terça-feira, 30 de março de 2021

BOM DIA EVANGELHO - 31. MARÇO. 2021

 

BOM DIA EVANGELHO


31 DE MARÇO DE 2021 - Quarta-feira Santa

-Imagem ilustrativa de Frei Fábio Melo Vasconcelos

Oração: Senhor Deus e Pai, vossa bondade supera todas nossas expectativas. Sua graça nos concede muito mais do que precisamos. Fica sempre conosco e dai-nos, pela intercessão de santa Balbina, a coragem de enfrentar todas as adversidades do dia-a-dia. Por Cristo nosso Senhor. Amém!

Evangelho (Mt 26,14-25):

 Um dos doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os sumos sacerdotes e disse: «Que me dareis se eu vos entregar Jesus?». Combinaram trinta moedas de prata. E daí em diante, ele procurava uma oportunidade para entregá-lo.
No primeiro dia dos Pães sem fermento, os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram: «Onde queres que façamos os preparativos para comeres a páscoa?». Jesus respondeu: «Ide à cidade, procurai certo homem e dizei-lhe: ‘O Mestre manda dizer: o meu tempo está próximo, vou celebrar a ceia pascal em tua casa, junto com meus discípulos’». Os discípulos fizeram como Jesus mandou e prepararam a ceia pascal.
Ao anoitecer, Jesus se pôs à mesa com os Doze. Enquanto comiam, ele disse: «Em verdade vos digo, um de vós me vai entregar». Eles ficaram muito tristes e, um por um, começaram a perguntar-lhe: «Acaso sou eu, Senhor?». Ele respondeu: «Aquele que se serviu comigo do prato é que vai me entregar. O Filho do Homem se vai, conforme está escrito a seu respeito. Ai, porém, daquele por quem o Filho do Homem é entregue! Melhor seria que tal homem nunca tivesse nascido!». Então Judas, o traidor, perguntou: «Mestre, serei eu?». Jesus lhe respondeu: «Tu o dizes».

«Em verdade vos digo, um de vós me vai entregar» - P. Raimondo M. SORGIA Mannai OP(San Domenico di Fiesole, Florencia, Italia)

Hoje, o Evangelho nos propõe —pelo menos— três considerações. A primeira é que, quando o amor ao Senhor se esfria, então a vontade cede a outros reclamos, onde a voluptuosidade parece oferecer-nos os pratos mais saborosos mas, na realidade, condimentados por degradantes e inquietantes venenos. Dada a nossa nativa fragilidade, não devemos permitir que o fogo do fervor diminua, que, se não sensível, pelo menos mental, nos une a Aquele que nos tem amado ao ponto de oferecer sua vida por nós.
A segunda consideração refere-se à misteriosa escolha do lugar donde Jesus quer consumir sua ceia Pascal. «Jesus respondeu: “Ide à cidade, procurai certo homem e dizei-lhe: ‘O Mestre manda dizer: o meu tempo está próximo, vou celebrar a ceia Pascal em tua casa, junto com meus discípulos’» (Mt 26,18). O dono da casa, talvez, não fosse um dos amigos declarados do Senhor; mas devia ter o ouvido atento para escutar o chamado “interior”. O Senhor lhe teria falado intimamente —como freqüentemente nos fala—, a través de mil incentivos para que lhe abrisse a porta. Sua fantasia e sua onipotência, suportes do amor infinito com o qual nos ama, não conhecem fronteiras e se expressam de modo sempre apto a cada situação pessoal. Quando escutemos o chamado devemos “render-nos”, deixando à parte as sutilezas e aceitando com alegria esse “mensageiro libertador”. É como se alguém estivesse se apresentado à porta do cárcere e nos convida a segui-lo, como fez o Anjo com Pedro dizendo-lhe: « Levanta-te depressa! As correntes caíram-lhe das mãos» (Ats 12,7).
O terceiro motivo de meditação nos oferece o traidor que tenta esconder seu crime ante a presença examinadora do Onisciente. O próprio Adão já tinha tentado, depois, seu filho fratricida Caim, embora, inutilmente. Antes de ser nosso perfeito Juiz, Deus se apresenta como pai e mãe, que não se rende ante a idéia de perder a um filho. A Jesus lhe dói o coração não tanto por ter sido traído, mas por ver a um filho distanciar-se irremediavelmente Dele.

Santo do Dia; Santa Balbina

Apesar de poucas certezas sobre a vida de Santa Balbina, seu nome é venerado em uma antiquíssima igreja na via Ápia, nas proximidades de Roma. Também temos um cemitério que leva seu nome, supostamente o local onde Balbina foi enterrada. É venerada como mártir, mas destaca-se sua consagração a Deus pela virgindade e sua perseverança de servir a Cristo. Diz a história que Balbina, filha do militar Quirino, foi curada milagrosamente pelo papa e mártir são Adriano, que estava na prisão. Este fato levou a família de Balbina à conversão e todos foram batizados. Balbina, por sua vez, ofereceu a Deus virgindade perpétua. Seu pai, Quirino, também recebeu a coroa do martírio. Sua vida era muito representada no teatro medieval, o que causa certa confusão histórica, uma vez que a arte mistura muito realidade e ficção. Mas é pelo teatro que ficamos sabendo do martírio de Balbina e de sua consagração. Dizem as histórias sobre santa Balbina, que muitos jovens quiseram desposá-la, mas sua firmeza de caráter a manteve fiel ao seu voto de castidade. Balbina sofreu o martírio sob o imperador Adriano II. Viveu santamente e recebeu a glória de ter o nome marcado na história da igreja. - Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR.

Reflexão: A vida cristã é marcada pelo compromisso com a pregação do Reino de Deus. Jesus nos convidou a falar do Reino, mas também exigiu que testemunhássemos, através de obras concretas, nossa fé neste Reino vindouro. A vida de santa Balbina entrou para a história porque ela soube conjugar fé e obras, chegando ao extremo gesto de confiança em Cristo pelo testemunho do martírio. Sua consagração a Deus foi plena e vivida em total liberdade. Muitas vezes somos inconstantes em assumir nossa vocação, desconfiando do amor de Deus e de que Ele nos concede as forças necessárias para bem viver. Que tal confiar mais na providência de Deus?

O novo rosto de Deus(José Antonio Pagola)

Os discípulos de Jesus já não são mais os mesmos. O encontro com Jesus, cheio de vida, depois de sua execução, transformou-os totalmente. Eles começaram a vê-lo de maneira nova. Deus era o ressuscitador de Jesus. De pronto tiraram as consequências.

Deus é amigo da vida. Agora não restava mais nenhuma dúvida. O que Jesus havia dito era verdade: “Deus não é um Deus dos mortos, mas dos vivos”. Os humanos poderão destruir a vida de mil maneiras, mas, se Deus ressuscitou Jesus, isto significa que Ele só quer a vida para seus filhos. Não estamos sós nem perdidos diante da morte. Podemos contar com um Pai que, acima de tudo, inclusive acima da morte, quer ver-nos cheios de vida. Daí em diante só há uma maneira cristã de viver que assim se resume: trazer vida onde outros trazem morte.

Deus é dos pobres. Jesus o havia dito de muitas maneiras, mas não era fácil acreditar nele. Agora é diferente. Se Deus ressuscitou Jesus, quer dizer que é verdade: “Felizes os pobres, porque têm a Deus”. A última palavra não é de Tibério nem de Pilatos, a última decisão não é de Caifás nem de Anás. Deus é o último defensor dos que não interessam a ninguém. Só existe uma maneira de parecer-se com Ele: defender os pequenos e indefesos.

Deus ressuscita os crucificados. Deus reagiu diante da injustiça criminal daqueles que crucificaram Jesus. Se Ele o ressuscitou, é porque quer introduzir justiça diante de tanto abuso e crueldade que se comete no mundo. Deus não está do lado dos que crucificam, está com os crucificados. Só há uma maneira de imitá-lo: estar sempre junto dos que sofrem, lutar sempre contra os que fazem sofrer.

Deus secará nossas lágrimas. Deus ressuscitou Jesus. O rejeitado por todos foi acolhido por Deus. O desprezado foi glorificado. O morto está mais vivo do que nunca. Agora sabemos como é Deus. Um dia Ele “enxugará todas as nossas lágrimas, e não haverá mais morte, não haverá gritos nem fadigas. Tudo isto terá passado”.

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