Imagem referencial:
Pixabay domínio público Roma, 16 mar. 21 /
05:00 am (ACI).- O jornal do Vaticano, L’Osservatore Romano,
apresentou em sua edição de 19 de fevereiro de 2018 um artigo intitulado
‘Totalitarismo digital’, que destaca a importância da solidão, do silêncio e do
jejum para viver a Quaresma na
era das redes sociais . A autora do artigo
é Antonella Lumini, que recorda que, “a cada ano, o tempo litúrgico da Quaresma
convida a viver momentos de recolhimento, de deserto e, se a solidão, o
silêncio, o jejum, na era das redes sociais, podem parecer completamente
impraticáveis, na verdade são sempre mais necessários para proteger o equilíbrio
psicofísico do indivíduo”. “Não se trata de
incentivar a fuga do mundo ou de demonizar certos instrumentos, mas de
reencontrar a medida certa. Em uma época na qual prevalece o consumo
descontrolado de tudo, em que é normal o comportamento convulsivo para a
interação nas redes, seria bom redescobrir a solidão e o jejum como caminhos a
percorrer para voltar às profundezas”. Lumini recordou que
Santo Agostinho convidava a não “se dispersar, mas voltar a si mesmo, porque a
verdade que desejamos está no profundo de nós”. A autora também
escreve que, “enquanto estamos sobrecarregados por tudo o que consumimos,
incluindo o excesso de alimentos e o uso excessivo das redes sociais, não
poderemos perceber a sede de infinito na nossa alma: assim se torna impossível
penetrar neste misterioso mundo interior que constitui a verdadeira riqueza que
nenhuma coisa externa poderá substituir”. “A solidão permite
que a pessoa experimente isso sozinha, desmascarando, despindo, favorecendo a
relação com o Espírito, com esse fundo luminoso no qual o ego se abre à
consciência, expande-se para o insondável. O ‘eu’ se abre ao ‘Eu Sou’, o nome
revelado de Deus assumido por Jesus, ou se fecha tornando-se o centro de si
mesmo”, assinalou. Nesse sentido, “o
jejum, entendido não só como abstinência de comida, mas também do celular e das
conexões digitais, torna-se um meio capaz de impedir os círculos viciosos que
causam dependência”. Na relação pessoal
com Deus, continua Antonella Lumini, o “sujeito é encorajado a crescer
espiritualmente. Ao contrário, a interação constante com a rede intensifica o
processo de massificação e homologação das consciências e produz uma regressão
(...) na qual a individualidade se perde”. Entre os riscos de
não responder à sua sede interior, Lumini adverte que a pessoa pode cair na
“agressividade, na violência, na tristeza, na depressão e no mal-estar físico”. “Uma forma alterada
e excessiva de relações sem uma verdadeira interação humana anestesia as
consciências, produz uma escravidão tortuosa, sedutora, que não é imediatamente
reconhecível, que está camuflada. Mas essa escravidão do totalitarismo digital
não se compara com a dos regimes totalitários que privam de toda liberdade”. Diante dessa
situação, incentiva, “é hora de acordar do entorpecimento. A solidão e o jejum
revelam o vazio interno e é por isso que nos dão medo”. Lumini conclui o
artigo afirmando que, “como ensinam os padre e as madres do deserto, os
demônios são vícios, círculos viciosos que prendem em uma corrente da qual já
não podemos sair. Às vezes, o vício é apresentado como uma virtude. Então, o
silêncio, a solidão e o jejum são o antídoto. Antonella Lumini
reside em Florença (Itália) e há cerca de 30 anos vive como “eremita urbana”. Em 2016, escreveu
com o Vaticanista Paolo Rodari o livro ‘A custódia do silêncio’, no qual
compartilha suas reflexões sobre o tema. Na opinião de
Rodari, “a mensagem fundamental de Antonella Lumini é que o Espírito fala em
todos os lugares e sempre fala, basta saber ouvi-lo. Para aprender a ouvi-lo é
necessário aprender a ficar em silêncio”.
Oração: Ó
Deus, que aos vossos pastores associastes São Patrício, animado de ardente
caridade e da fé que vence o mundo, dai-nos, por sua intercessão, perseverar na
caridade e na fé, para participarmos de sua glória. Por Cristo nosso Senhor.
Amém!
Evangelho (Jo 5,17-30):
Jesus, porém, deu-lhes esta resposta: «Meu
Pai trabalha sempre, e eu também trabalho». Por isso, os judeus ainda mais
procuravam matá-lo, pois, além de violar o sábado, chamava a Deus de Pai,
fazendo-se assim igual a Deus.
Jesus então deu-lhes esta resposta: «Em verdade, em verdade, vos digo: o Filho
não pode fazer nada por si mesmo; ele faz apenas o que vê o Pai fazer. O que o
Pai faz, o Filho o faz igualmente. O Pai ama o Filho e lhe mostra tudo o que
ele mesmo faz. E lhe mostrará obras maiores ainda, de modo que ficareis
admirados. Assim como o Pai ressuscita os mortos e lhes dá a vida, o Filho
também dá a vida a quem ele quer. Na verdade, o Pai não julga ninguém, mas deu
ao Filho o poder de julgar, para que todos honrem o Filho assim como honram o
Pai. Quem não honra o Filho, também não honra o Pai que o enviou. Em verdade,
em verdade, vos digo: quem escuta a minha palavra e crê naquele que me enviou
possui a vida eterna e não vai a julgamento, mas passou da morte para a vida.
»Em verdade, em verdade, vos digo: vem a hora, e é agora, em que os mortos
ouvirão a voz do Filho de Deus e os que a ouvirem viverão. Pois assim como o
Pai possui a vida em si mesmo, do mesmo modo concedeu ao Filho possuir a vida
em si mesmo. Além disso, deu-lhe o poder de julgar, pois ele é o Filho do
Homem. Não fiqueis admirados com isso, pois vem a hora em que todos os que
estão nos túmulos ouvirão sua voz, e sairão. Aqueles que fizeram o bem
ressuscitarão para a vida; e aqueles que praticaram o mal, para a condenação.
Eu não posso fazer nada por mim mesmo. Julgo segundo o que eu escuto, e o meu
julgamento é justo, porque procuro fazer não a minha vontade, mas a vontade
daquele que me enviou».
«Em verdade, em
verdade, vos digo: quem escuta a minha palavra e crê naquele que me enviou
possui a vida eterna »
Rev. D. Francesc PERARNAU i
Cañellas(Girona, Espanha)
Hoje, o Evangelho fala-nos da resposta de Jesus aos
que viam mal que Ele tivesse curado um paralítico num Sábado. Jesus Cristo
aproveita essas críticas para manifestar a Sua condição de Filho de Deus e,
como tal, Senhor do Sábado. Essas palavras serão motivo de condenação, no dia
do julgamento em casa de Caifás. Com efeito, quando Jesus se reconheceu como
Filho de Deus, o grande sacerdote exclamou: «Blasfemou! Que necessidade temos,
ainda, de testemunhas? Acabais de ouvir a blasfémia. Que vos parece?» (Mt 26,65).
Por muitas vezes, Jesus tinha feito referências ao Pai, mas sempre marcando uma
distinção: a Paternidade de Deus é diferente, caso falemos de Cristo ou dos
homens. E os judeus que o escutavam entendiam-no muito bem: não é Filho de Deus
como os outros, mas a filiação que reclama para Si mesmo é uma filiação
natural. Jesus afirma que a sua natureza e a natureza do Pai são iguais, apesar
de serem pessoas distintas. Manifesta assim, dessa maneira, a sua divindade.
Esse fragmento do Evangelho é muito interessante para a revelação do mistério
da Santíssima Trindade.
Entre as coisas que hoje diz o Senhor, há algumas que fazem especial referência
a todos aqueles que, ao longo da história, acreditaram Nele: escutar e crer em
Jesus é ter já a vida eterna (cf. Jo 5,24). Certamente, não é ainda a vida
definitiva, mas é já participar da sua promessa. Convém que o tenhamos bem
presente, e que façamos o esforço de escutar a palavra de Jesus, como o que ela
realmente é: a Palavra de Deus que salva. A leitura e a meditação do Evangelho
devem fazer parte das nossas práticas religiosas habituais. Nas páginas
reveladas, ouviremos as palavras de Jesus, palavras imortais que nos abrem as
portas da vida eterna. Com efeito, como ensinava Santo Efrém, a Palavra de Deus
é uma fonte inesgotável de vida.
Santo do Dia: São Patrício(Localização: Grã-Bretanha)
São Patrício nasceu em 380 na Grã-Bretanha. Apesar de ter nascido em família religiosa, Patrício confessa que até os 16 anos não tinha jamais preocupado seriamente com o serviço de Deus. Além disso, desde pequeno, tinha um verdadeiro horror ao estudo. Com apenas dezesseis anos foi preso por piratas irlandeses e vendido como escravo. O adolescente, vendo-se só e abandonado, no sofrimento, solidão e desamparo, voltou-se para Deus. Os seis anos de cativeiro de Patrício tornaram-se uma remota preparação para seu futuro apostolado. Ele adquiriu um perfeito conhecimento da língua céltica, na qual um dia iria anunciar as boas novas da Redenção. Como seu senhor era um grande sacerdote druida, ele também se familiarizou com todos os detalhes do druidismo. Patrício era cristão e depois de muitos descaminhos conseguiu fugir e chegar na França. Na França nosso santo dirigiu-se à abadia de São Martinho de Tours, onde viveu quatro anos, tendo sempre visões divinas que lhe mostravam a Irlanda como o país onde deveria ir semear a Fé. São Patrício formou-se como padre missionário, chegando em missão até na Inglaterra. Agora impelido pelo Espírito São Patrício foi sagrado bispo e destinado para anunciar o Reino aos Irlandeses e conseguiu a conversão de todos na Irlanda. Sobre são Patrício são contados muitos fatos miraculosos. Dizem que um chefe pagão quis matá-lo à espada. Mas, ao desferir o golpe, seu braço ficou paralisado, só voltando ao normal quando ele, contrito, se converteu. Doou ao apóstolo um estábulo, que foi transformado no primeiro santuário erigido por São Patrício na Irlanda, junto ao qual fundou um mosteiro que se tornaria seu lugar de recolhimento. Eram tantos o milagres, bênçãos e fatos maravilhosos que acompanhavam o apostolado de São Patrício, que ele mesmo exclama em sua autobiografia: "De onde provêm essas maravilhas? Como os filhos da Irlanda, que jamais haviam conhecido o verdadeiro Deus e adoravam ídolos impuros, tornaram-se um povo santo, uma geração de filhos de Deus”? Mas o método do Santo bispo, não passou pela política, nem sangue dos mártires, nem pelos milagres e sim pela construção de numerosos mosteiros, fazendo que a ilha passasse a ser conhecida como: "Ilha do Mosteiros". Faleceu na paz, no dia 17 de março de 461, depois de 30 anos de frutuoso apostolado na Ilha dos Santos, deixando atrás de si inúmeros santos formados em sua escola.(Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR)
Reflexão:
A escolha de Deus
não é pautada pela beleza ou inteligência. Deus escolhe os que quer e garante
aos vocacionados as qualidades necessárias ao exercício da missão. São Patrício
era um adolescente rebelde que conheceu o sofrimento e por ele converteu-se a
Deus. Depois de muitas desventuras, encontrou paz vivendo em um mosteiro. Mas
para ele estava reservada a cruz da missão, e Patrício tornou-se o grande
evangelizador da Irlanda. Fez desta ilha sua casa e nela construiu não só
mosteiros de pedra, mas fez do coração dos povos celtas um grande santuário.
Deixemos que Deus modele nossa vida e cubra de graça todas nossas fraquezas.
Com o auxílio do Mestre seremos certamente grandes missionários.
TJL@ - ACIDIGITAL.COM – A12.COM – EVANGELI.NET
Nenhum comentário:
Postar um comentário