domingo, 5 de março de 2023

BOM DIA EVANGELHO - 6. MARÇO. 023

 

BOM DIA EVANGELHO


6 DE MARÇO DE 2023 - Segunda-feira da 2ª semana da Quaresma

Para o três apóstolos: Pedro, Tiago e João, a trasfiguração de Jesus foi ocasião para crescerem na atenção dada ao Mestre. Jesus não era mais um, mais um Profeta, mas o Filho amado do Pai, no qual Ele colocou todo o Seu agrado e ao qual deveremos sempre escutar.(Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News)

Oração: Senhor, que nunca nos deixais faltar o que realmente importa para a verdadeira Vida, seja ao corpo ou à alma, concedei-nos por intercessão de Santa Rosa de Viterbo a coragem e o ardor de viver e proclamar firmemente a Fé, sem temor dos poderes deste mundo, pois só assim estaremos de fato fazendo o Bem, ajudando os irmãos a chegarem a Vós. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.

Livro de Daniel 9,4b-10.

Senhor, Deus grande e terrível, que sois fiel à aliança e à misericórdia para com os que Vos amam e observam os vossos mandamentos!
Nós pecámos, cometemos injustiças e iniquidades, fomos rebeldes, afastando-nos dos vossos mandamentos e preceitos.
Não escutámos os profetas, vossos servos, que em vosso nome falavam aos nossos reis, aos nossos chefes e antepassados e a todo o povo da nação.
Em Vós, Senhor, está a justiça; em nós recai a vergonha que sentimos no rosto, como sucede neste dia aos homens de Judá, aos habitantes de Jerusalém e a todo o Israel, aos que estão perto e aos que estão longe, em todos os países para onde os dispersastes por causa das infidelidades que contra Vós cometeram.
Sobre nós, Senhor, recai a vergonha que sentimos no rosto, sobre os nossos reis, chefes e antepassados, porque pecámos contra Vós.
No Senhor, nosso Deus, está a misericórdia e o perdão, porque nos revoltámos contra Ele
e não escutámos a voz do Senhor, nosso Deus, seguindo as leis que nos dava por meio dos profetas, seus servos.

Livro dos Salmos 79(78),8.9.11.13.

Não recordeis, Senhor, contra nós
as culpas dos nossos pais.
Corra ao nosso encontro a vossa misericórdia,
porque somos tão miseráveis.

Ajudai-nos, ó Deus, nosso salvador,
para glória do vosso nome.
Salvai-nos e perdoai os nossos pecados,
para glória do vosso nome.

Chegue à vossa presença, Senhor,
o gemido dos cativos;
pela omnipotência do vosso braço,
libertai os condenados à morte.

E nós, vosso povo,
ovelhas do vosso rebanho,
louvar-Vos-emos para sempre
e de geração em geração cantaremos a vossa glória.

Evangelho segundo São Lucas 6,36-38.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Sede misericordiosos, como o vosso Pai é misericordioso.
Não julgueis e não sereis julgados. Não condeneis e não sereis condenados. Perdoai e sereis perdoados.
Dai e dar-se-vos-á; deitar-vos-ão no regaço uma boa medida, calcada, sacudida, a transbordar. A medida que usardes com os outros será usada também convosco».(
Tradução litúrgica da Bíblia)

 Santa Catarina de Sena (1347-1380) - terceira dominicana, doutora da Igreja, copadroeira da Europa - Tu és esse fogo que queima sempre

«Sede misericordiosos, como o vosso Pai é misericordioso»

Ó amor inefável! Ó doce amor! Ó fogo eterno! Tu és fogo que sempre queima. Ó soberana e eterna Trindade, Tu és a retidão sem falhas, a simplicidade sem sombras; Tu és a sinceridade sem disfarce possível. Dirige o olhar da tua misericórdia para as tuas criaturas. Compreendo que a misericórdia é a tua característica mais própria e, para onde quer que me volte, apenas encontro a tua misericórdia. É por isso que acorro a Ti, exclamando diante da tua misericórdia: meu Deus, tem misericórdia do mundo. Tu queres, ó Pai eterno, que Te sirvamos segundo a tua vontade e Tu próprio fixas os caminhos dos teus servos. Ensinas-nos que não podemos, de maneira nenhuma, julgar o estado íntimo de uma criatura a partir das suas obras exteriores, mas devemos remeter-nos à tua vontade, sobretudo em relação aos teus servos unidos a essa vontade a transformados nela. Feliz o cristão que contempla à tua luz os caminhos e as obras infinitamente variadas dos teus servos; algumas das veredas que estes tomam fazem-nos correr pelo caminho de fogo do teu amor, pois de outra maneira não seguiriam realmente a tua verdade. [...] Ó Divindade eterna! Como é certo que a misericórdia é propriamente tua pertença! [...] Não é verdade que, por misericórdia, quiseste fazer-me conhecer, a mim, que sou um ser desprezível, que não podemos julgar as intenções das criaturas racionais? Porque variados até ao infinito são os caminhos que para elas traças segundo a tua vontade, como me mostraste pelo meu próprio exemplo. Graças Te sejam dadas, ó meu Deus!

Santa Rosa de Viterbo

Viterbo, próximo a Roma, Itália, é uma cidade importante para a igreja, pois abrigou conclaves e serviu de refúgio para diversos Papas. Ali nasceu Rosa, em 1233, de família pobre e humilde. Seus pais a educaram desde cedo na Fé. Ela nasceu sem o esterno, osso maior e central na parte anterior do tórax, e em teoria estava condenada a morrer em três anos, pois nestes casos não há sustentação suficiente para o esqueleto. Desde tenra infância possuía dons místicos. Aos três anos, rezou ao lado do caixão de uma tia e esta ressuscitou. Entende-se que esta foi também uma ressurreição para a fé de Viterbo, na época em que havia duro confronto entre o partido dos guelfos, que apoiavam o Papa Inocêncio IV, e o dos guibelinos, apoiando o imperador Frederico II, autoritário e abusando dos seus poderes. Rosa vivia asceticamente, buscando a oração e penitências. Aos sete anos, vítima de uma febre, apareceu-lhe Nossa Senhora, que a curou e confiou uma missão: visitar as igrejas de São João Batista, Santa Maria do Oiteiro e São Francisco, e pedir admissão na Ordem Terceira de São Francisco. Aos 11 anos procurou o Convento de Santa Maria das Rosas, mas as freiras a recusaram, pela falta de estudo e constituição frágil, sem o esterno. A santa menina lhes disse: “A donzela que repelis hoje há de ser por vós aceita um dia, com alegria, e a guardareis preciosamente”. Rosa então transformou seu quarto numa cela de religiosa e assim viveu os seus últimos anos de vida. No ano de 1247 Viterbo, fiel ao Papa, caiu nas mãos do imperador Frederico II, herege cátaro (ou albigense, professando o dualismo – um Deus bom e um deus mal –, a reencarnação e uma suposta “pureza superior” para os escolhidos, manifesta no celibato). Após uma visão de Cristo crucificado, Rosa, com 12 anos, foi impelida a sair às ruas, pregando contra os hereges com um crucifixo nas mãos. Atraía multidões tão grandes que por vezes não era possível vê-la; numa destas ocasiões, levitou até uma altura suficiente, o que foi confirmado por milhares de testemunhas e noticiado por toda a Itália. Em consequência das pregações, ocorreram conversões, retorno de hereges à Igreja, e a reconciliação com o Papa. Denunciada ao imperador, a quem também questionava, Rosa foi levada a ele, que a proibiu de pregar. Sua resposta foi, “Quem me manda pregar é muito mais poderoso e, assim, prefiro morrer a desobedecê-Lo”. Frederico mandou prendê-la, mas temendo uma revolta na cidade, deportou-a com seus pais para Soriano nel Cimino, aonde chegaram depois de muitas privações na neve. Mas tanto ali quanto em outra cidade, Vitorchiano, Rosa já era conhecida, foi muito bem recebida e continuou sua missão. Na noite de quatro para cinco de dezembro, ela teve uma visão da morte do imperador, de fato ocorrida no dia 13. Em 1250 Viterbo voltou ao domínio papal, e Rosa para lá retornou como heroína. Mas contraiu uma doença e faleceu com 18 anos, provavelmente em 6 de junho de 1251, sendo sepultada na terra nua, próximo à igreja de Santa Maria no Poggio. A exumação do corpo, pedida pelo Papa Inocêncio IV, revelou-o intacto, incorrupto e flexível. Foi então transladada para o Mosteiro das Clarissas (renomeado depois para Mosteiro de Santa Rosa), hoje seu Santuário. Assim, Rosa acabou aceita, como dissera, neste convento. Apesar de um incêndio em 1357, seu corpo, até então incólume, continua incorrupto. Excepcionalmente, Santa Rosa de Viterbo tem duas festas litúrgicas oficiais, 6 de março na sua morte, ou início da vida celeste, como para todos os demais santos, e 4 de setembro, data da sua transladação em 1258. Desta ocasião, ficou tradicional a procissão com a Máquina de Santa Rosa, uma estrutura de madeira e tecido sempre mais cuidada. A festa é atualmente reconhecida pela UNESCO como patrimônio mundial da humanidade. Santa Rosa é padroeira da Juventude Franciscana e da Juventude Feminina da Ação Católica Italiana, e também dos exilados.(Colaboração: José Duarte de Barros Filho)

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