Oração: São João Clímaco
quantos jovens se sentem chamados a uma vida contemplativa e não tem forças ou
oportunidades para se integrar neste mundo de elevação espiritual. Concedei aos
vocacionados serem corajosos para assumir o compromisso com Deus e com a
Igreja. Só mesmo em um coração puro, sem orgulho, sem egoísmo, um coração
verdadeiramente cheio de Deus pode realizar milagres. E se não os realizamos é
porque não fomos nem puros, nem santos segundo a vontade de Deus. Intercedei
junto a Deus por mim. Amém!
Evangelho (Jo 13,21-33.36-38):
Depois de dizer
isso, Jesus ficou interiormente perturbado e testemunhou: «Em verdade, em
verdade, vos digo: um de vós me entregará». Desconcertados, os discípulos
olhavam uns para os outros, pois não sabiam de quem estava falando. Bem ao lado
de Jesus estava reclinado um dos seus discípulos, aquele que Jesus mais amava.
Simão Pedro acenou para que perguntasse de quem ele estava falando. O
discípulo, então, recostando-se sobre o peito de Jesus, perguntou: «Senhor,
quem é?». Jesus respondeu: «É aquele a quem eu der um bocado passado no molho».
Então, Jesus molhou um bocado e deu a Judas, filho de Simão Iscariotes. Depois
do bocado, Satanás entrou em Judas. Jesus, então, lhe disse: «O que tens a
fazer, faze logo». Mas nenhum dos presentes entendeu por que ele falou isso.
Como Judas guardava a bolsa, alguns pensavam que Jesus estava dizendo: «Compra
o que precisamos para a festa», ou que desse alguma coisa para os pobres.
Então, depois de receber o bocado, Judas saiu imediatamente. Era noite.
Depois que Judas saiu, Jesus disse: «Agora foi glorificado o Filho do Homem, e
Deus foi glorificado nele. Se Deus foi glorificado nele, Deus também o
glorificará em si mesmo, e o glorificará logo. Filhinhos, por pouco tempo eu
ainda estou convosco. Vós me procurareis, e agora vos digo, como eu disse
também aos judeus: ‘Para onde eu vou, vós não podeis ir’. Simão Pedro
perguntou: «Senhor, para onde vais?». Jesus respondeu-lhe: «Para onde eu vou,
não podes seguir-me agora; mais tarde me seguirás». Pedro disse: «Senhor, por
que não posso seguir-te agora? Eu darei minha vida por ti!». Jesus respondeu:
«Darás tua vida por mim? Em verdade, em verdade, te digo: não cantará o galo
antes que me tenhas negado três vezes».
«Era noite» - Abbé Jean GOTTIGNY(Bruxelles, Belgica)
Hoje, Terça-feira
Santa, a liturgia põe o acento sobre o drama que está a ponto de desencadear-se
e que concluirá com a crucifixão da Sexta-feira Santa. «Então, depois de
receber o bocado, Judas saiu imediatamente. Era noite» (Jo 13,30). Sempre é de
noite quando nos distanciamos do que é «Luz de Luz, Deus verdadeiro de Deus
verdadeiro» (Símbolo de Niceas-Constantinopla).
O pecador é o que dá as costas ao Senhor para gravitar ao redor das coisas
criadas, sem referi-las a seu Criador. Santo Agostinho descreve o pecado como
«um amor a si mesmo até o desprezo de Deus». Uma traição. Uma prevaricação
fruto da «arrogância com a que queremos emancipar-nos de Deus e não ser nada
mais que nós mesmos; a arrogância pela que cremos não ter necessidade do amor
eterno, e sim que desejamos dominar nossa vida por nós mesmos» (Bento XVI).
Podemos entender que Jesus, aquela noite, tenha-se sentido «turbado em seu
interior» (Jo 13,21).
Afortunadamente, o pecado não é a última palavra. Esta é a misericórdia de
Deus. Mas ela supõe uma “mudança” de nossa parte. Uma mudança da situação que
consiste em despegar-se das criaturas para vincular-se a Deus e reencontrar
assim a autêntica liberdade. No entanto, não vamos esperar estar aborrecidos
das falsas liberdades que tomamos, para mudar a Deus. Segundo denunciou o padre
jesuíta Bourdaloue, «quiséramos converter-nos quando estivéssemos cansados do
mundo ou, melhor dito, quando o mundo estivesse cansado de nós». Sejamos mais
espertos. Decidamo-nos agora. A Semana Santa é a ocasião propícia. Na Cruz,
Cristo abre seus braços a todos. Ninguém está excluído Todo ladrão arrependido
tem seu lugar no paraíso. Isso sim, a condição de mudar de vida e de reparar,
como o do Evangelho: «Para nós, é justo sofrermos, pois estamos recebendo o que
merecemos; mas ele não fez nada de mal» (Lc 23,41).
Santo do Dia: São João Clímaco
No
século IV, depois das perseguições romanas, vários mosteiros rudimentares foram
construídos no Monte Sinai. Neste local os monges que se entregavam à vida de
oração e contemplação. Esses mosteiros tornaram-se famosos pela hospitalidade
para com os peregrinos e pelas bibliotecas que continham manuscritos preciosos.
Foi neste ambiente que viveu e atuou o maior dos monges do Monte Sinai, João
Clímaco. João nasceu na Síria, por volta do ano 579. De grande inteligência,
formação literária e religiosa, ainda muito jovem, aos dezesseis anos, optou
pelo deserto e viajou para o Monte Sinai, tornando-se discípulo em um dos mais
renomados mosteiros. Isso aconteceu depois de renunciar a fortuna da família e
a uma posição social promissora. Preferiu um cotidiano feito de oração, jejum
continuado, trabalho duro e estudos profundos. Só descia ao vale para recolher
frutas e raízes. São João Clímaco decidiu nunca mais comer carne, fosse ela
vermelha ou branca. Também passou a sair de sua cela apenas para participar da
Eucaristia, aos domingos. Sua fama se espalhou e muitos peregrinos iam
procurá-lo para aprender com seus ensinamentos e conselhos. Inicialmente eram
apenas os que desejavam seguir a vida monástica, depois eram os fiéis que
queriam uma benção do monge, já tido em vida como santo. Aos sessenta anos João
foi eleito por unanimidade abade geral de todos os eremitas da serra do Monte
Sinai. Nesse período ele escreveu muito, e o que dele se conserva até hoje é um
livro chamado "Escada do Paraíso". Seu sobrenome, Clímaco (“Klímax”)
em grego significa "aquele da escada", e foi-lhe dado em homenagem ao
livro que escreveu. No livro ele estabeleceu trinta degraus necessários para
alcançar a perfeição da vida. João Clímaco morreu no dia 30 de março de 649,
amado e venerado por todos os cristãos do mundo oriental e ocidental, sendo
celebrado por todos eles no mesmo dia do seu falecimento. + Colaboração: Padre Evaldo César de Souza,
CSsR
Reflexão:
As raízes
primitivas da tradição contemplativa são sem dúvida os Evangelhos e a vida de
oração de Jesus, que buscava frequentemente o silêncio e a solidão para estar
em comunhão com seu Pai. Ele falava do Reino interior e ensinava a rezar ao Pai
no silêncio de nosso quarto. São João Clímaco soube silenciar seu coração para
ouvir a voz de Deus e nunca deixou de acolher carinhosamente todos os homens e
mulheres que o procuravam para receber seus conselhos. Num mundo de tanto
barulho e agitação, que tal buscar momentos de silêncio para a oração diária?
Jesus diante de
Pilatos no "Ecce Homo", de Antonio Ciseri / Domínio Público REDAÇÃO
CENTRAL, 29 mar. 21 / 05:00 pm (ACI).
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Diante de uma nova Semana Santa que
o mundo viverá em meio à crise da pandemia de Covid-19, o padre mexicano Hugo
Valdemar comentou sobre o que se pode aprender e o que Deus nos quer dizer
neste tempo.Em conversa com ACI Prensa,
seviço em espanhol do grupo ACI, Pe. Valdemar, penitenciário canônico da
Arquidiocese primaz do México, ressaltou que viver estes dias santos por mais
um ano com a pandemia ensina que “não somos invencíveis, que somos ecessitados de salvação e redenção”.
Além disso, continuou, a crise que o
mundo vive nos mostra que “só unidos a Deus, a Cristo Senhor, é possível vencer
o pecado e a morte.” “Hoje mais do que nunca precisamos reconhecer que, sem
Deus, sem seu imenso amor manifestado através de Jesus, estamos destinado à
ruína e à morte. Só Jesus pode nos salvar e está disposto a fazê-lo para quem o
chama e pede seu auxílio e misericórdia”, disse. Segundo a universidade
americana Johns Hopkins, um dos mais importantes centros de estudo de medicina
do mundo, até o dia 26 de março haviam sido confirmados mais de 126 milhões de
casos de Covid-19. Foram registrados 2,7 milhões de mortos por causa da doença
no mundo todo. Pe. Valdemar animou os católicos a não esquecer que os dias da
Semana Santa “são dias santos, como se dizia antigamente. São dias para
‘guardar’, quer dizer, são um espaço para reserevar nosso tempo para Deus”. “É
verdade que se viverá uma Semana Santa cheia de restrições, a maioria delas
absurdas e ridículas às quais aderiram muitos pastores de modo acrítico”,
lamentou o sacerdote. “Mas, independente da presença nos templos, deve-se
buscar espaço para participar, seja pelos meios de comunicação ou através das
diversas transmissões. Ou, melhor ainda, de maneira pessoal e familiar.” Estes
dias devem ser vividos “refletindo, orando, contemplando através da Sagrada
Escritura a paixão, morte e ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.”
Tjl – acidigital.com
– a12.com – evangeli.net
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