Padre Antônio da Luz Miranda / Diocese de Cachoeiro
de Itapemirim
VITORIA, 01 Mar. 23 / 03:48 pm (ACI).- Padre Antônio da Luz Miranda, da diocese de Cachoeiro de Itapemirim (ES), vai nos próximos dias em missão para Moçambique. O país africano enfrenta uma onda de violência e ataques a cristãos e de lá veio o atual bispo da diocese capixaba, dom Luiz Fernando Lisboa. “Sei que as dificuldades que vou encontrar são muitas. Não sei o que fazer, mas acredito que Deus vai me mostrar o que fazer, como fazer e com quem fazer este trabalho”, disse o sacerdote à ACI Digital. Moçambique é uma ex-colônia portuguesa que se tornou independente em 1975. Entre as décadas de 1970 e 1990, o país viveu uma guerra civil que matou mais de 1 milhão de pessoas. Agora, vive sob ataques de radicais muçulmanos.
Oração: Senhor Deus, que nos mergulha no mar da Vossa misericórdia, dai-nos as graças necessárias para resistir ao mundo, ao império das tentações pagãs, aos constrangimentos e perseguições, para que, a exemplo e por intercessão de São Marino de Cesareia e São Astério, sermos capazes de carregar nos ombros a dignidade da verdadeira escolha cristã, na firmeza da Fé e na vivência da caridade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.
Evangelho (Mt 5,20-26)
Porque Eu
vos digo: Se a vossa justiça não superar a dos doutores da Lei e dos fariseus,
não entrareis no Reino do Céu. Ouvistes o que foi dito aos antigos: Não
matarás. Aquele que matar terá de responder em juízo. Eu, porém, digo-vos: Quem
se irritar contra o seu irmão será réu perante o tribunal; quem lhe chamar
'imbecil' será réu diante do Conselho; e quem lhe chamar 'louco' será réu da
Geena do fogo.
»Se fores, portanto, apresentar uma oferta sobre o altar e ali te recordares de
que o teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa lá a tua oferta diante do
altar, e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão; depois, volta para
apresentar a tua oferta. Com o teu adversário mostra-te conciliador, enquanto
caminhardes juntos, para não acontecer que ele te entregue ao juiz e este à
guarda e te mandem para a prisão. Em verdade te digo: Não sairás de lá até que
pagues o último centavo.»
«Deixa lá a tua oferta diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão» - Fr. Thomas LANE(Emmitsburg, Maryland, Estados Unidos)
Hoje, o Senhor, ao falar-nos do que se passa nos
nossos corações, incita-nos à conversão. O mandamento diz-nos «Não matarás» (Mt
5,21), mas Jesus recorda-nos que existem outras formas de matar a vida nos
outros. Podemos fazê-lo abrigando no nosso coração uma ira excessiva contra
eles, ou tratando-os sem respeito e de forma insultuosa («imbecil»; «louco»:
cf. Mt 5,22).
O Senhor chama-nos a ser pessoas íntegras: «Deixa lá a tua oferta diante do
altar, e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão» (Mt 5,24), querendo
dizer-nos que a fé que professamos quando celebramos a Liturgia deve
influenciar a nossa vida quotidiana e determinar a nossa conduta. Portanto,
Jesus pede-nos que nos reconciliemos com os nossos inimigos. Um primeiro passo
no caminho da reconciliação é orar pelos nossos inimigos, como Jesus solicitou.
E se tal nos parecer difícil, então será bom recordar imaginando, na nossa
mente, Jesus Cristo morrendo por aqueles de quem não gostamos. Se fomos
seriamente prejudicados por outros, oremos para que cicatrizem as recordações
dolorosas e para que obtenhamos a graça de os perdoarmos. E, de cada vez que
orarmos, peçamos ao Senhor que revisite conosco o tempo e o lugar da ferida
—substituindo-a com o Seu amor— para que assim sejamos livres para poder perdoar.
Nas palavras de Bento XVI, «se queremos apresenta-nos perante Ele, também
devemos pôr-nos a caminho no sentido de nos encontrarmos uns com os outros.
Para isso, é necessário aprender a grande lição do perdão: não deixar que o
ressentimento se instale no nosso coração, mas sim abri-lo à magnanimidade da
escuta do outro, abri-lo à compreensão, à eventual aceitação dos seus pedidos
de desculpa e à generosa oferta dos nossos próprios».
Pensamentos para o Evangelho de
hoje: «Nada
nos faz mais parecidos com Deus do que estar sempre prontos a perdoar» (São
João Crisóstomo) «Que o Senhor, nesta Quaresma nos dê a graça de nos acusarmos
a nós próprios, cada um na sua serenidade, orando assim: - Tem piedade de mim,
Senhor, ajuda-me a envergonhar-me e sê misericordioso, assim poderei ter
misericórdia com os outros» (Francisco) «Jesus insiste na conversão do coração
desde o sermão da montanha: a reconciliação com o irmão antes de apresentar a
oferta no altar; o amor dos inimigos e a oração pelos perseguidores, (...)
perdoar do fundo do coração na oração; a pureza do coração e a busca do Reino.
Esta conversão está totalmente polarizada no Pai: é filial» (Catecismo da
Igreja Católica, nº2.608)
o século III, Marino, um oficial do Império Romano, era reconhecido pelo seu valor militar, e por isso candidato a um cargo importante, o de centurião na Cesareia, em Israel, sob o domínio romano. Marino era cristão, embora não abertamente por causa das perseguições constantes. A sua provável indicação ao cargo despertou a inveja de outros militares que também o cobiçavam, e um deles, sabendo da sua crença religiosa, invocou uma lei antiga, pela qual era necessário, para assumir tal posto, sacrificar aos deuses romanos; intentava assim que Marino publicamente se declarasse cristão, de modo a poder ser incriminado. De fato, Marino não hesitou em assumir publicamente a sua Fé, alegando que não poderia fazer um ato de adoração a falsos deuses. Normalmente teria sido imediatamente condenado, mas por causa do seu prestígio e a admiração de muitos, teve como concessão um período de três horas para decidir entre a apostasia e a sentença de morte. Saindo do Pretório, onde dera o seu testemunho, encontrou-se – certamente de forma providencial – com um bispo, Teocteno. Ou o bispo já ouvira sobre a sua sentença (ou talvez o soubesse por inspiração divina), ou Marino lhe expôs a situação. Teocteno o levou a uma igreja, e ali, diante de uma espada e dos escritos do Evangelho, instruiu-o a decidir entre um e outro, ressaltando que tal escolha deveria ser digna de um cristão. Marino logo colocou as mãos sobre os santos escritos. Teocteno, então, disse-lhe, como despedida: “Conta com a graça de Deus para permaneceres fiel à tua escolha e mereceres as recompensas prometidas pelo Evangelho.” Ao fim do prazo determinado, Marino apresentou-se ao tribunal e, diante das autoridades, confirmou a sua fé e a impossibilidade de prestar ao imperador de Roma um culto que só pode ser oferecido a Deus. Em seguida foi executado por degolação. Outro cristão, o senador Astério, estava presente na execução, e envolveu na sua capa a cabeça e o corpo do mártir, transportando-a sobre os próprios ombros para sepultá-lo de modo digno. Ele não ignorava que tal atitude pudesse colocá-lo também em perigo de vida, e realmente foi também condenado e morto. Assim ambos receberam a coroa da glória, em torno do ano de 260.
TJL – A12.C0M – EVANGELI.NET – ACIDIGITAL.COM
Nenhum comentário:
Postar um comentário