terça-feira, 14 de julho de 2020

BOM DIA EVANGELHO - 15. JULHO. 2020


BOM DIA EVANGELHO

15 DE JULHO DE 2020
Dia Litúrgico: Quarta-feira da 15ª semana do Tempo Comum
Foto referencial. Crédito: Pixabay
NÁPOLES, 14 Jul. 20 / 01:00 pm (ACI).- O Bispo de Caserta (Itália), Dom Giovanni D'Alise, denunciou que a agiotagem da máfia, com os juros abusivos que cobram quando fazem empréstimos, converteu-se na “nova escravidão” para as famílias, especialmente agora diante da pandemia do coronavírus.
"Eu digo às minhas comunidades e sacerdotes e a todos aqueles que têm negócios em Caserta, e a todos os batizados que trabalham mais ativamente pelo bem comum, que mantenham os olhos abertos", disse o prelado ao jornal dos bispos italianos Avvenire, diante dos casos dos pais que se viram obrigados a enviar seus filhos para trabalhar com mafiosos locais para pagar dívidas familiares.
O crime organizado, especialmente os empréstimos com agiotas, tem aumentado diante da grave crise causada pela pandemia de coronavírus. Com muitas empresas e indústrias fechadas por semanas ou meses em algumas áreas, os mafiosos locais se tornam os emprestadores que são o último recurso para as famílias necessitadas.
O bispo, cuja diocese está no interior da região de Nápoles, disse que "coisas impensáveis ​​estão acontecendo diante de nossos olhos".
Dom D'Alise fez essas afirmações após o relatório da Câmara de Comércio de Caserta que denuncia a situação dos filhos das famílias que pagam as suas dívidas trabalhando para os mafiosos.
"Se há filhos e filhas em idade em que já podem trabalhar legalmente, adultos ou menores, o credor pede ao pai para colocá-los para trabalhar perto dele, em uma posição que, além disso, não permita chegar a ele", disse ao Avvenire, Tommaso De Simone, Presidente da Câmara de Comércio Caserta.
A agiotagem, uma prática condenada pela Igreja, cresceu "exponencialmente" nos últimos meses no norte da Itália, devido à quarentena no país, acrescentou.
“É um pecado grave, porque o dinheiro é obtido aproveitando as necessidades das pessoas. Isso é anti-humano e anticristão", disse o Prelado.
Os meios italianos explicam que os agiotas nesta zona do país estão vinculados com a Camorra, a máfia que tem a sua sede em Nápoles.
"Agora tenho a impressão de que uma nova escravidão está surgindo, assim como a Camorra se espalhou e se escondeu entre nós", disse o Bispo.
"Muitos trabalhadores são cada vez mais explorados e agora vemos seus filhos e filhas: meninos que são enviados para trabalhar em vez dos adultos, para pagar as dívidas de seus pais", acrescentou.
O Arcebispo de Nápoles, Cardeal Crescenzio Sepe, disse em uma homilia em maio que a Camorra é "outra possível epidemia".
“Há quem é bom em fazer fortuna em tempos de epidemia. Vamos fazer alguma coisa, intervir imediatamente, porque o submundo é mais rápido que a nossa burocracia. A Camorra não espera. Temos que nos livrar de todas as organizações [criminosas]. Temos que vencê-las e afirmar o direito à esperança", afirmou o Purpurado em uma homilia, em 2 de maio.
Outro problema dos agiotas é que eles aparecem “com o rosto de um amigo, de um benfeitor que ajuda quando todos os outros o abandonam. Isso faz com que você tenha dinheiro instantaneamente, quando precisa".
"Enquanto tiver propriedades, o agiota te emprestará dinheiro e os empréstimos são muito difíceis de pagar: não apenas por causa das altas taxas de juros, mas também porque quando, como na quarentena, não há renda e falta dinheiro para comer e para pagar empréstimos
“Os filhos com frequência pagam por suas famílias. Não tenho nomes para dar, mas pelas histórias que ouvi dos operadores, sinto muito pelo que está acontecendo", acrescentou.
Para o bispo, a raiz do problema da agiotagem é o fracasso em defender a dignidade humana. Assim, os bispos italianos o vincularam à questão do racismo nos Estados Unidos.
"Nos dois casos, a pessoa não tem dignidade. Ainda tenho diante de mim a imagem do policial segurando George Floyd com o joelho. Ele o esmagou não apenas fisicamente. A resposta da Igreja deve ser "solidariedade efetiva" que possa reconhecer essa dignidade e apoiar os mais necessitados".
"O que se requer da Igreja é um amplo exercício da solidariedade, cada um com o que puder, mas que seja uma solidariedade sensível e eficiente. Com frequência não nos damos conta de quanta bondade, e também de quanta maldade, há entre nós e as crianças não podem ser o preço”, concluiu o Prelado.
Publicado originalmente em CNA. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

Oração: Senhor Jesus, fazei que minha alma tenha fome de Vós, Pão dos anjos, Alimento das almas santas, Pão nosso de cada dia, cheio de força, de toda a doçura e sabor, e de todo o suave deleite. Ó Jesus, a quem os anjos desejam contemplar, tenha sempre o meu coração fome de Vós, e o interior de minha alma transborde com a doçura do vosso sabor; tenha sempre sede de Vós, fonte de vida, manancial de sabedoria e de ciência, rio de luz eterna, torrente de delícias, abundância da Casa de Deus. Amém.
Evangelho (Mt 11,25-27):
Naquela ocasião, Jesus pronunciou estas palavras: «Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, assim foi do teu agrado. Tudo me foi entregue por meu Pai, e ninguém conhece o Filho, senão o Pai, e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar».
«Escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos»
P. Raimondo M. SORGIA Mannai OP
(San Domenico di Fiesole, Florencia, Italia)
Hoje, o Evangelho nos oferece a oportunidade de aprofundar, na estrutura da mesma divina sabedoria. Há entre nós quem não deseje conhecer os mistérios revelados desta vida? Mas há enigmas que nem a melhor equipe de procuradores do mundo jamais chegará nem sequer a decifrar. No entanto, há Um ante o qual «De fato, nada há de escondido que não venha a ser descoberto; e nada acontece em segredo que não venha a se tornar público» (Mc 4,22). É aquele a quem se dá assim mesmo o nome de Filho do Homem, pois diz de si mesmo: «Todas as coisas me foram dadas por meu Pai» (Mt 11,27). Sua natureza humana por meio da união hipostática tem sido assumida pela Pessoa do Verbo de Deus: é, numa palavra, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, diante da qual não há trevas e pela qual a noite é mais luminosa que o pleno dia.
Um provérbio árabe diz assim: «Se numa noite preta uma formiga preta sobe por uma parede preta, Deus a estará vendo». Para Deus não há segredos nem mistérios. Há mistérios para nós, mas não para Deus, ante o qual o passado, o presente e futuro estarão abertos e esquadrinhados até a última vírgula.
Diz, satisfeito, o Senhor: «Eu te bendigo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequenos» (Mt 11,25). Sim, porque ninguém pode pretender conhecer estes ou segredos parecidos escondidos nem os tirando da escuridão com o estudo mais intenso, nem como devido por parte da sabedoria. Dos segredos profundos da vida saberá sempre mais a velhinha sem experiência escolar do que o pretensioso cientista que tem gastado anos em prestigiosas universidades. Tem ciência que se ganha com fé, simplicidade e pobreza interiores. Tem dito muito bem Clemente Alexandrino: «A noite é propícia para os mistérios; é quando a alma atenta e humilde olha para si mesma refletindo sobre a sua condição; é quando encontra a Deus».
Santo do Dia
São Boaventura
O menino João nasceu no ano 1218. O pai era um médico conceituado e influente na cidade. Aos vinte anos de idade, ingressou no convento franciscano, onde vestiu o hábito e tomou o nome de Boaventura. Estudou filosofia e teologia na universidade de Paris. Foi contemporâneo de Tomás de Aquino.
Boaventura buscou a ordem franciscana porque, com seu intelecto privilegiado, enxergou nela uma miniatura da própria Igreja. Ambas nasceram contando somente com homens simples, pescadores e camponeses. Boaventura opôs-se a todos que atacavam as ordens mendicantes. Foi nesta defesa, como teólogo e orador, que teve sua fama projetada em todo o meio eclesiástico.
Em 1257 foi eleito Superior Geral da ordem. Neste cargo permaneceu por dezoito anos. Sua direção foi tão exemplar que acabou sendo chamado de segundo fundador e pai dos franciscanos. Ele conseguiu manter o equilíbrio da nova geração dos frades com os de visão mais antiga.
Escreveu onze volumes teológicos, procurando dar o fundamento racional às verdades regidas pela fé. Foi ordenado Bispo-cardeal e encarregado de organizar o Concilio de Lion, em 1273.
Frei Boaventura morreu em 15 de julho de 1274 em Lion, na França, assistido pessoalmente pelo Papa que o queria muito bem. Foi canonizado em 1482 e recebeu o honroso título de Doutor da Igreja.(Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR)
Reflexão:  Frei Boaventura escreveu: "É bastante aos homens receber a graça de amar a Deus. Uma simples velhinha poderá amar a Deus mais do que um professor de teologia". Dotado de bom senso, prático e especulativo ao mesmo tempo, Boaventura soubera enxertar no sólido tronco franciscano os rebentos das novas gerações. A caridade é o fundamento da doutrina teológica que frei Boaventura ensinou com sua palavra e escritos. Possamos nós também cultivar a virtude da caridade fraterna.
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