terça-feira, 16 de março de 2021

BOM DIA EVANGELHO - 17 DE MARÇO DE 2021

 

BOM DIA EVANGELHO


17 DE MARÇO DE 2021-Quarta-feira da 4ª semana da Quaresma

Imagem referencial: Pixabay domínio público Roma, 16 mar. 21 / 05:00 am (ACI).- O jornal do Vaticano, L’Osservatore Romano, apresentou em sua edição de 19 de fevereiro de 2018 um artigo intitulado ‘Totalitarismo digital’, que destaca a importância da solidão, do silêncio e do jejum para viver a Quaresma na era das redes sociais . A autora do artigo é Antonella Lumini, que recorda que, “a cada ano, o tempo litúrgico da Quaresma convida a viver momentos de recolhimento, de deserto e, se a solidão, o silêncio, o jejum, na era das redes sociais, podem parecer completamente impraticáveis, na verdade são sempre mais necessários para proteger o equilíbrio psicofísico do indivíduo”. “Não se trata de incentivar a fuga do mundo ou de demonizar certos instrumentos, mas de reencontrar a medida certa. Em uma época na qual prevalece o consumo descontrolado de tudo, em que é normal o comportamento convulsivo para a interação nas redes, seria bom redescobrir a solidão e o jejum como caminhos a percorrer para voltar às profundezas”. Lumini recordou que Santo Agostinho convidava a não “se dispersar, mas voltar a si mesmo, porque a verdade que desejamos está no profundo de nós”. A autora também escreve que, “enquanto estamos sobrecarregados por tudo o que consumimos, incluindo o excesso de alimentos e o uso excessivo das redes sociais, não poderemos perceber a sede de infinito na nossa alma: assim se torna impossível penetrar neste misterioso mundo interior que constitui a verdadeira riqueza que nenhuma coisa externa poderá substituir”. “A solidão permite que a pessoa experimente isso sozinha, desmascarando, despindo, favorecendo a relação com o Espírito, com esse fundo luminoso no qual o ego se abre à consciência, expande-se para o insondável. O ‘eu’ se abre ao ‘Eu Sou’, o nome revelado de Deus assumido por Jesus, ou se fecha tornando-se o centro de si mesmo”, assinalou. Nesse sentido, “o jejum, entendido não só como abstinência de comida, mas também do celular e das conexões digitais, torna-se um meio capaz de impedir os círculos viciosos que causam dependência”. Na relação pessoal com Deus, continua Antonella Lumini, o “sujeito é encorajado a crescer espiritualmente. Ao contrário, a interação constante com a rede intensifica o processo de massificação e homologação das consciências e produz uma regressão (...) na qual a individualidade se perde”. Entre os riscos de não responder à sua sede interior, Lumini adverte que a pessoa pode cair na “agressividade, na violência, na tristeza, na depressão e no mal-estar físico”. “Uma forma alterada e excessiva de relações sem uma verdadeira interação humana anestesia as consciências, produz uma escravidão tortuosa, sedutora, que não é imediatamente reconhecível, que está camuflada. Mas essa escravidão do totalitarismo digital não se compara com a dos regimes totalitários que privam de toda liberdade”. Diante dessa situação, incentiva, “é hora de acordar do entorpecimento. A solidão e o jejum revelam o vazio interno e é por isso que nos dão medo”. Lumini conclui o artigo afirmando que, “como ensinam os padre e as madres do deserto, os demônios são vícios, círculos viciosos que prendem em uma corrente da qual já não podemos sair. Às vezes, o vício é apresentado como uma virtude. Então, o silêncio, a solidão e o jejum são o antídoto. Antonella Lumini reside em Florença (Itália) e há cerca de 30 anos vive como “eremita urbana”. Em 2016, escreveu com o Vaticanista Paolo Rodari o livro ‘A custódia do silêncio’, no qual compartilha suas reflexões sobre o tema. Na opinião de Rodari, “a mensagem fundamental de Antonella Lumini é que o Espírito fala em todos os lugares e sempre fala, basta saber ouvi-lo. Para aprender a ouvi-lo é necessário aprender a ficar em silêncio”.  

Oração: Ó Deus, que aos vossos pastores associastes São Patrício, animado de ardente caridade e da fé que vence o mundo, dai-nos, por sua intercessão, perseverar na caridade e na fé, para participarmos de sua glória. Por Cristo nosso Senhor. Amém!

Evangelho (Jo 5,17-30):

 Jesus, porém, deu-lhes esta resposta: «Meu Pai trabalha sempre, e eu também trabalho». Por isso, os judeus ainda mais procuravam matá-lo, pois, além de violar o sábado, chamava a Deus de Pai, fazendo-se assim igual a Deus.
Jesus então deu-lhes esta resposta: «Em verdade, em verdade, vos digo: o Filho não pode fazer nada por si mesmo; ele faz apenas o que vê o Pai fazer. O que o Pai faz, o Filho o faz igualmente. O Pai ama o Filho e lhe mostra tudo o que ele mesmo faz. E lhe mostrará obras maiores ainda, de modo que ficareis admirados. Assim como o Pai ressuscita os mortos e lhes dá a vida, o Filho também dá a vida a quem ele quer. Na verdade, o Pai não julga ninguém, mas deu ao Filho o poder de julgar, para que todos honrem o Filho assim como honram o Pai. Quem não honra o Filho, também não honra o Pai que o enviou. Em verdade, em verdade, vos digo: quem escuta a minha palavra e crê naquele que me enviou possui a vida eterna e não vai a julgamento, mas passou da morte para a vida.
»Em verdade, em verdade, vos digo: vem a hora, e é agora, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus e os que a ouvirem viverão. Pois assim como o Pai possui a vida em si mesmo, do mesmo modo concedeu ao Filho possuir a vida em si mesmo. Além disso, deu-lhe o poder de julgar, pois ele é o Filho do Homem. Não fiqueis admirados com isso, pois vem a hora em que todos os que estão nos túmulos ouvirão sua voz, e sairão. Aqueles que fizeram o bem ressuscitarão para a vida; e aqueles que praticaram o mal, para a condenação. Eu não posso fazer nada por mim mesmo. Julgo segundo o que eu escuto, e o meu julgamento é justo, porque procuro fazer não a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou».

«Em verdade, em verdade, vos digo: quem escuta a minha palavra e crê naquele que me enviou possui a vida eterna »

Rev. D. Francesc PERARNAU i Cañellas(Girona, Espanha)

Hoje, o Evangelho fala-nos da resposta de Jesus aos que viam mal que Ele tivesse curado um paralítico num Sábado. Jesus Cristo aproveita essas críticas para manifestar a Sua condição de Filho de Deus e, como tal, Senhor do Sábado. Essas palavras serão motivo de condenação, no dia do julgamento em casa de Caifás. Com efeito, quando Jesus se reconheceu como Filho de Deus, o grande sacerdote exclamou: «Blasfemou! Que necessidade temos, ainda, de testemunhas? Acabais de ouvir a blasfémia. Que vos parece?» (Mt 26,65).
Por muitas vezes, Jesus tinha feito referências ao Pai, mas sempre marcando uma distinção: a Paternidade de Deus é diferente, caso falemos de Cristo ou dos homens. E os judeus que o escutavam entendiam-no muito bem: não é Filho de Deus como os outros, mas a filiação que reclama para Si mesmo é uma filiação natural. Jesus afirma que a sua natureza e a natureza do Pai são iguais, apesar de serem pessoas distintas. Manifesta assim, dessa maneira, a sua divindade. Esse fragmento do Evangelho é muito interessante para a revelação do mistério da Santíssima Trindade.
Entre as coisas que hoje diz o Senhor, há algumas que fazem especial referência a todos aqueles que, ao longo da história, acreditaram Nele: escutar e crer em Jesus é ter já a vida eterna (cf. Jo 5,24). Certamente, não é ainda a vida definitiva, mas é já participar da sua promessa. Convém que o tenhamos bem presente, e que façamos o esforço de escutar a palavra de Jesus, como o que ela realmente é: a Palavra de Deus que salva. A leitura e a meditação do Evangelho devem fazer parte das nossas práticas religiosas habituais. Nas páginas reveladas, ouviremos as palavras de Jesus, palavras imortais que nos abrem as portas da vida eterna. Com efeito, como ensinava Santo Efrém, a Palavra de Deus é uma fonte inesgotável de vida.

Santo do Dia: São Patrício(Localização: Grã-Bretanha)

São Patrício nasceu em 380 na Grã-Bretanha. Apesar de ter nascido em família religiosa, Patrício confessa que até os 16 anos não tinha jamais preocupado seriamente com o serviço de Deus. Além disso, desde pequeno, tinha um verdadeiro horror ao estudo. Com apenas dezesseis anos foi preso por piratas irlandeses e vendido como escravo. O adolescente, vendo-se só e abandonado, no sofrimento, solidão e desamparo, voltou-se para Deus. Os seis anos de cativeiro de Patrício tornaram-se uma remota preparação para seu futuro apostolado. Ele adquiriu um perfeito conhecimento da língua céltica, na qual um dia iria anunciar as boas novas da Redenção. Como seu senhor era um grande sacerdote druida, ele também se familiarizou com todos os detalhes do druidismo. Patrício era cristão e depois de muitos descaminhos conseguiu fugir e chegar na França. Na França nosso santo dirigiu-se à abadia de São Martinho de Tours, onde viveu quatro anos, tendo sempre visões divinas que lhe mostravam a Irlanda como o país onde deveria ir semear a Fé. São Patrício formou-se como padre missionário, chegando em missão até na Inglaterra. Agora impelido pelo Espírito São Patrício foi sagrado bispo e destinado para anunciar o Reino aos Irlandeses e conseguiu a conversão de todos na Irlanda. Sobre são Patrício são contados muitos fatos miraculosos. Dizem que um chefe pagão quis matá-lo à espada. Mas, ao desferir o golpe, seu braço ficou paralisado, só voltando ao normal quando ele, contrito, se converteu. Doou ao apóstolo um estábulo, que foi transformado no primeiro santuário erigido por São Patrício na Irlanda, junto ao qual fundou um mosteiro que se tornaria seu lugar de recolhimento. Eram tantos o milagres, bênçãos e fatos maravilhosos que acompanhavam o apostolado de São Patrício, que ele mesmo exclama em sua autobiografia: "De onde provêm essas maravilhas? Como os filhos da Irlanda, que jamais haviam conhecido o verdadeiro Deus e adoravam ídolos impuros, tornaram-se um povo santo, uma geração de filhos de Deus”? Mas o método do Santo bispo, não passou pela política, nem sangue dos mártires, nem pelos milagres e sim pela construção de numerosos mosteiros, fazendo que a ilha passasse a ser conhecida como: "Ilha do Mosteiros". Faleceu na paz, no dia 17 de março de 461, depois de 30 anos de frutuoso apostolado na Ilha dos Santos, deixando atrás de si inúmeros santos formados em sua escola.(Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR)

Reflexão: A escolha de Deus não é pautada pela beleza ou inteligência. Deus escolhe os que quer e garante aos vocacionados as qualidades necessárias ao exercício da missão. São Patrício era um adolescente rebelde que conheceu o sofrimento e por ele converteu-se a Deus. Depois de muitas desventuras, encontrou paz vivendo em um mosteiro. Mas para ele estava reservada a cruz da missão, e Patrício tornou-se o grande evangelizador da Irlanda. Fez desta ilha sua casa e nela construiu não só mosteiros de pedra, mas fez do coração dos povos celtas um grande santuário. Deixemos que Deus modele nossa vida e cubra de graça todas nossas fraquezas. Com o auxílio do Mestre seremos certamente grandes missionários.

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