quinta-feira, 11 de março de 2021

BOM DIA EVANGELHO - 12. MARÇO. 2021

 

BOM DIA EVANGELHO


12. MARÇO. 2021 Sexta-feira da 3ª semana da Quaresma

Cardeal Robert Sarah. Foto: Paul Badde/EWTN Roma, 10 mar. 21 / 06:00 pm (ACI).- Em uma entrevista ao jornal italiano Il Foglio, publicada neste 10 de março, o cardeal guineense falou de sua experiência de ter servido 3 Papas durante seu período na Cúria Romana. Sarah refutou os comentários de que seu cargo liderando a Congregação para o Culto Divino era "uma posição honorária, mas de pouca importância". "Acredito que a responsabilidade pela liturgia nos coloca no coração da Igreja, de sua razão de ser. A Igreja não é nem uma administração nem uma instituição humana. A Igreja misteriosamente prolonga a presença de Cristo na Terra", disse ele. "Se Deus não está no centro da vida da Igreja, então ela corre o risco de morrer", disse o cardeal. Uma tradução em inglês da entrevista do cardeal foi publicada na quarta-feira pelo National Catholic Register, do grupo EWTN, recordando que no último 20 de fevereiro, o Papa Francisco aceitou a renúncia do Cardeal Sarah como prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos. Sarah havia apresentado sua renúncia ao Santo Padre quando ele completou 75 anos em junho de 2020, como as normas da Igreja prescrevem. Antes de sua renúncia, Sarah era o prelado africano mais sênior no Vaticano, nomeado chefe do departamento de liturgia pelo próprio Papa Francisco em novembro de 2014. Sarah citou o Concílio Vaticano II, que em sua Constituição sobre a liturgia afirma que a mesma é "uma ação sagrada que supera todas as outras" e "o ápice para o qual a atividade da Igreja se dirige; ao mesmo tempo é a fonte a partir da qual todo emana todo o seu poder”. "A Igreja existe para entregar os homens a Deus e entregar Deus aos homens", explicou Sarah. "Este é precisamente o papel da liturgia: adorar a Deus e comunicar a graça divina às almas. Quando a liturgia está doente, toda a Igreja está em perigo porque sua relação com Deus não está apenas enfraquecida, mas profundamente danificada." Ele lembrou o comentário de Bento XVI de que a crise da Igreja é "essencialmente uma crise da liturgia porque é uma crise da relação (da Igreja) com Deus". Ele disse que essas questões são cruciais, "porque determinam o lugar que damos a Deus", e lamentou que estas discussões tenham se tornado "ideológicas". e que sempre tentou ser um servo “da verdade do Evangelho”, refutando os que dizem que seu cargo na Cúria era figurativo e que ele se opunha ao Concílio Vaticano II. O purpurado disse em sua entrevista que quando o Papa Francisco lhe avisou que havia decidido aceitar sua carta de renúncia, "respondi imediatamente que estava feliz e grato por sua decisão". "Estou feliz e orgulhoso por ter servido três papas - São João Paulo II, Bento XVI e Francisco - na Cúria Romana por mais de 20 anos", prosseguiu. "Algumas pessoas insinuam sem razão ou sem ser capazes de fornecer provas concretas e críveis de que (o Papa e eu) éramos inimigos, isto não é verdade! O Papa Francisco gosta de franqueza. Sempre trabalhamos juntos com simplicidade, apesar das fantasias dos jornalistas", afirmou ainda. Ele também declarou "falsa" a afirmação de que era um opositor ao Concílio Vaticano II porque falava de um sentido do sagrado na liturgia. "Não acredito que a luta entre progressistas e conservadores tenha qualquer significado na Igreja. Essas categorias são políticas e ideológicas", disse ele, acrescentando que "a Igreja não é um campo de luta política". É lamentável, diz o Cardeal Sarah, que exista "ideólogos" que antepõem a Igreja pré-Conciliar e a Igreja pós-Conciliar. Segundo o cardeal, essas pessoas "são divisoras; estão fazendo o trabalho do diabo. "A Igreja é uma, sem ruptura, sem mudar de rumo, porque seu Fundador 'Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e para sempre'", disse ele. "Ela vai em direção a Deus, ela nos direciona para ele. Da profissão de fé de São Pedro ao Papa Francisco através do Vaticano II, a Igreja nos volta para Cristo." Agora que ele está aposentado, Sarah disse que pretendia continuar trabalhando e estava feliz por ter mais tempo para orar e ler. "Continuarei a escrever, a falar, a viajar. Aqui em Roma, continuo recebendo padres e fiéis de todo o mundo", disse ele. Sarah continuará a servir como membro da Congregação para as Causas dos Santos do Vaticano, onde disse ter visto "com imensa alegria como a Igreja está repleta de santidade". "Mais do que nunca, a Igreja precisa de bispos que falem claramente, livres e fiéis a Jesus Cristo e aos ensinamentos doutrinários e morais de seu Evangelho", afirmou o prelado. "Pretendo continuar esta missão e até ampliá-la", concluiu.

 Oração: Deus de bondade, auxiliai-nos na busca da verdade e dai-nos, a exemplo de São Gregório de Nissa, a sabedoria e o esforço em conhecer vossos mistérios. Que nossa fé seja esclarecida e iluminada pela luz do Espírito Santo. Por Cristo nosso Senhor. Amém!

Evangelho (Mc 12,28b-34):

 Então aproximou-se dele e perguntou: «Qual é o primeiro de todos os mandamentos?» Jesus respondeu: «O primeiro é este: ‘Ouve, Israel! O Senhor nosso Deus é um só. Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com toda a tua força!’ E o segundo mandamento é: ‘Amarás teu próximo como a ti mesmo’! Não existe outro mandamento maior do que estes»
O escriba disse a Jesus: «Muito bem, Mestre! Na verdade, é como disseste: ‘Ele é único, e não existe outro além dele’. Amar a Deus de todo o coração, com toda a mente e com toda a força, e amar o próximo como a si mesmo, isto supera todos os holocaustos e sacrifícios». Percebendo Jesus que o escriba tinha respondido com inteligência, disse-lhe: «Tu não estás longe do Reino de Deus». E ninguém mais tinha coragem de fazer-lhe perguntas.

«Não existe outro mandamento maior do que estes» - Rev. D. Pere MONTAGUT i Piquet(Barcelona, Espanha)

Hoje, a liturgia da quaresma nos apresenta o amor como a raiz mais profunda da auto-comunicação de Deus: «A alma não pode viver sem amor, sempre quer amar alguma coisa, porque está feita de amor, que eu por amor a criei» (Santa Catalina de Siena). Deus é amor todo poderoso, amor até o extremo, amor crucificado: «É na cruz onde se pode contemplar esta verdade» (Bento XVI). Este Evangelho não é somente uma auto-revelação de como Deus mesmo —em seu Filho— quer ser amado. Com um mandamento de Deuteronômio: «Portanto, ame a Javé seu Deus com todo o seu coração, com toda a sua alma e com toda a sua força» (Dt 6,5) e outro do Levítico: «Não seja vingativo, nem guarde rancor contra seus concidadãos. Ame o seu próximo como a si mesmo. Eu sou Javé» (Lev 19,18), Jesus leva ao extremo a plenitude da Lei. Ele ama o Padre como Deus verdadeiro nascido do Deus verdadeiro e, como Verbo feito homem, cria a nova Humanidade dos filhos de Deus, irmãos que se amam com o amor do Filho.
O chamado de Jesus à comunhão e à missão pede uma participação em sua mesma natureza, é uma intimidade na que devemos nos introduzir. Jesus não reivindica nunca ser a meta de nossa oração e amor. Agradece ao Pai y vive continuamente em sua presença. O mistério de Cristo atrai ao amor a Deus —invisível e inacessível— enquanto que, ao mesmo tempo, é caminho para reconhecer, verdade no amor e vida para o irmão visível e presente. O mais valioso não são as oferendas queimadas no altar, e sim Cristo que queima como único sacrifício y oferenda para que sejamos Nele um só altar, um único amor.
Esta unificação de conhecimento e de amor entrelaçada pelo Espírito Santo permite que Deus ame em nós e utilize todas nossas capacidades e nos conceda poder amar como Cristo, com seu mesmo amor filial e fraterno. O que Deus uniu no amor, o homem não o pode separar. Esta é a grandeza de quem se submete ao Reino de Deus: o amor a si mesmo já não é obstáculo e sim êxtase para amar ao único Deus e a uma multidão de irmãos.

Santo do Dia:São Gregório de Nissa

O nome de Gregório de Nissa aparece sempre associado ao de seu irmão Basílio e ao de outro Gregório, o de Nazianzo, os três são conhecidos como Padres Capadócios. Gregório de Nissa pertencia a uma família tradicionalmente cristã, o pai era um retórico estimado e a mãe era uma mulher de muita fé e piedade. O avô de Gregório teve a honra de sofrer o martírio e sua irmã mais velha, Macrina, foi mais tarde canonizada. A família de Gregório de Nissa buscou zelar pela formação de seus filhos, tanto que enviou o seu primogênito, São Basílio Magno, para estudar em Constantinopla e Atenas, berços culturais da época. Com o retorno de Basílio, este recebeu a missão de formar seu irmão mais novo nas artes da cultura clássica. Gregório não foi apenas um bom discípulo; chegou a ultrapassar o seu irmão, apesar de nunca ter tido a oportunidade de estudar em um dos grandes centros culturais do período em que viveu. Gregório de Nissa queria dedicar-se ao magistério, mas no ano 372, o imperador Valente decidiu enfraquecer o poder eclesiástico da região através da divisão da Capadócia em duas partes. Percebendo de imediato o ardil do imperador, Basílio, que nessa época já era bispo de Cesaréia e exercia grande influência em toda a região, decidiu agir rápido e nomeou novos bispos para a nova Capadócia, e entre eles estava Gregório; era a providência de Deus alterando os rumos da vida de nosso santo. Mesmo contrariado em seus planos, Gregório assumiu com todo amor a missão que Deus lhe confiou. O povo de Nissa, cidade da região central da Capadócia, reconhecia nele o bom pastor à imagem de Jesus Cristo. Entretanto alguns hereges tramavam contra sua vida, e em 376 conseguiram que ele fosse expulso e exilado de Nissa através de falsas acusações de inexatidão na contabilidade de sua diocese. Depois de dois anos, com a morte do imperador Valente, Gregório retornou a Nissa, onde foi recebido triunfalmente pelo povo. Ficou conhecido em sua época por sua fé inabalável, uma profunda cultura teológica e vastíssima ciência, e isso capacitava-o primorosamente para empreender, mesmo após a morte do irmão, uma verdadeira cruzada contra os hereges, especialmente os arianos. Como bispo soube encontrar uma linguagem simples e direta para apresentar ao seu rebanho ensinamentos concretos, ao mesmo tempo que escrevia com profundidade teológica poucas vezes vista. São Gregório de Nissa participou de inúmeros sínodos e concílios, entre os quais merece destaque o Concílio de Constantinopla em 381. Foi dele o discurso de abertura, e os demais bispos entusiasmaram-se com suas palavras cheias de vigor, temor a Deus e amor à Igreja de Cristo. Em 394 assistiu pela última vez a um sínodo, pois pouco tempo depois veio a falecer.(Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR)

Reflexão: São Gregório de Nissa abraçou com todas as forças a vontade de Deus e soube vivê-la de modo exemplar, num tempo em que ser cristão era ter de enfrentar não só imensos desafios, mas, até mesmo, a própria morte, se necessário. Destacou-se não só pela prática heróica das virtudes e pelo santo exemplo de vida, mas também porque recebeu de Deus uma missão toda particular e de extrema importância para as gerações cristãs futuras: a missão de meditar, rezar e escrever acerca dos mistérios salvíficos, para a edificação de toda a Igreja de ontem e de hoje. Pensemos hoje nos homens e mulheres que se dedicam ao estudo da teologia e peçamos a Deus que lhes cumule com muita sabedoria.

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