Imagem referencial. Créditos: Pixabay
CARACAS, 23 Jul. 20 / 01:00 pm (ACI).- O Bispo de San
Carlos (Venezuela), Dom Polito Rodríguez Méndez, indicou que "as pragas do
Egito não são nada em comparação ao que estamos sofrendo aqui" e pediu
ajuda internacional para enfrentar a crise que o país está passando e que afeta
principalmente os mais pobres.
Em entrevista à
fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN), Dom Rodríguez
indicou que o país está entrando em um período de fome que piora todos os dias,
devido à economia paralisada e ao produto interno bruto abaixo de zero.
"Os mais
afetados são os mais pobres, os que não têm nada para comer e não tem
possibilidade de levar uma vida digna”,
acrescentou.
Segundo um
estudo da plataforma independente de estudos estatísticos ENCOVI, a
Venezuela está em uma situação econômica semelhante aos países africanos,
situando-se abaixo do Chade ou da República Democrática do Congo.
“Se for determinado
pela linha de pobreza, verifica-se que 96% das famílias estão em situação de
pobreza e 79% em pobreza extrema, isto significa que os próprios rendimentos
obtidos pelo trabalho são insuficientes para adquirir uma cesta básica de
alimentos”, indicou a instituição.
Dom Rodríguez
destacou que, embora o povo seja pobre, desde a pandemia do coronavírus, a
situação se tornou inviável.
“Uma família ganha
cerca de três ou quatro dólares por mês, mas uma caixa de ovos custa dois e um
quilo de queijo três dólares...", acrescentou. “Estamos em quarentena há
mais de dois meses e tudo ficou muito caro. É impossível continuar assim”.
O Prelado indicou
que a crise devido à pandemia na Venezuela provavelmente se agravará nos meses
seguintes e isso afetará gravemente a Igreja no país, que
já está sem recursos financeiros.
“Estamos com os
templos fechados há quatro meses, os padres não têm nada para comer. O bispo
está fazendo milagres", acrescentou.
Além disso, o bispo
Rodríguez apontou que outro grande problema é a diminuição das remessas
enviadas do exterior pelos aproximadamente cinco milhões de venezuelanos que
emigraram.
“Outro dia,
encontrei um seminarista chorando. Os seus pais foram demitidos e deixaram de
poder enviar alguma coisa ao filho. Vivemos da providência de Deus”, lamentou.
Devido à atual
crise, as fronteiras do país estão fechadas para impedir a entrada de migrantes
que, perdendo o emprego, tentam retornar à Venezuela da Colômbia, Peru, Chile
ou Argentina e podem se tornar um foco infeccioso da COVID-19.
"Muitos
migrantes tentam retornar por caminhos ilegais, alguns caminhando 22 dias em
trilhas", disse o prelado. "Criou-se o que chamam de ‘centros
sentinelas’ para aqueles que regressaram", mas devido à superlotação e
falta de banheiros e higiene, muitos "pensam que não são dignos e não
querem ir para lá, se escondem", acrescentou.
Da mesma forma, a
situação piorou por uma recente praga de vermes que acabou com as plantações
nos estados de Cojedes, Portuguesa e Barinas.
"As pragas do
Egito não são nada em comparação ao que estamos sofrendo aqui, tornaram-se
pequenas", disse Dom Rodríguez.
Em meio à crise, o
bispo de São Carlos indicou que não podem vacilar, porque embora a situação
seja avassaladora, a população continua precisando de assistência espiritual
nestes momentos difíceis.
Dom Rodríguez
indicou que pede a Deus que lhes dê forças para poder ajudar tantas pessoas que
passam necessidades e enfrentam uma crise que vai aumentando a cada ano.
"Apesar das
limitações pessoais, não vamos deixar as pessoas sozinhas nessa terrível
situação pela qual estamos passando, e não estou me referindo apenas ao âmbito
da ajuda humanitária, mas também de fortalecer a pessoa em um nível integral,
para lutar contra a corrupção, o descaso, a falta de responsabilidade",
acrescentou.
Finalmente, pediu
apoio internacional e assinalou que, como país, não serão capazes de avançar
sem intervenção caritativa externa.
"Não queremos
intervenções e menos armadas, mas precisamos pedir ajuda humanitária e
sanitária internacional, porque, caso contrário, não temos outra alternativa:
ou morremos do coronavírus ou morremos de fome", concluiu o bispo de San
Carlos.
Publicado
originalmente em ACI Prensa.
Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
Oração: Sede para todos
nós, ó Deus Altíssimo, exemplo de fidelidade e de espírito resoluto para que
possamos imitar a vida de Santa Cristina, que sofreu e morreu professando a fé
cristã. Dai-nos, por sua intercessão, a Graça que ousamos pedir. Por Cristo
nosso Senhor. Amém!
Mateus
13,18-23
Aleluia,
aleluia, aleluia.
Felizes os que observam a palavra do Senhor de reto coração e que produzem
muitos frutos, até o fim perseverantes (Lc 8,15).
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
13 18 Disse Jesus: “Ouvi, pois, o sentido da parábola do
semeador:
19 quando um homem ouve a palavra do Reino e não a entende, o
Maligno vem e arranca o que foi semeado no seu coração. Este é aquele que
recebeu a semente à beira do caminho.
20 O solo pedregoso em que ela caiu é aquele que acolhe com
alegria a palavra ouvida,
21 mas não tem raízes, é inconstante: sobrevindo uma tribulação
ou uma perseguição por causa da palavra, logo encontra uma ocasião de queda.
22 O terreno que recebeu a semente entre os espinhos representa
aquele que ouviu bem a palavra, mas nele os cuidados do mundo e a sedução das
riquezas a sufocam e a tornam infrutuosa.
23 A terra boa semeada é aquele que ouve a palavra e a
compreende, e produz fruto: cem por um, sessenta por um, trinta por um”.
Palavra da
Salvação.
Comentário
do Evangelho
OUVIR E COMPREENDER
A Palavra de Deus exige, além da audição, uma correta compreensão. Ouvir
a Palavra, mas sem entendê-la, ou melhor, sem perceber suas implicações
práticas, nem sentir-se questionado por ela, é inútil. Assim acontece com quem
permite que o Maligno lhe arrebate do coração a palavra semeada. O mesmo se dá
com quem sucumbe diante das tribulações e perseguições, ou se deixa sufocar
pelas preocupações deste mundo e pela fascinação das riquezas. Todas estas
circunstâncias são indício seguro de que a Palavra se deteve nos limites da
audição, sem chegar a ser compreendida.
Quem ouve a palavra e a entende, certamente, viverá de acordo com ela.
Trata-se de uma compreensão prática, explicitada no nível existencial. É no
dia-a-dia, nas circunstâncias mais simples da vida, que se revelam os níveis
desta compreensão. Mantendo-se imune às investidas do Maligno, o discípulo
segue firme no caminho traçado pela Palavra. Nada é suficientemente forte para
demovê-lo de seu projeto de vida, pois ele deixou-se seduzir pelo Reino, não
por mundanismos efêmeros.
Portanto, a passagem da audição à compreensão existencial é um movimento
que exige do discípulo um exercício de conversão e disponibilidade para a ação
de Deus. Sem isto, a Palavra permanece estéril.
Cristina nasceu na Toscana (Itália), perto do lago
de Bolsena, no ano 288. Com apenas 12 anos morreu mártir, no ano 300 d.C. Era
filha de Urbano, oficial do exército em Tir, na Etrúria, parte da Toscana.
Urbano era rude de sentimentos e inimigo dos cristãos. Em sua própria casa,
muitas vezes os cristãos eram submetidos a interrogatórios humilhantes. Diante
de tais cenas, Cristina se perguntava qual o motivo da serenidade e alegria dos
cristãos, que ela já começava a admirar e venerar.
A resposta lhe veio por uma escrava cristã, que a
preparou para o Batismo. Urbano desconfiava que a filha se interessasse pela
comunidade cristã. Deu-lhe ordem de prestar culto a ídolos, queimando incenso.
A menina negou-se a isso. Interrogada pelo pai, Cristina respondeu: "Tolo
é vosso medo, tola a vossa advertência; diante de um deus cego aos sofrimentos
do povo, surdo ao clamor dos fracos, eu não peço favores e não acendo uma vela.
Ao Deus vivo, ao Senhor do céu e da terra que nos enviou seu Filho Jesus, a
este, sim, apresento sacrifícios de verdade e amor".
A severidade do pai aumentou, mas Cristina
respondia a isso participando da celebração da Eucaristia e de outras reuniões
dos cristãos, visitando os encarcerados, dando esmola aos pobres. Sua coragem e
caridade fizeram-na vender as imagens dos ídolos para adquirir bens em favor
dos pobres. O pai ficou furioso. Por isso, Cristina foi chicoteada. Aos que lhe
pediam que cedesse à vontade do pai, respondia: "Deixar a vida não me
custa; abandonar minha fé, isto nunca".
Urbano prosseguiu na tortura: a filha, amarrada,
foi lançada ao fogo. Conta a história que um anjo defendeu-a e as chamas não
lhe queimaram. Ainda irado contra a filha, ordenou prendê-la. Então, mandou
amarrar uma pedra de moinho em seu pescoço e lançá-la ao lago. Conta-se que
após lançada às águas, a pedra de moinho veio à tona, não permitindo, assim,
que Cristina se afogasse. A exaltação de Urbano foi tão grande que morreu de
colapso.
Dio, sucessor de Urbano, também nada conseguiu de
Cristina e, por isso, ordenou que fosse queimada viva. Segundo a história, o
fogo não queimou a menina. Posta entre cobras, nenhuma a feriu. E tendo sua
língua cortada, mesmo assim cantou os louvores do Senhor Jesus Cristo. Então, o
juiz, enraivecido com os triunfos da jovem, ordenou sua morte a flechadas. Com
isso foi-lhe tirada a vida terrena e ela entrou na glória eterna.(Fonte: Martyrologium Romanum, publicado no
Brasil em 20/12/1898
Reflexão: Deus escolhe o que é fraco para confundir os
fortes. Na fraqueza física desta adolescente, Ele mostrou a força da
perseverança na fé, que deve animar cada cristão. O testemunho de Cristina:
"Foi fiel a Deus, apesar de inúmeros e imensos obstáculos que teve de
enfrentar em sua terá.
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