Pe.
Paulo Ricardo e Dom Henrique Soares. Foto: Captura de vídeo de YouTube
Palmares,
20 Jul. 20 / 12:02 pm (ACI).- Após o falecimento de Dom Henrique Soares da Costa,
vítima de Covid-19, Pe. Paulo Ricardo declarou que “perdemos sim uma coluna
da Igreja,
uma coluna da Igreja no Brasil”.
O Bispo de
Palmares, Dom Henrique faleceu no último sábado, 18 de julho, após cerca de 15
dias internado devido ao novo coronavírus. No domingo, Pe. Paulo Ricardo, da
Arquidiocese de Cuiabá e que possui amplo apostolado na internet, recordou este
Prelado, com o qual manteve uma amizade desde que estudaram juntos no
seminário, em Roma.
“Em nossa
juventude, amamos juntos Cristo, amamos juntos o sacerdócio, sonhamos juntos o
dia em que nós poderíamos no altar erguer a Sagrada Hóstia e oferecer a Deus o
sacrifício redentor pelo qual Ele salvou a humanidade”, recordou o sacerdote
durante a homilia da Missa celebrada
em sufrágio pela alma de Dom Henrique.
“Hoje, por essas
datas da providência divina, no dia em que a Congregação Redentorista celebra
(terceiro domingo de julho) a festa do Santíssimo Redentor, ofereço a Deus o
sacrifício da Santa Missa pela alma de Dom Henrique, esperando em Deus,
confiando em Nossa Senhora, de que ele esteja também o quanto antes celebrando
a Eucaristia definitiva
no céu”, acrescentou.
Pe. Paulo Ricardo
citou as últimas palavras do Prelado, quando decidiu juntamente com a equipe
médica, no dia 16 de julho, que seria melhor ser entubado: “Minha vida pertence a Deus.
A minha vida está nas mãos de Deus”.
“Então, Deus quis
que a morte viesse como um ladrão e veio para nos roubar Dom Henrique. E o
levou para junto de Deus num dia de Nossa Senhora, ou seja, no sábado”,
ressaltou.
Em seguida, Pe.
Paulo Ricardo afirmou que muitos consideravam que Dom Henrique ainda teria
muitos anos para exercer seu episcopado, “realizar suas obras e apostolado”.
Entretanto, “Deus resolveu dar a Dom Henrique uma promoção, a promoção
definitiva, e resolveu dar a ele a catedral do céu”.
“A realidade de
saber que, seja na vida, seja na morte, um verdadeiro bispo, um bispo conforme
o coração de Deus faz um bem enorme à Igreja e não cabe a nós escolher se fazer
o bem na vida ou fazer o bem na morte. Está tudo nas mãos misericordiosíssimas
de Nosso Senhor Jesus Cristo, a quem devemos sempre confiar”, acrescentou.
Nesse sentido, disse
que, “na Carta aos Gálatas, São Paulo fala de Pedro, Cefas, de São João e de
São Tiago como as colunas da Igreja”. Além disso, “essa expressão foi usada
pela própria Santa Teresa D’Ávila quando ela recebeu a notícia da morte de São
João D’Ávila: perdemos uma coluna da Igreja”.
“Se me é permitido,
gostaria de dizer que, com o passamento de Dom Henrique, nós perdemos sim uma
coluna da Igreja, uma coluna da Igreja no Brasil”, afirmou, citando uma frase
que foi dita por um sacerdote que não conheceu o Prelado pessoalmente, o qual
afirmou: “Eu me sinto órfão, arrancaram-me um pai”.
“Ao dizer isso,
penso que estou dizendo o sentimento de muitos no Brasil, porque Dom Henrique
tinha um frutuoso, fecundo apostolado na internet. Ele tinha essa vocação
também de escritor”, assinalou, recordando que muitos fiéis em todo o país
acompanhavam os ensinamentos do Bispo de Palmares.
Dessa forma,
reforçou que “Dom Henrique é uma das colunas da Igreja. E por que podemos dizer
isso? Porque esta é a função principal de um Bispo”, respondeu, acrescentando
que “um bispo é alguém que, numa vida de oração profunda, numa meditação
profunda da Palavra de Deus, num encontro verdadeiro com o Cristo Palavra
Eterna, transmite aquilo que encontrou, transmite a Palavra, a meditação da Palavra,
porque isto é o Bispo, porque isto é o que Jesus fez com seus apóstolos”.
Logo após, Pe.
Paulo Ricardo contou um pouco sobre a vida de Dom Henrique Soares, recordando
que ele ingressou no Seminário de Maceió, mas, “logo se sentiu chamado a uma
intimidade e a uma entrega maior para Deus”. Assim, entrou no mosteiro de São
Bento, no Rio de Janeiro, para “se dedicar e se entregar totalmente a Cristo”.
Mais tarde, “procurando ainda mais radicalidade”, tornou-se monge trapista.
Entretanto, por questões de saúde, “aquela vida austera de monge não foi uma
vida que ele pudesse sustentar”. E, por esta razão, “com grande humildade,
voltou para o seminário de onde havia saído”, em Maceió.
Foi para Roma, onde
conheceu Pe. Paulo Ricardo, o qual admitiu que “a chegada de Dom Henrique,
então Diácono Henrique, foi um bálsamo espiritual”, pelas “partilhas
espirituais e teológicas” que tinham. Além disso, emocionado, Pe. Paulo Ricardo
recordou que Dom Henrique, ainda como diácono, estava em sua ordenação
sacerdotal.
Mais tarde,
recordou, como neossacerdote, Dom Henrique sempre assistia a gravação de sua
ordenação sacerdotal e, quando questionado, explicava: “eu preciso meditar o
mistério que aconteceu em mim”.
Anos mais tarde, ao
ser eleito bispo, Pe. Paulo Ricardo lembrou que o episcopado de Dom Henrique
“já iniciou manchado de sangue, porque no mesmo dia em que o Núncio Apostólico
o chamou para comunicar que ele foi escolhido pelo Papa como Bispo auxiliar de
Aracajú, naquele mesmo dia à noite, o carro dele foi abordado por assaltantes
que praticamente destruíram o carro dele e começaram a bater nele”.
“As fotos dele
ensanguentado naquela noite em que foi escolhido bispo são impressionantes,
parece uma face de Cristo ensanguentada. Mas, ali naquela noite, ele pronunciou
uma frase que só ele sabia o significado, porque só ele sabia que ele tinha
sido eleito bispo. Ele disse: não façam isso comigo, eu tenho uma missão.
Dali para frente, os assaltantes não bateram mais nele”, contou.
“Ele começou seu
episcopado derramando sangue. E agora, que nós pensávamos que ainda haveria
muito por vir, Deus, que é bondade e misericórdia, quis ceifar cedo esse homem
de Deus”, disse.
Desse modo,
explicou que além de uma Missa em sufrágio da alma de Dom Henrique, celebrava
também “uma Missa de gratidão”. “Porque se Deus o levou tão cedo, eu posso
dizer que na hora da morte, nesse trânsito para Nosso Senhor, Dom Henrique deve
estar dizendo para nós aquilo que ele disse no dia em que ele foi eleito bispo,
aquela palavra que ele disse aos ladrões: ‘eu tenho uma missão’”.
Por isso,
acrescentou, “se Deus decreta e diz, na sua bondade, que um de seus servos deve
ir para a Casa do Pai antes daquilo que nós humanos pensaríamos, nós devemos
somente entregar e confiar e agradecer a Deus, porque permite que homens e
mulheres tão bons passem por este mundo fazendo o bem e ajudem na salvação de
nossas almas”.
“Olhar para a alma
católica de Dom Henrique, olhar para e esse bispo coluna da Igreja, para nós é
uma alegria saber que passou por este mundo fazendo o bem. Passe agora o seu
tempo no céu fazendo o bem também para nós”, concluiu emocionado.
Mateus
12,46-50
Aleluia,
aleluia, aleluia.
Quem me ama, realmente, guardará minha palavra e meu Pai o amará, e a ele nós
viremos (Jo 14,23).
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
12 46 Jesus
falava ainda à multidão, quando veio sua mãe e seus irmãos e esperavam do lado
de fora a ocasião de lhe falar.
47 Disse-lhe alguém: “Tua mãe e teus irmãos estão aí fora, e
querem falar-te”.
48 Jesus respondeu-lhe: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?”
49 E, apontando com a mão para os seus discípulos, acrescentou:
“Eis aqui minha mãe e meus irmãos.
50 Todo aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus,
esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”.
Palavra da
Salvação.
Comentário
do Evangelho
A FAMÍLIA DE JESUS
O Reino de Deus, anunciado por Jesus, estabelece laços profundos entre
aqueles que assumem seu projeto de vida. Estes laços fazem dos discípulos do
Reino uma grande família, não unida pelos vínculos do sangue e, sim, pela
submissão à vontade de Deus. A identidade dessa família se configura por um
idêntico modo de proceder, fundado no amor e na prática da justiça. Por esse
caminho, os discípulos se reconhecem como irmãos e irmãs, unidos para além de
qualquer divergência, cultura ou raça. Essa fraternidade não é mera
formalidade. Existe entre eles uma efetiva comunhão de vida. Onde as relações
interpessoais não chegam a se expressar desta forma, é sinal de que aí o Reino
ainda não aconteceu.
Esta dimensão do Reino foi expressa pelo próprio Jesus. Ele se recusou a
privilegiar os laços sangüineos que o uniam à sua mãe e demais parentes. Esses
laços pouco contavam. Doravante, o parentesco com Jesus haveria de se
concretizar no cumprimento da vontade do Pai. Quem a cumpre, faz parte da
família do Mestre. Quem prefere pautar sua vida por outros parâmetros, não tem
parte com ele.
O critério
estabelecido por Jesus possibilita a todo discípulo do Reino, em qualquer tempo
e lugar, saber-se unido a ele como a um ser querido muito próximo. Por
conseguinte, é sempre possível estabelecer laços com ele pela via da
afetividade.
São Lourenço de Brindisi
Júlio César Russo nasceu no dia 22 de julho de 1559 em Brindisi, na Itália. Seu nome de batismo, mostrava claramente a ambição dos pais, que esperavam para ele um futuro brilhante como o do grande general romano.
Aos seis anos de
idade, o menino Júlio César encantava a todos com o extraordinário dom de
memorizar as páginas de livros em poucos minutos, para depois declamá-las em
público. E cresceu assim, brilhante nos estudos. Quando ficou órfão aos catorze
anos de idade, foi acolhido por um tio, que residia em Veneza.
Dois anos após chegar
a Veneza ele atendeu ao chamado de Deus e ingressou na vida religiosa: primeiro
com os frades menores e depois com os capuchinhos, onde foi ordenado sacerdote.
Tornou-se
especialista em línguas e sua erudição o levou à ocupar altos postos de sua
Ordem e também a serviço do Sumo Pontífice. Foi provincial em vários estados e
chegou a ser Superior Geral e embaixador do Papa Paulo V, com a missão de
intermediar príncipes e reis em conflito.
Lourenço de Brindisi
morreu no dia do seu aniversário em 1619. Foi canonizado em 1881 e recebeu o
título de "Doutor da Igreja" em 1959.(Colaboração: Padre Evaldo César
de Souza, CSsR)
Reflexão: Deus
concede as pessoas a inteligência e a sabedoria. A inteligência nos ajuda a
descobrir os melhores meios de conduzir nossa vida, mas nem sempre ela é usada
para o bem. Já a sabedoria, fruto do Espírito e da experiência de vida, sempre
leva o ser humano ao respeito mútuo e ao encontro com Deus. São Lourenço soube
ser inteligente e sábio. Peçamos a Deus que nos ensine a usar nossa
inteligência com sabedoria.
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