecer-nos os pratos mais saborosos mas, na realidade, condimentados por degradantes e inquietantes venenos. Dada a nossa nativa fragilidade, não devemos permitir que o fogo do fervor diminua, que, se não sensível, pelo menos mental, nos une a Aquele que nos tem amado ao ponto de oferecer sua vida por nós.
A segunda consideração refere-se à misteriosa escolha do lugar donde Jesus quer consumir sua ceia Pascal. «Jesus respondeu: “Ide à cidade, procurai certo homem e dizei-lhe: ‘O Mestre manda dizer: o meu tempo está próximo, vou celebrar a ceia Pascal em tua casa, junto com meus discípulos’» (Mt 26,18). O dono da casa, talvez, não fosse um dos amigos declarados do Senhor; mas devia ter o ouvido atento para escutar o chamado “interior”. O Senhor lhe teria falado intimamente —como freqüentemente nos fala—, a través de mil incentivos para que lhe abrisse a porta. Sua fantasia e sua onipotência, suportes do amor infinito com o qual nos ama, não conhecem fronteiras e se expressam de modo sempre apto a cada situação pessoal. Quando escutemos o chamado devemos “render-nos”, deixando à parte as sutilezas e aceitando com alegria esse “mensageiro libertador”. É como se alguém estivesse se apresentado à porta do cárcere e nos convida a segui-lo, como fez o Anjo com Pedro dizendo-lhe: « Levanta-te depressa! As correntes caíram-lhe das mãos» (Ats 12,7).
O terceiro motivo de meditação nos oferece o traidor que tenta esconder seu crime ante a presença examinadora do Onisciente. O próprio Adão já tinha tentado, depois, seu filho fratricida Caim, embora, inutilmente. Antes de ser nosso perfeito Juiz, Deus se apresenta como pai e mãe, que não se rende ante a idéia de perder a um filho. A Jesus lhe dói o coração não tanto por ter sido traído, mas por ver a um filho distanciar-se irremediavelmente Dele.

Santo do Dia; Santa Balbina

Apesar de poucas certezas sobre a vida de Santa Balbina, seu nome é venerado em uma antiquíssima igreja na via Ápia, nas proximidades de Roma. Também temos um cemitério que leva seu nome, supostamente o local onde Balbina foi enterrada. É venerada como mártir, mas destaca-se sua consagração a Deus pela virgindade e sua perseverança de servir a Cristo. Diz a história que Balbina, filha do militar Quirino, foi curada milagrosamente pelo papa e mártir são Adriano, que estava na prisão. Este fato levou a família de Balbina à conversão e todos foram batizados. Balbina, por sua vez, ofereceu a Deus virgindade perpétua. Seu pai, Quirino, também recebeu a coroa do martírio. Sua vida era muito representada no teatro medieval, o que causa certa confusão histórica, uma vez que a arte mistura muito realidade e ficção. Mas é pelo teatro que ficamos sabendo do martírio de Balbina e de sua consagração. Dizem as histórias sobre santa Balbina, que muitos jovens quiseram desposá-la, mas sua firmeza de caráter a manteve fiel ao seu voto de castidade. Balbina sofreu o martírio sob o imperador Adriano II. Viveu santamente e recebeu a glória de ter o nome marcado na história da igreja. - Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR.

Reflexão: A vida cristã é marcada pelo compromisso com a pregação do Reino de Deus. Jesus nos convidou a falar do Reino, mas também exigiu que testemunhássemos, através de obras concretas, nossa fé neste Reino vindouro. A vida de santa Balbina entrou para a história porque ela soube conjugar fé e obras, chegando ao extremo gesto de confiança em Cristo pelo testemunho do martírio. Sua consagração a Deus foi plena e vivida em total liberdade. Muitas vezes somos inconstantes em assumir nossa vocação, desconfiando do amor de Deus e de que Ele nos concede as forças necessárias para bem viver. Que tal confiar mais na providência de Deus?

O novo rosto de Deus(José Antonio Pagola)

Os discípulos de Jesus já não são mais os mesmos. O encontro com Jesus, cheio de vida, depois de sua execução, transformou-os totalmente. Eles começaram a vê-lo de maneira nova. Deus era o ressuscitador de Jesus. De pronto tiraram as consequências.

Deus é amigo da vida. Agora não restava mais nenhuma dúvida. O que Jesus havia dito era verdade: “Deus não é um Deus dos mortos, mas dos vivos”. Os humanos poderão destruir a vida de mil maneiras, mas, se Deus ressuscitou Jesus, isto significa que Ele só quer a vida para seus filhos. Não estamos sós nem perdidos diante da morte. Podemos contar com um Pai que, acima de tudo, inclusive acima da morte, quer ver-nos cheios de vida. Daí em diante só há uma maneira cristã de viver que assim se resume: trazer vida onde outros trazem morte.

Deus é dos pobres. Jesus o havia dito de muitas maneiras, mas não era fácil acreditar nele. Agora é diferente. Se Deus ressuscitou Jesus, quer dizer que é verdade: “Felizes os pobres, porque têm a Deus”. A última palavra não é de Tibério nem de Pilatos, a última decisão não é de Caifás nem de Anás. Deus é o último defensor dos que não interessam a ninguém. Só existe uma maneira de parecer-se com Ele: defender os pequenos e indefesos.

Deus ressuscita os crucificados. Deus reagiu diante da injustiça criminal daqueles que crucificaram Jesus. Se Ele o ressuscitou, é porque quer introduzir justiça diante de tanto abuso e crueldade que se comete no mundo. Deus não está do lado dos que crucificam, está com os crucificados. Só há uma maneira de imitá-lo: estar sempre junto dos que sofrem, lutar sempre contra os que fazem sofrer.

Deus secará nossas lágrimas. Deus ressuscitou Jesus. O rejeitado por todos foi acolhido por Deus. O desprezado foi glorificado. O morto está mais vivo do que nunca. Agora sabemos como é Deus. Um dia Ele “enxugará todas as nossas lágrimas, e não haverá mais morte, não haverá gritos nem fadigas. Tudo isto terá passado”.

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segunda-feira, 29 de março de 2021

Bom dia evangelho - 30. março. 2021

 

BOM DIA EVANGELHO


30 DE MARÇO DE 2021-Terça-feira Santa

Oração: São João Clímaco quantos jovens se sentem chamados a uma vida contemplativa e não tem forças ou oportunidades para se integrar neste mundo de elevação espiritual. Concedei aos vocacionados serem corajosos para assumir o compromisso com Deus e com a Igreja. Só mesmo em um coração puro, sem orgulho, sem egoísmo, um coração verdadeiramente cheio de Deus pode realizar milagres. E se não os realizamos é porque não fomos nem puros, nem santos segundo a vontade de Deus. Intercedei junto a Deus por mim. Amém!

Evangelho (Jo 13,21-33.36-38): 

Depois de dizer isso, Jesus ficou interiormente perturbado e testemunhou: «Em verdade, em verdade, vos digo: um de vós me entregará». Desconcertados, os discípulos olhavam uns para os outros, pois não sabiam de quem estava falando. Bem ao lado de Jesus estava reclinado um dos seus discípulos, aquele que Jesus mais amava. Simão Pedro acenou para que perguntasse de quem ele estava falando. O discípulo, então, recostando-se sobre o peito de Jesus, perguntou: «Senhor, quem é?». Jesus respondeu: «É aquele a quem eu der um bocado passado no molho». Então, Jesus molhou um bocado e deu a Judas, filho de Simão Iscariotes. Depois do bocado, Satanás entrou em Judas. Jesus, então, lhe disse: «O que tens a fazer, faze logo». Mas nenhum dos presentes entendeu por que ele falou isso. Como Judas guardava a bolsa, alguns pensavam que Jesus estava dizendo: «Compra o que precisamos para a festa», ou que desse alguma coisa para os pobres. Então, depois de receber o bocado, Judas saiu imediatamente. Era noite.
Depois que Judas saiu, Jesus disse: «Agora foi glorificado o Filho do Homem, e Deus foi glorificado nele. Se Deus foi glorificado nele, Deus também o glorificará em si mesmo, e o glorificará logo. Filhinhos, por pouco tempo eu ainda estou convosco. Vós me procurareis, e agora vos digo, como eu disse também aos judeus: ‘Para onde eu vou, vós não podeis ir’. Simão Pedro perguntou: «Senhor, para onde vais?». Jesus respondeu-lhe: «Para onde eu vou, não podes seguir-me agora; mais tarde me seguirás». Pedro disse: «Senhor, por que não posso seguir-te agora? Eu darei minha vida por ti!». Jesus respondeu: «Darás tua vida por mim? Em verdade, em verdade, te digo: não cantará o galo antes que me tenhas negado três vezes».

«Era noite» - Abbé Jean GOTTIGNY(Bruxelles, Belgica)

Hoje, Terça-feira Santa, a liturgia põe o acento sobre o drama que está a ponto de desencadear-se e que concluirá com a crucifixão da Sexta-feira Santa. «Então, depois de receber o bocado, Judas saiu imediatamente. Era noite» (Jo 13,30). Sempre é de noite quando nos distanciamos do que é «Luz de Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro» (Símbolo de Niceas-Constantinopla).
O pecador é o que dá as costas ao Senhor para gravitar ao redor das coisas criadas, sem referi-las a seu Criador. Santo Agostinho descreve o pecado como «um amor a si mesmo até o desprezo de Deus». Uma traição. Uma prevaricação fruto da «arrogância com a que queremos emancipar-nos de Deus e não ser nada mais que nós mesmos; a arrogância pela que cremos não ter necessidade do amor eterno, e sim que desejamos dominar nossa vida por nós mesmos» (Bento XVI). Podemos entender que Jesus, aquela noite, tenha-se sentido «turbado em seu interior» (Jo 13,21).
Afortunadamente, o pecado não é a última palavra. Esta é a misericórdia de Deus. Mas ela supõe uma “mudança” de nossa parte. Uma mudança da situação que consiste em despegar-se das criaturas para vincular-se a Deus e reencontrar assim a autêntica liberdade. No entanto, não vamos esperar estar aborrecidos das falsas liberdades que tomamos, para mudar a Deus. Segundo denunciou o padre jesuíta Bourdaloue, «quiséramos converter-nos quando estivéssemos cansados do mundo ou, melhor dito, quando o mundo estivesse cansado de nós». Sejamos mais espertos. Decidamo-nos agora. A Semana Santa é a ocasião propícia. Na Cruz, Cristo abre seus braços a todos. Ninguém está excluído Todo ladrão arrependido tem seu lugar no paraíso. Isso sim, a condição de mudar de vida e de reparar, como o do Evangelho: «Para nós, é justo sofrermos, pois estamos recebendo o que merecemos; mas ele não fez nada de mal» (Lc 23,41).

Santo do Dia: São João Clímaco 

No século IV, depois das perseguições romanas, vários mosteiros rudimentares foram construídos no Monte Sinai. Neste local os monges que se entregavam à vida de oração e contemplação. Esses mosteiros tornaram-se famosos pela hospitalidade para com os peregrinos e pelas bibliotecas que continham manuscritos preciosos. Foi neste ambiente que viveu e atuou o maior dos monges do Monte Sinai, João Clímaco. João nasceu na Síria, por volta do ano 579. De grande inteligência, formação literária e religiosa, ainda muito jovem, aos dezesseis anos, optou pelo deserto e viajou para o Monte Sinai, tornando-se discípulo em um dos mais renomados mosteiros. Isso aconteceu depois de renunciar a fortuna da família e a uma posição social promissora. Preferiu um cotidiano feito de oração, jejum continuado, trabalho duro e estudos profundos. Só descia ao vale para recolher frutas e raízes. São João Clímaco decidiu nunca mais comer carne, fosse ela vermelha ou branca. Também passou a sair de sua cela apenas para participar da Eucaristia, aos domingos. Sua fama se espalhou e muitos peregrinos iam procurá-lo para aprender com seus ensinamentos e conselhos. Inicialmente eram apenas os que desejavam seguir a vida monástica, depois eram os fiéis que queriam uma benção do monge, já tido em vida como santo. Aos sessenta anos João foi eleito por unanimidade abade geral de todos os eremitas da serra do Monte Sinai. Nesse período ele escreveu muito, e o que dele se conserva até hoje é um livro chamado "Escada do Paraíso". Seu sobrenome, Clímaco (“Klímax”) em grego significa "aquele da escada", e foi-lhe dado em homenagem ao livro que escreveu. No livro ele estabeleceu trinta degraus necessários para alcançar a perfeição da vida. João Clímaco morreu no dia 30 de março de 649, amado e venerado por todos os cristãos do mundo oriental e ocidental, sendo celebrado por todos eles no mesmo dia do seu falecimento. + Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR

Reflexão: As raízes primitivas da tradição contemplativa são sem dúvida os Evangelhos e a vida de oração de Jesus, que buscava frequentemente o silêncio e a solidão para estar em comunhão com seu Pai. Ele falava do Reino interior e ensinava a rezar ao Pai no silêncio de nosso quarto. São João Clímaco soube silenciar seu coração para ouvir a voz de Deus e nunca deixou de acolher carinhosamente todos os homens e mulheres que o procuravam para receber seus conselhos. Num mundo de tanto barulho e agitação, que tal buscar momentos de silêncio para a oração diária?

Jesus diante de Pilatos no "Ecce Homo", de Antonio Ciseri / Domínio Público REDAÇÃO CENTRAL, 29 mar. 21 / 05:00 pm (ACI).

- Diante de uma nova Semana Santa que o mundo viverá em meio à crise da pandemia de Covid-19, o padre mexicano Hugo Valdemar comentou sobre o que se pode aprender e o que Deus nos quer dizer neste tempo.Em conversa com ACI Prensa, seviço em espanhol do grupo ACI, Pe. Valdemar, penitenciário canônico da Arquidiocese primaz do México, ressaltou que viver estes dias santos por mais um ano com a pandemia ensina que “não somos invencíveis, que somos ecessitados  de salvação e redenção”.

Além disso, continuou, a crise que o mundo vive nos mostra que “só unidos a Deus, a Cristo Senhor, é possível vencer o pecado e a morte.” “Hoje mais do que nunca precisamos reconhecer que, sem Deus, sem seu imenso amor manifestado através de Jesus, estamos destinado à ruína e à morte. Só Jesus pode nos salvar e está disposto a fazê-lo para quem o chama e pede seu auxílio e misericórdia”, disse. Segundo a universidade americana Johns Hopkins, um dos mais importantes centros de estudo de medicina do mundo, até o dia 26 de março haviam sido confirmados mais de 126 milhões de casos de Covid-19. Foram registrados 2,7 milhões de mortos por causa da doença no mundo todo. Pe. Valdemar animou os católicos a não esquecer que os dias da Semana Santa “são dias santos, como se dizia antigamente. São dias para ‘guardar’, quer dizer, são um espaço para reserevar nosso tempo para Deus”. “É verdade que se viverá uma Semana Santa cheia de restrições, a maioria delas absurdas e ridículas às quais aderiram muitos pastores de modo acrítico”, lamentou o sacerdote. “Mas, independente da presença  nos templos, deve-se buscar espaço para participar, seja pelos meios de comunicação ou através das diversas transmissões. Ou, melhor ainda, de maneira pessoal e familiar.” Estes dias devem ser vividos “refletindo, orando, contemplando através da Sagrada Escritura a paixão, morte e ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.”

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domingo, 28 de março de 2021

BOM DIA EVANGELHO - 29. MARÇO. 2021(SEGUNDA-FEIRA)

 

BOM DIA EVANGELHO


29 DE MARÇO DE 2021 - Segunda-feira Santa

Oração: Querido Deus de bondade, fortalecei-nos com o dom da fé e dai-nos a perseverança nas dificuldades da vida. Permita que, pela intercessão de São Segundo, sejamos coroados com a graça da santidade. Por Cristo Nosso Senhor. Amém!

Evangelho (Jo 12,1-11):

 Seis dias antes da Páscoa, Jesus foi a Betânia, onde morava Lázaro, que ele tinha ressuscitado dos mortos. Lá, ofereceram-lhe um jantar. Marta servia, e Lázaro era um dos que estavam à mesa com ele.
Maria, então, tomando meio litro de perfume de nardo puro e muito caro, ungiu os pés de Jesus e os enxugou com os cabelos. A casa inteira encheu-se do aroma do perfume. Judas Iscariotes, um dos discípulos, aquele que entregaria Jesus, falou assim:«Por que este perfume não foi vendido por trezentos denários para se dar aos pobres?». Falou assim, não porque se preocupasse com os pobres, mas, porque era ladrão: ele guardava a bolsa e roubava o que nela se depositava. Jesus, porém, disse: «Deixa-a! que ela o guarde em vista do meu sepultamento. Os pobres, sempre os tendes convosco. A mim, no entanto, nem sempre tereis».
Muitos judeus souberam que ele estava em Betânia e foram para lá, não só por causa dele, mas também porque queriam ver Lázaro, que Jesus tinha ressuscitado dos mortos. Os sumos sacerdotes, então, decidiram matar também Lázaro, pois por causa dele muitos se afastavam dos judeus e começaram a crer em Jesus».

«Ungiu os pés de Jesus e os enxugou com os cabelos» - Rev. D. Jordi POU i Sabater(Sant Jordi Desvalls, Girona, Espanha)

Hoje, no Evangelho, apresentam-se-nos duas atitudes sobre Deus, Jesus Cristo e a própria vida. Perante a unção que Maria faz ao seu Senhor, Judas protesta: «Judas Iscariotes, um dos discípulos, aquele que entregaria Jesus, falou assim: «Por que este perfume não foi vendido por trezentos denários para se dar aos pobres?» (Jo 12,4-5). O que disse não é nenhuma barbaridade, estava de acordo com a doutrina de Jesus É muito fácil protestar perante o que os outros fazem, mesmo quando não se têm segundas intenções como no caso de Judas.
Qualquer protesto deve ser um ato de responsabilidade: ao protestar devemos pensar como seria se nós o tivéssemos feito, o que estamos dispostos a fazer. Caso contrário o protesto pode ser apenas —como neste caso— a queixa dos que atuam mal perante os que procuram fazer as coisas o melhor que conseguem.
Maria unge os pés de Jesus e seca-os com os seus cabelos, porque acredita ser o que deve fazer. É uma ação pintada de excelente magnanimidade: fê-lo tomando meio litro de perfume de nardo puro e muito caro» (Jo 12,3). É um ato de amor e, como todo o ato de amor, difícil de entender pelos que não o partilham. Creio que a partir daquele momento, Maria entendeu o que séculos mais tarde Santo Agostinho escreveria: «provavelmente, nesta terra, os pés do Senhor ainda estejam necessitados. Pois, quem, fora dos seus membros, disse: “Tudo o que fizerdes a um destes mais pequenos… é a mim que o fazeis? Vós gastais aquilo que vos sobra, mas fizestes o que é de agradecer aos meus pés».
O protesto de Judas não tem nenhuma utilidade, apenas leva à traição. A ação de Maria leva-a a amar mais ao seu Senhor e, como consequência, a amar mais os “pés” de Cristo que existem neste mundo.

Santo do Dia: São Segundo

Segundo era um soldado pagão, filho de nobres, nascido em Asti, norte da Itália, no final do século primeiro.

Profundo admirador dos mártires cristãos, que o intrigavam pelo heroísmo e pela fé em Cristo. Chegava a visitá-los nos cárceres de Asti, conversando muito com todos. Consta dos registros da Igreja, que foi assim que tomou conhecimento da Palavra de Cristo.

Entretanto, sua conversão aconteceu mesmo durante uma viagem a Milão, onde visitou no cárcere os cristãos Faustino e Jovita. Esta conversão está envolta em muitas tradições cristãs. Os devotos dizem que Segundo teria sido levado à prisão por um anjo, para lá receber o batismo através das mãos daqueles mártires. A água necessária para a cerimônia teria vindo de uma nuvem. Logo depois, uma pomba teria lhe trazido a Santa Comunhão.

Depois disso, aconteceu o prodígio mais fascinante, narrado através dos séculos, da vida deste santo. Conta-se que ele conseguiu atravessar a cavalo o Rio Pó, sem se molhar, para levar a Eucaristia ao bispo Marciano, antes do martírio. O Rio Pó, minúsculo apenas no nome, é um rio imponente, tanto nas cheias, quanto nas baixas.

Passado este episódio extraordinário, Saprício, o prefeito de Asti, soube finalmente da conversão de seu amigo. Tentou de todas as formas fazer Segundo abandonar o cristianismo, mas como não conseguiu, mandou então que o prendessem, julgassem e depois de torturá-lo deixou que o decapitassem. Era o dia 29 de março do ano 119.

No local do seu martírio foi erguida uma igreja onde, num relicário de prata, se conservam as suas relíquias mortais. Uma vida cercada de tradições, prodígios, graças e sofrimentos foi o legado que nos deixou São Segundo de Asti, que é o padroeiro da cidade de Asti. Seu culto é muito popular no norte da Itália e em todo o mundo católico. -Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR

Reflexão: A vida de muitos santos é cercada de fatos extraordinários. Milagres, curas, histórias fantásticas! Não vamos preocupar demais com estas histórias e com a veracidade delas. Firmemos nosso olhar naquilo que é o essencial: a vida dos santos foi sempre voltada para o amor ao Cristo e a caridade para com o próximo. Isto é o fundamental e corresponde ao mandamento de Jesus: “Amai a Deus e amai ao próximo”.

Irmã Lúcia com o Papa São João Paulo II / Foto: Santuário de Fátima REDAÇÃO CENTRAL, 28 mar. 21 / 07:00 am (ACI).-

Há exatos 114 anos, nascia em Portugal, a Irmã Lúcia de Jesus, que em 1917 foi uma das videntes de Fátima, ao lado de seus primos, os Santos Francisco e Jacinta Marto. Lúcia Rosa dos Santos nasceu em Aljustrel, no dia 28 de março de 1907, e foi batizada dois dias depois. Recebeu a Primeira Comunhão em 30 de maio de 1913, por mediação do Pe. Cruz – de acordo com a documentação conhecida –, impressionado com os seus conhecimentos catequéticos. Em suas 'Memórias', relata que em 1915 teve pela primeira vez visões de uma espécie de nuvem, com forma humana, por três ocasiões diferentes, quando estava com outras amigas. E, a partir do ano seguinte, Lúcia e seus primos Francisco e Jacinta receberam as manifestações do Anjo de Portugal. Em 13 de maio de 1917, apareceu aos três pastorinhos a Virgem Maria e, a partir de então, a vida deles se transformou completamente.  As crianças acolheram o apelo de Nossa Senhora, passaram a recitar diariamente o terço, fazer sacrifícios pelos pecadores e, durante seis meses, sempre no dia 13, comparecem ao local onde a Virgem lhes aparecia. Além disso, Lúcia, Francisco e Jacinta passaram a ser constantemente interrogados sobre o que viram e acusados de mentirem e inventarem os acontecimentos. Mas, nada disso desanimou a fé daquelas crianças, que seguiram firmes no amor a Deus e à Nossa Senhora. Após a última aparição em 13 de outubro de 1917, Lúcia se recolheu no Asilo de Vilar, a conselho do Bispo de Leiria, Dom José Alves Correia da Silva, começando assim uma vida retirada do mundo. Em 5 de janeiro de 1922, escreveu o primeiro relato das aparições e, em 8 de julho de 1924, respondeu, no Porto, ao interrogatório oficial da Comissão Canônica Diocesana nomeada por Dom José Alves Correia da Silva, sobre os acontecimentos de Fátima. Posteriormente, em 1925, Lúcia ingressou na Congregação de Santa Doroteia, na Espanha, onde se deram as aparições de Tuy e Pontevedra, as aparições da Santíssima Trindade, de Nossa Senhora e do Menino Jesus. Desejando uma vida de maior recolhimento para responder à mensagem que a Senhora lhe tinha confiado, entrou no Carmelo de Coimbra, em 1948, onde se entregou mais profundamente à oração e ao sacrifício e tomou o nome de Irmã Maria Lúcia de Jesus e do Coração Imaculado. Foi neste Carmelo que Irmã Lúcia faleceu em 13 de fevereiro de 2005. Atualmente, seus restos mortais se encontram sepultados na Basílica de Nossa Senhora do Rosário, no Santuário de Fátima, desde o dia 19 de fevereiro de 2006. Durante sua vida, Ir. Lúcia respondeu a milhares de cartas e pedidos de orações das mais variadas pessoas, entre Papas, chefes de estado e de governo, cineastas e gente simples. Tais correspondências foram analisadas durante a fase diocesana do processo de canonização que chegou ao fim em 13 de fevereiro de 2017. Agora, o processo de canonização de Irmã Lúcia se encontra na competência direta da Santa Sé e do Papa.

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DOMINGO DE RAMOS

 

Missa de Domingo de Ramos: Papa descreve qual é a grandeza da vida

Papa Francisco no Domingo de Ramos. Foto: Vatican Media Vaticano, 28 mar. 21 / 09:17 am (ACI).- Ao iniciar a Semana Santa, com a celebração da Missa da Paixão do Senhor neste Domingo de Ramos, o Papa Francisco descreveu em que consiste a grandeza da vida.

“Recomecemos do assombro; olhemos o Crucificado e digamos-Lhe: “Senhor, quanto me amais! Como sou precioso a vossos olhos!” Deixemo-nos surpreender por Jesus para voltar a viver, porque a grandeza da vida não está na riqueza nem no sucesso, mas na descoberta de que somos amados. Esta é a grandeza da vida, descobrir-se amados e a grandeza da vida está na beleza de amar”, advertiu o Papa.

Pelo segundo ano consecutivo, a Missa do Domingo de Ramos não foi realizada na Praça de São Pedro devido às medidas restritivas da Covid-19.

No entanto, este ano houve uma pequena procissão com ramos do Papa com os cardeais que concelebraram a missa. A procissão foi do altar da confissão até o altar da cátedra, onde se celebrou a Eucaristia. Cerca de 120 fiéis também puderam assistir à cerimônia, mas permaneceram em seus lugares com um pequeno ramo de oliveira.

No início da Missa, o Santo Padre recordou a entrada de Cristo em Jerusalém com esta oração: “Irmãos e irmãs, desde o início da Quaresma começamos a preparar os nossos corações com penitências e obras de caridade. Hoje estamos aqui reunidos para que com toda a Igreja possamos entrar no mistério pascal de nosso Senhor Jesus Cristo, que, para dar cumprimento real à sua paixão e ressurreição, entrou na sua cidade, Jerusalém, por isso sigamos o Senhor recordando a sua entrada salvífica com fé e devoção, para que possamos participar no mistério da cruz pela graça, e possamos participar na ressurreição e na vida eterna”.

Em seguida, como é tradição, o Papa abençoou os ramos de oliveira, um diácono cantou o trecho do Evangelho de São João que narra a entrada de Jesus em Jerusalém, e depois aconteceu a procissão formada por 30 cardeais e, no final dela, o Pontífice.

Durante a missa, foram lidas as leituras e o Evangelho da Paixão do Senhor foi cantado por três solistas e um coro.

Na homilia, o Papa sublinhou que “todos os anos, esta liturgia cria em nós uma atitude de espanto, de surpresa: passamos da alegria de acolher Jesus, que entra em Jerusalém, à tristeza de O ver condenado à morte e crucificado. É uma atitude interior que nos acompanhará ao longo da Semana Santa”.

“Jesus começa logo por nos surpreender. O seu povo acolhe-O solenemente, mas Ele entra em Jerusalém num jumentinho. Pela Páscoa, o seu povo espera o poderoso libertador, mas Jesus vem cumprir a Páscoa com o seu sacrifício. O seu povo espera celebrar a vitória sobre os romanos com a espada, mas Jesus vem celebrar a vitória de Deus com a cruz. Que se passou com aquele povo que, em poucos dias, passou dos «hossanas» a Jesus ao grito «crucifica-O»? O que aconteceu?”, advertiu o Papa.

Nessa linha, o Santo Padre disse que aquelas pessoas “seguiam mais uma imagem de Messias do que o Messias. Seguiam uma imagem, não o Messias. Admiravam Jesus, mas não estavam prontas para se deixar surpreender por Ele” e explicaram que “a surpresa é diferente da admiração” porque “a admiração pode ser mundana, porque busca os próprios gostos e anseios de cada um; a surpresa, ao contrário, permanece aberta ao outro, à sua novidade”.

“Também hoje há muitos que admiram Jesus: falou bem, amou e perdoou, o seu exemplo mudou a história... Admiram-No, mas a vida deles não muda. Porque não basta admirar Jesus; é preciso segui-Lo no seu caminho, deixar-se interpelar por Ele: passar da admiração à surpresa”, indicou.

Neste sentido, o Papa sublinhou que o mais surpreendente do Senhor e da sua Páscoa é “o fato de Ele chegar à glória pelo caminho da humilhação.” e acrescentou que “fê-lo por nós, para tocar até ao fundo a nossa realidade humana, para atravessar toda a nossa existência, todo o nosso mal; para Se aproximar de nós e não nos deixar sozinhos no sofrimento e na morte; para nos recuperar, para nos salvar”.

“Jesus sobe à cruz para descer ao nosso sofrimento. Prova os nossos piores estados de ânimo: o fracasso, a rejeição geral, a traição do amigo e até o abandono de Deus. Experimenta na sua carne as nossas contradições mais dilacerantes e, assim, as redime e transforma. O seu amor aproxima-se das nossas fragilidades, chega até onde mais nos envergonhamos. Agora sabemos que não estamos sozinhos! Deus está conosco em cada ferida, em cada medo: nenhum mal, nenhum pecado tem a última palavra. Deus vence, mas a palma da vitória passa pelo madeiro da cruz. Por isso, os ramos e a cruz estão juntos”, destacou.

Por isso, o Papa convidou esta Semana Santa a levantar “o olhar para a cruz a fim de recebermos a graça do assombro” e relatou que São Francisco de Assis, olhando para o Crucificado, ficou maravilhado que os seus frades não chorassem.

“E nós, conseguimos ainda deixar-nos comover pelo amor de Deus? Porque é que já não sabemos surpreender-nos à vista d’Ele? Talvez porque a nossa fé foi corroída pelo hábito; talvez porque ficamos fechados nas lamúrias e deixamo-nos paralisar pelos dissabores; talvez porque perdemos a confiança em tudo, chegando ao ponto de nos consideramos fracassados. Mas, por trás destes «talvez», encontra-se o fato de não estarmos abertos ao dom do Espírito, que é Aquele que nos dá a graça do assombro”, afirmou.

Por fim, o Santo Padre destacou a cena do centurião que descreveu como "a imagem mais bela do assombro" porque, ao ver Jesus morrer, exclamou: “Verdadeiramente este homem era Filho de Deus!” e acrescentou: “E de que maneira vira Jesus morrer? Viu-O morrer amando e isso o maravilhou. Sofria, estava exausto, mas continuava a amar. Eis aqui a surpresa diante de Deus, que sabe encher de amor o próprio morrer. Neste amor gratuito e inaudito, o centurião, um pagão, encontra Deus. Verdadeiramente era Filho de Deus! A sua frase chancela a Paixão.”

“Irmãos e irmãs, hoje, Deus ainda surpreende a nossa mente e o nosso coração. Deixemos que nos impregne este assombro, olhemos para o Crucificado e digamos também nós: ‘Vós sois verdadeiramente Filho de Deus. Vós sois o meu Deus’”, concluiu o Papa.

quinta-feira, 25 de março de 2021

bom dia evangelho - 26. março. 2021

 

BOM DIA EVANGELHO


26 DE MARÇO DE 2021-Sexta-feira da 5ª semana da Quaresma

Oração: Ó Deus, que aos vossos pastores associastes São Bráulio de Saragoça, animado de ardente caridade e da fé que vence o mundo, dai a nossos bispos, por sua intercessão, perseverar na caridade e na fé e participar de sua glória. Por Cristo nosso Senhor. Amém!

Evangelho (Jo 10,31-42):

 De novo, os judeus pegaram em pedras para apedrejar Jesus. E ele lhes disse: «Eu vos mostrei muitas obras boas da parte do Pai. Por qual delas me quereis apedrejar?». Os judeus responderam: «Não queremos te apedrejar por causa de uma obra boa, mas por causa da blasfêmia. Tu, sendo apenas um homem, pretendes ser Deus»! Jesus respondeu: «Acaso não está escrito na vossa Lei: ‘Eu disse: sois deuses’? Ora, ninguém pode anular a Escritura. Se a Lei chama deuses as pessoas às quais se dirigiu a palavra de Deus, por que, então, acusais de blasfêmia àquele que o Pai consagrou e enviou ao mundo, só porque disse: ‘Eu sou Filho de Deus’? Se não faço as obras do meu Pai, não acrediteis em mim. Mas, se eu as faço, mesmo que não queirais crer em mim, crede nas minhas obras, para que saibais e reconheçais que o Pai está em mim e eu no Pai».Mais uma vez, procuravam prendê-lo, mas ele escapou das suas mãos. Jesus se retirou de novo para o outro lado do Jordão, para o lugar onde, antes, João esteve batizando. Ele permaneceu lá, e muitos foram a ele. Diziam: «João não fez nenhum sinal, mas tudo o que ele falou a respeito deste homem é verdade». E muitos, ali, passaram a crer nele.

«Por qual delas me quereis apedrejar?» -Rev. D. Carles ELÍAS i Cao(Barcelona, Espanha)

Hoje sexta-feira, quando falta só uma semana para comemorar a morte do Senhor, o Evangelho nos apresenta os motivos de sua condena. Jesus tenta mostrar a verdade, mas os judeus o têm por blasfemo e réu de lapidação. Jesus fala das obras que realiza. Obras de Deus que o acreditam, de como pode dar-se a si mesmo o título de “Filho de Deus”... No entanto, fala desde umas categorias difíceis de entender para seus adversários: “estar com a verdade”, “escutar sua voz”...; fala-lhes desde o seguimento e o compromisso com sua pessoa que fazem com que Jesus seja conhecido e amado —«Jesus virou-se para trás, e vendo que o seguiam, perguntou: «O que é que vocês estão procurando?» Eles disseram: «Rabi (que quer dizer Mestre), onde moras?» (Jn 1,38)—. Mas tudo parece inútil: é tão grande o que Jesus tenta dizer que eles não podem entender, somente poderão compreender os pequenos e simples, porque o Reino está escondido aos sábios e entendidos.
Jesus luta por apresentar argumentos que possam ser aceitos, mas a tentativa é em vão. No fundo, morrerá por dizer a verdade sobre si mesmo, por ser fiel a si mesmo, à sua identidade e à sua missão. Como profeta, apresentará um chamado à conversão e será rejeitado, um novo rosto de Deus e será esculpido, uma nova fraternidade e será abandonado.
Novamente se levanta a Cruz do Senhor com toda sua força como estandarte verdadeiro, como única razão indiscutível: «Oh admirável virtude da santa cruz! Oh inefável gloria do Pai! Nela podemos considerar o tribunal do Senhor, o juízo do mundo e o poder do crucificado. Oh, sim, Senhor: atraíste a ti todas as coisas quando, A cada dia eu estendia a mão para um povo desobediente (cf. Is 65,2), o universo inteiro compreendeu que devia render homenagem a tua majestade!» (São Leão Magno). Jesus fugirá ao outro lado do Jordão e quem realmente acredita Nele o buscará ali dispostos a segui-lo e a escutá-lo.

Santo do Dia: São Bráulio

São Bráulio nasceu na Espanha, por volta de 585. Vinha de família religiosa e teve dois irmãos também com vocação religiosa. Um deles foi bispo de Saragoça, e a irmã, abadessa. Estudou em Sevilha, teve como mestre e grande amigo Santo Isidoro, que era bastante reconhecido por sua sabedoria. Isidoro dirigia-se ao amigo chamando-o de "amadíssimo senhor meu e caríssimo filho". Aos 20 anos entrou na abadia de santa Engrácia. Nessa abadia são Bráulio fez os estudos elementares, ajudado pelo seu irmão João, na vida ascética. Dez anos depois foi para Sevilha aperfeiçoar-se com santo Isidoro. Quando em 631 faleceu o bispo João, foi nomeado arquidiácono e lhe confiaram a administração dos negócios eclesiásticos. E num tempo terrível de pestes, flagelos, carestias, Bráulio, pedindo conselhos e ajuda, foi superando tanta crise. Foi nomeado bispo no lugar do irmão. Participou do quarto, quinto e sexto concílios de Toledo. Correspondia com o Papa Honório I. Sua primeira preocupação foi com a cultura, incentivou os estudos e formou bibliotecas. Por volta dos anos 650 estava praticamente cego e esgotado e morreu no ano seguinte, provavelmente aos 66 anos. São Bráulio foi um grande bispo, nascido numa família de santos que ajudou e muito na consolidação da Igreja no reino espanhol.(Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR)

Reflexão: O ofício episcopal simboliza o amor de Cristo pelo seu povo, que escolheu homens para pastorear seu rebanho. Ao longo da história são muitos os bispos que, enfrentando as fraquezas e misérias humanas, conseguiriam destacar-se como pastores fiéis e dedicados. São Bráulio entrou na glória dos santos porque foi sempre pastor zeloso do povo. Sua formação humana e teológica auxiliou seu apostolado e permitiu que a misericórdia fosse sempre a palavra mestra de sua vida. Rezemos hoje de modo especial pelos bispos de nossas dioceses, para que Deus conceda-lhes a humildade e o zelo necessários para a condução do Povo de Deus.

Wiktoria Ulma com seus filhos / Museu Família Ulma de Poloneses Salvando Judeus na Segunda Guerra Mundial - REDAÇÃO CENTRAL, 25 mar. 21 / 04:00 pm (ACI).-

 Assassinados 77 anos atrás, os chamados Samaritanos de Markowa são candidatos aos altares. Trata-se da família polonesa Ulma, que foi morta em 24 de março de 1944 pelos alemães por esconder oito judeus em sua fazenda. No aniversário do martírio da família Ulma celebra-se na Polônia o Dia Nacional da Memória sobre os poloneses salvando judeus sob a ocupação alemã. O processo de beatificação de Józef e Wiktoria Ulma e dos sete filhos deles chegaram ao estágio vaticano. Isso significa que o objeto de investigação das três comissões da Congregação para a Causa dos Santos do Vaticano será a positio, isto é, a biografia e as provas de virtudes heroicas dos Servos de Deus de Markowa. “No caso da família Ulma, trata-se de provar que eles foram martirizados por sua fé em Cristo, e que os seus perseguidores, policiais da ocupação alemães, tiraram a vida deles por causa do ódio à fé da família Ulma ou pela virtude que resultou da fé que, nesse caso, trata-se do amor ao próximo”, explica o postulador do processo de beatificação da família Ulma, Padre Witold Burda, da Arquidiocese de Przemyśl. Primeiro, o documento tem que ser entregue a uma comissão de historiadores. Se uma opinião positiva for dada, a positio irá para a comissão teológica. “Eles, por sua vez, investigarão se, no caso da família Ulma, estamos lidando com três elementos característicos do martírio. Como morreram os Servos de Deus, o que levou a família Ulma a receber judeus em sua casa em 1942, e o que levou os policiais alemães a invadir a fazenda dos Ulma em 24 de março de 1944”, explica Burda. A comissão final consiste de bispos e cardeais que sumarizam o trabalho. Se a positio for positiva, vai para o Santo Padre e o Cardeal-Prefeito da Congregação pede um decreto de martírio.  A proclamação de virtudes heroicas de um candidato aos altares significa que ele recebe o título de Venerável Servo de Deus. O caso dos Servos de Deus de Markowa foi separado do processo de beatificação coletiva dos mártires poloneses da Segunda Guerra Mundial. Pe. Burda revela que a comissão de historiadores já se reuniu e pelas conversas preliminares parece que sua avaliação da positivo da família Ulma será positiva. Mateusz Szpytma, vice-presidente do Instituto Nacional da Memória, está satisfeito com o desenvolvimento do processo de beatificação. A questão da família Ulma é particularmente próxima dele porque Wiktoria Ulma era irmã de sua avó e madrinha de seu pai, que já morreu. O próprio Szpytma fez, durante muitos anos, pesquisas sobre poloneses que salvaram judeus, especialmente em sua região natal, Podkarpacie. Ele também é o co-fundador e diretor do Museu da Família Ulma em Markowa, inaugurado em 2016. “Até onde eu sei, a documentação está neste momento nas mãos da primeira das três comissões vaticanas, então já está num estágio muito bom. Estamos esperando a decisão delas. A preparação da positio foi um marco nesse processo”, disse. Pe. Burda enfatiza que o caráter único do processo de beatificação da família Ulma reside no fato de que os candidatos ao altar, além de parentes, incluem também crianças. Seis vivas _Stanisław, Barbara, Władysław, Franciszek, Antoni e Maria_ além de uma não nascida que Wiktoria Ulma carregava no ventre. Pe. Burda disse que uma das testemunhas da exumação testemunhou que a cabeça e o peito do bebê saíam do ventre de Wiktoria. “A coisa emocionante é que se pode ver o profundo desejo de todo ser humano de aproveitar a vida, de vir ao mundo. A Congregação incluiu essa criança não-nascida, sem nome e não-batizada no processo”, acrescentou o postulador do processo de beatificação. Josef Kokott se destacou pela crueldade durante os assassinatos. Ele pessoalmente atirou em três ou quatro das crianças. Foi o único responsável pelo crime de Markowa condenado. Em 1957 Kokott foi preso na Tchecoslováquia e extraditado para a Polônia. Inicialmente condenado à morte, o Conselho de Estado comunista acabou mudando sua pena para prisão perpétua e, por fim, 25 anos de prisão. O comandante da expedição punitiva, Eilert Dieken, trabalhou como policial em Esens, então Alemanha Ocidental, depois da guerra. A investigação da promotoria alemã sobre o caso foi arquivada nos anos 1970. Por outro lado, ressaltou Pe. Burda, temos um “testemunho da grande responsabilidade” de Józef e Wiktoria Ulma por suas vidas e pelas de seus parentes. O postulador do processo de beatificação nota que nos relatos das testemunhas, o lar dos Ulma, apesar das condições modestas, é descrito como cheio de uma atmosfera cristã calorosa e cordial. “Estou profundamente convencido de que a decisão de aceitar oito judeus em sua casa, com a consciência da ameaça de consequências fatais, foi uma decisão conjunta de Józef e Wiktoria”, disse o Padre, recordando as palavras de Józef sobre os judeus escondidos: “Também são pessoas, não posso chutá-los para fora da casa.” Pe. Burda acrescentou que os estrangeiros com quem ele mantém contato também chamam a atenção para o caráter único da história da família Ulma. Um grupo de leigos de Pádua, na Itália, por exemplo, está organizando uma conferência sobre a família Ulma no dia 30 de maio, e paróquias dos Estados Unidos e das Filipinas pedem fotos com orações para a beatificação dos Servos de Deus de Markowa.

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